Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada escrita por Letícia Pontes


Capítulo 21
Surpresa, Nancy


Notas iniciais do capítulo

Mas um pequeno capítulo. Agora falta pouco para o fim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/710557/chapter/21

Correndo de volta para casa comecei a pensar no que havia acabado de fazer. Não era como no filmes, não mesmo. Eu não sei como fiquei na hora mas senti meu rosto se transformar e minha vontade era nunca mais parar de beber aquele  sangue. Estava delicioso e se eu tivesse um pouco menos de juízo estaria agora dando meia volta para experimentar mais alguns presidiários. E quem sabe policiais.
Quatro horas da manhã
Eu já podia ver a claridade chegando. O sol apareceria a qualquer instante. Não havia ninguém ali, estava tarde, provavelmente já estavam todos dormindo. Sentada na varanda da casa eu ouvi no andar de cima a voz de Fester um pouco mais alta que o normal.
— Adastréa, não sou seu cachorrinho – eu discordava – eu posso sair daqui a hora que eu quiser. E além do mais, ela já estava na hora de aprender a caçar sozinha.
— A sua ser humaninha poderia muito bem ir sozinha, a já é crescidinha.
— Você sabe que ela não poderia. Ela não cresceu com a gente, até pouco tempo ela tinha uma vida totalmente diferente.
— Apenas deixe ela aprender sozinha, Fester. Pare de mima-la. E eu já disse, preciso de sua ajuda logo cedo então va dormir logo.
O silencio reinou por alguns instantes e o último som que ouvi foi o da porta batendo.
Continuei sentada ali até que os raios solares começam a me incomodar e entrei. Subi para o meu quarto e encontrei ninguém menos que o próprio Fester sentado em minha cama com as mãos cruzada e olhando para o chão. Continuei parada a porta esperando ele falar algo, ou explicar porque estava ali.
—Posso dormir aqui¿
Ele me pegou de surpresa. Fechei a porta e me aproximei do meu caixão.
—Deve caber você. Eu fico na cama.
Ele continuou em silencio e se levantou vindo em minha direção.
Ultimamente Fester não tinha falado comigo ou eu com ele. Não tínhamos estado perto um do outro e nem sequer parecíamos já ter sido amigos. Mas naquele momento eu percebi que eu não era a única que sentia falta do “nós”. Ele me abraçou repentinamente e eu só consegui ficar imóvel com os braços esticados. Talvez tivesse sido a morte de Damian que nos afastou, não sei dizer. Criei forças em alguns segundos e o abracei de volta. Não sei quanto tempo ficamos assim mas eu queria ficar eternamente. Ele me afastou e me encarou. Seus olhos estavam cheios de lágrima contidas e eu não sabia o que fazer. Ele ia chorar¿ Não. Ele me beijou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nancy Ahlert - Vivendo o medo Segunda temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.