Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada escrita por Letícia Pontes
Notas iniciais do capítulo
Bem vindo ao antepenúltimo capítulo! ♥
Corríamos já a um bom tempo e a raiva que emanava de Fester era tão grande que eu podia ver uma aura ao seu redor vermelha flamejante, e ele mesmo carregando Adrastéa, não se cansava. Ou pelo menos não demonstrava cansaço.
Corremos a noite toda e eu estava exausta, completamente exausta. Era quase três horas da manha quando eu parei e pedi que ele parasse.
—Eu não aguento mais correr, Fester.
—Você usou muita energia, usando magia e ainda lutando, não deveria ter feito isso. – falou irritado
—Eu morreria lá se não usasse.
Era isso. Ele estava chateado com isso. Era a coisa da bruxaria. E eu achando que era com a traição da amiguinha dele.
— Eles estão a poucos minutos daqui, vamos nos hospedar nesse lugar, seu pai está lá com Y e mais alguns Nosferatus.
Ele voltou a correr sem esperar uma resposta minha e a única coisa que pude fazer foi segui-lo. Corremos realmente apenas uns três minutos e estávamos numa rua a umas três ou mais cidades de distancia, a casa era abandonada como a maioria das da rua. Uma casa simples, mas eu podia ver em volta dela como uma redoma invisível de magia que a protegia. Atravessamos e entramos. Quem teria feito o feitiço¿ Me perguntei.
Adentramos ao recinto com Adrastéa se debatendo. De início não vi ninguém, mas logo começaram a sair de todos os lugares Nosferatus e o que eu jamais esperaria: bruxas. Todos sorriam para mim e faziam certa reverencia com a cabeça, como que gratos.
— Aqui está a traidora – Fester jogou ela no meio deles que a agarraram com ódio vivo – vocês podem mata-la como quiserem – ele voltou a ficar do meu lado, porém deu um passo ficando pouco mais atrás de mim.
—Onde esta meu pai¿ - perguntei a Y
—Esta descansando, deixei Marco cuidando dele.
Eu não sei o que esperavam de mim, mas todos aguardavam ansiosos por palavras minhas e na maioria dos pensamentos eu lia uma grande interrogação vinda deles. Estava tentando adivinhar o que queriam ouvir de mim, mas por sorte alguém falou algo antes.
—A achamos bisbilhotando na casa da frente. – Alguém apareceu com Vilma amarrada pelos braços e a jogou na minha frente – o que fazemos com ela¿
Ela me olhava com os olhos cheios de lágrimas, era incrível como agora eu sentia a aura das pessoas. Ela estava arrependida e apavorada.
— Nancy, me perdoe por tudo o que te causei. – falava em prantos
Eu me mantive calada e as pessoas começaram xinga-la de coisas que não convém dizer. Apenas levantei a minha mão pedindo silencio e parece que funcionou.
—Eu acordei e não tinha mais ninguém. Eu só tinha você e você me matou...eu fiquei perdida – ela chorava ajoelhada na minha frente - eu te procurei em toda parte, me disseram eu nunca tinha ido a nenhuma aula, e seus pais desmaiaram quando me viram...
Ela olhou para o meu braço e veio caminhando de joelhos até mim chorando ainda mais.
— Você ainda usa a minha pulseira
Olhei ara meu braço, eu realmente nunca a tirava. Foi a pulseira que ela me dera quando nos tornamos amigas alguns anos atrás, a pulseira que ela nunca tirara enquanto morou no orfanato.
—Você não me esqueceu...
Eu estava prestes a chorar, mas ainda não acreditava inteiramente nela.
—Nancy... – ela voltou a falar- eu vi tudo... Eu me lembro...
— Do que esta falando¿
— Quando abri meus olhos no hospital, eu vi que estava viva – ela me encarou – perguntei o que você estava fazendo... e você me atacou.
—Basta! –Fester gritou a empurrando
Todos estavam em silencio absoluto esperando pela minha decisão.
— Não tomarei nenhuma atitude agora. Podem prendê-la em algum lugar¿
Três Nosferatus seguidos por um bruxo a levaram para o andar de cima sem resistência dela.
— O que vai ser agora, Fester¿ - falei sentindo meus olhos cheios de lágrimas, mas notei que todos podiam nos ouvir.
Imaginei uma redoma de vidro em nossa volta nos protegendo do mundo exterior e então ela surgiu instantaneamente nos deixando no mais absoluto silencio.
— Você sabia que você é a única bruxa que pode fazer isso¿
— Uma redoma de vidro¿
— Não – ele riu magia do nada. Em ter algo, ou alguma palavra magica ou qualquer poção, sei lá...
— Pelo jeito eu faço bastante coisa mais estranha do que todos... – eu reclamei – Mas Fester... E agora¿ Acabou¿
— Nancy, você matou todo o conselho, uniu bruxos a Nosferatus e transformou vidas. Mas isso não é o fim. Isso é o começo.
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Até dia 03