Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada escrita por Letícia Pontes


Capítulo 28
Câmera lenta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Conseguia ver as coisas com os mínimos detalhes como se só eu pudesse me mover normalmente e todos se moviam mega devagar. As coisas começaram a ficar lenta depois que a porta caiu no chão e alguém passou por ela. Então vi o primeiro Nosferatu seguidor do velho se virar na mesma direção que esse alguém passou e correr – para mim parecia que estava caminhando lentamente – em sua direção, ao mesmo tempo em que alguém pulou pela janela estraçalhando-a, meu pai se encolhia lentamente do meu lado abraçando as próprias pernas. Era Y entrando pela janela glamouroso e caindo em pé com uma pose que só ele poderia fazer naquela situação. Ele me olhou e vi sua boca se mexer vagarosamente com as palavras “vou levar seu pai”. Olhei para meu pai e falei em seu ouvido “va com ele” no instante seguinte Y estava vindo devagar em nossa direção. Me levantei e caminhei em velocidade normal na direção dele que me olhou surpreso “novo dom¿” ele falou devagar e já pegando meu pai. Tirei o foco dele e voltei a observar a cena. O velho estava sentado com as pernas cruzadas e dois de seus aliados parados em pé ao seu lado em posição de ataque. Os outros não estavam por ali, mas pude ver um corpo se aproximar de mim pelas costas e sai rapidamente do caminho achando que seria atacada. Era Fester. Ele estava com o olhar enfurecido e corria para o corredor ao lado. ;fui atrás dele e o vi subir as escadas. Havia alguém lá em cima que ele não deixaria escapar, e eu já sabia muito bem quem era.

Vi o corpo pequenino de Akantha parado de frente a porta observando o lugar e então ele olhou devagar para o lado, vendo o velho e seus companheiros parados, então ela girou vagarosamente pegando impulso e jogando a sua foice numa posição estranha que certamente arrancaria o pescoço do velho. Tudo paralisou. Dessa vez não era meu dom, era alguma outra coisa. A foice estava parada no ar e Akantha ainda em posição com uma cara de raiva enquanto o Nosferatu menor estava parado num ato de dois passos que havia dado.

“Nancy, sua persistência e coragem são incrivelmente admiradas por nós bruxas. Temos orgulho de ter uma bruxinha tão honrada como você em nosso meio. Use seus poderes, cumpra a profecia!”

As vozes que falavam juntas pararam e me tirou do transe enquanto a cena voltava a se movimentar devagar. Bruxinha¿ Comecei a pensar rapidamente sobre algumas coisas que havia ouvido sobre mim ultimamente. A Sith falara disso, a bruxa também...todos sabiam sobre mim mais do que eu mesma. Será que era possível o que eu estava prestes a acreditar, e a tentar¿ O sangue de bruxa a qual a profecia falara, seria possível¿

Meus pensamentos foram interrompidos por uma cena desesperadora em minha frente. Eu não estava prestando atenção a nada e quando finalmente voltei a mim, o corpo de Akantha estava fincado na parede por uma das pernas da mesa atravessando-a. Senti meu coração parar – não que eu precisasse dele batendo. Olhei o corpo dela inerte de olhos arregalados e ainda com seu jeitinho meigo. Mais um. Mais um amigo que se ia. Senti meu corpo tremer de raiva e olhei para o velho que ria e seus capangas mal encarados riam junto dele. “Eu sinto muito”, pensei esperando que em algum lugar Akantha pudesse ouvir.

Foquei minha mente. Eu queria ver a morte mais cruel possível para o velho. Eu queria vê-lo sofrer o máximo possível. Eu sentia um ódio me dominando e eu não conseguia impedi-lo. A casa parecia tremer e as lâmpadas estouraram deixando o vidro cair lentamente cortando meu rosto em diversos lugares. Vi as três cabeças virarem calmamente para me olhar e o olhos dos dois rapazes arregalarem ao me ver. Eles me olhavam como se e fosse bem mais alta que eles e só então notei estar flutuando bem acima do chão; o velho não pareceu surpreso. Eu sentia meu cabelo voando mas não ventava lá fora, a coisas começaram a cair de seus devidos lugares e o velho apenas sorria enquanto os Nosferatus ao seu lado se desesperavam vindo em minha direção com estacas tiradas de dentro de seus ternos.

O cara mais alto havia dado um salto de onde estava e ficado na minha altura, vinha lentamente no ar com a estaca na direção de meu coração quando sua mão começou a retorcer ficando de um lado estranho, quebrada, e fincou a estaca no próprio coração. De inicio não percebi que eu quem tinha feito aquilo, mas era exatamente o que eu havia desejado que acontecesse.

Quando o primeiro Nsoferatu caiu no chão mortinho da silva, o segundo voou em minha direção, me lembrei de seu nome, Baldassere. Então olhei pela janela e visualizei um raio cortando o céu, e partindo ele ao meio. Foi exatamente o que aconteceu em seguida.

Vi Fester descer a escada segurando a Nosferatu traidora e me olhando assustado com a cena. Ele e ela não se mexiam de espanto e eu senti os raios me atingirem, mas nada acontecia, apenas me davam mais vontade de matar aquele velho desgraçado. De repente pude ouvir a voz de Fester gritando meu nome cada vez mais alto e mais rápido. Eu já estava no chão e agora não estava mais em câmera lenta. Tudo corria normalmente.

— O que você fez¿ - Ele gritava e o velho apenas ria como se ele não estivesse em desvantagem. – O que esta acontecendo¿

—Não é óbvio¿ - o velho se levantou com dificuldade – Ela é exatamente o monstro que eu achei que fosse – ele sorriu – estou impressionando Nancy! Sua força, sua brutalidade, sua falta de piedade... você é muito mais Nosferatu do que humana agora.

Meu coração se partiu ao ouvir isso. Eu realmente era.

—Eu apenas estou cumprindo uma profecia - falei irônica e novamente as coisas ficaram em câmera lenta como eu desejava. – Isto é pela minha mãe, e por Akantha – Finquei as duas pernas restantes da mesa da minha mãe, no corpo do velho que ainda ria.

Caí de joelhos e fiquei observando a chuva que eu nem havia percebido que entrara, mas que agora caia pelos buracos causados no teto e pela janela estilhaçada. Ouvi sirenes ao longe e burburinhos. Alguém havia chamado a polícia.

— Vamos! – Fester falou caminhando em direção a porta dos fundos. – só sobrou ela

—Onde está Vilma¿ - perguntei receosa

—Eu não a vi desde que chegamos. Deve ter fugido.

Fester havia amarrado Adrastéa com uma espécie de planta que estava corroendo sua pele e fazendo-a ficar o mais imóvel possível. Ele parecia ter dado uma bela de uma surra nela,mas também havia apanhado. Colocou-a jogada por cima dos ombros e correu mata a dentro. Eu o segui.


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Notas finais do capítulo

Não sou muito boa com detalhe de brigas, mas...



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