O cara da sala ao lado escrita por choosefeelpeace


Capítulo 16
Capítulo 15




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Kyle e eu não tínhamos carro para voltar para casa e só de pensar em voltar andando por um longo caminho, depois de quase descobrir e pensar algumas coisas, não era uma opção. Notando minha expressão, Alex se ofereceu para nos dar uma carona e me joguei em seu carro, literalmente.

A viagem não seria longa e se estendeu totalmente em silêncio, exceto por Alex cantando Sexyback do Justin Timberlake. Eu até tentei cantar, mas estava chateada o suficiente para não emitir nenhum som.

É complicado pensar que as duas pessoas que eu mais gostei de conhecer, se conhecem e guardam segredos de mim. E eu não deveria perguntar mais, porque eu fiz isso antes e achei que sabia tudo — mas parece que não era o suficiente.

Então e quanto a história toda, eu não merecia saber?

Eu não deveria saber?

 

— Você está quieta. — Kyle se queixou.

— E sobre o que eu deveria falar? — Revidei. E soou como um ataque.

— Aconteceu alguma coisa? 

— Não sei. Aconteceu?

— Foi com as suas amigas? Peter disse alguma coisa?

— O que Peter teria à me dizer, afinal? Algo do seu passado? — Alfinetei, cruzando os braços.

— O que? Não! Só perguntei.

— Pessoal, vocês podem brigar no carro, mas sem sangue no meu banco novinho. — Alex advertiu.

 

Kyle riu e eu fuzilei Alex por ter parado de cantar para prestar atenção no banco de trás. Não demorou para estarmos em casa e, pelo menos dessa vez, ele decidiu entrar para o seu apartamento e deixar sua curiosidade dormir por umas horas.

Como sempre, Kyle me levou até a porta da minha casa e tratei de não ser tão desagradável. Afinal, as paranóias estavam apenas na minha cabeça.

Por enquanto, pelo menos.

 

— Então... Nos vemos amanhã? — Iniciou a conversa.

— Não sei, te ligo. — Girei a chave na maçaneta.

— Anna, não sei o que te disseram ou fizeram, mas tudo tem um conserto, tudo se ajeita. — Tocou meu braço.

— Eu espero. — Suspiro. — Só preciso pensar em algumas coisas.

— Faz bem. — Fez uma pausa que não durou tanto. — Só estou com uma impressão estranha e quero que saiba que quero você na minha vida.

— Está um pouco tarde para o meu cérebro ter respostas boas e longas, mas não vou sair da vida de ninguém. — Sorri.

— Melhor assim.

 

Dei-lhe um beijo no rosto e entrei em casa, soltando um longo suspiro quando a porta ficou trancada, atrás de mim.

E não se falou mais nisso.

 

•••

 

Horas mais tarde, meu corpo estava moído de dançar na noite anterior e minha mente tinha o mesmo cansaço depois de horas sem dormir, pensando no que era melhor para mim. 

Nota mental: não frequentar festas no meio da semana.

Decidi, também, que precisava de uns dias para mim e isso incluiria ficar longe de Kyle e fugir de Ryan na Glam. Era o melhor que eu poderia fazer. Minhas hipóteses reais haviam se esgotado.

Ou eu iria julgar e ofender Kyle com coisas que eu não tinha certeza? Ou, também, me fincar à um final feliz que sequer nem exista? 

Ah, ou... Sentar os dois, um de frente para o outro e deixar que resolvam suas diferenças ainda que pareçam resolvidas e só eu esteja escavando essa história?

Não, não, não...

 

— Problemas no paraíso? — Alex se juntou à minha mesa, anotando coisas em uma prancheta.

— Um pouco. — Controlava o mouse enquanto encarava a tela.

— Qual a fofoca da vez? O que te falaram sobre o Kyle? Ele parece legal, Anna. Para de ser víbora.

— Eu não sou! — Ri, acertando uma bolinha de papel em seu peito.

— Você sabe que é e depois dessa violência laboral, eu vou embora. — Segurou o riso, acertando a bolinha no lixo. — Da próxima, te denuncio. Tchau!

— Não, Alex, espera! — Ri, seguindo-o pelo corredor. — Eu preciso de um conselho.

— Todas precisam de mim, sou mesmo irresistível. — Abriu a porta de sua sala para mim. — Conta logo porque estou com azia de curiosidade.

— Depois homens não são fofoqueiros... — Revirei os olhos. — Kyle tinha uma noiva, ela conheceu outro cara e deixou tudo por ele.

— E agora ela voltou? Ah, não, ele vai escolher ela. Cai fora dessa. — Encostou-se à sua mesa, prestando atenção.

— Não! Ou talvez não porque não sei quem é ela, mas não vem ao caso. — Fiz uma careta. — O caso é que ontem, Peter me disse que Ryan tem a ver com a garota que sumiu. Isso explica eles se conhecerem!

— Droga, Anna! Você acha que Ryan roubou a garota e agora ele te rouba de volta? Isso é pesado.

— É cruel, mas... E se não for isso? Eu saio com os dois, eles se dão bem!

— Talvez porque ela deixou os dois. — Ambos rimos. — Não sei, Ryan tem mesmo uma cara de que mantém um segredo.

— Eu sei! O que eu faço?

— Dá um tempo dos dois. Não briga, nem nada, afinal você não sabe de nada, mas observa. Não cai em uma cilada outra vez. 

— Obrigada... — Eu não estava tão errada com essa ideia, afinal.

— Pode até dizer que estamos namorando!

— Nunca mais!

 

Sorri e deixei sua sala, voltando para a minha mesa. Tudo o que eu precisava fazer era ter um tempo longe deles, deixar meus sentimentos adormecidos e deixar que eles se resolvam ou me expliquem algo por si mesmos. Eu não me meter, não significa que eu não quisesse saber.

E, Deus, eu queria.

Assim que me sentei, Diane me chamou em sua sala. Seu sorriso estava saudável e real para mim.

Será que eu teria algo bom?

 

— Como vão seus afazeres? Coisas demais para fazer essa semana? — Tirou seus óculos, me olhando atentamente.

— Não! A semana está calma e como a edição ainda não está pronta...

— É sobre isso o que eu queria falar, nos falta uma das matérias importantes.

— Não estão conseguindo? Algum problema? — Estreitei os olhos.

— Na verdade, é uma matéria em Las Vegas, precisamos avaliar uma nova festa que está acontecendo. Normalmente, eu cobriria qualquer coisa, mas é Vegas... E eu tenho filhos. — Fez uma carinha de drama, seguida de um riso.

— Ah, Diane, é mesmo necessário? Alex pode ir e eu te dou uma mão com o que precisar. Ele adora essas coisas!

— Ele adora, mas está com trabalhos até o último fio de cabelo. Então pensei nas suas habilidades e nas promessas que te dei...

— Você está dizendo que quer que eu cubra uma matéria para a Glam? De verdade? — Arregalei os olhos. Meu corpo se congelou só de pensar na hipótese.

— Não só de cobrir, mas de escrever o artigo! — Riu. — Você acha que pode com isso? Seu currículo me diz que sim...

— Sim. Sim, sim! — Abracei-a. — Diane, obrigada!

— Não há de que, me agradeça quando eu conferir o artigo e o achar publicável. — Respondeu, surpresa com o abraço. — Você irá amanhã, ao fim do expediente e voltará no domingo, à New York. Quero ver o esboço de tudo na segunda, tudo bem?

— Tudo. Ah, meu Deus!

— Agora, corra para terminar suas coisas. O tempo está contra você.

 

Balançou as mãos e corri para a porta, dizendo infinitos obrigadas. 

Logo, recebi por e-mail as instruções e o que realmente deveria ser feito — escrever um artigo sobre as peculiares festas de Halloween em Las Vegas. Não era minha festa favorita do ano e na verdade, acho que ninguém nunca fugiu tanto de filmes de terror quanto eu.

Não é engraçado? Às vezes, nossas oportunidades estão escondidas onde menos queremos procurá-las.

 

•••

 

No dia seguinte, minha mala permaneceu encostada ao meu lado enquanto executava o resto das tarefas da semana, esperando até que desse o horário para que o motorista me levasse até o aeroporto. Com o passar das horas, comecei à me sentir melhor sobre tudo: eu teria um fim de semana apenas comigo mesma; teria folga de problemas e de ver os três garotos problemas — Ryan, Kyle e Alex. Além de relaxar no melhor lugar do país. 

Tirando o Halloween, essa parecia a folga dos sonhos.

Encarei meu celular pela milésima vez e a cada tempo que fazia isso, algo martelava em mim, então resolvi fazer o que ela me dizia.

 

"Kyle, estou indo à Las Vegas por causa de um artigo da Glam. Não penso em sair da sua vida, mas ontem ouvi uma coisa e antes de decidir o que fazer sobre isso, preciso respirar um pouco. Esses dias serão bons para mim, em individual. Espero que entenda o que quero dizer. Você é livre para fazer suas próprias coisas também. Um grande beijo e nos falamos na volta."

 

Ao que ele, imediatamente, respondeu.

 

"Eu esperava por isso, mas que legal que seja por um artigo! Você está crescendo! Independente de todas as coisas que você possa ter escutado ou pensado, meu carinho por você não muda. Temos uma relação acima de tanta complexidade, então estarei aqui para ouvir sobre tudo. Mil beijos!"

 

Respirei aliviada com a sua liberação. Estava contente com voltar e ter sua amizade e ensinamentos, mas talvez não mais para algo mais... Oficial. Havíamos colocado o título de amigos na porta e com isso eu poderia lidar.

As luzes do andar começaram à diminuir e percebi que o fim do expediente tinha chegado, o que significava minha viagem se aproximando. Arrumei minha mesa, decidindo esperar na portaria, mas antes que pudesse ir, uma mão descansou sobre a alça da minha mala, puxando-a para cima.

 

— Vamos. — Ryan disse, se movendo com a mala e uma mochila nas costas.

— Você só pode estar brincando comigo. — Meus pés se fincaram no chão.

— Sobre o que? Que vamos à Las Vegas juntos? — Riu, tirando sua carteira com um bilhete visível para fora. — Um artigo precisa de fotos, Anna. Esse, especialmente.

 

Suspirei tão alto e derrotada que sua garganta vibrou, produzindo uma leve gargalhada. 

Ele sabia o que isso significava. 

Nós dois.

Sozinhos.

Juntos.

Tendo que conviver.

E isso só podia dar errado.

 

•••

 

Fizemos o vôo juntos. Consegui o assento da janela, pelo menos, mas podia ver seu rosto através do vidro. Ryan estava iluminado e feliz, como se tudo aquilo fosse sua vitória. Ficar perto de mim não parecia vitorioso. Na verdade, eu era tão azarada que meu café poderia voar e molhar a câmera em seu pescoço, mas não aconteceu.

 

— Fiquei feliz quando soube que você tinha ganhado um artigo. — Não havia malícia em sua voz. — Não gostaria de perder isso.

— Obrigada, mas provavelmente vai dar errado. Não gosto de Halloween e não encontro outras palavras para descrever senão horripilante e assustador.

— Cara, quem não gosta de Halloween? — Revirei os olhos e ele riu, tocando meu braço. — Desculpa, quero dizer, não pode ser difícil e você não precisa pensar sozinha, posso ajudar. — Fez uma pausa, notando minha descrença. — Não sou apenas um monte de fotos, escrevo sobre elas.

— Escreve?

— Tenho pensamentos demais e uma vida silenciosa demais. Às vezes descrevo as fotos, é o que faço. Nada de poesia, romances, ficção científica. Apenas palavras.

— Então talvez seja útil. — Pensei alto.

 

Ryan me deu uma piscadela e me afundei na poltrona.

Então, estávamos juntos nessa quando realmente deveria ser meu momento de distância dele, mas logo entendi que isso nunca aconteceria.

Um pouco mais de seis horas depois, estávamos no nosso destino. Era de madrugada, na cidade que nunca dorme, então não fazia sentido chegar e dormir. Além do mais, esse tipo de festa é a noite, então testar o ambiente seria a tarefa adequada para mim.

Tempo depois, estava eu no saguão do hotel, encarando pessoas diversas passando com as suas fantasias, contrastando com a minha roupa esquisita, digo, normal demais para esses afazeres.

 

— Você está fazendo tudo errado! — Disse a voz atrás de mim.

— Qual a surpresa, campeão? Te disse que não é a minha coisa favorita. — Olhei para trás e ele havia trocado sua camiseta por uma preta rasgada em vários lugares e passado lápis nos olhos. 

— Vai ter que ser, você sabe disso. É só entrar no personagem. O Halloween não é assustador se você não quiser. — Colocou uma tiara com orelhas da Minnie em mim. — Quando falta sua coragem, o que você faz? Chama Regina. Talvez seja a hora dela sair para brincar.

— Você só pode estar brincando! — Dei uma gargalhada e uma porção de memórias surgiram. Entretanto seus olhos seguiram fixos nos meus e meu riso foi diminuindo. — Espera, você não está brincando, não é?

— Não. Acho que todo bom escritor assume uma personalidade alguma vez. É hora de você tentar, talvez ela goste desse tipo de festa.

 

Eu o encarei um bom tempo enquanto tocava e ajeitava minhas orelhas novas. A ideia era absurda, mas algo deveria funcionar por cima do meu bloqueio, então me permiti tirar as inibições de cena. Deixei meu blazer na recepção e caminhei com os braços livres até a saída.

Ryan riu nas minhas costas enquanto eu empurrava a grande porta, tomada pela adrenalina e tentou acompanhar meu passo em seguida. Trazer essa brincadeira de Regina, na qual apenas ele foi afetado, mostrava que havia deixado sua fúria para trás e que possivelmente eu estava perdoada. Podia ver como Alex começaria à rir se soubesse, mas estávamos há milhas e milhas de qualquer um. Éramos apenas Ryan e eu, como no início.

Caminhamos pela The Strip, a rua principal e mais colorida de todas. Suas luzes eram impressionantes e vivas e músicas se misturavam entre si, vindo de todas as partes. Era impossível não se deixar maravilhar pela gama de diversão que o lugar proporcionava.
Ryan contornou meu pescoço com seu grande braço, apontando algumas fantasias que passavam por nós. Seu ponto de vista fazia sentido — não parecia em nada à um filme de terror. Não aqui. Eram um par de fantasias curtas e engraçadas em sua maioria. Dei risada de algumas e virei o rosto para outras o que fazia ele dar risada. De mim.

 

— A festa é no Hard Rock, amanhã? — Me perguntou enquanto passávamos em frente, na calçada oposta.

— Sim, mas tem hoje, também, eu acho. — Olhei-o como se esperasse que ele quisesse trocar as datas.

— Ok, amanhã, então. — Seus passos foram mais descolados, então.

— E hoje?

— Hoje... — Fez uma pausa, sorrindo. — Vamos acordar a Regina.

 

Tentei retrucar, mas ele nos colocou dentro de um hotel barulhento e minha voz jamais seria mais alta do que aquele jazz e as infinitas pessoas das quais nós nos desviamos rumo à quem sabe o que. Era um fato — as melhores diversões de Las Vegas ficavam dentro de hotéis caríssimos e extravagantes e eu tinha a oportunidade de testar tudo isso.

Paramos em um cassino e Ryan trocou algumas notas por moedas dentro de um copo, para que tentássemos a sorte nas máquinas. Tentei mais do que ele. Bem mais. E ele me assistiu perder parte do seu dinheiro como se fosse normal ser azarada assim. Por último, ele me pediu para acompanhá-lo à mesa de poker. Era fascinante, exceto pelas senhoras de vestido longo esmagando visualmente meu visual de camiseta regata branca, calça jeans e orelhas da Minnie, como se eu estivesse sido teletransportada da Disney e caído bem ali. Ryan tampouco estava combinando com os ternos alta costura, mas diferente de mim, não parecia se importar.

 

— Vai demorar, jovem? — Um senhor questionou.

— Minha noiva vai descartar uma. — Virou seu jogo para mim.

 

E então eu tossi.

Com a minha tiara caindo sobre a mesa.

 

— Sua o quê?

— Vamos, Regina, não seja envergonhada. É só descartar uma.

 

Meu olhar perfurou o dele depois de eu recolher a tiara e colocar em seu cabelo macio. Ele quer brincar, certo? Aguente isso.

Todos sorriram sobre como parecíamos um casal apaixonado e retirei uma das cartas de seu jogo, tendo feito isso uma e outra vez na faculdade. Suas fichas dobraram e ele empurrou a oferta para o meio da mesa. 

Algo eu fiz bem, porque não demorou até ele ganhar uma porção de fichas.

Ryan ganhou o jogo!

 

— Você ganhou? Isso é sério? — Disse, dando pulinhos.

— Na verdade, você causou isso quando manobrou o jogo. Não tinha pensado em como ficaria. Você me deu sorte. — Sorriu, de modo largo.

— Mas eu...

— Não ouse falar que não tem sorte. Regina fez isso, a minha noiva fez. E o que acontece em Vegas, fica em Vegas. — Seu dedo calou meu lábio e eu dei um leve beijo no mesmo antes de me afastar.

— Será que minha sorte também vai ficar? — Ri, um pouco corada.

— Ficando ou não, vamos fazer durar... E gastar mais um pouco.

 

A diversão se estendeu um pouco mais, mas não posso dizer o mesmo sobre a sorte. Depois de testar mais máquinas, acabamos em algum bar com letras imensas em neon. Não era tão grande por dentro então logo chegamos ao bar.

 

— Duas tequilas, parceiro. — Ryan indicou.

— Você não tem impressão de que vimos essa história em algum lugar? — Sorri, sentindo as orelhas da Minnie de volta à minha cabeça.

— Dessa vez sem crise, eu acho. Sei os seus segredos. — Piscou para mim e depois olhou nossos copos se enchendo.

— Eu sei os seus? — Sabia a resposta, mas talvez isso o levasse à dizer algo.

— Não existe nada entre Seline e eu. — Levantou o copo. — Tim-tim!

 

Repeti o movimento e levei o copo a boca, sem saber o que dizer. Havia me prometido não me envolver em outras coisas e agora estava com uma felicidade esquisita no peito, como se tivesse ganhado um presente fora de época.

Resolvi dançar, então.

Quero dizer, Regina resolveu dançar.

A música era Wild Thoughts, da Rihanna, quando puxei Ryan por algum dos buracos de sua camiseta até a pista.

Meus braços flutuavam no ar e me movia livremente, mesmo entre algumas fantasias de sangue falso e coisas assim. Não estava mesmo me importando.

Ryan, por sua vez, parecia se importar comigo, como se não houvesse uma dúzia de coelhinhas e enfermeiras espalhadas pelo bar. Suas mãos repousaram na minha cintura e sua testa sobre a minha, à medida que a música nos embalava e cantávamos um pequeno trecho.

 

"Diamantes não são nada comparados à quando estou curtindo com você."

 

O sorriso não saía dos nossos rostos. Nosso olhar nos guiava um ao outro e o resto do mundo parecia não caber naquela visão.

Nossa respiração diminuiu, como se não houvesse passagem para ela enquanto nos observávamos.

Havia algo diferente naquele momento, entre nós.

E então algo aconteceu.

Olhos fechados.

Um beijo.

Uma porção deles.

Luzes. Elevadores. Risos.

Mais beijos.

E foi assim como fui parar outra vez na cama de Ryan.


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