O cara da sala ao lado escrita por choosefeelpeace


Capítulo 12
Capítulo 11




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Eu estava ali, encarando diretamente aqueles olhos castanhos semi cerrados para mim quando Kyle desviou minha atenção chamando meu nome e ameaçando virar parte do corpo para trás, percebendo a confusão instalada no meu rosto.

Felizmente, quando o fez, Ryan em um movimento rápido abaixou seu tronco para debaixo da mesa e eu respirei aliviada — pelo menos naquele momento —, notando que sua intenção não era dividir uma mesa conosco.

Mas se não era isso, então o quê? E porque voltou a me olhar quando se sentou direito?

 

— Anna, tudo bem? — Kyle perguntou.

— Sim, sim. Pensei ter visto alguém, mas foi impressão. — Tratei de sorrir e ajeitar o guardanapo no colo.

 

Seu sorriso voltou à aparecer e retomamos a conversa em bom modo. A comida estava deliciosa, mas eu parecia engolir com certo custo cada vez que sentia os olhos de Ryan sobre mim. Havia sentado com ele um senhor de meia idade, certo tempo depois. Ele parecia um pouco sombrio, clichê, usando um sobretudo e um chapéu que dispôs sobre a mesa.

Ambos conversavam sem empolgação alguma, mas Ryan estava de braços cruzados e suas sobrancelhas pareciam mais cheias agora que estavam abaixadas. Seu olhar compenetrado se desviava entre o homem e eu, me deixando sem concentração para coisa nenhuma. Após alguns minutos, ele soltou um longo suspiro e saiu da mesa rumo aos banheiros, deixando o homem fazendo sua refeição.

Meu peito sentia uma mistura de curiosidade e ansiedade sobre esse encontro repentino. Sobre seus olhares constantes e pertinentes. Sobre sua companhia e sobre até o assunto presente, que parecia incomodá-lo de alguma maneira.

Era sobre seu segredo?

 

— Se importa se eu for ao banheiro? — Perguntei.

— Vou me importar mais se você segurar ou fizer aqui. — Riu, secando a boca com o guardanapo.

— Um minuto! — Sinalizei com o dedo e ri também.

 

O chão parecia feito de lixa, arranhando meu salto e eu tentando dar uma corridinha para alcançá-lo antes que pudesse entrar no banheiro era uma cena ridícula, mas consegui. As portas ficavam em um longo corredor de baixa luz e não havia ninguém, exceto ele.

 

— Ryan! 

— Sim? — Virou-se de frente para mim.

— O que faz aqui hoje?

— Você fechou o restaurante para o seu encontro? Reclame no balcão, não vi o aviso. — Debochou, erguendo as mãos.

— É claro que não, mas você sabia que nós viríamos. Você quem deu a ideia. — Fiz uma pausa. Isso começou à ficar ridículo até para mim. — Por que ficou me encarando?

— Não é muito egocêntrico achar que eu estava te olhando quando você era quem estava no meu campo de visão?

— Eu não estaria se você não tivesse armado isso! — Abri os braços. — Isso foi um plano? Só pode ter sido. Não é coincidência quando a pessoa sugere algo e faz exatamente o mesmo.

— E se foi um plano? — Curvou o corpo, me encarando. E eu não fugi, apesar de pensar ao respeito.

— Vou querer saber o motivo. — Encarei como pude, engolindo seco. Dei um passo para trás, batendo o ombro contra a parede e me encostei ali.

  — É bem simples, Anna. Quero cuidar de você. Há algo em você... — Fez uma pausa, chacoalhando a cabeça. — Eu não sei.

— Não preciso de cuidados. Sei que não tenho sorte alguma, mas você tem suas coisas. E Seline. Você não precisa ser meu guarda-costas.

— Você precisa ser cuidada. Não quero que se machuque por aí, especialmente depois... 

— Depois do que você fez? — Cortei sua frase. — Ryan, está tudo bem entre nós. Não vou para a cama com qualquer um depois do primeiro encontro e mesmo que isso acontecesse com Kyle, não teria problema! Sou solteira e nós colocamos um ponto final no que quer que tenha acontecido entre nós.

— Na verdade, foi você quem colocou quando mentiu e deixou meu apartamento sem nenhuma explicação. O resto é consequência. — Disparou. E doeu. Como doeu.

— Não estava em um bom momento e não vou passar o resto da vida pedindo desculpas por um único erro. Supere Ryan. — Bufei, irritada.

— Eu estou nesse restaurante justamente porque não consigo superar coisa nenhuma!

 

O silêncio se instalou no ambiente e torci para não termos falado alto demais. Nos encarávamos com pena e fúria. Não havia um nome para o sentimento que restou após a discussão. Ryan estava liberando segredos em grãos de areia e eu não sabia lidar.

O que ele não consegue superar? O que houve entre nós? A conversa com o homem desconhecido?

Era um assunto complicado demais para aquele momento.

 

— Sinto muito. — Respondi.

— Tudo bem.

— É melhor eu voltar para a mesa.

— Claro.

 

Ouvi seu consentimento enquanto retornava a mesa. Meu coração parecia pulsar em várias partes do corpo, me deixando sem conseguir raciocinar. Por sorte, Kyle não notou meu nervosismo e começou à tagarelar e lentamente minha respiração se regulou.

Ryan voltou à sua mesa e o senhor foi embora, deixando a conta para ele. Terminávamos a sobremesa quando ele bateu os dedos na ponta da nossa. Meu coração gelou por estar perto dele e ter que ver os dois juntos outra vez. Um é o meu ponto de paz e o outro me faz esquecer esse significado em um segundo.

 

— Estão curtindo o lugar? — Forçou um sorriso e nos olhou.

— Aqui é demais, cara, bom gosto! Anna até pensou ter te visto mesmo. — Kyle estava animado e surpreso.

— É mesmo? — Os olhos de Ryan se direcionaram à mim. — Eu estava resolvendo uns problemas, mesas atrás de vocês, mas agora estou indo. Nos vemos depois.

— Já estamos quase indo mesmo, talvez nos cruzemos no prédio. Obrigado mesmo pela indicação.

— Depois eu te passo outros nomes. A gente se vê. — Tocou meu ombro e se dirigiu à porta.

 

Se eu pudesse me dissolver e me fundir à cadeira, seguramente o faria naquele momento. A conversa anterior passava pela minha mente enquanto eu via seus passos desaparecerem no final da rua, pela janela. A experiência de tentar entender aquele homem e seus propósitos era a coisa mais difícil que havia feito. Nunca foi parte dos meus planos.

A verdade é que sentia vontade de estar ao seu lado e de ajudá-lo, mas se havia um modo, ele com certeza não o sinalizou para mim. Então, tudo o que minha razão podia ver era um homem ciumento por eu ter conseguido a liberdade e tentado refazer minha vida, depois do fora que levei. Justamente como Jonathan. E eu não passaria por tudo aquilo de novo.

Focando no presente, Kyle havia me dado uma noite incrível e era incrível por si mesmo. Era tudo o que precisava lembrar.

 

•••

 

Chegamos ao prédio com um clima incrível. Sua mão repousava no meu ombro o tempo todo, em parte me protegendo do frio e por outra... Apenas me protegendo. Ele fez questão de parar o elevador no meu andar e me levar até a porta, o que não era em nada necessário, mas foi fofo.

Enrolei de propósito para destrancar a porta, encantada pelos olhos grandes e verdes que me encaravam desde tão perto. 

Convidar para entrar e permanecer por toda a noite? Parar aqui mesmo? E agora?

 

— Hoje foi incrível, Anna, sério mesmo! Mal posso esperar para sair com você de novo.

— De verdade? Eu também adorei. — Tentei esconder o rosto corado enquanto colocava o cabelo atrás da orelha.

— Então será que... Podemos repetir no Sábado?

— Sábado seria ótimo!

 

Kyle acariciou minha bochecha com seu polegar um pouco frio e sustentou meu queixo, selando nossos lábios. Segurei seu rosto com as duas mãos, mantendo o curto beijo, antes que a porta ao lado se abrisse e nos afastássemos automaticamente.

Ryan estava, aparente e coincidentemente levando seu lixo para fora. Bufei.

 

— Bom, então nos vemos em três dias. Passo aqui no fim de semana e se sentir saudade ou se os planos mudarem... — Apontou a escada.

— Eu sei, pode deixar que aviso. — Ri baixo.

— Então até depois e obrigado pela dica de hoje, Ryan, aproveitamos bastante.

— Sem problemas! — Ryan respondeu. — Boa noite.

 

Kyle se despediu dele e subiu, me permitindo, finalmente, abrir a porta de casa. Ryan limpou suas mãos, esfregando uma contra a outra antes de fazer o mesmo.

 

— Trazer o lixo, hum? Uma hora dessas? — Ergui as sobrancelhas para ele.

— Deixa eu ver se entendi, você reservou o corredor para o seu encontrinho, também? Desculpe, não achei nenhum aviso. — Nos encaramos e eu poderia jurar que saíam farpas dos nossos olhos quando Alex saiu do elevador. — Pediu permissão para circular no corredor hoje, Alex? Anna não quer ninguém por aqui, só ela e o perfume fedido do namorado dela.

— Ah, parem com isso. Se beijem de uma vez. — Alex fez sua cara preferida de despreocupado.

— Alex! Um pouco de defesa seria bom. — Disse, boquiaberta.

— Não mexe com ela. — Apontou Ryan, que deu uma risadinha. — Boa noite, Regina.

 

Soltei um grunhido de frustração e dei um tapa em sua porta, ouvindo uma gargalhada de fundo.

 

— Anna... — Ryan me chamou. Seu tom era calmo.

— O que? — Respondi, sem estar calma. Como é tão fácil para ele?

— Fez bem em não deixar ele entrar com você e não apressar as coisas.

— Obrigada, já conversamos e eu não preciso de um irmão.

— O conselho é como homem. Fez bem. Você é mais do que só o corpo e eu sei que aquilo tudo pesou para você.

— Obrigada. — Respondi depois de um tempo, sem saber o que dizer. — Boa noite.

— Para você também.

 

Entrei e fechei a porta, deixando escapar um longo suspiro. A noite havia sido, em sua maioria, realmente incrível e a outra parte, eu não saberia nomear. 

Ryan sempre dá um jeito de se meter na minha vida, seja por coincidência ou decisão, mas por que isso se tornou um hábito? Será que ele pensa que me machucou quando nos ligamos intimamente ou me vê tão desajeitada e quebrada que seu instinto paternal estava florescendo?

Por outro lado, lidar com o cavalheirismo de Kyle estava me dando um pouco de fé na humanidade. Primeiro porque, ultimamente, não havia conhecido homens que soubessem lidar com o seu próprio coração — ou com o de qualquer outra pessoa — e segundo, porque eu precisava ser apenas eu mesma para que ele gostasse de mim. Não tenho que competir com ninguém. Ele me valoriza, acima de tudo, por quem sou.

Não ter trazido o moreno para meu apartamento e deixar que as coisas esquentassem tão rápido era a prova de que havia aprendido à esperar antes de me entregar, sem saber o que fazer depois, afinal. Um dia por vez, sem pressa, até que tudo se desenvolva é a forma que sei lidar. O que parece que é apoiado pelo meu vizinho que finge ser irmão, digo, Ryan.

O lado bom da nossa conversa no corredor, foi que ele deixou transparecer sua sinceridade e um pouco de preocupação comigo.

E o lado estranho... É que isso fez meu peito pular de um jeito nada fraternal.

 

•••

 

Os ânimos dessa quinta-feira estavam altos. Primeiro porque as pessoas adoram um bom segredo e segundo porque esse segredo específico viria carregado de uma festa incrível no dia seguinte. Como não poderíamos deixar nada evidente para Diane, dividimos tarefas e cada um descia, levando alguma decoração pré-pronta ou dávamos algum tipo de cobertura para que presentes circulassem pelo andar sem que ela percebesse. Nossa energia estava à mil!

Não parece sequer que estou aqui há tão pouco tempo. Todos em volta me cumprimentavam, me deixando fazer parte de mais uma das loucuras que só a Glam tem.

O assunto mais comentado era de que Roger, o CEO da revista, passaria por aqui há qualquer instante, para deixar seus presentes e coordenar o necessário entre hoje e amanhã. Como ambos são próximos, ele teria uma estratégia para nos dividir e arrumar tudo, sem que ela percebesse. Eu o vi cerca de duas vezes. No meu primeiro e caótico dia e na reunião onde precisei cobrir a Diane — isso se minha memória não estiver falha. Roger é um homem um tanto temido, uns amam e outros ficam em um silêncio profundo quando alguém toca em seu nome.

Não escolhi meu lado, ainda, mas preciso confessar que ele não me dá os melhores sentimentos. E lá estava ele, saindo do elevador com seu sorriso de um milhão de dólares, mostrando perfeitamente uns 30 dentes enquanto cumprimentava todos e abraçava alguns. É claro que uma parte da tensão se devia, exclusivamente à ele ser o cara do qual poderíamos levar uma carta de demissão, de uma hora para outra, sem precisar consultar mais ninguém.

Sua calça jeans era um pouco solta nos tornozelos, o que deixava seu andar mais despojado e o único que ele trazia de social era sua camisa, variando entre o azul e verde, assim como seus olhos. Seu cabelo é oxigenado, em um amarelo Barbie que não o deixa nada natural. 

Seu dedo apontava de uma direção à outra, indicando aos subordinados o que levar ou o que fazer durante as próximas horas, seja para o trabalho ou festa. Uma caixa quadrada estava em seu outro braço, então ele passou por mim, apenas acenando com a cabeça e entrou no estúdio de Ryan, onde a maioria estava encarando como um guarda-coisas.

 

— Diane está? — Bateu em minha mesa com uma chave.

— Sim senhor. Posso anuncia-lo?

— Não preciso dessas formalidades. Como você se chama?

— Anna Pierce. — Minha voz soava nervosa, tenho certeza.

— Pierce. — Fez uma pausa. — Você fica até depois do expediente, essa noite. Irá transportar os presentes. Estão montando um lugar próprio na Sparkles. Consegue fazer isso sozinha?

— Sim, senhor.

 

Ele apenas confirmou e entrou para a sala da minha chefe. Soltei o ar. Essa conversa foi curta e estranha. Essa sensação me perseguiu o resto do dia.

Talvez eu estivesse apenas ansiosa pelo fato de ter que lidar com, pelo menos, quarenta caixas de presentes sozinha e, no desastre que sou, torcer para não quebrar nada. A parte de entrar no estúdio de Ryan também não era minha favorita, mas como Roger deixou claro que isso seria depois do horário comercial, as chances que eu tinha era de não vê-lo.

Meus chefes conversaram até o fim do dia e ele a acompanhou até seu carro, dividindo território com a maioria dos membros da Glam que estavam liberados em horário comum. Outros, como eu, ficariam até que tudo saísse perfeito. Como Diane havia ido embora e Ryan também, entrei logo no estúdio para começar o transporte. Depois de algumas viagens de elevador, eu parecia uma expert em meu novo trabalho. Alex ria cada vez que eu descia as escadas da Sparkles, torcendo para que eu caísse. Sei que ele me ajudaria, se pudesse, mas parecia estar consertando alguma coisa, então alguns rostos conhecidos faziam esse trabalho por ele.

Finalmente, depois de dez "sobe e desce", havia conseguido levar todo o material e poderia me auto abraçar por isso! Subi para organizar minha mesa e desligar tudo — o plano era deixar tudo ligado, como se eu tivesse ficado trabalhando até tarde, caso algum em previsto surgisse e Diane aparecesse por aqui — até que o elevador se abriu, novamente.

Roger.

Não sei exatamente o porquê, mas quando ele saiu do mesmo, passou pelo corredor parcialmente apagado e isso me deu calafrios. Ainda mais quando parou em minha mesa.

 

— Ainda aqui?

— Estou só acabando de desligar aqui e organizando minha mesa. Já terminei com os presentes. — Tratei de dar um sorriso orgulhoso.

— Era o mínimo que você podia fazer, Pierce, sejamos sinceros.

— Desculpa, não entendi.

— Como posso te fazer entender? — Fez uma pausa. — Seu trabalho não agrega em nada nessa empresa. Qualquer um pode fazer o que você faz! Ainda não sei porque Diane te contratou se Jennifer sempre conseguiu lidar bem com todo o andar.

— Na verdade, isso não é certo. Jennifer tem seus projetos e Alex para organizar. — Tratei de corrigi-lo. — Diane precisava de uma assistente pessoal.

— Aposto que não foi por esse cargo que você veio e sim pelo que estávamos realmente buscando no anúncio. — Apoiou sua mão em minha mesa e eu me afastei da mesma. — É bom que você não se acostume com esse cargo, porque vou extingui-lo em breve. E se você não me provar que produz algo ao invés de ser uma barata tonta no andar, irei extinguir você também. Entendido?

 

Meus olhos se encheram rapidamente e mordi o lábio, esperando que isso contivesse minhas lágrimas enquanto eu sacudi a cabeça positivamente. Chorar perto desse homem não me ajudaria em nada. 

Será que ele tinha razão? Será que não acrescento nada neste ambiente? Será que sou apenas mais um estorvo por aqui também?

Minha vida voltara a ficar amarga depois dessa frase e não havia nada que pudesse em dizer em minha defesa, porque com o choque todos os meus sentidos e pensamentos haviam sido bloqueados.

Ele seguiu me encarando enquanto retirava sua mão da mesa e meu monitor se apagava, deixando-nos com um pouco de escuridão, mantendo apenas uma luz proveniente do corredor do estúdio. Era isso. Eu estava no meu próprio filme de terror.

Até que uma voz estridente surgiu sobre os ombros de Roger.

 

— O que será que Diane teria a dizer se soubesse que você está agredindo psicologicamente sua melhor funcionária? Será mesmo que vamos ter uma festa amanhã? Vamos embora, Anna.

 

Ryan se moveu até mim, saindo do escuro e agarrando minha bolsa sobre a cadeira. Estática, permaneci olhando os dois, mas sua mão fria puxou a minha e praticamente começou à me arrastar pelo corredor. Meu peito se aqueceu em gratidão, porque não sairia dali por mim mesma nem tão cedo. Tentei dizer algo, mas tudo em mim parecia travado, em choque. Não precisava. A feição do moreno não trazia nada que implorasse um agradecimento e tudo que parecia querer era dar o fora o mais rápido possível.

Não sei como ou porque, mas Ryan apareceu e me protegeu de algo que poderia ser pior.

Será que isso o torna o mocinho do filme?


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