ONE-SHOT Amor doce Episódio 16 - O Lado Dele escrita por milenayoshimura


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic neste site, espero que apreciem.



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AMOR DOCE 16 - Os pensamentos de Castiel

         Eu não entendia o que estava acontecendo. Não podia acreditar que Lynn tinha jogado um balde d’água em cima da Debra, mas iria tirar isso a limpo.

         Eu caminhei pelos corredores e, sem dificuldades, encontrei Lynn em frente a Sala de Aula 2.

— Você tem 3 anos de idade? – Eu berrei, ela se virou para mim, espantada. – Você tem alguma idéia do que fez? Você podia tê-la ferido seriamente!

— Espera, eu não... – Ela tentou falar, mas eu a cortei, estava muito  cheio de raiva.

— Você vai me dizer que o balde caiu em cima dela sozinho?

— Não, não fui eu, foi a Ambre e as amigas, elas...

— Estou falando sério! Deixe a Debra em paz! Se ela está aqui é para me fazer uma proposta! Mas com você agindo desse jeito desde que ela chegou, eu não consigo pensar nisso direito! Eu nunca pensei que você fosse alguém que usaria um truque como esse só para eliminar alguém que você considerasse uma rival!

— Espere, não é nada disso!

         Eu me virei sai andando, estava muito alterado, poderia dizer coisas ainda piores. Me dirigi até as escadas, mas, como sempre, Lynn veio atrás de mim, irritada e decidida a expor o ponto dela.

— Castiel, me escute! A Debra está te manipulando de novo, ela fez isso antes e quer fazer de novo! Por favor, acredite em mim, ela só quer te usar! – Lynn beirava a histeria, lágrimas se formavam em seus olhos, mas eu não acreditei nela, eu não quis acreditar nela. Ela segurou minha mão e continuou. – Por favor, Castiel, eu gosto muito de você, eu não quero que ela brinque com você mais uma vez. Acredite em mim.

         Eu fiquei olhando para a pequena mão dela segurando a minha; Lynn não sabia o quanto estava errada, Debra não faria aquilo, não podia.

         Mas eu não queria duvidar de Lynn, ela foi a primeira garota que me fez sentir algo desde Debra, eu adorava discutir com ela, provocá-la, ajudá-la sem que ela percebesse. Naquela época eu já gostava dela, não que eu fosse admitir ou deixar isso intervir nas coisas que precisava fazer, mas gostava. Tudo o que eu sabia naquele momento é que Lynn tinha um estranho efeito sobre mim.

         Talvez porque eu ainda estivesse muito ferido pelo meu rompimento com Debra, eu não queria ver o quanto gostava de Lynn.

         Mas eu sabia que havia alguma coisa nela, em seu primeiro dia eu a levei ao meu esconderijo à cobertura da escola; ela me defendeu quando decidi brigar com Nathaniel; eu a levei pra passear comigo e o Dragon e, quando ela se machucou eu fiquei preocupado; no incidente dos fantasmas eu a levei pra casa, me lembro de segurar a mão dela e quase arrastá-la, mas ela não disse nada; eu a defendi quando Ambre quis machucá-la; eu não podia ajudá-la a estudar na semana de provas, não sou o idiota do Nathaniel, mas comprei a ela um lanche e lhe fiz companhia; na praia ela deu um fora naquele imbecil louro que deu em cima dela, e depois, só para irritá-la, eu lambi seu sorvete; naquela gincana idiota da escola na floresta, quando nos perdemos, ela me deixou deitar em seu colo, e eu me senti bem daquele jeito; no dia em que ela achou que eu e Lysandre namorávamos, eu quis beijá-la, mostrar a ela que eu não queria homens (e, pensando bem, não queria ninguém além dela); durante aquele show que fizemos na escola eu reparei que ela olhou apenas para mim, porque eu olhei apenas para ela.

         Eu, sem reparar, dei todas as brechas para que ela entrasse em meu coração, e ela, por sua vez, fez todas as escolhas certas.

         Mas saber que ela gostava de mim mexeu com meu julgamento. Passei tantos anos vendo Ambre jogar sujo para conseguir o que queria, por que Lynn não faria o mesmo? Ela só queria tirar Debra do caminho; ou, pelo menos, era nisso que eu preferi acreditar naquela hora.

A insistência de Lynn me fez explodir.

— Sai daqui. – Eu murmurei.

— Castiel, por favor...

— Sai daqui! Nunca mais fale comigo, esqueça que eu existo! E nunca mais se aproxime das pessoas que gosto! – Eu berrei, estava completamente fora de mim.

         Lynn me olhou com seus grandes olhos castanhos, uma lágrima finalmente rolou por sua bochecha. Ela chorava como se eu tivesse lhe dado um tapa. Eu me arrependi imediatamente de minhas palavras.

— Eu... Eu só queria te ajudar! Eu só queria que todo mundo entendesse! – Ela berrava, lágrimas escorriam sem que nada as parasse, eu congelei, perplexo com a reação dela. – Não quero que me detestem por algo que eu não fiz! Eu só queria que a máscara dela caísse e que a verdade viesse à tona, mas... Mas... Você...

         Ela soluçava, eu não gostei de vê-la daquele jeito, preferia quando ela estava cheia de vida, me dando respostas sarcásticas e divertidas. Eu quis me desculpar, quis abraçá-la e pedir desculpas, mas não sabia (eu nunca soube) como fazer isso. Ela levantou a cabeça e me olhou nos olhos:

— IDIOTA! – Ela gritou e saiu correndo.

         Fiquei irritado comigo, não queria ter dito aquilo! Quantas vezes Lysandre me avisou sobre meu mau gênio?

         Tanta raiva... Raiva de mim mesmo. Eu me virei e soquei a parede, o barulho foi alto, mas Lynn não olhou para trás.

         Eu tinha que falar com ela! Tinha que consertar isso! Depois de respirar fundo algumas vezes eu a segui. Ela não tinha ido longe, ao virar na curva do corredor eu a vi, mas ela não estava sozinha.

         Lysandre estava com ela, ela a abraçava, ela chorava, soluçava. Ele me viu, me encarou firmemente e fez que não com a cabeça. O recado foi claro, “seja lá o que quiser dizer a ela, esse não é o momento”.

         Eu confiava em Lysandre, sabia que ele cuidaria bem dela, que ele a acalmaria, por isso corri para o porão, me larguei no chão e comecei a pensar.

         O que eu queria fazer dali pra frente? O que eu faria? Lynn realmente havia jogado aquele balde em Debra? Debra realmente só queria me manipular?

         Eu podia não ter a resposta para muitas perguntas, mas sabia o que faria no dia seguinte. Eu me... Desculparia com Lynn.

         Eu nunca desejei que ela ficasse longe de mim.

         Eu tentei me segurar, deixar ela me paz pelo restante do dia, mas, como já era de se esperar, acabei cruzando com ela no corredor. Ela ia passar reto por mim, mas eu a segurei de leve pelo braço e tentei me explicar:

— Lynn, sobre o que eu disse mais cedo...

         Mas antes que eu pudesse terminar, ela puxou o braço e saiu correndo. Eu não devia ter esperado uma reação diferente, eu que disse para que ela se mantivesse afastada de mim...

         Sabe, a Lynn, do jeito dela, deu todas as chances para que eu voltasse a querer ter um relacionamento, mas... Eu ainda sou muito imaturo, então, mesmo que eu a amasse naquele momento, não saberia o que fazer.

         Então eu esperaria pelo dia seguinte, esperando que ela me desculpasse. Me desculpasse e voltasse para junto de mim.

         E que algum dia eu não tivesse mais tanto orgulho/vergonha de dizer o que sentia.


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