ALMARA: Ameaça na Ilha de Xibalba escrita por Xarkz


Capítulo 14
CAPÍTULO 13 | Guardiões dos Tótens


Notas iniciais do capítulo

Nossos heróis estão separados e cada um enfrenta seu desafio pessoal, a fim de derrubar os quatro tótens. Vencer o ladino Grimmhewron, a Xamã Quentra e seus krig-há não será tarefa fácil.



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O gigantesco monstro, líder dos Krig-há, caminha lentamente de um lado para o outro, inquieto, enquanto guarda um dos tótens, até que avista algo por entre as árvores.

Ele foca sua atenção e percebe a silhueta de um homem de estatura baixa, o espiando em um ponto escuro.

O monstro, um pouco mais esperto do que uma besta comum, avança lentamente, olhando para outro ponto enquanto fareja o ar. Ao chegar um pouco mais perto, ele se lança violentamente contra o homem, derrubando árvores em seu caminho e golpeando com as garras de uma das quatro mãos, destroçando o alvo.

Ele agarra o corpo da vítima e devora sua cabeça, apenas para perceber que tratava-se de uma espécie de espantalho, feito com folhas e galhos. A cabeça engolida era apenas uma grande fruta de uma árvore local.

— Armadilha número um. — diz Algar, escondido no topo de uma árvore, à uma certa distância.

Uma armadilha de espinhos, semelhante à  utilizada contra ursos, é ativada e, apesar de não conseguir perfurar a pele do monstro, consegue prender seu pé direito.

Algar aparece diante do oponente, à uma distância segura e lança algumas esferas que, ao atingirem o inimigo, explodem, mas não causam nenhum dano considerável.

Ele então lança um frasco próximo aos pés da criatura. O frasco libera uma fumaça ao se quebrar no chão.

— Muito bem. Respire fundo, grandalhão.

Ao que o gigante destrói a armadilha que o prendia, quebrando-a com as mãos, parte em disparada contra o anão.

— Armadilha número dois.

Enquanto corre para cima do oponente, o monstro rompe uma fina linha que estava esticada no chão, ativando uma segunda armadilha.

Uma enorme tora, presa por cordas, desce em forma de pêndulo e atinge o lado da cabeça do monstro, que cambaleia para o lado, mais surpreso do que ferido.

Aproveitando o momento, Algar corre passando por baixo das pernas do gigante. Ele gira ao redor e passa novamente por baixo do monstro, até que este recobra o foco e volta-se para o anão.

Algar se afasta e, no que o monstro investe contra ele, passa por debaixo de suas pernas mais uma vez, completando o “nó”.

Os braços inferiores do monstro são puxados para trás por um fio bem fino, que foi enrolado quando o pequeno alquimista girava ao redor da criatura e, com um puxão no fio, Algar termina de amarrá-los, imobilizando um par de braços.

— Dois deles já foram, preciso imobilizar os outros dois. O efeito do composto já deve estar fazendo efeito.

No espantalho, cuja cabeça fora devorada pelo krig-há, havia o composto necessário para que Algar utilize suas ilusões no inimigo.

Utilizando-se apenas da mente, Algar cria uma ilusão, fazendo aparecer uma imagem sua em frente ao tótem e o monstro começa a aproximar-se da ilusão lentamente.

Isso mesmo. — pensa. — Derrube esse tótem para mim.

A imagem do falso Algar, para o monstro, aparece um tanto distorcida e ele olha para o lado, percebendo o verdadeiro Algar.

Com um rugido ele avança sobre o verdadeiro e lhe atinge com suas poderosas garras.

O alquimista é lançado longe, com um corte feio no corpo. Ele se contorce um pouco de dor, mas logo começa a se levantar.

— Mas porque? Não foi o suficiente? Ou esse monstro é resistente às minhas ilusões? — em um segundo de raciocínio, ele chega à conclusão. —  Acho que você é forte demais pra ser afetado pelo composto. Tenho que te debilitar primeiro.

O monstro se esforça para se libertar dos fios, mas eles são um trançado de uma liga metálica muito resistente. Ainda sim, parece estar prestes à se romper com a enorme força do líder dos krig-há.

Inesperadamente, a boca do monstro se abre e, de dentro dela, são  lançados vários dardos pontiagudos, feitos de um material semelhante à couraça que recobre seu corpo.

Algar é surpreendido e, apesar de ter desviado da maioria, é atingido na perna esquerda e no ombro direito.

As estacas, de meio metro, perfuram seu corpo e o fazem cair no chão.

O gigante avança novamente, com voracidade, contra o indefeso alquimista, que só tem tempo de ter uma única reação.

— Armadilha número três. — diz, confiante, quando o monstro pisa em uma espécie de gosma que prende seu pé no chão.

A gosma estava disfarçada com alguns galhos e um pouco de grama, por isso não foi notada.

Algar se levanta, remove as estacas e saca seu laboratório móvel. Ele encaixa o aparelho mecânico em seu braço, deixando-o com um aspecto de braço biônico.

Ficando bem perto do monstro, ele aguarda o primeiro ataque de um dos braços livres e desvia para o lado, ao mesmo tempo que prende outro fio no membro.

— Este é o último fio que tenho, não posso desperdiçar. — pensa em voz alta.

Em seguida, ele lança um frasco na base da maior árvore do local.

Uma árvore realmente grande, muito maior do que as casas.

Estranhamente a base desta árvore já estava quase completamente destruída por um líquido que parecia ácido. Previamente preparado por Algar.

O frasco atinge o ponto certo, terminando de destruir a base da árvore e fazendo com que ela tombe em cima do monstro, porém, com sua enorme força, o monstro consegue segurar a árvore e a empurra de volta, fazendo com que tombe para o lado oposto.

— Péssima escolha, grandalhão. — zomba enquanto aponta para o braço do monstro.

O último fio preso ao braço do monstro tinha sua outra ponta presa na árvore que, ao tombar para o outro lado, puxou o monstro junto, porém, seu pé está preso no chão, e o monstro fica preso, completamente esticado.

— Armadilha número quatro. Minha última armadilha.

O alquimista salta na direção do monstro e, com o braço biônico, lhe dá um grande soco, enfiando o punho inteiro dentro da boca do gigante e deixando-o lá dentro por um tempo.

Com o único braço livre, o krig-há tenta pegá-lo, mas Algar abandona o braço biônico e salta para o chão. Percebe-se que o braço biônico está lançando um gás escuro dentro da boca do gigante.

Após um pouco de esforço, o monstro consegue remover o objeto da boca, mas parece já ser tarde.

O braço biônico, no momento em que é retirado, estava programado e cria uma pequena fagulha, que causa uma reação em cadeia com o gás e explode dentro do monstro, ferindo-o bastante. A criatura cai, ainda presa ao chão pela gosma e com seu braço preso pelo fio na árvore que tombou.

— Espero que isso seja o suficiente.

Algar caminha calmamente, pega seu artefato, encaixando-o novamente no braço, e segue para o tótem.

Ele o encara por algum tempo e então se prepara para socá-lo, porém, o krig-há acorda e, em  um urro de raiva, puxa a árvore de volta e também desprende seu pé do chão, saltando em cima de Algar que não teve tempo de reação.

As garras atravessam seu corpo na altura do peito saindo nas costas, enquanto ele cospe uma quantidade enorme de sangue.

Ainda consciente, o anão tenta jogar algo contra o inimigo, mas antes que conseguisse, a fera, começa à bater com o corpo de Algar contra uma árvore até que a árvore se parte ao meio.

Algar, ainda vivo, levanta o rosto para o animal e dá um sorriso.

— Obrigado pela ajuda, grandalhão.

O cenário à volta do monstro vai sendo modificado. Ele percebe que não há nada em sua mão e a árvore que acabara de derrubar, na verdade, era o tótem que ele deveria proteger e que agora estava destruído.

Furioso e sem entender nada, o krig-há procura ao seu redor e é surpreendido por uma bomba no peito, o que o faz dar alguns passos para trás. Antes mesmo dele se recuperar, Algar salta e atinge a cabeça do monstro com um forte soco, utilizando o braço biônico, trincando suas protusões ósseas do crânio e o monstro finalmente cai, derrotado.

— Finalmente ficou debilitado o suficiente para cair nas minhas ilusões. E sem o tótem da defesa você não é tão durão assim. De qualquer jeito levou quase todo o meu estoque de equipamentos.

Algar olha para as frestas entre as árvores, tentando localizar o próximo tótem.

— Espero que isso ajude na batalha dos outros.

 

Em outro lugar, Kore atinge o abdômen de Grimmhewron com um soco e este é arrastado para trás pelo impacto, enquanto um pouco de sangue escorre pelo canto de sua boca.

Sem perder tempo, o ladino salta para o alto, pairando sobre o galho de uma árvore.

— Mas que força. — enquanto limpa o sangue da boca. — O tótem da defesa caiu, mas achei que minha armadura seria o suficiente para eu não receber dano.

— Pensou errado. Agora que o tótem da defesa caiu, você está acabado.

— Não fale como se soubesse das coisas. Você sequer sabia que tótem era o que caiu até eu ter lhe dito.

— É verdade, mas o sangue que você cuspiu denunciou. O próximo ataque vai acabar com você de vez.

— Não importa que o tótem tenha caído. Não vai me vencer com apenas um golpe.

— Nisso você tem razão. Mas você é só um fujão. Mesmo sendo mais rápido do que eu, em algum tempo vou conseguir sincronizar com sua velocidade.

— Você se acha demais, moleque. — enquanto se move velozmente, desaparecendo da vista novamente.

Desta vez, Kore consegue acompanhar o movimento do oponente com os olhos, sem perdê-lo de vista e desfere um soco contra ele, ao se aproximar.

— Te peguei! — vangloria-se o monge, até que percebe que atingiu um vulto, que desaparece em seguida. — O quê?

O verdadeiro Grimmhewron aparece ao seu lado e consegue atingi-lo em cheio com sua adaga, perfurando o lado de seu corpo. Após o ataque, o ladino se distancia rapidamente.

— Parabéns por ter seguido minha sombra. — satiriza o vilão. — Tenho que admitir que você é rápido com os olhos, mas se não puder distinguir o verdadeiro do falso, não vai adiantar de nada.

Dessa vez o oponente cria quatro ilusões, e os quatro Grimmhewron avançam contra Kore.

O monge se mantém calmo e concentra-se, sem se mover, apesar da dor do ferimento.

Os quatro inimigos atacam ao mesmo tempo e de todos os lados, mas Kore desvia apenas do que sabe ser o original. Ele se abaixa e então levanta-se rapidamente, golpeando o rosto do inimigo com um soco, lançando-o longe.

Ele cai bastante ferido no chão.

— Eu posso ver através das suas ilusões.

O ladino levanta-se rápido, mas cambaleia e encosta-se em uma árvore, assustado, sem conseguir se mexer.

— Você também domina o elemento trevas. De fato não fui cauteloso. Mas vejo que não conseguiu usar toda sua força nesse golpe, por acaso seu ferimento está doendo? — debocha.

— Da próxima vez, proteja o rosto. Não há armadura na sua cabeça.

Grimmhewron respira fundo e fica em pé, sem se apoiar na árvore. Dá alguns passos à frente e estala o pescoço, torcendo-o de lado.

— Não se preocupe comigo. Seus golpes não podem me derrotar, eu já disse. Mas vou levar em consideração o seu aviso.

Batendo o pé contra o chão algumas vezes, o ladino sente que seus movimentos estão voltando ao normal e se recuperando do golpe.

Kore avança na direção dele mas o ladino desaparece novamente, afastando-se rapidamente do local. Sua velocidade voltou, ele está quase completamente recuperado.

— Claro, o tótem da cura. Parece que um único golpe não vai mesmo ser o suficiente.

Novamente Kore concentra-se, abaixa um pouco sua postura e então dispara na direção do oponente, em uma velocidade muito maior do que a de antes, pegando Grimmhewron desprevenido.

Ele é rápido! — pensa o ladino, em uma fração de segundo, enquanto protege o rosto com duas adagas cruzadas em sua frente.

Kore dispara uma chuva de socos em alta velocidade, atingindo o oponente por todo o corpo mas evitando o rosto, que está protegido pela lâmina das adagas.

Após uma boa quantidade de ataques, o oponente acaba sendo empurrado para trás, enquanto um pouco de sangue escorre por sua boca.

Tanto Kore quanto Grimmhewron estão ofegantes.

— Mesmo seus golpes rápidos são pesados. — diz enquanto sorri. — Admito que, apesar de me gabar de minha resistência à ataques físicos, sem a armadura eu estaria perdido.

Aos poucos o ladino vai recuperando seu fôlego, mais rapidamente do que Kore.

— Vi que essa sua velocidade anormal de agora pouco não é natural. Você precisa se preparar para usar e fica bem cansado depois disso. Ao contrário da minha velocidade, que posso usar o dia inteiro me cansar mesmo que não estivesse sob a influência do tótem de cura. Vamos ver o quanto mais você vai aguentar.

— Pode dizer o que quiser, mas nem toda a cura do mundo pode recuperar alguém tão rápido. Mesmo que reduzido, seu dano está se acumulando.

— Isso é verdade, mas o mesmo vale para você. Alias, acho que o veneno está começando à fazer efeito.

De fato Kore sente-se um pouco enfraquecido. Seu corpo treinado suporta o veneno mais do que o normal, mas ainda sim seu efeito pode ser sentido e ele sabe que quanto mais tempo a luta demorar, pior será.

— Chega de brincar. — comunica Grimmhewron.

Correndo em alta velocidade, o ladino começa a girar ao redor de Kore, saltando e girando no ar ao mesmo tempo em que cria clones ilusórios que imitam seus movimentos.

Enquanto o inimigo se movimenta em alta velocidade, Kore recebe um corte em seu ombro sem nem conseguir saber de onde veio.

O monge se coloca em posição de defesa, com os braços cruzados em frente ao rosto, enquanto recebe vários cortes pelo corpo.

— Você é apenas um moleque que achou que podia ser um herói, mas este é o mundo dos adultos. Infelizmente você nunca se tornará um, pois vai morrer aqui. Como bônus, vou guardar os braceletes que roubei de você, como um troféu.

Ao relembrar dos braceletes, Kore fica mais sério e seu foco aumenta. Ele ignora por completo os cortes que recebe e seus olhos, que enxergavam apenas vultos, começam a enxergar o inimigo, aos poucos.

Alguns cortes são bem profundos e a dor dificulta a concentração mas, no momento certo, Kore gira o corpo para o lado ao mesmo tempo em que Grimmhewron passava por ali e o atinge com um forte soco no estômago.

O ladino é lançado longe e bate de costas no tótem, ficando mais espantado do que ferido.

— Como? Ele conseguiu acompanhar minha velocidade?

Apesar de aguentar bem o golpe, a dor do golpe é forte e, estranhamente, parece queimar seu abdômen. Ele olha para o local em que foi atingido e percebe a marca do punho de Kore, como se tivesse chamuscado sua armadura.

Aproveitando-se da distração, Kore se lança contra o inimigo e dispara uma chuva de socos contra o ladino, que ainda está de costas para o tótem.

Ele defende novamente o rosto com as adagas e o monge atinge apenas o corpo do oponente.

Grimmhewron sabe que é apenas questão de tempo para que Kore se canse, pois não aguenta utilizar aquela velocidade por muito tempo. Isso somado aos cortes e o veneno, logo fariam com que o monge cessasse seu ataque e então viria o contra-ataque.

Porém, os punhos de Kore começam a deixar um borrão luminoso no ar, como se estivessem em brasa. Os pontos onde o ladino é atingido começam a escurecer e a expelir fumaça.

Os olhos arregalados de Grimmhewron revelam que o dano agora é maior do que antes e ele se esforça para manter a guarda.

Os punhos em brasa logo se incendeiam e uma chuva de socos com punho em chamas atinge o oponente, que acaba por deixar suas adagas caírem, sem conseguir suportar o dano.

A medida que os ataques atingem seu corpo, o tótem atrás de Grimmhewron começa a rachar, recebendo parte do dano até que, com um último soco mais forte, a base do tótem é destruída pelo corpo do ladino, que é lançado através do pilar.

O segundo tótem tomba para o lado ao mesmo tempo em que o ladino Grimmhewron é derrotado.

Kore aproxima-se do oponente desacordado e recupera seus pertences.

— Obrigado! — agradece, ofegante mas contente. — Graças a você agora eu sou mais forte.

Ele olha para o pilar caído e pensa que aquele pode não ser o tótem da cura, isso lhe traria problemas caso ficasse ali e Grimmhewron se recuperasse, então ele se afasta do local, adentrando na floresta.

 

Alguns instantes atrás, em outro lugar, uma batalha feroz de Voughan contra os cinco krig-há evoluídos acontece.

Apenas três ainda estão de pé, mas alguns instantes depois, os dois que estavam caídos se levantam e voltam para a luta.

— Mas o que é isso? — estranha o shamarg, já com sua couraça arranhada e trincada em vários pontos, por onde escorre um pouco de sangue. — Eu derroto esses bichos mas eles sempre voltam.

Os monstros, apesar de terem por volta de dois metros de altura, são extremamente ágeis, conseguindo, na maior parte das vezes, desviar dos golpes, por isso, Voughan não consegue causar dano o suficiente para derrotá-los de vez.

Um estrondo é ouvido pode ser visto um tótem caindo ao longe.

— Com esse já é o segundo. Não acredito que estou perdendo pra aqueles caras. — diz enquanto se volta para o tótem à sua frente. — Essa porcaria vai cair e é agora.

Correndo em carga, o shamarg parte na direção do tótem, tentando passar pelos krig-há, mas eles conseguem detê-lo.

Voughan começa a golpear seus inimigos com toda a força e, desta vez, todos os seus golpes atingem os alvos.

— O que foi? Não conseguem mais desviar, vermes?

Desta vez é Voughan que desvia dos golpes. Ele soca um dos monstros à sua direita com muita força, lançando-o longe, repete o mesmo com um segundo à sua esquerda e então salta em cima de um terceiro à sua frente, derrubando-o no chão e subindo em cima, enquanto golpeia a cabeça do monstro com vários socos.

As protrusões ósseas da cabeça do monstro se quebram e sua face vai se deformando à medida que é golpeada.

Um krig-há o segura pelas costas e o puxa, mas o que estava caído parece ter sido derrotado.

Enquanto o monstro o segura, outro golpeia seu abdômen com socos, mas Voughan consegue chutá-lo, derrubando-o, e então consegue se livrar daquele que o segurava, arremessando-o para longe.

Quando um terceiro krig-há tenta mordê-lo, Voughan segura o maxilar superior com a mão direita e o inferior com a esquerda, se tornando uma disputa de força.

Apesar do monstro se mostrar forte, Voughan é ainda mais e começa a abrir a boca do inimigo além de seu limite. Num esforço máximo, o shamarg arrebenta a mandíbula do monstro e então o arremessa para longe.

— Quero ver se levantar depois dessa. — se vangloria, com um enorme sorriso no rosto, mostrando o quanto está se divertindo com a situação.

Dois krig-há o atacam, um por cada lado, mas ele consegue agarrá-los envolvendo cada braço em volta do pescoço de um monstro e começa a apertar.

— O que foi? Até à pouco eu mal conseguia acertar vocês. Estão cansados? HÁ, HÁ, HÁ…

Os dois esperneiam a medida que a força do aperto aumenta.

Primeiro eles ficam sem ar e entram em desespero, após isso é cortado o sangue que vai para seus cérebros e eles perdem suas forças. Os músculos do pescoço são esmagados e sua espinha dorsal trinca até que, com um movimento brusco, Voughan termina por quebrar seus pescoços.

— Até que foi um bom divertimento. — diz enquanto tira o pó das mãos, batendo a palma de uma na outra. — Agora o maldito tótem.

Enquanto caminha na direção do pilar, o último krig-há surge e salta pela sua direita, porém, sem sequer parar de caminhar, Voughan o agarra no ar pelo pescoço e o arrasta consigo.

Segurando-o pela nuca, o shamarg começa a golpear o tótem com a protusão óssea da cabeça do krig-há, até que ambos comecem a trincar.

Com um último golpe mais forte o tótem finalmente cai e o monstro, já desacordado, é descartado.

— Foi divertido. Vamos ver se encontro o líder de vocês por aí. — se retirando do local, adentrando na floresta.

 

As batalhas vão sendo vencidas uma à uma mas, no último tótem, está a pessoa mais perigosa. Aquela que converteu a cidade inteira em uma gigantesca floresta e espalhou os tótens.

Eril enfrenta sozinha a Xamã Quentra, que está em cima do galho de uma gigantesca árvore, próxima ao tótem.

Movimentando seus galhos por conta própria, a árvore lança pedaços de galhos pontiagudos contra a maga, que apenas desvia dos ataques.

Mas o que está acontecendo? — pensa Eril, espantada.

Ela aponta seu cetro contra a Xamã, mas nada acontece.

Porque minhas chamas…  não estão saindo?


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Notas finais do capítulo

Opiniões e críticas construtivas são bem vindas.