Prezado Sr. Pai, Eu te odeio! escrita por May Winsleston


Capítulo 15
Fadas, monstros e esportes que não deveriam ser sugeridos para crianças de 4 anos!


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de pedir mil perdões pela demora (não taquem as pedras ainda, tenho uma boa explicação para isso), eu estudo e tive não apenas um, mas dois estágios consecutivos neste último mês, então nem tive tempo direito para respirar, porém já passou (dias de luta, dias de glória, ne?) e vou voltar a ser mais atualizada :D - pelo menos duas vezes no mês.
Segundamente, me perdoem os erros ortográficos, assim que terminei vim correndo postar, portanto, podem haver errinhos, então os ignorem, please, logo eu volto e corrigo eles :)
Terceiramente (e último, juro!), um agradecimento à todos aqueles que leem, e acompanham PSPETO, e em especial a essas pessoas lindas que tiraram um pouco dos seus tempos para postar um review lindo e maravilhoso! Kammy, Rezenae, Lakel e Avalon, vocês são muito lindas e incríveis, ta! ♥ ♥ ♥ ♥

Espero que gostem, beijos seus lindos e ótima leitura :D



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A primeira coisa que pensei quando acordei naquela manhã foi “nunca, de jeito algum, em hipótese nenhuma beba mais de um copo de vinho se você for alguém fraco para álcool.”. Porque não pensei isso ontem? Eu sei lá. Quer dizer, eu sei, foi graças ao conselho de minha amiga extremamente correta, centrada e direita. Não se importe de fazer alguma loucura. Quem dá esse tipo de conselho para alguém que já não é tão certa das ideias e que decide grande parte de suas escolhas e ações por impulso?
Suspirei pesado, tentando assimilar tudo que havia acontecido e me esforçando para levantar da cama fofa e quentinha, com um esforço maior que o normal, até que eu senti que a minha dificuldade em levantar não se dava apenas pelo fato de meu corpo estar pesado, por conta da ressaca, mas porque um braço moreno e forte se escorava em meu quadril. Olhei para o lado assustada, e meus olhos confirmaram o pior. Eu não havia dormido com um completo estranho, mas com o homem que eu acreditei que odiaria por vida.
— Ai meu Deus! – soltei, coçando a cabeça, os braços, as orelhas e mais outras partes do meu corpo que decidiram me irritar logo agora. – Respira, Alice! – ordenei, mordendo o lábio inferior, até que outro pensamento veio à minha cabeça. Algo que eu não deveria de forma alguma esquecer. Nicolas! Levantei num pulo e senti um alivio ao ver que o garotinho ainda dormia em sua cama. Ufa. Levei a mão a nuca e alisei o lugar, numa tentativa frustada de me acalmar. O que você fez Alice? Tente lembrar! Fechei os olhos com força à procura de qualquer lembrança ou resquício que pudesse me ajudar a entender a noite passada. Nada... Fui até a cama grande de casal e fiz o que deveria ter feito em primeiro lugar: tirei as cobertas de cima do troglodita. Okay, ele estava vestido, porém eu também estava vestida, só que com uma de suas camisetas. Isso não ajudou em nada, Alice... Vamos, coragem! E sem mais alternativas, comecei a balançar o corpo adormecido do pai do garotinho.
— Acorda, peste! – sussurrei, próximo a sua orelha. E sem muita espera, Mauricio se virou pra mim e coçou os olhos, sonolento.
— Bom dia, docinho. – sorriu, abrindo os olhos.
— Levanta! Precisamos conversar. – mandei, me dirigindo ao sofá, próximo a uma mesinha com flores.
— Bom dia pra você também, meu amor. – disse, o sarcasmo injetado na voz. – Acho que era isso que eu esperava de você hoje. Não uma conversa séria. – bufando, ele se dirigiu ao sofá e sentou numa extremidade.
— Sinto muito se estraguei seus sonhos... – respirei fundo, minha mente estava cheia de questionamentos e dúvidas, criando uma confusão interna. Sem saber por onde e como começar, fiz a pergunta que toda mulher faz quando acorda na mesma cama que um desconhecido – A gente transou, né? – perguntei, finalmente. Meu tom sério fez com que o Mauricio me encarasse quase que perplexo. – Pode falar, eu aguento a verdade!
— O quê? – replicou, descrente. – Acha que eu sou o tipo de cara que transa com garotas bêbadas e inconscientes?
— Eu sei lá... Acha que eu sou o tipo de garota que fica bêbada e inconsciente perto de pais de alunos?
— Você tem um ponto. – riu – Mas, calma, não vou te julgar, querida professora, até porquê a senhorita está de férias e eu não sou um pai qualquer. – falou, se aproximando cada vez mais de mim.
— Mauricio, eu não estou brincando. – repreendi, parando sua mão antes que a mesma chegasse ao meu cabelo. – O que aconteceu ontem? – meu olhar sério fez com que ele entendesse a gravidade daquela situação para mim. Ele franziu a testa e se recostou no sofá creme.
— Nada demais, infelizmente. – sorri, parecia verídico para mim. – Depois do jantar você começou a me provocar de um jeito que nunca fizera antes. Você estava extremamente linda ontem, sabe. – corei – E quando saímos do restaurante, você escorregou enquanto descia as escadas, porém antes que pudesse cair, eu, um cavalheiro nato, te segurei. Daí você me provocou mais uma vez, e eu não consegui aguentar mais. Eu te beijei.
— Você fez o que?! – levantei por impulso.
— Calma. – seu olhar pareceu triste por um segundo – Talvez eu tenha sido incorreto ao fazer isso, mas ontem tudo parecia bem diferente... Quando chegamos ao quarto eu tive que te impedir de tirar a roupa, e se precisar de testemunhas, posso até chamar a babá do Nick. Foi ela quem te trocou ontem. Eu não fiz nada com você, eu me contive bastante, acredite. E... eu só fiz isso porquê realmente gosto de você. – Han?! Se existia alma no meu corpo até aquele momento, desapareceu, e a única coisa que restou foi uma Alice pasma e boquiaberta. Eu não sabia ao certo o que fazer, e perdi as contas de quantas vezes pisquei, mordi os lábios e abri a boca, no intuito de falar algo – mas sem sair nada –, respectivamente. Talvez tenha ficado mais tempo do que o normal, pois o que me trouxe de volta à vida foi a voz do meu salvador, um garotinho de 4 anos de idade.
— Mamãe, tô com fome! – relatou, puxando minha camisa preta e larga e me trazendo de volta à realidade.
— Oi? Ah, Nick! – sorri, mas logo lembrei da confissão. Virando para o pai do garoto, o analisei por um instante. Ele ainda esperava uma resposta. – Podemos conversar depois?
— E eu tenho outra opção? – ele levantou – Vamos tomar banho juntos hoje, garotão? – perguntou, se agachando na altura da criança. O garotinho pulou em seus braços com um grito afirmativo e ambos se dirigindo ao banheiro. – Enquanto pensa, pode separar nossas roupas, querida? – pediu, um olhar esperançoso se dirigia à mim, porém aquele olhar não acompanhava apenas aquele pedido, ele acompanhava um sentimento bem mais intenso, porém ainda incompreendido por mim.
— Claro. – assenti, engolindo seco. Eu sabia o que aquela resposta significava melhor do que ninguém. Eu deveria pensar seriamente com relação ao Mauricio, porém a maioria dos meus pensamentos repeliam a ideia de um relacionamento sério com ele. Não pelo fato de eu não gostar dele, era meio impossível não sentir nada pelo Mauricio, mas sim pelo fato do que aconteceria comigo e até mesmo com o Nicolas se aquilo não desse certo.
Se a relação mãe e filho já parecia complicada com o Mauricio sendo apenas um total desconhecido ou até mesmo quando se tornou um “amigo”, imagine como seria se não conseguíssemos nem mesmo nos olhar? O que seria do Nicolas sem um colo materno? E... o que seria de mim sem o Nick? Eu me acostumei tanto ao garotinho que a ideia de ter de me separar dele se tornou insuportável.
Respirei fundo, me dirigindo ao guarda-roupas e escolhendo algumas peças para ambos. Eu não fui muito seleta, me conformando com apenas um jeans e uma camiseta branca para o Mauricio e uma bermuda creme e uma camisetinha azul para o meu filho. Porque tudo parece tão confuso? Arg! Joguei as roupas na cama e procurei um vestido para mim. Assim que os dois saíram do banheiro, eu entrei, sem muitos olhares e nem conversa. Tudo que eu queria agora era ficar só.

¨¨ ¨¨
O café da manhã ocorreu de forma tranquila, mas não normal. O único que falava na mesa era o Nicolas, enquanto o diálogo entre eu e o Mauricio consistia apenas em monólogos. O plano de hoje era que fossemos ao Alpen Park pela manhã, esquiaríamos à tarde e ao final do dia, comeríamos fondue, a pedido do Nick.
E assim o fizemos. A ida ao Alpen Park pareceu tranquila, mas logo me vi encurralada quando o Nicolas decidiu dar um surto de coragem e pediu para fazer arvorismo.
— Não é uma boa ideia, Mauricio. – avisei, pela terceira vez. – Ele é muito pequeno...
— O garoto quer fazer isso, além disso é bastante seguro. Não temos com o que nos preocuparmos.
— Mas, e se ele sentir medo? Você já viu a altura daquilo? – perguntei, tentando arranjar razões para a não realização daquele esporte estranho e aparentemente mortal.
— Alice, – disse, agarrando meus ombros e me fazendo olhar em seus olhos – quem tem medo de altura aqui é você, não o nosso menino. – bufei, revirando os olhos e indo para perto das cordas e fios amarrados e pendurados.
— Filho! – gritei, ignorando os olhares – Tem certeza que quer continuar? Ainda dá pra desistir!
— Eu quelo ir, mamãe! – gritou de volta, causando um aperto em meu coração. Me abracei, tentando acalmar a tensão, enquanto eu via meu menino caminhar por sobre madeiras que não pareciam nenhum pouco seguras.
— Calma! – Mauricio pediu, colocando o braço ao redor dos meus ombros e me reconfortando em seu peito. Aquilo foi bom. Bom demais. Tão bom que fiquei assustada e decidi me afastar. E assim que o fiz, o pai do garoto segurou uma de minhas mãos, impedindo que me movimentasse mais. – O que eu preciso fazer para que acredite em mim?
— É complicado... – comecei, procurando argumentos para fugir daquela conversa.
— O que é complicado? Eu ou o fato de você ter medo de amar alguém, além de suas crianças? – no seu olhar pude ver um mar de mágoas que só parecia crescer.
— Eu não tenho medo de amar, o problema é que... esquece.
— Não, Alice. Eu não vou e nem quero esquecer. Por que você não...
— Mamãe, papai, olha pá mim! – uma voz fina e infantil gritou ao fundo, nos tirando daquela conversa e fazendo com que meu coração batesse mais rápido, na medida que eu observava aquela loucura.
— Meu Deus! Quem permitiu isso?! Nicolas desce daí! Mauricio!!! – quando olhei para trás, o troglodita estava rindo. Sim, rindo! Ele ignorava o fato de nosso filho estar prestes a escorregar por um fio! – Faz alguma coisa, peste! Nosso filho está em perigo!
— Ele está bem. – disse, entre risos – E você está uma mistura de comédia com fofura, sério, Alice. Você está muito linda dando uma de louca. – Fechei a cara e me virei para o meu menino. Ele estava determinado a continuar aquilo, e tudo que eu podia fazer agora era orar e observar enquanto meu garoto, aos poucos, se transformava num homenzinho.
Ao fim de toda brincadeira mortal, mais conhecida como arvorismo e tirolesa, o garotinho correu até nós, animado. Era nítido o brilho em seus olhos, resquício de uma felicidade e excitação provenientes da tal brincadeira. Suspirei aliviada ao tê-lo em meus braços, enquanto Mauricio ria baixinho, provavelmente por conta de meus momentos de tensão.
Passeamos um pouco mais pelo parque, sem tocar no assunto que incomodava dois de nós três. Ao fim da manhã decidimos que estava na hora do almoço. Depois da refeição nos dirigimos ao evento mais esperado do dia. Esquiar.
— Caramba, que frio! – disse, esfregando uma mão na outra na tentativa de aquece-las – Mas não posso negar que é incrível! – ri, pegando mais um punhado de neve no chão.
— Como está sendo sua primeira experiência? – perguntou, trazendo dois copos nas mãos – O Nick está amando. – ri, observando o garoto escorregar na neve mais uma vez. – Toma, vai te esquentar. – ele me passou um dos copos quentes e o aroma logo denunciou que era chocolate.
— Obrigada, muito gentil de sua parte. – agradeci, ingerindo um pouco do liquido. Era delicioso. Olhei para o lado com o canto do olho, Mauricio também bebia de sua bebida. Talvez fosse melhor terminar aquele assunto logo. – É... sobre o assunto de mais cedo – ele afastou seu copo da boca e dirigiu toda sua atenção a mim – eu acho melhor continuarmos do jeito que estamos. Sabe, apenas amigos.
— Isso quer dizer que você não se sente da mesma forma que eu me sinto? – questionou, se aproximando de mim – Quer dizer que nada que aconteceu ou o que você disse ontem era real? – ele tirou sua luva e ajeitou alguns fios do meu cabelo que se prenderam ao meu rosto gelado – Significa que você prefere que eu busque incessantemente a felicidade em outra mulher e sofra vendo você fazer o mesmo com outro homem? – agora sua mão passeava pelo meu rosto ruborizado, tanto pelo frio quanto pelas suas palavras aquecedoras – Isso significa que se eu te beijar agora você vai me afastar? – fiquei em silêncio, sendo apenas hipnotizada pelos seus olhos castanhos e poderosos. Como eles faziam aquilo comigo? – Me perdoe pelo que vou fazer, mas eu não estou aguentando mais, Alice. – e como se fosse um filme, ele segurou meu rosto e acabou com a distância entre nós selando um beijo. Foi diferente do que eu imaginava. Foi tranquilo, doce, romântico. Não foi selvagem ou agressivo como eu acreditaria que fosse, mas pelo contrário, foi como um conto de fadas, o beijo que despertaria a princesa, que curaria alguma ferida, que romperia o medo e a barreira de meu coração. Ao fim, ele depositou um beijo em minha testa e ainda com a mãos em meu rosto, falou, com seus olhos pidões, quase como se implorasse para que seu dono não deixasse o lar. – Por favor, repete agora. Repete que me quer apenas como um amigo e que se satisfará em nunca me ter por completo ao seu lado. Faça isso, e eu não insistirei mais. – ele me olhava sério, quase como se sua vida dependesse daquela resposta. Onde esteve escondido aquele lado do troglodita?
— Eu... – e sem nem mesmo perceber, senti uma gota morna cair em minha bochecha esquerda. Era uma lágrima. A notei quando outras a acompanharam e meu rosto começou a ficar molhado. – Eu tenho medo. Aos poucos eu fui me apaixonando por você, aos poucos você foi me conquistando, eu consegui enxergar facetas diferentes dessa barreira humana que você é, mas o que será de nós, o que será do Nick se não der certo? Ele irá voltar a ser uma criança sem mãe? Sem pai?
— O Nicolas não vai perder você. Até mesmo se não dermos certo, eu sou maduro o suficiente para entender que ele precisa de você. E eu prometi a mim mesmo que não o perderei e nem o Nicolas irá me perder de novo. – levantei minha face e enxuguei as lágrimas, dirigindo meu olhar para o rosto triste do Mauricio.
— De novo?
— É uma longa história. – pigarreou – Mas, se quiser eu posso contá-la para você. É a história de um garoto que se apaixonou por uma fada e depois a viu desaparecer para sempre. Quer ouvi-la? – ele se virou para mim e eu assenti. Me tomando pelo braço, Mauricio me conduziu para perto de uma mesa e algumas cadeiras, onde sentamos. Bebi o chocolate, que ja estava morno, enquanto o ouvia falar sobre um garoto que cometeu um grande erro ao amar sua melhor amiga.
“Eu sempre amei a Mariana. Desde quando nos conhecemos, quando tínhamos apenas 10 anos. Acho que foi ali que ela me enfeitiçou. Talvez tenham sido seus olhos que mais me lembravam o oceano ou o seu jeito meigo e angelical. Eu não sei ao certo, mas ela me encantou.” – ele sorria ao lembrar de sua primeira paixão – “E quando tínhamos 16 anos, eu me muni de uma coragem que eu não sabia que tinha e a pedi em namoro. Quem pede uma garota em namoro sem nem mesmo ter saído com ela?” – riu – “Mas eu pedi. E para minha surpresa, ela aceitou. A garota que eu sempre fora apaixonado havia aceitado o pedido tosco e idiota de um garoto de 16 anos! Acho que aquele foi um dos melhores dias da minha vida.” – seus olhos pareciam perdidos num passado mágico e distante, aquilo me deu uma angústia. Respirei fundo, expulsando qualquer sentimento ruim ou errado. “E aos 22 anos, assim que eu terminei o curso de administração, casamos. E com 23, a Mariana engravidou.” – ele parou um pouco, como se revivesse todo aquele momento, porém logo depois continuou. “Eu estava extremamente feliz. Sabe, o dinheiro não era um problema. Eu havia acabado de me formar e estava entrando nos negócios da família. A Mariana não precisaria trabalhar, ou ficar nervosa, ou pensar em gastos. Porém, eu não sei ao certo o que aconteceu. Talvez tenha sido minha culpa, talvez eu não tenha me esforçado o bastante, talvez eu não tenha a amado direito. Mas, poucas semanas depois do nascimento do Nicolas, a minha Mariana partiu.” – ele afundou o rosto na mãos e desaguou em lágrimas, gotas que estavam presas há muito tempo. – “Ela foi embora, deixando apenas uma carta e um bebê. Minha fada havia desaparecido, e tudo aquilo foi por minha culpa!”
Não foi sua culpa... – comecei, sendo interrompida segundos depois.
—Foi sim. Ela disse isso na carta, ela entrou em depressão. Ela tinha planos, sonhos, desejos. Ela teve medo de ter que desistir deles por causa do filho que esperava. Ela sentiu tudo isso e onde eu estava? Como eu pude ser tão egoísta a ponto de enxergar apenas a minha felicidade, mas não prestar atenção na mulher que era responsável por ela? Como pude deixá-la só quando mais precisou de mim? Eu sou um monstro! – observei enquanto as lágrimas caiam do rosto do Mauricio. Não sabia o que falar e nem como confortá-lo. Levantei do banco onde estava e fui até o seu lado, abraçando-o e fazendo o que sabia fazer melhor: acalmar uma criança que chorava, porquê, aquele era o Mauricio naquele momento. Uma criança triste, que havia perdido seu tesouro mais precioso.
— Eu sinto muito. – falei, por fim.
— Não é sua culpa. Sabe o que me torna pior? – neguei, o que mais estava preso naquele coração? – Eu culpei o Nicolas por aquilo. Desisti dele. Por 2 anos, minha mãe o levou e cuidou dele por mim, porém, ela acreditava que o Nick precisava do pai, e o deixou comigo ano passado. Ao invés de ser um pai responsável, resolvi alimentar aquela mentira na qual vivia e o ignorei. O ignorei por muito tempo, até que você apareceu. Você foi a minha luz. Clareou meu caminho, abriu meus olhos e me trouxe alguma paz e amor, quando tudo que eu podia enxergar era a infelicidade do mundo. Você me salvou, Alice. – segurando minha mão ele me puxou, e eu caí em seu colo, porém ele não precisou se aproximar para que um beijo acontecesse, eu fiz questão de cuidar disso. Se antes o nosso beijo havia sido tranquilo e delicado, o de agora foi o completo oposto. Foi feroz, invasivo e forte. Com direito a mordidas e puxões de cabelo, marcas e anseios por uma continuação bem mais íntima. Não sei quanto tempo durou, porém só paramos, pois o fôlego, ou a falta dele, nos obrigou. – Meu Deus, estão olhando para nós! – falei, assim que notei os olhares atravessados.
— Estão com inveja de nós. – riu – Mas podemos continuar isso mais tarde. – ele se levantou, me levantando junto – Quer esquiar ou se esqueceu que tem um filho?
— Senhor! O Nicolas! – ri, me lembrando que havíamos deixado o garotinho brincando na neve.
— Vamos, futura Sra. Miller? – ri do apelido.
— Isso é um pedido? – provoquei, brincando.
— Só se você quiser! – disse, me fazendo corar e entrelaçando sua mão na minha. – Obrigado, por tudo. – falou, antes de levantar minha mão nua e depositar um beijo nela.
Eu não sabia o que iria ser da minha relação com o Mauricio. Talvez durasse uma semana, talvez um ano, ou se tivéssemos sorte poderia durar uma vida. Mas eu não me importava com isso, pelo menos não agora. A única coisa que estava em minha mente era o presente, uma cicatriz do passado e a cura que poderia ser o futuro.


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Notas finais do capítulo

E aí?! O Maumau é um fofo ou não é?!
Para quem está curioso, taí uma fotinha da mãe do Nick e da fada do Mau:
http://historia-do-brasil-e-do-mundo.hi7.co/historia-do-brasil-e-do-mundo/historia-do-brasil-e-do-mundo-56c535b86d4a7.jpg

( para quem não conseguir acessar o link, é a Adriana Lima pessoas ♥)



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