Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada escrita por Letícia Pontes


Capítulo 27
Traiçao


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a mais um capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/710557/chapter/27

Estávamos sentados todos na sala e meu pai chorava sobre o corpo da minha mãe.

—Por favor, me deixe enterra-la.

— De noite. – O velho respondeu apenas

O silencio voltou a reinar durante mais uma hora ou mais. Não deveria  ser nem meio-dia ainda. Eu queria fugir, ia dar certo. Nenhum deles poderia sair no sol. Quer dizer, menos a Vilma. Porque a Vilma era como eu¿ E como ela conseguiu sobreviver¿

—É fácil explicar – eu havia esquecido que todos podiam ler meus pensamentos ali e infelizmente eu ainda não sabia controla-los – Você tem alguma coisa em você, alguma descendência que fez você ser a primeira humana a virar Nosferatu, e pra melhorar, você é a única que pode transformar outros humanos também. ´- Vilma concluiu

—Nunca quisemos te matar – o velho falou baixo – apenas te fazer unir ao nosso grupo.

—E é assim que solicitam a minha presença¿ Matando meus amigos e minha família¿

—Tudo exige sacrifícios, minha querida – ele sorriu

—Me poupe! – voltei a olhar para o nada

—Escuta aqui, garotinha – a única pessoa que ainda não tinha tirado a “fantasia” e estava totalmente encoberta por roupas falou de repente se aproximando rapidamente de onde eu estava – não pense que está falando com qualquer um, tenha mais respeito – eu conhecia aquela voz – você é irritante e se não fosse pelo Arnoldo, você já estava morta a muito tempo – só podia ser ela

Ela me segurava pela blusa com toda a força possível. Eu nem estava prestando atenção as suas palavras, apenas sua voz. Segurei de repente o cachecol que envolvia seu rosto e puxei para baixo revelando um rosto conhecido.

— Sério¿ - sorri nervosa – Fester confiava em você!

—Quem liga pro Fester¿ - Ela riu e se afastou tirando o resto da roupa que estava

Ela já não me parecia mais tão linda mesmo com aquele vestido curto e sexy ou aquela maquiagem delicada que a deixava mais feminina ainda. Ela agora parecia apenas uma falsa, traidora e lunática.

— Quando escurecer – Arnoldo voltou a falar – vamos para nosso castelo, você viverá conosco e estudaremos você.

—Não sou um objeto, não sou uma cobaia!

—Eu não ligo – ele pela primeira vez começou a ser ignorante

O dia foi passando lentamente e sem possibilidade de uma escapatória. Me vigiavam o tempo todo. Fiquei ao lado do meu pai quase todo o tempo, preparei almoço para ele com muita relutância até me permitirem e consolei ele que ainda tremia e falava sozinho algumas coisas que eu não fiz questão de entender. Me deixaram enrolar o corpo de minha mãe em um lençol – que era o preferido dela que só usava quando tinha visitas – e deixei em sua cama no andar de cima depois de também limpa-la e trocar sua roupa.

Algumas vezes senti a tremenda vontade de chorar, mas por algum motivo eu não conseguia. Meu coração estava partido,mais do que eu já achei que seria possível. Era mais ou menos cinco horas da tarde quando a campainha tocou repetidas vezes deixando todos imóveis, e me olharam como se eu tivesse alguma culpa.

— Deve ser o David. Ele vem aqui  quase todos os dias esse horário...

—David¿ - falei espantada –Pai...o que o David  vem fazer aqui¿

—Ele sempre vem – falou baixinho e devagar – nos ajuda em casa, ele tem ajudado no seu...luto...JÁ VAI – gritou a ultima frase e em seguida fui empurrada por um dos brutamontes e vi meu pai ser jogado na parede com violência

—EI! – avancei nele num ato de desespero – solte-o! – Mas levei uma bofetada  e voei longe

—Senhor Ahlert¿ - Ouvi David do outro lado com um tom preocupado

Sem pensar em nada apenas puxei a perna da mesa de madeira da minha cozinha causando um grande estrago e um grande barulho. Ver meu pai sendo estrangulado lentamente, obviamente não me agradava. Em menos de um segundo me vi com aquela perna enfiada no corpo do Nosferatu, entrando em uma costela e partindo ele ao meio, meu pai assustado chorava mais ainda e me olhava com espanto caído no chão e se encolhendo. Ótimo, agora eu era um monstro mais assustador ainda para ele.

O velho me olhava orgulhoso, parecia já esperar por aquilo. Eu não tinha matado um dos importantes para ele mas era alguém importante para Vilma e ela me fuzilava com os olhos a ponto de explodir a qualquer instante, mas não faria nada na frente do “chefe”. David ainda batia na porta e agora perguntava se estava tudo bem. Então alguém abriu a porta.

—O-oi... – Era a voz de David confusa – Quem é você¿

—Sou uma amiga da Nancy , pode voltar mais tarde¿

—É que devem estar me esperando...

—Vá embora.

Ela bateu a porta e voltou a cozinha. E me sentei no chão ao lado do meu pai enquanto um dos caras arrastava o corpo do Nosferatu morto para outro cômodo.

— Você ficou diferente com esse cabelo – meu pi falaou olhando para o chão

Dei um sorriso forçado e abracei as minhas pernas. Mal sabia ele que eu havia pintado para que ele e minha mãe não me encontrassem. O silencio durou mais alguns minutos.

—Você queria ser policial – meu pai voltou a falar, e não era uma pergunta dessa vez – eu me lembro – ele me olhou – nunca deixamos por puro medo. Por isso insistimos na medicina, quem sabe você gostasse¿ - Ele olhou para onde antes o corpo da minha mãe estivera – sua mãe falava que você daria uma ótima policial, e por isso muitos desejariam sua morte – ele respirou fundo – nos perdoe.

—Pai... – eu o abracei

—O Balett, o teatro... – ele me olhou e sorriu – tudo tentando te fazer gostar de outras coisas mas você nunca mudou – acariciou meu rosto – minha menina...

Podia claramente ler a mente e seu pai, ele estava arrependido de não ter dado tudo que eu quis, achava que as coisas teriam sido diferentes caso tivesse dado.

—Pai, nada teria sido diferente - eu tentei acalma-lo – nada! Você me deu sempre o melhor!

Alguns minutos seguiram novamente em silencio.

—Já está escuro o suficiente – um dos Nosferatus comentou

—Você está certo – o velho se levantou devagar  

Ouvimos um baque estrondoso e todos se viraram para a porta da sala vendo-a voar longe. Eu não faço ideia de quanto tempo aquilo durou, mas parecia coisa de milésimos de segundos. Alguém passou pela porta e sumiu dentro da casa sem eu conseguir ver para onde foi. Meus olhos piscaram rapidamente e comecei a ver a cena em câmera lenta. Lembro que Y havia me dito que eu poderia despertar novos dons desconhecidos. Seria quilo um dom¿ Ele não havia m falado dele então...sei lá...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♥ Até depois de amanha :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.