Já tarde demais finalmente pensei em algo e com as pernas ainda suspensa eu agarrei a cortina puxando-a com toda a força possível. O sol do início da manha entrou e os caras que me seguravam começaram a gritar e ficar vermelhos. O cara mais baixo e menos corpulento, correu cambaleando e entrou no outro cômodo caindo no chão, vi o cara que ficou pegar fogo instantaneamente e em seguida o fogo apagou fazendo ele - agora imóvel – voar como poeira por todo o cômodo. Ainda desesperada me virei e corri até meu pai desamarrando a corda de seus pés, mas levei um chute ou algo parecido de Vilma e sai rolando até bater no sofá onde o corpo de minha mãe pendia imóvel.

— VOCÊ PASSOU DOS LIMITES! MATOU O MEU NAMORADO E QUASE MATA O MEU MELHOR AMIGO!

Ela podia ficar no sol, como eu, mas nós duas estávamos ficando muito vermelhas, ela mais do que eu. Parecia que eu tinha ficado o final de semana na praia pegando sol sem protetor solar. Minha pele ardia ao leve toque. Vilma pode ter sido minha amiga mas isso foi em outra vida, agora, ela era uma inimiga. Eu tinha que aceitar isso. Vi meu pai rastejando para a cozinha devagar e em seguida vi Vilma se aproximar de mim com uma estaca, já era!

Ela ainda caminhava lentamente na minha direção e eu pensava em palavras que poderiam ser dita para impedi-la de tal ato, mas nada vinha a minha cabeça no momento. Um estampido alto então interrompeu meus pensamentos e vi a porta da sala se abrindo bruscamente com vultos adentrando rápidos e ferozmente. Um dos vultos fechou rápido a cortina e a sala novamente ficou iluminada apenas pela luz artificial. Notei então Vilma e seu melhor amigo curvados diante as cinco figuras a nossa frente. Todos muito cobertos eu só podia ver a silhueta dentro de muitas roupas. A pessoa do meio começou a tirar as luvas, meias, calças, blusas, casacos, cachecol, óculos escuro e todo o mais de roupas que cobria seu corpo.

— Tem que improvisar quando é necessário sair no sol.

Uma voz rouca e velha falou e só então olhei fixamente para o rosto do velho a minha frente.

— Muito prazer Nancy! – ele sorri e estendeu a mão

Minha cara de poucos amigos apenas despertou um sorriso maldoso no rosto dele. Vilma e o outro cara sentaram ao lado da minha mãe e arrumaram-na como se fosse um boneca para que ficasse reta.

— Sou o líder do conselho, Arnoldo Serpa.

Fiquei mais imóvel do que estava e aguardei para saber o que aconteceria. Porque eu inventei de sair da mansão¿

— Baldassare, tire essa roupa ridícula - ele continuou para o cara a sua direita que rapidamente tirou o excesso de roupa mostrando um rosto adulto bonito e conservado – Querida Nancy, esses são meus súditos mais fieis e também conselheiros. Quando Baldassare era apenas uma criança...

—Não quero saber historias comoventes de seus passados.- falei rispidamente.

Ele sorriu.

— Pois bem. Baldassare Garcês ficará honrado em te acompanhar até nosso castelo.

— Castelo¿ Vão fazer ritual para me matar¿ Porque na matam aqui de uma vez¿

— Matar¿ - ele me olhou surpreso – matar a preciosidade que você é¿ - riu mais baixo – Não vamos te matar minha querida.

Observei mais duas das pessoas despirem o excesso de roupa e eram mais dois homens com aparência de uns 35 ou 40 anos (o que eu sabia que não tinham) como o tal Garcês.

— Prazer Nancy - o ruivo falou – sou Ermano Salazar e este é meu primo Emílio Salazar – o cara careca me olhou maliciosamente e mostrou as presas.

—Não me importa seus nomes, não me importa nada. Só acabem com isso de uma vez.

—Calma Nancy – o velho voltou a falar calmamente – sinto muito pela sua mãe. Permiti a Vilma que vingasse seu ódio em apenas um. A escolha foi dela. Espero que descansem um pouco, partiremos assim que o sol desaparecer.

Ele se afastou seguido pelos cinco Nosferatus e eu gritei:

—Espere! Não vai me contar nada¿

— Você é uma Nosferatu valiosa. O que mais precisa saber¿