Profundezas escrita por Nathalia Schmitt


Capítulo 3
Recrutamento




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Com a destruição massiva em Hapori, após os cuidados necessários com os feridos e preparação funerária dos mortos, Ihoy recrutara um grande grupo de guerreiros, de outras colônias de nereides, através de mensagem por águas-vivas. As cartas, escritas em algas claras e com tinta de polvos, foram enviadas imediatamente. Após, o Guerreiro-Chefe exigira uma reunião com a colônia em Muçuri, onde restavam apenas enormes pedras transformadas em restos de pedregulhos.

Enquanto isso, Rire encontrara Auho.

— Rire! Onde você estava? — interrogara Auho após um abraço exasperado.

— Nas Rouras. — respondera Rire, tremendo. — Você está bem?

— Sim. — a voz falha da amiga denunciava seu nervosismo.

— O que houve, afinal? — não conseguia esconder sua aflição. Auho suspirara e olhara ao redor.

— É melhor irmos logo. — dissera por fim. Rire entendera que a amiga estava mais nervosa que ela e assentira, em silêncio.

Reuniram-se com outros nereides que estavam são e salvos, em uma das cavernas da colônia, no Centro de Treinamento. Auho contara a Rire no caminho que, quando viram o monstro, todos tentaram esconder-se em uma caverna mais profunda, que possuía uma rachadura como entrada. Como globies são maiores, não conseguiram alcançá-las. Salvaram também algumas crianças.

— Mas — Auho engolira em seco e franzira o cenho. —, nem todas.

— Auho… — começara Rire, para logo ser interrompida pela amiga.

— Estamos bem. Vamos focar nisso.

Kia aproximara-se das jovens que a observavam com atenção.

— Meninas, temos que ir à Muçuri. Ihoy está chamando todos os que estão em condições. Vocês estão feridas? — as amigas negaram. — Ótimo. Então vocês podem ir na frente, ainda tenho alguns feridos para ajudar. — Kia estava tensa e inquieta. Rire notara sua palidez anormal e a respiração alterada devido a invasão.

Na praça central, Ihoy já estava com Kahan e metade dos sobreviventes à sua volta, nadando a um nível mais alto para que todos o vissem. Ihoy e seu filho lamentavam a morte de Marama, enquanto seguravam um defunto do grupo de globies que invadira a colônia; Ihoy estava visivelmente alterado.

— Perdemos um grande guerreiro, um exímio caçador, amigo, irmão, um filho. Mas não perdemos nossas defesas e raízes! O caso será apurado e, se necessário for, atacaremos. Daremos nosso sangue em prol de Hapori! O sangue desperdiçado hoje não será, nunca, em vão. — dissera, diminuindo seu tom de voz. — E o dia de hoje será lembrado com tristeza e nossa vitória, comemorada! — explanara o líder. Todos mantiveram-se em silêncio. — Por ora, recolham-se, descansem. Quem estiver disposto a enfrentá-los juntamente de nossos guerreiros, reúna-se aqui amanhã.

Rire e Auho entreolharam-se. Era a primeira vez, na história de Hapori, que envolviam o povo em uma possível batalha. Os nereides começaram a afastar-se, carregando uma pesada tristeza coletiva. O sangue, já não mais fresco, ainda pairava na maré de Hapori, enuviando a colônia.

— Será que estão com poucos guerreiros? Muitos morreram? — Perguntara Auho à amiga.

— Não sei, mas provavelmente sim, Hallula é um dos raros momentos em que ficam desarmados. — murmurara, intrigada.

— Isso foi uma terrível coincidência. — Auho olhara para a amiga. Elas não acreditavam em coincidências. Rire olhara em volta antes de mirar a outra novamente.

— Talvez. — respondera a mais nova, pensativa.

— Quero falar com Ihoy. — os punhos cerrados de Auho denunciavam suas intenções.

Olharam para o guerreiro distante, que observava o defunto segurado por seu filho com repulsa. Enquanto todos dirigiam-se até suas cavernas, isolados em sua própria dor, as amigas foram até ele. Lamentaram pela morte de Marama.

— Sentimos muito — começara Auho. Ihoy erguera uma mão. Não era interessante falar daquilo agora. — O que vocês pretendem fazer? Estão bem?

— Estamos. — respondera Kahan, simplesmente, fazendo sinal para um guerreiro aproximar-se e recomendando que todos os globies mortos fossem alocados juntos daquele, ali mesmo.

— Precisam de alguma coisa? — indagara a menor.

— Precisamos que guerreiros de outras sedes cheguem logo. — dissera Ihoy, sério.

— Imagino. Você estava prevendo algo assim? Aconteceu algo entre Hapori e globies? — Rire era intrometida, mas Ihoy nunca parecera se importar com isso.

— Não. — ele a olhara. — Foi um ataque surpresa que pareceu muito bem planejado. Tiveram uma perda mínima. — Ihoy franzira o cenho. — Só teremos uma ideia do estrago amanhã. Ainda estamos cuidando dos feridos e realojando os corpos. Mas não se preocupem com isso, ficaremos todos bem. Hapori ficará bem. - sua voz falhara. Auho ouvia tudo em silêncio, enquanto analisava os globies mortos que chegavam.

Ihoy não parecia aberto a mais perguntas, mas Rire e Auho estavam preocupadas com ele e Kahan, que mantinha-se quieto.

— Podemos ficar com vocês? — Rire arriscara, olhando de Kahan para Ihoy.

O Guerreiro-Chefe suspirara e afastara-se sem dizer uma palavra, estava despedaçado. Kahan aproximara-se das duas.

— É melhor deixar com a gente. Amanhã comunicaremos o que pudermos. Descansem.

E com isso, afastara-se junto do pai. As amigas trocaram olhares, estranhando a atitude deles. Rire dera de ombros para a mais velha, que erguera o rosto e olhara para cima, notando a densidade do sangue que pairava mais acima.

— Isso não é normal. — murmurara Auho, fitando Rire.

Ela não tinha uma resposta para Auho. Decidiram seguir o conselho de Kahan e irem para seu ninho — ou o que restara dele. Com as explosões, muitas tocas foram soterradas por pedras, racharam e acabaram por serem soterradas ou destruídas; como fora a de Rire, que estava ajudando Auho a tirar pedras e mais pedras de dentro. Os caminhos internos foram completamente barrados e por pouco o coral em que Auho vivia não ficara destruído também. Era uma das poucas rochas que aguentaram.

Muitos morreram soterrados e haviam equipes em busca de sobreviventes. Rire observara liberarem pequenas ondinas — criaturas luminosas que funcionam como filtros biológicos purificadores que vivem na colônia. Removiam a névoa de sangue, localizavam os mortos e feridos enquanto nereides desbloqueavam passagens.

Auho parara ao lado da outra, na entrada.

— Rire, vou pegar algas, pedrinhas e algumas coisas pra montar um ninho pra você aqui até ajeitarem as coisas. — sua voz estava embargada. — Volto logo, tenho que conversar com você de qualquer forma. — dissera a amiga, saindo em seguida. Rire franzira o cenho. Auho nunca tinha que fazer algo.

Enquanto sua amiga procurava por bons materiais para acumular próximo ao seu coral, ela decidira ajudar com as buscas, indo até o grupo mais próximo.

— Claro! — respondera uma das nereides sem hesitar. — Quanto mais, melhor! Comece ajudando a remover as pedras, estamos tendo trabalho com isso.

Ela sabia que não iam conseguir remover as pedras rapidamente se tirassem como estavam fazendo e vidas poderiam ser perdidas pelo tempo. Pedira um momento e fora até o Centro de Treinamento, onde haviam alguns animais que estavam assustados pelo ataque. Voltavam aos poucos. Uma raia-rainha, sua raia, estava deitada no terreno dos fundos do CT. Rire aproximara-se. A raia-rainha era a maior raia conhecida pelos nereides.

A jovem tocou-a, despertando-a e a raia erguera seus quatro metros de envergadura lentamente, agitando suas extremidades na terra, levantando poeira em uma demonstração simples de alegria. Ela tocara-lhe a mandíbula proeminente. Sua pele negra com respingos brancos contrastava-se à pele alva de Rire e sua barriga cinza desaparecia em meio à poeira.

Rire fora até um corredor do CT – o único lugar intacto devido seu material de barro claro reforçado – onde, sabia, haviam cordas feitas de algas e deslocara-se novamente até o lugar de soterramento, seguida da raia-rainha. Rire pegara-se perguntando onde conseguiram matéria-prima para uma bomba daquele tipo.

Assim que ela voltara, o grupo de resgate parara o que estava fazendo e a observara.

— O que é isso? — perguntara, quase automaticamente enquanto aproximava-se de Rire, a nereide com que falara antes; Taiva.

— A raia? O nome dela é Weri. — respondera quase inocentemente.

— Eu sei que é uma raia, Rire. — a outra abrira a boca para responder. — Também sei que vive na colônia. Por que você a trouxe?

— Para que ela tire as pedras conosco. — dissera, entregando a Taiva as cordas que mantinha consigo. Taiva franzira o cenho e tensionara a mandíbula. Seu rosto fino expressava desaprovação. Rire explicara o plano.

— Isso pode funcionar uma vez, mas… Isso não deixaria o processo mais lento?

— Acho que não custa tentar.

Cansadas e sem outras ideias, a equipe decidira acatar. Rire amarra as cordas de alga na cauda de Wari enquanto o grupo amarrava as pedras maiores com a extremidade oposta das cordas.

Quando Wari sozinha removera sete rochas, todos pareceram animar-se. Outros animais grandes fora buscados no terreno do CT para removê-las também. Em poucas horas conseguiram desobstuir mais da metade do ambiente, resgataram dúzias de crianças e jovens que estavam com seus pares. Também removeram alguns corpos sem vida.

Rire sentira alguém puxá-la para longe do grupo enquanto removiam os feridos dali para o local de tratamento; Sain.

— Já terminei de montar seu ninho. Estava te procurado! — exclamara Auho, puxando Rire pelo pulso.

— Podemos conversar sem contato físico? — Rire perguntara, removendo a mão da amiga ao mesmo tempo que tentava acompanhá-la. Não lembrava de ter visto Auho tão agoniada com alguma coisa antes. Pensara que ela estava apenas abalada com tudo o que acontecera.

Assim que chegaram Rire sentara-se em seu ninho que, admitira, era muito melhor que o seu. Auho parara à entrada, observando Wari ajudando, como se fosse uma grande brincadeira de puxar junto de outros animais gigantes como peixes, um cardume de lulas brilhosas e águas-vivas que não davam choque. Então acomodara-se em seu próprio ninho e ficara ali um tempo.

— Marama foi morto — começara Auho, pelo óbvio. Rire sabia que a amiga só estava tentando organizar os pensamentos, então mantivera-se em silêncio. —, é complicado. Quer dizer, não parece, mas talvez seja. Eu gostava dele, sabe? — dissera finalmente. Rire endireitara-se e olhara melhor para a mais velha. Nunca desconfiara que a amiga poderia ter qualquer tipo de sentimento por Marama, o tritão mais poderoso de sua colônia depois de Ihoy. Ela nunca dera sinais claros. Rire estava confusa. — E eu o vi sendo morto. Eu estava ali, logo ali e não pude fazer nada. — Auho saíra de seu ninho para sentar-se ao lado de Rire. — Quando entramos na fresta da caverna, por onde os globies não conseguiam passar, Marama veio até nós e enfrentou-os sozinho. Não dava pra entender bem o que estava acontecendo, mas eu vi.

Ela pausara. Rire notara uma veia saltada em seu pescoço.

— Deve ter sido horrível — dissera, vagamente.

— Um dos globies enfiou uma espada em Maram, em seu tórax e puxou órgãos pra fora, foi horrível. Eu só podia ficar ali, tentando cobrir os olhos das crianças. De qualquer forma, você sabe, Kia é uma de nossas comunicadoras e entendeu um pouco do que eles disseram, os globies. Ela estava preocupada se havia entendido corretamente e contou-me. Eles pareciam rir. O corpo de Marama afundou e eu não pude fazer nada. — Rire suspirara. Não sabia o que dizer à amiga. — Pelo que Kia entendeu, “foi mais fácil que capturar um golfinho filhote”. — Auho olhara para Rire. — e “o nereide ficaria muito feliz”.

O nereide? — Rire sentira suas nadadeiras arrepiarem.

— O que você acha que isso pode significar? — Auho perguntara baixinho, quase indefesa.

— Que temos que guardar segredo. Talvez ela tenha entendido mal, não seria bom fazer alarde por um engano. - ela falara rápido, mas não tinha ideia do que estava dizendo, tudo o que queria era tranquilizar Auho.

— Mas se ela estiver certa… Quem poderia querer sua colônia destruída e seus semelhantes mortos? E por quê? — não era uma pergunta para ser respondida, mas, com certeza, merecia uma resposta.

Decidiram participar do recrutamento que Ihoy faria no dia seguinte, em Muçuri, dessa forma poderiam informar isto a Ihoy mais facilmente, caso não fosse um equívoco.

Nereides não costumavam falar de sentimentos. Tampouco usavam palavras que poderiam desmantelar ou banalizar o que sentiam. Não declaravam-se com facilidade. Rire não poderia abordar o fato de Auho nunca ter dito a ela o que sentia sobre Marama, nem saberia como. Muito menos sabia porque ela nunca investira nos Hallula anteriores, mas agora nada disso adiantava.

— Estou cansada. — Auho informara vagamente. — Vou tentar dormir um pouco. — dissera, afastando-se de Rire para aninhar-se com sua frustração e tristeza. Deitar-se em seu ninho e dormir era o mais próximo que ela podia fazer de desaparecer.

No dia seguinte, quando Rire acordara notara o ninho da amiga, vazio. Apertara os olhos. Era difícil acreditar que tudo aquilo não passara de um pesadelo. Sua cabeça pesava, dormira mal. Por um momento, não entendera como Auho levantara tão cedo para enfrentar aquela dura realidade. Sentara-se e percebera que havia uma bolinha luminosa dançando solitária na toca. Guiara a ondina até a saída e percebera que o grupo de resgate havia trabalhado sem parar, Wari estava dormindo na praça mais ao longe, junto dos outros animais. Rire encostara-se na lateral da entrada. A toca de Auho era uma das mais altas, permitindo ter uma visão de todo o complexo da colônia. Havia uma pequena multidão na praça central e ela sabia que a mais velha estava por ali, em algum lugar.

Nadara em direção a Muçuri.

Os lamentos que ouvia pelo caminho eram como fantasmas, assombrando quem sobrevivera com seus pesares.

Assim que aproximara-se de Muçuri notara sereias e tritões reunidos, alguns inquietos, outros calados, porém todos em um silencioso luto. Logo avistara Ihoy junto de Kahan e um grupo de guerreiros, distribuindo material para a invasão à colônia inimiga de globies.

— Auho! — Rire aproximou-se da mais velha que orientara-a para pegar um óculos — lembrava muito um óculos de aviador: grande e grosso, porém escuro — e uma arma de sua preferência. — Fácil assim? — perguntara Rire.

— Sim, você só precisa passar ali antes. — ela apontara para um outro grupo.

Rire dirigira-se para a classificação. Um guerreiro fazia uma triagem. Na sua vez, o tritão encarara-a e analisara sua musculatura, estrutura, dentes e cauda.

— Você tem dores? — perguntara, ríspido.

— Não. — ela sentia a pressa exalando dele.

— Já treinou alguma coisa antes? — perguntara, movendo a cabeça de Rire enquanto observava seu pescoço.

— Sim, mas… — ela não lembrava-se dele pertencer à colônia.

— Come muito? — ele corrigira a postura da menina.

— Não, o que isso…

— Como estão suas articulações? — perguntara enquanto movimentava os braços dela lentamente.

— Bem, obrigada.

Ele pegara um círculo perolado feito de várias conchas lixadas e entregara a ela, chamando o próximo. Rire torcera o nariz e bufara. Voltara até Auho.

— Quem é aquele? — perguntara, exaltada, apontando.

— Pare com isso, Ri. — Auho observava as armas ao longe, desatenta à amiga. — Ele só está fazendo seu trabalho.

Fora o suficiente para Rire ficar emburrada.

— Tá. E o que faremos agora? - perguntara, de cara feia.

— Eu tenho que esperar a minha vez, aqui no grupo de armas de contato. Você tem que ir para a fila do seu medalhão. Qual é o seu? — Auho a olhara, pacientemente. Rire lembrara-se de como ela estava na noite anterior e sentira-se repentinamente arrependida pela sua atitude infantil. Mostrara à Auho, que apertara os olhos para o objeto. — Você tem que ir para as armas de longa distância. Não se preocupe, não ficaremos separadas. Está tudo bem, pode ir, nos encontramos depois. — incentivara a mais velha.

Rire afastara-se de Auho para aproximar-se a um outro grupo. As armas dispostas, ela percebera, eram diferentes das separadas para o grupo de Auho.

Na sua vez, pegara o que assemelhava-se a uma besta, a groul, acompanhada de flechas contendo veneno paralisante que apaga o sistema nervoso central; já havia treinado com uma daquelas antes, lembrara. Encontrara com Auho como o combinado após pegar seu óculos; a mais velha já estava com o dela na cabeça.

— O que é isso? — perguntara Auho, notando os entalhes na arma feita com ossos de baleia.

— Arma de distância. - Rire entendia mais de armas do que achava saudável. — O que você escolheu?

— Bem, eu não sei manejar coisas muito grandes. — Auho suspirara, mostrando o cinto com duas adagas.

— Tamanho não é documento. — Rire sorrira. — Fez uma boa escolha.

Auho sorrira, singela.

Não precisavam de muito mais para entrarem para o clube da guerra: um óculos de proteção antibomba de luz e uma arma. Aquilo bastava. A proteção eram sua agilidade e inteligência.

Depois de todos os grupos terem sido devidamente separados e armados, foram levados por sete guerreiros até o Salão Central, onde Ihoy aguardava para explanar-lhes o primeiro plano.

Cercariam e destruiriam os globies, seus filhotes e sua colônia.

— E os que não têm sangue-frio para tal, retirem-se! Precisamos de nereides para ajudar com os feridos, cuidar das crianças e velar os mortos! Vocês irão com o primeiro grupo de guerreiros, mas terão oportunidade de irem com outros que estão por vir, caso mudem de ideia. Não é vergonha alguma desistir da batalha física por agora. Há outras formas de lutar e todos vocês são importantes nesse momento!

Dito isto, alguns nereides no salão entreolharam-se, nervosos. Rire quase podia ouvir suas dúvidas. Alguns largaram suas armas à grande pedra e retiraram-se.

— Mais alguém? — ele passara seus olhos inteiramente negros por cada um ali presente. — Ótimo. Vocês serão guiados pela Tropa Kham até a colônia juntamente de oitenta guerreiros. Enquanto vocês cercarão a colônia dos globies, os guerreiros e a Tropa Kham irá infiltrar-se. Quando receberem o sinal, e vocês saberão, irão partir para o ataque também. Mas principalmente, evitarão fugas. Todo e qualquer globie não morto deverá ser trazido para fins de Tiragem, ou seja, ele será preso até que nos passe qualquer informação.

As duas amigas trocaram olhares quando Ihoy abrira espaço para perguntas.

— Ihoy… Desculpe, mas — começara uma tímida nereide de cabelos cheios. — o que é Tropa Kham?

— Também não sei, Chefe. — comentara um tritão cultivador. Outros com a mesma dúvida manifestaram-se baixinho.

— Eles não sabem o que é a Tropa Kham? — murmurara Auho para Rire. — Até eu sei o que é. — Rire soltara uma risada curta e abafada. Baixara a cabeça para ninguém perceber.

— A Tropa Kham é um grupo que possui somente os melhores guerreiros, uma equipe que Hapori dispõe a colônias menores que não possuem bons grupos de ataque. Estão sempre em constante batalha. Vocês a conhecerão em breve, não se preocupem. — respondera Ihoy.

A orientação final de Ihoy fora para que mantivessem seus óculos de proteção consigo, em caso de novos ataques.


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