A loucura da alma escrita por Marie Ann


Capítulo 5
Capítulo Bônus - Fragmentos do passado


Notas iniciais do capítulo

Olá puddinzinhos.
Fiquei tão feliz com os acompanhamentos e com os dois comentários que decidi postar um capitulo bônus.
Eu já tenho metade da história pronta, que vou ajustando e revisando antes de postar, mas esse aqui eu escrevi agorinha, só por que me deixaram muito feliz.
Capitulo dedicado a BellaGamer10 e ElaMonteiro
Espero que gostem, é breve mas tem muitas revelações.

Ps: Leiam as notas finais.



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Quatro anos atrás.

Harleen acordou sentindo sua cabeça doer, assim como todos os dias. E assim como todos os dias também acordou desejando morrer, pois sua mãe gritava sem parar pela casa, e quebrando tudo o que tinha pela frente.
— Ei... Ei... – Harleen andava atrás dela tentando ao menos impedir que ela se machucasse com os vidros quebrados.
— Harleen sua inútil, me solta – Sua mãe retrucava, com a voz embriagada. Ela era uma alcóolatra, e Harleen não precisaria nem cursar psiquiatria para diagnosticar isso.
— Vamos... Eu vou te levar para o banho – A jovem de dezoito anos apoiava os braços da mãe em volta de seu pescoço, que cedia cambaleando, mas não bêbada o bastante pra deixar de falar.
— Você sabe por que eu bebo Harleen? Sabe? Por que você arruinou a minha vida, sua desgraçada. – Senhora Quinzel cuspia as palavras, enquanto era arrastada para o banheiro. Harleen ouvia sempre as mesmas coisas todos os dias, e tentava não se magoar com isso. Embora tivesse dias em que estava cansada, como naquele, e depois de colocar sua mãe para dormir chorava baixinho em seu quarto. Sabia no que sua mãe estava se referindo. Era difícil organizar uma memória distante onde era parte de uma família normal, já nem se sentia dona daquelas lembranças. Mas tudo acabou quando seu pai, um também alcóolatra viciado em drogas, a tentou estuprar depois de chegar tarde da noite cambaleando. Sua mãe havia escutado os gritos da filha, e quando entrou no quarto viu seu marido com as calças arriadas até os joelhos e Harleen com a blusa rasgada, segurando o travesseiro contra o corpo e empurrando o pai com os pés.
Aquela deveria ser a hora em que a Senhora Quinzel expulsaria o marido de casa, e consolasse a filha... Mas não foi o que aconteceu. Culpou Harleen por tentar seduzir seu marido, que foi embora dias depois dizendo que não iria mais ficar em uma casa com uma adolescente que se insinuava para ele.

As lembranças eram dolorosas, e Harleen enxugou as lágrimas tentando impedir sua mente de lembra-las mais uma vez. Tomou um banho quente demorado e foi andando até a faculdade, pois não tinha dinheiro para o ônibus, já que o pouco que ganhava na cafeteria onde trabalhava na parte da noite sua mãe gastava com bebidas.
Chegou a tempo pra segunda aula, perdendo uma prova importante na primeira. Estava com as notas despencando, e se não fizesse alguma coisa poderia perder a bolsa que conseguiu por ser uma excelente ginasta no colégio. Suspirou cansada em sua mesa e ponderou se deveria fazer aquilo novamente.
Era preciso.
 

Foi até a sala do seu professor o qual da matéria tinha perdido a prova e parou na porta. Impediu as lagrimas que queria cair e abriu um sorriso, entrando sem bater.
— Bom dia professor... – Disse de maneira provocativa ao entrar.
— Olá Harleen... A que devo a visita? – O homem relaxou na cadeira, já sabendo do que se tratava. A fama de Harleen corria pela faculdade, de professor a alunos, e então quando ela se aproximava eles a tratavam como uma vadia mesmo sem ter certeza do que ela realmente queria.
— Parece que não estou com boas notas... – Disse ela, sentando-se no colo dele.
— Oh é mesmo? – Ele abriu o zíper de sua calça – E o que quer fazer pra recuperar?
— O que acha de me deixar brincar um pouquinho com você? – Ela sussurrou no ouvido dele, mordendo sua orelha. Obviamente o homem não pensou duas vezes e forçou a cabeça da aluna em direção a seu membro já ereto.
Harleen queria vomitar, bater e sair correndo. Mas não o fez, e fingiu estar gostando.
No final conseguiu sua nota, e mais umas dúzias de comentários que se seguiriam pelo resto dos seus anos de psiquiatria.

Quando chegava na cafeteria, por volta das sete da noite, ainda tinha que aguentar cantadas baratas, um patrão abusivo em troca de míseros trinta dólares por semana. E ao chegar em casa encontrava sua mãe bebendo, maldizendo a vida por ter tido uma filha ingrata.

Todos os dias eram iguais, por dois anos, na vida de Quinzel. Sem amigos, sem família, sem reputação... E tudo o que ela queria era apenas se formar logo e esquecer Gotham para sempre. Por vezes tentou sair de casa, só que por mais que sua mãe a odiasse, Harleen não podia abandona-la. Mas o destino se encarregou de fazer isso. Ou melhor... O destino estava vestido de morcego aquele dia.

A senhora Quinzel bebeu até não sobrar mais nada, e ao procurar dinheiro no quarto de sua filha também constatou que havia pegado tudo. Então, murmurando lamentos, pegou o velho carro na garagem e saiu em busca de mais dinheiro para seu vicio. Tentou assaltar uma padaria não muito longe de sua casa, mas tudo deu errado. Quando estava no meio do assalto, outros dois homens também entraram e anunciou o segundo assalto. E enquanto discutiam sobre de quem deveria ser o dinheiro o homem morcego apareceu. Aconteceu uma troca de tiros e, sem querer, Batman atingiu senhora Quinzel com um de seus morcegos cortantes, num golpe fatal.

Claro que Bruce admitiu a culpa, quando foi pessoalmente dar a noticia a Harleen na faculdade. Mas também é claro que a jovem não aceitou, o culpando terminantemente pela fatalidade da mãe.
Depois que sua mãe morreu Harleen teve coragem para se mudar, deixando para trás a casa onde teve seus sonhos e seus pesadelos. Arrumou um lugar pequeno no subúrbio, que mais parecia uma caixa de papelão. Logo estaria formada, e conseguiria um estágio no maior asilo de Gotham.

Harleen odiava Batman. Odiava Gotham. Odiava sua vida. Mas ainda assim, amava sua profissão. Talvez entender os loucos fosse a chave pra entender a própria vida... Ou, acabar de vez com ela.

E talvez isso tenha sido um ponto chave para um acontecimento que passaria dois anos depois, quando fosse psiquiatra de um dos pacientes mais loucos de Arkham. O Coringa nunca poderia saber... Mas o que deixou a primeira luz de loucura dentro da mente da futura doutora não o foi o dia ruim que ele a proporcionou, mas sim a vida ruim que ela levava. Ela já era uma piada, só precisava ser engraçada. 


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Notas finais do capítulo

Capitulo curtinho, Eu sei... Mas não vai ser o único capitulo de hoje. Vou postar o capitulo 5 mais tarde, que vai ser bem maior e mais detalhado. Esse foi mais pra expressar minha alegria pelos comentarios. Parece que não, mas quem escreve sabe que o reconhecimento gera inspiração. ♥ Muito obrigado.
Vejo vocês nos comentários e no próximo capitulo que sai ainda hoje, não esqueçam ^^



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