Black Desert escrita por Kallin


Capítulo 45
Boas Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Nyaa... K.K. ficou um pouco decepcionada hoje. (╥_╥)
Eu estava revisando já a uns 3 dias esse capítulo, mas quando fui postá-lo acabei descobrindo que ele tinha mais de 4.000 palavras!!! (°ロ°)!
Como eu não gosto de sobrecarregar vocês com mais do que 3.5k, eu então procurei cortá-lo ao meio (Literalmente 2.000 palavras para cada capítulo! Hahah (´ ▽ ` )) mas não tive tanto sucesso quanto eu gostaria porque o texto todo ficou muito sequencial durante a sua metade, me forçando à fazer um corte complicado demais!! ლ(¯ロ¯"ლ)
É por essa razão então que eu peço desculpas se o capítulo de hoje terminar de um modo muito estranho. Provavelmente amanhã estarei já postando o resto dele, então fiquem apostos minha gente! ( ´ ∀ `)ノ~ ☆



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Eu só consegui reagir em silêncio à aquelas últimas palavras de Ebraín, porque mesmo mal contendo alguma informação ainda sim elas possuíam um peso muito grande graças unicamente ao tom impactante que ele usou para falá-las.
E enquanto eu me deixava invadir por essa insegurança, ele por outro lado continuara à encarar com uma firme desconfiança aqueles dois frascos em cima de sua cômoda -nos prendendo por um tempo naquele silêncio interminável até eu não aguentar mais.
Vendo que Ebraín estava preso demais em seus próprios pensamentos, eu então deixei meu olhar divagar ao nosso redor mais uma vez. Notando ao que quanto mais o tempo passava, mais eu deveria apenas ir embora e deixar ele em paz.

Me decidindo por isso então eu me movi um pouco até a direção da porta esperando para ver se Ebraín iria dizer alguma coisa. Porém com a sua completa falta de reação eu então só consegui deixar um leve suspiro escapar de mim em resultado -abaixando a minha cabeça desistentemente- e realmente andando na direção dela sem mais enrolar com isso.
Assim que eu coloquei minha mão porém naquela gelada e emperrada maçaneta, eu então parei uma segunda vez e procurei tentar novamente vez chamar sua atenção -não desejando faltar com educação e ir embora dali sem aviso- falando ao vento palavras das quais mesmo assim eu duvidava que fossem receber qualquer retorno.

— "Bom, era só isso mesmo. Eu estou indo embora então, vou te deixar-..."
— "Yura, não quer ficar para comer comigo?"
— "-Uh?"
— "Seria bom ter a sua companhia por um pouco mais, e eu ainda preciso te pagar pela última encomenda também."

Assim que eu ouvi sua voz (e seu inesperado convite) eu então congelei no mesmo lugar sem saber o que fazer! Fazia tempo que ele não me convidava para nada, e eu nem mesmo esperava que ele fosse perder mais o seu intenso foco daqueles dois frascos misteriosos que eu trouxera sem aviso!
Só que nisso que eu fiquei distraído com meus próprios pensamentos -sem notar então- minha cabeça inconscientemente começou sozinha à concordar com ele, me pegando no fundo de surpresa e me fazendo de verdade travar no lugar em que eu estava!

Eu sabia que agora não teria mais volta, e por isso tudo que eu consegui fazer foi apenas levar minha mão -que ainda estava sobre a maçaneta da porta- até o meu rosto, esfregando-o frustradamente enquanto me questionava sobre como minhas reações automáticas as vezes conseguiam me colocar nas situações mais imprevistas.
Só que antes de gastar mais algum tempo questionando aquela minha reação, Ebraín então sorriu para mim de uma forma tão natural que eu não vi outra solução além de apenas sorrir de volta e deixar as coisas acontecerem daquela maneira mesmo. Afinal, que mal teria?

Eu não estava realmente com fome (eu acho) e nem mesmo tinha o hábito de aceitar os convites das outras pessoas assim, mas comer com Ebraín de qualquer modo me trazia várias boas lembranças das quais eu adorava poder me recordar -já que dado todo o meu passado, é realmente difícil eu ter lembranças que sejam boas ou que eu no fundo queira reviver- e por isso eu não tinha força interna suficiente para ir de contra o meu próprio desejo de realmente ficar.
Já Ebraín por outro lado parecia ser uma pessoa muito bem vivida e independente em seus próprios pensamentos. Eu sabia que quando ele dizia algo era porque ele realmente pretendia aquilo, e por essa razão que eu me motivava ainda mais em aceitar o seu convite. Porque eu sabia que ele não estava nem um pouco agindo por cortesia.

Assim sendo, como todos os bons momentos em nossa vida o nosso tempo ali dentro juntos voou bem rápido e da melhor forma possível.
Por Ebraín não ser dos desertos, suas refeições eram sempre bem cozidas e quentes -quase todas elas sendo na maioria vários tipos de ensopados e carnes- tudo sempre muito bem temperado com as próprias ervas que ele cultivava dentro de sua casa e que sairiam muito caras se ele por outro lado tentasse ficar importando-as diariamente.
Era por isso que tudo o que ele fazia acabava sempre sendo muito exótico para o meu paladar, mas em um bom sentido! Já que ele sempre procurava deixar bem suave todos os sabores de seus pratos para mim (afinal eu sou acostumado apenas às comidas do Deserto, que possuem um paladar muito fraco).

E com o gosto na minha boca de uma refeição bem diferente, eu então peguei o meu pagamento pelo dia anterior e me despedi dele, partindo de volta para minha casa já que sinceramente nada mais me restava para fazer agora -e descansar meu corpo (que eu até então estive ignorando) soava como uma ótima ideia.
Durante o tempo que ainda tivemos juntos Ebraín não chegou também à me perguntar mais nada referente ao veneno ou ao assunto dos Skreas. Isso era muito provavelmente porque ele não queria me contar algumas coisas fora do tempo e sabia que prolongar esse assunto só iria colocar nós dois em situações complicadas um com o outro.
E como eu também não queria que chegasse até ele por enquanto as coisas que eu andei fazendo, eu então fiquei confortavelmente na minha sem estimular qualquer tipo de assunto que ele mesmo não estimularia.
"Ainda é cedo demais para eu envolver ele ou Sal nessa bagunça. Não vou fazer isso."
E me assegurando de que eu tinha certeza de que essas eram as minhas intenções por enquanto com eles dois, eu então segui meu rumo para a Cidade Baixa. Feliz até, porque dessa vez eu iria conseguir descansar muito mais do que algumas poucas horas (e convenhamos, meu corpo estava precisando disso).

Além dessa minha vontade de apenas voltar para casa e pensar em tudo que aconteceu, o clima também já começara a esfriar e esse era o sinal de que a noite estava bem próxima -mesmo que a luz do sol ainda pudesse ser percebida cobrindo o céu- me dando uma vontade ainda maior de chegar em casa.
Graças a concentração de umidade maior na Citadela o clima durante a noite aqui dentro não ficava abaixo de 0 -diferente de como sempre foi no resto todo do deserto. Mas ainda sim aquele pouco frio que fazia aqui já me fazia pensar em todas as noites geladas que eu passei quando criança, brigando por um pedaço de cobertor para que eu não congelasse vivo dentro daqueles barracos que mal suportavam uma tempestade de areia sem serem derrubados junto.
"Até hoje não consegui me livrar muito desse instinto de querer procurar abrigo quando escurece, mesmo que no fundo eu normalmente não precise ou nem mesmo o faça."

E com meus passos até que bem relaxados (independente de tudo) eu então fui andando de volta para a direção das Escadarias -aonde eu a contornaria por fora para seguir em direção ao norte, rumo à Cidade Baixa.
Aos poucos eu podia notar o movimento das pessoas que assim como eu já se preparavam para retornar para suas casas, todas acompanhadas pela luz do sol que ainda nos confortava um pouco durante o nosso retorno, nos aquecendo ainda com seus raios que já mal nos alcançavam por entre os prédios escuros em seu caminho.
E foi em meio a esse quieto movimento -próximo à um dos altos prédios de 4 andares que antecediam as escadarias- que eu então a notei. Uma pessoa que vinha andando na minha direção, coberta por um dos mantos que normalmente as garotas de Sal usavam.

Assim que eu vi aquela garota eu então deixei um sorriso cortês naturalmente escapar -em cumprimento-, abaixando a minha cabeça e tentando imaginar qual das muitas meninas estaria andando por ali naquela exata hora aonde muitas delas já começavam à retornar para suas casas e abrigos.
Porém assim que eu voltei meu olhar para ela (olhando-a um pouco mais nitidamente), meu sorriso então se transformou em uma brutal cara de decepção e eu simplesmente travei no meu lugar, tudo porque eu vi que estava diante de mim ninguém mais ninguém menos do que Saret. E em troca, Saret também -que me notara ao mesmo tempo- deixou escapar sua melhor expressão de desconforto possível em resposta.

— "Hunf, entre todas as pessoas possíveis que existem nessa cidade, esbarrar logo em você...!"

Saret murmurou aquela frase com um desgosto bem perceptível em sua voz -sabendo que não precisava sequer terminar de completá-la-, muito para minha surpresa ainda sim se forçando à parar na minha frente por alguma razão (ao invés de simplesmente me ignorar e continuar andando). Já eu por outro lado em resposta cruzei meus braços, esperando saber o que ela queria de mim sem demonstrar qualquer desejo de cooperar também para um encontro minimamente agradável.

Só que antes que eu sequer pudesse achar que seu problema ali era eu -muito para a minha surpresa- Saret então desviou seu olhar totalmente de mim (como se me ignorasse com bastante gosto), se virando para o lado e dirigindo-se até a porta do prédio à nossa esquerda. Com aquilo eu então acabei encarando-a por trás -surpreso- sem conseguir evitar.

— "Cliente à essa hora?"
— "Não é do seu interesse. Você não é um de nós, e não tem razão alguma para eu te dar qualquer tipo de explicação."
— "..."

Eu então recuei um pouco -irritado desde o começo com a atitude que eu sabia que Saret teria comigo- mas ainda sim sem conseguir deixar de me questionar sobre o que afinal havia ali dentro que seria do interesse dela.
Diferente da maioria das meninas que realmente saem visitando clientes pelas ruas durante o dia inteiro, Saret agora costuma fazer muito pouco esse tipo de trabalho.
A razão disso era que Sal a considerava sua melhor menina, e com isso ela reservava as capacidades de Saret apenas para pessoas muito importantes como Ebraín ou outros clientes emergenciais dos quais ela própria não poderia ter tempo de visitar.
Sendo assim era difícil realmente ver Saret fora da clínica ou longe de Ebraín por tempo demais. E especialmente vindo visitar alguém em um horário tarde desses, e em um lugar questionável como esse -aonde pessoas importantes normalmente não morariam...


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