Angels or demons escrita por Aline


Capítulo 17
Se rendendo à luxúria


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA!
O idiota aqui trocou os dias! Agendei postagem do capítulo pro dia errado. OK me xingue.
PRÓXIMO CAPÍTULO: SÁBADO. (dessa vez posto certinho kkk)



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Nickolas's POV

— Eu sei que você está aí! Eu sei!

Batia com força na porta de metal da casa já demasiado conhecido daquele anjo irritante. Pela primeira vez, estava trancada e parecia impossível de abrir, provavelmente como previsão de minha visita, o que me deixava ainda mais enraivecido.

— Domínio! Venha para fora, Gabrielle!

Minhas mãos já estavam vermelhas e rasgadas pela violência, mas não podia, não conseguia parar. Precisava vê-la, falar com ela, ouvi-la dizer, com aquela boca santa, com todas as palavras, na minha cara, que não me queria mais ou que nunca me quisera, ou que simplesmente queria mais o anjo.

Apenas desejava qualquer explicação e, talvez a oportunidade de fazê-la mudar de ideia.

Não, não me sujeitaria a isso. Não imploraria.

— Seja corajosa e venha falar comigo, na minha cara!

— Já parou para pensar que, se ela veio para cá, é porque não quer olhar mais para a sua cara?

Virei-me e encontrei o anjo. Mãos nos bolsos, expressão presunçosa.

— Para ser sincero, neste momento, não me interessa o que ela quer.

Ele sorriu, manipuladoramente. Quem diria que os anjos conseguiriam fazer isso?

— Talvez, tenha sido exatamente por isso que preferiu a mim. É que ao contrário de você, demônio, eu realmente me importo com o que ela quer ou com sua segurança.

Dei alguns passos em sua direção.

— Você anda brincando com fogo, Domínio. E garanto-te, o inferno queima mesmo.

— Ameaças... Que pena pena que nunca passarão disso.

Não consegui impedir que minhas asas abrissem, prontas para um combate.

— Deixa-me vê-la e, talvez você tenha razão.

— Infelizmente isso não será possível. A senhorita não deseja te ver e, como já referi, eu respeito suas vontades.

Podia fazer de conta que suas palavras não me atingiam, mas a verdade é que o faziam, e com força. Ele dizia que ela não queria me ver. Como é que era capaz de uma coisa dessas? Como? Havia sido assim tão mal? Fora assim tão insignificante para ela? Era assim tão insignificante?

Como é que ela podia atirar fora, valorizar a zeros o que havíamos passado que, apesar de ter ocupado pouco espaço no tempo, fora tão intenso e poderoso? As estrelas do meu céu começaram a se apagar. Uma por uma.

— Não vou repetir isso mais uma vez. Deixe-me vê-la.

O rosto do anjo assumiu um olhar conhecedor, de quem sabia demais, frio, pronto para dar a última facada, a última jogada. Oh, como eu conhecia este jogo! Quantas vezes eu o jogara, estando no lugar daquele que estava na minha frente, naquele momento?

— Ela não deseja você, nem deseja ver você.

Quis bater nela, esmurrar aquelas faces demasiado bonitas, demasiado iluminadas. Numa luta, tinha consciência de que venceria. Conseguira matá-lo sem dúvida. Ele era apenas um Domínio e eu fora um Querubim. Eu podia separar seu crânio da coluna e utilizá-lo para beber wisky. Podia quebrar os restantes dos ossos e fazer palitos com eles. Podia esmagá-lo e torna-lo em pó. Sim, poderia, mas por algum motivo à qual era totalmente estranho, não o fiz. Não. Abandonei aquele local com uma dor demasiado extrema no peito. Uma dor mais avassaladora do que qualquer coisa que já houvesse sentido.

 

Khaya's POV

Quando ele entrou, eu estava no escritório, sentada em sua cadeira territorial, limpando minhas unhas. Não o olhei, apesar de morrer por fazê-lo, os homens não podem receber demasiado atenção ou ficam convencidos e deixam de se esforçar e aquele, em especial, eu sabia que gostava de ser desprezado, maltratado e ignorado.

— Então, o que houve? - questionei, continuando com uma atenção ilusória às cutículas de meus dedos. Como se isso me interessasse naquele momento.

A resposta que recebi consistiu num par de mãos brutas me puxando para cima e numa boca que devorou a minha, sem qualquer paciência ou carinho.

Eu conhecia aquilo e sabia o que fazer. Afinal, era daquilo mesmo que ele gostava, exatamente como gostava.

Ataquei seus cabelos com minhas mãos, puxando os fios. Ele mordeu meu lábio, puxou minha saia para cima e, com os dedos pressionados fortemente em minhas coxas, me elevou para que me sentasse na mesa. Imediatamente, afastei as pernas para o receber e ele não tardou. Estava cheio de energia, de tensão. Beijava meu pescoço e peito, mas não queria saber de mim ou de meu prazer, apenas do seu, apenas de sua libertação.

Era impossível conter os gemidos, tantos meus, como dele, enquanto arranhava suas costas.

Estava violento, quente, excitante. Tal como eu gostava, tal como eu era; tal como ele era. Éramos duas faces da mesma moeda. Feitos um para o outro.

Éramos perfeito um para o outro e ninguém conseguiria se colocar entre nós.

Ninguém.

 

Nickolas's POV

Acordei com uma dor de cabeça pouco usual e um peso desmedido sobre o peito. Antes de abrir os olhos, passei a mão no espaço a meu lado, mas como eu imaginava, a cama estava vazia, com exceção da minha pessoa, e os lençóis estavam frios.

Não precisei de fazer muito esforço para lembrar os eventos do dia anterior. Como poderia?

Nunca pensara que a solidão pudesse magoar tanto, mas magoava, era um fato. Não era uma solidão qualquer, obviamente, mas uma solidão dela, uma solidão que nem a noite anterior tinha sido capaz de curar. A dor continuava lá. A dor da rejeição. Como é que ela fora capaz? Apenas uma resposta vinha a minha mente: ela era muito maniuladora, muito menos ingênua do que parecia. Se calhar, era uma espiã. Se calhar, nem sequer era virgem! Se calhar, o que fazia da vida era aquilo mesmo: seduzir anjos e demônios. Como é que eu pudera cair naquela fraude? Idiota! Minha última desculpa seria a de aquele olhar de falsa inocência, além de muitíssimo convincente, era extremamente sedutor. Qualquer um se sentiria sujeito a ele.

— Como assim a Khaya está de volta?

— Podia, pelo menos, ter a decência de bater - afirmei, me mantendo na cama enquanto Anael entrava de rompante no quarto, com os cabelos revoltos e uma expressão incrédula. — E fale baixo, minha cabeça dói.

— Como é que pode estar preocupado com a porta? A Khaya está aqui!

— Eu sei. Me rendi à luxúria. Ela já marcou sua presença...

— Os problemas estão prestes a chegar. Os problemas chegam sempre pouco tempo depois dela.

Ri, sem vontade.

— Os problemas já chegaram, meu amigo. Gabrielle me deixou.

— Como assim te deixou. Já a encontrou?

— Ela voltou para o anjo - anunciei, com desgosto.

— E você acredita nisso? - Anael me olhou como se eu fosse o ser mais ignorante da face da Terra.

— O anjo admitiu que ela estava lá, mas que não queria me ver.

— Não consigo acreditar nisso. Consigo acreditar que esteja lá, mas não que não tenha uma boa razão para isso e, muito menos que se recuse a ver você.

— Como é que pode estar tão certo disso? - questionei, mais por brincadeira do que, particularmente, para receber uma resposta séria.

Mas foi isso que Anal me deu.

— Posso, porque fui eu que a encontrei no chão, impotente, chorando, porque você tinha sido idiota o suficiente para se oferecer aos humanos; foi minha camisa que ela molhou, enquanto ouvia seus gritos de dor; foi minha mão que segurou, enquanto esperava que acordasse; fui eu que a ouvi dando graças ao Senhor por ter poupado você e fui eu que a vi se despedir da própria mãe para vir ficar com você. - parou, para recuperar o fôlego. — Pode não perceber, mas eu, que estou fora desta história, consigo ver coisas que vocês, não conseguem, e quer saber o que vejo? Vejo dois seres totalmente diferentes, mas que se arrepiam apenas com a menção do nome um do outro. É isso que vejo. Vi-a completamente desolada com a possibilidade de você não sobreviver e vejo você, agora totalmente destroçado porque pensa que nunca mais a verá. Será que não entende?

Aquele discurso me entusiasmava e me aborrecia, ao mesmo tempo, coisa que não sabia possível. Por um lado, ter alguém confirmando os sentimentos de Gabrielle por mim me animava, por outro lado, conhecer a probabilidade de tudo não passar de um engano e que, talvez, nunca mais viesse nada daquilo, obscurecia meu coração, se é que o tinha.

— E você quer chegar aonde, exatamente? - questionei, com falsa impaciência.

— O que estou tentando dizer é que seria impossível para a Gabrielle abandonar você. É isso que estou dizendo.

Torci o lábio ceticamente.

Anael se aproximou mais de mim, me olhando seriamente, e baixou o tom de voz.

— E sabe o que é que o filho da puta daquele anjo está dizendo a ela neste momento? Está dizendo que você desistiu dela e suas oportunidades de a fazer voltar estão se esvaindo por seus dedos.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Comenta aqui embaixo o que achou. Comenta vai?
Beijão anjinhas, um abraço demôniozinhos. Nos vemos sábado!



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