ALMARA: Ameaça na Ilha de Xibalba escrita por Xarkz


Capítulo 35
CAPÍTULO 34 | Elementos Avançados


Notas iniciais do capítulo

Finalmente revelado sobre os elementos avançados.
Na ilha dos Shamargs, Voughan faz um pedido inesperado à um velho conhecido. Enquanto isso, Lisica explica a Kore o significado de "a resposta está nas trevas!"



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Os gritos selvagens ecoam pela fenda de entrada da cidade.

Berros de seres pensantes mas que parecem preferir portarem-se quase como animais violentos.

Sons inconfundíveis, que só podiam ser ouvidos vindos de dois grupos distintos no mundo: Dos bárbaros e dos shamargs.

Muitos confundem a raça “shamarg” com uma classe, pois é sempre comparada com a classe dos “bárbaros”. Porém, humanos podem ser bárbaros, anões podem ser bárbaros, até halflings podem ser bárbaros. Mas shamargs só podem ser shamargs.

Não há sequer um estilo de luta ou classe para eles, mas isso não diminui o quão letais os integrantes dessa raça podem ser e, nesse momento, estavam provando o quão terrível pode ser enfurecê-los.

Um grupo de dez shamargs espancam sem piedade outro membro de sua raça, enquanto os demais vibram ao redor.

Mesmo em total desvantagem, o espancado tenta se defender e consegue golpear um ou outro, porém, recebe muito mais dano do que consegue causar.

Sua couraça está quase completamente trincada e banhado em sangue, mas continua em pé, equilibrando-se em suas trêmulas pernas.

Mais alguns poucos golpes e ele finalmente cede, caindo no chão, sem forças.

Os shamargs riem e festejam, indo embora em seguida, deixando-o atirado.

Após a maioria ter debandado, um shamarg mais magro que a maioria se aproxima, agachando-se para falar com Voughan.

— O que exatamente está tentando provar, irmão? — diz Ogrod, em um tom preocupado.

— Eu preciso… ficar forte. — admite Voughan, ainda caído, quase sem conseguir se mover.

— Você mudou muito desde que partiu com aquela elfa e aquele humano. Foi por isso que eles te bateram?

— Não! Eu comecei a briga com todos eles.

— Eu ia perguntar como fez isso, mas não é preciso muito para começar uma briga por aqui. Venha, vou te levar para casa. — Tentando erguer Voughan para colocá-lo nos ombros.

Apesar de Ogrod ser um pouco maior que Voughan, suas pernas tremem e ele não consegue suportar o peso de seu irmão.

— Mas… porque você pesa tanto? Sua couraça é fraca e quanto mais densa ela é, maior o peso. Você deveria ser muito mais leve do que isso. O que andou comendo? — começando a arrastá-lo, já que não conseguiu erguê-lo.

— Cala a boca.

— Felizmente estamos perto de casa.

Ogrod termina o percurso exausto, colocando Voughan deitado em uma cama, onde adormece.

Quando o dia amanhece, Voughan acorda e percebe que seu corpo está repleto de algumas plantas.

Ele faz um esforço e consegue levantar-se, apesar da dor.

Na cozinha, Ogrod termina de servir a mesa com muita comida.

— O que são essas coisas? — questiona Voughan, referindo-se as plantas em seu corpo.

— Uma coisa que descobri com meu passatempo de jardinagem. Essas plantinhas fazem as feridas se curarem mais rápido.

— Igual os remédios do hospital?

— Hum, deve ser. Nunca estive em um hospital.

Lentamente Voughan se ajeita na cadeira e põe-se a comer.

Utilizando um bule, Ogrod enche um copo em frente à Voughan com um líquido marrom.

— Beba, isso é um chá especial. Também vai ajudar a se recuperar mais rápido.

— Você é cheio das surpresas.

— Você também é. E agora pode me contar o porquê dessa necessidade repentina em se tornar forte? Não que você já não quisesse antes, mas agora parece desesperado. Ainda é aquela missão de entrar em Xibalba?

— Isso é o de menos, pra mim. Mas eu descobri algo que sempre foi o que eu quis ser, acho que só não descobri antes por morar nessa ilha. Aqui isso é algo impensável.

— “Impensável”? Estou até com medo de você agora, está usando palavras difíceis.

— Eu li em um livro.

— Ok! Me conte o que você fez com o verdadeiro Voughan. Você só pode ser um sósia ou algo assim.

— Cala a boca. Só estou tentando ficar mais inteligente.

— Essa viagem te fez muito bem, irmão... Eu acho. Mas o que é que você descobriu que sempre quis ser?

Voughan bebe quase todo o chá em um gole e então responde.

— Um herói!

A cara de espanto de Ogrod é visível e ele fica sem palavras.

Ao terminar de comer, Voughan se levanta, dirigindo-se para a porta.

— Aonde vai, irmão? — pergunta Ogrod, preocupado.

— Arranjar mais briga. Já disse que preciso ficar forte.

— Mas só apanhar não vai te deixar mais forte. Porque não volta a treinar, como fazia antes? Pelo menos até se recuperar dos ferimentos. Se ficar lutando com o corpo assim só vai conseguir se matar.

— Você deve ter razão.

Poucos instantes antes de Voughan sair, alguém bate à sua porta. Ao abri-la, ele avista um shamarg muito alto, que o encara com seriedade.

— Voughan, então é verdade que voltou. Quando disseram que alguém apanhou muito ontem, logo achei que fosse você. — rindo de forma debochada.

— O que foi, Beimog? Veio procurar o Dabba pra ele te dar outra surra? Ele já morreu faz tempo.

— Não, eu sei que aquele desgraçado já morreu. Ele ficou me devendo uma revanche. Eu fui o único desta ilha que derrotou ele, sabia?

— Derrotou uma única vez e perdeu cinco.

— Não importa. Enquanto ele estava aqui eu era o número dois. Mas agora sou o mais forte da ilha.

— Número dois? Está esquecendo do Radagart?

— Aquele monstro não conta, ele é um Titan. Não tem como competir com algo assim. Também não tenho como brigar com o Dabba, porque já morreu, então tenho que me contentar e espancar você. Todos aqui em Tuonela já levaram uma surra minha pelo menos uma vez. Como você ficou fora um tempo, as surras que te dei no passado não contam. É um novo começo. — deixando escapar um riso sarcástico.

— Se é o que você quer… — estalando os dedos das mãos e em seguida tentando socar o rosto de Beimog, que esquiva facilmente.

Ao errar o soco, Voughan se desequilibra e quase cai no chão, ficando do lado de fora da casa.

— Você tá muito ferrado, cara. — diz Beimog, partindo com tudo para cima e atingindo um forte soco em seu rosto.

Voughan cai imediatamente, mas se levanta em seguida.

— Você é uma piada, Voughan, sempre foi. Um shamarg tão fraco deveria ficar no seu canto ou então ir regar plantinhas, como seu irmão. Nem tenho vontade de bater em gente fraca assim. Depois dessa surra, não apareça mais na minha frente. — enquanto chuta o estômago de Voughan, empurrando-o para trás.

Ogrod assiste o espancamento da porta de casa, preparando-se para intervir, caso perceba que algo grave possa ocorrer.

As feridas do dia anterior, ainda não cicatrizadas, se abrem novamente a medida que é espancado e o sangue escorre.

A enorme mão de Beimog segura Voughan pela cabeça, tentando erguê-lo do chão. Apesar de conseguir levantá-lo, ele parece ter que fazer mais força do que esperava.

— Você é bem pesado pra alguém tão fraco.

Voughan responde com um soco diretamente no queixo de Beimog, que o solta imediatamente, dando dois passos para trás, com a mão no rosto.

— Ora, ora! Você bate forte pra alguém que apanhava de crianças. — com um sorriso que esconde um pouco de raiva.

Ele parte para cima de Voughan, golpeando repetidas vezes, até deixá-lo fora de ação, extremamente ferido no chão.

— No fim das contas você continua sendo um fracote.

Como quem cumpriu uma missão, Beimog se retira.

Voughan faz um grande esforço para se levantar, mas os ferimentos são graves.

Ele percebe a sombra de alguém próximo à ele e então avista uma mão, oferecendo-lhe ajuda. Mas não é a mão cinza de um shamarg, trata-se de uma mão humana.

De qualquer forma, ele aceita a ajuda e consegue levantar-se, com alguma dificuldade.

Ao ficar em pé, ele avista o rosto do humano. Uma pessoa familiar.

— Você está bem? — pergunta o humano.

— É claro! — responde, quase caindo novamente. — Você é aquele amigo do Kore. Farkas!

— Eu mesmo. Precisava treinar e achei que este seria um ótimo lugar. Mas aí chego e já encontro você aí, todo quebrado.

— Não enche.

Voughan olha para Farkas e pensa em como humanos, uma raça muito mais fraca que a dos shamargs, podem se tornar fortes, ainda mais sendo magrelos como Kore e Farkas, ao contrário dos bárbaros, que são compostos quase todos por guerreiros enormes e musculosos.

Ainda sim ele percebeu que Kore parecia ficar mais forte a cada dia. É quando uma ideia surge na cabeça de Voughan, como uma inspiração divina.

Humanos como eles não apenas treinavam sua força, eles possuíam técnicas de luta.

Obviamente um shamarg não pode usar mahou, mas havia algo além disso. Seus movimentos acrobáticos, aquela postura, os socos que vem em um ângulo específico, tudo isso parecia ter alguma influência no poder de seus ataques. Foi quando Voughan tomou sua decisão.

— Farkas, preciso que me treine. — pede o shamarg

— O QUÊ? — arregalando os olhos, sem acreditar no que ouviu.

— Eu vi que vocês não dão socos e chutes de qualquer jeito. Batem de uma forma diferente, quero que me ensine isso.

— Nunca imaginei ouvir isso de um shamarg. Não acho que existam monges da sua raça. De qualquer forma, não é algo que se aprende da noite pro dia, grandão. Eu e Kore treinamos muitos anos até chegar onde estamos.

— Preciso me tornar mais forte, mas não sinto que minha força aumenta muita coisa, mesmo exercitando muito meu corpo. Preciso de algo mais.

Farkas pondera sobre o pedido por alguns instantes.

— Tudo bem! — responde. — Mas só vou lhe ensinar o básico. Mas se quiser realmente um treinamento efetivo, posso lhe indicar um lugar. O templo do meu mestre Jinukai. Ele é o melhor.

— É exatamente disso que eu preciso.

Por vários dias Farkas passa um treino básico para Voughan, que alterna seu treino normal, de levantamento de pedras, com o treinamento passado por Farkas, que consiste em exercícios específicos para os principais músculos utilizados nos golpes, entre outras técnicas.

Por duas semanas prosseguem, até que o shamarg decide visitar Jinukai, partindo da ilha Tuonela.

 

Enquanto isso, na casa de Lisica, nas montanhas, Eril agora consegue lançar uma bola de fogo considerável, mesmo utilizando o cetro negro.

— Muito bem! — parabeniza Lisica, batendo palmas. — Agora vamos ver como está sua bola de fogo utilizando o seu próprio cetro.

— Certo! — concorda Eril, feliz por seu progresso.

O cetro negro é deixado de lado e agora Eril concentra-se, utilizando seu cetro antigo.

Seu foco agora está muito mais apurado e ela lança uma gigantesca bola de fogo aos céus, maior até mesmo do que a casa de Lisica.

— Eu fiz isso? — espantada com o próprio poder.

— Em realidade seu poder não aumentou, apenas o seu foco. Em outras palavras, você já tinha o poder para isso, mas não tinha foco.

— E só de olhar para mim percebeu que esse era o meu ponto fraco?

— Eu sou uma mestra, esse é o meu trabalho.

— Kore disse que você é a melhor e agora percebo o porquê.

Escorado em uma parede lateral da casa, o monge parece impaciente e bate de leve o pé no chão repetidas vezes, em sinal de nervosismo.

— Mestra, você disse que ia me ensinar algo, está lembrada?

— Eu sei o que eu disse, mas eu sou uma só. Já estou indo. — enquanto caminha na direção de Kore. — Ter dois discípulos é muito cansativo.

Eles caminham até uma área mais plana e Lisica faz um sinal com a mão para que Kore se afaste um pouco.

Lisica se concentra e uma energia negra surge na palma de sua mão, então ela se abaixa e toca o solo, por onde a energia se espalha, formando um círculo de energia escura em um tom roxo e com diversos símbolos ao redor.

— Preste bem atenção, Kore. — ordena Lisica.

Algo começa a brotar do círculo de energia no chão, como se saísse de um buraco.

Surge uma criatura com tamanho aproximado de um cão, mas com formato que lembra um inseto sem olhos, com dentes pontiagudos e dez pares de patas.

— Mas que diabos é isso? — questiona o monge, estranhando a bizarra criatura.

— Isto é uma invocação. Com esta técnica você consegue invocar criaturas e até objetos de outras dimensões para lhe ajudarem nas batalhas.

— Então é essa sua ideia? Eu invocar um monstro bizarro para lutar por mim quando eu não puder?

— Tem alguma ideia melhor?

Kore pensa por alguns instantes mas nada lhe vem à cabeça.

O círculo luminoso brilha novamente, abaixo da pequena criatura, e ela volta para o lugar de onde veio.

— Além do mais, você não precisa necessariamente de um monstro ofensivo. — continua Lisica. — Você pode fazer pacto com um que possa deixar sua oponente fora de ação de alguma forma ou mesmo que possa criar uma distração para você fugir. Aí vai do que você tiver em mente.

— Certo! E como eu faço isso?

— Primeiro você vai ter que aprender a dominar o elemento gravidade.

— Espera aí! Você tinha me dito que a resposta estava “nas trevas”. Achei que seria o elemento trevas.

— Você é bem desinformado, garotinho. Elemento gravidade é a evolução do elemento trevas. Me diga, você lembra o que te ensinei sobre os elementos básicos? Quais são eles?

— Deixa eu ver… Elementos básicos… Eu lembro que são divididos em elementos primários e secundários. Os primários são fogo, água, ar e terra. Os secundários são luz e trevas.

— Exato! Mas além dos elementos básicos, existem também os elementos avançados. Eles são basicamente a evolução destes seis elementos que você citou e também são divididos em primários e secundários, da mesma forma. Tem ideia de quais elementos são eles?

— Bem… Gravidade parece ser a evolução do elemento trevas, como você falou. Acho que tem o elemento gelo e… talvez… lava?

— Erraaaaado! Ou pelo menos errado em parte. Elemento lava até existe, mas é uma mistura de dois elementos. Misture elemento fogo e elemento terra e terá o elemento lava. Já o elemento gelo, realmente é um elemento avançado.

— Mas então, quais são?

— Elemento gravidade, como você já disse, é a evolução do elemento trevas e, em contrapartida, o elemento luz evolui para o elemento cura.

— É isso que os magos do hospital usam então? Achei que fosse mais fácil ser um mago de cura, mas se é um elemento avançado, então todos eles precisam ter liberado o terceiro selo.

— É por isso que magos de cura são tão raros. Continuando: a evolução do elemento fogo é a chama azul. É uma chama tão quente quanto a das maiores estrelas e pode queimar até mesmo debaixo d’água. A evolução do elemento água é o elemento gelo. Para usar você precisa reduzir o movimento dos átomos, gerando o frio e, consequentemente, o gelo. A evolução do elemento terra é o elemento metal, que é um minério presente na terra. E por fim, o elemento ar evolui para o elemento raio. O atrito do ar na atmosfera é o que gera a carga elétrica e então o raio.

— Vejamos. — diz Kore, enquanto conta nos dedos. — Elemento gravidade e elemento luz são os elementos avançados primários. Então temos Elementos chama azul, gelo, metal e raio, como elementos avançados secundários, certo?

— Exatamente! Quando eu disse que a resposta estava nas trevas, eu quis dizer que é o elemento que você deverá se focar para, quando liberar o terceiro selo, aprender a utilizar o elemento gravidade. Ele é o requisito para aprender a magia de invocação.

— Entendi. Então o primeiro passo é o terceiro selo.

— Sim, mas como sei que você não vai desenvolver isso apenas nesse tempo em que vai ficar aqui, vou lhe adiantar algo.

— Você não tem confiança em mim? Eu posso desenvolver o terceiro selo nesses dois anos.

— Eu sei que pode, mas você não vai ficar aqui por dois anos, certo?

— Ah sim, é verdade. O alistamento no Império Mundial.

— Pois bem, quero que siga minhas instruções à risca.

Lisica faz com que Kore sente-se no chão, com as pernas cruzadas em posição de meditação e então senta-se em sua frente na mesma posição, de frente para ele. Novamente concentra a energia escura em sua mão e toca a palma no solo, criando um círculo iluminado mas desta vez ao redor dos dois. Os símbolos no círculo são diferentes do anterior.

— Nós podemos trazer criaturas e até seres de outra dimensão, mas não podemos ir até lá. Pelo menos não fisicamente. O que vamos fazer é transportar sua mente para a outra dimensão. Lá você deverá encontrar uma criatura que lhe agrade e fazer o contrato com ela.

— Contrato? Como faço isso?

— Será apenas um contrato verbal. Terá de fazer a criatura te obedecer e, em troca, ela poderá se alimentar do seu mahou por um certo período, toda vez que for invocada. Essas criaturas adoram o mahou e, como ele não está presente no mundo deles, geralmente aceitam de bom grado, mas só se o seu mahou for poderoso e tiver um bom sabor para eles.

— E se não gostarem ou eu for fraco demais?

— Nesse caso você terá de derrotar o monstro e ele irá te seguir. Para conseguir objetos e armas é praticamente igual, pois os objetos daquele mundo possuem alma. São bem interessantes.

Lisica cria outro círculo luminoso, mas este na palma de sua mão esquerda, por onde sai uma espécie de cabo.

Com a mão direita ela puxa o cabo, retirando o objeto completamente de dentro do círculo, revelando ser um chicote de formato estranho. É negro com algumas linhas roxas luminosas em todo o seu comprimento.

— Este é um chicote dimensional. Assim como as criaturas, ele possui uma alma e também uma habilidade especial. Veja! — erguendo o chicote, que se move sozinho, como a cauda de um animal.

A ponta do chicote se enrola em uma pedra e a entrega para Lisica sem que a mestra tenha se movido.

— Bem útil, não acha?

Kore apenas balança a cabeça, em sinal de positivo.

Da mesma forma que o invocou, Lisica devolve o chicote dimensional para seu local de origem.

— Bem, chega de conversa e vamos com isso. Vou te levar até lá. Feche os olhos e respire fundo.

— Ok!

Mal o monge fecha seus olhos e sente um ar frio percorrer seu corpo. Ele acaba abrindo os olhos e se vê em um lugar totalmente diferente.

O céu é escuro, o terreno é árido e amarelado em um tom muito diferente da areia de Almara. Ao longe ele avista um rio por onde corre água vermelha, como sangue.

— Isso foi rápido! — estranha ele, pelo transporte não ter durado mais do que cinco segundos.

Ele olha para si e enxerga seu corpo, que parece normal como sempre, porém, está nú.

— Você disse que ia mandar só a minha mente, sua raposa velha. — pragueja para si, visto que estava sozinho no local.

Uma voz ecoa pelo local, como se viesse de dentro de sua cabeça.

— O que você vê é apenas a personalização da sua mente, Kore.

— Mestra? Onde você está?

— Estou na sua frente. Ou melhor, na frente do seu corpo, aqui em Almara. Você não está aí de verdade, apenas sua mente.

— E onde estão minhas roupas?

— Suas roupas não fazem parte de você, porque acha que elas iriam junto?

— Entendi. Alias, você disse que se o monstro não aceitar por bem, vou ter que lutar com ele. Eu consigo lutar nesta forma?

— Pode lutar normalmente.

— Ótimo, posso lutar e sem o risco de me ferir.

— Na verdade, se você se ferir ou morrer, o mesmo vai acontecer com o seu corpo real. Então não faça nenhuma besteira.

Kore engole seco e mal tem tempo para pensar, quando se vê rodeado de dezenas de monstros que jamais havia visto antes.

 

Resta um ano e sete meses para o ataque à Xibalba.


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Notas finais do capítulo

Opiniões e críticas construtivas são bem vindas.



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