P.O.V. Spencer.

Hora do jogo preferido do meu pai e dessa vez eu tenho todos os pontos altos.

—Ponto Alto Melissa?

—Consegui um contrato de dez milhões.

—Uau! To impressionado. E você Spencer qual é o ponto alto do seu dia?

—Eu tive muitos. 

—É mesmo?

—É. Descobri que a minha adorada irmã Melissa só conseguiu o contrato porque transou com o sócio dela, que você dormiu com a Meredith Fell a sua médica e que a mamãe não morreu num acidente de carro. Ela se matou. Então, a minha irmã que está sempre sendo uma vaca comigo é realmente uma vagabunda, meu pai é um cretino estelionatário e minha mãe detestava tanto a nossa família que se matou. Acho que eu ganhei.

—O que? Como ousa falar assim de mim? E que provas você tem?

—Tava esperando você pedir isso Melissa.

Me levantei abri a gaveta do meio e peguei o pacote com as fotos dela transando com o sócio.

—Não se preocupe Melissa, amanhã você vai ser a estrela do seu prédio. Porque todas essas fotos e mais um lindo vídeo super comprometedor já estão na internet. De nada.

—Como você pôde?! Como pôde fazer isso comigo?

—Ah, você é só a Melissa. Você supera.

P.O.V. Melissa.

Foram as exatas palavras que eu usei quando eu e o meu ex-noivo ficamos com a casa de hóspedes que o meu pai tinha prometido dar á Spencer.

—Como pôde fazer isso com a sua irmã?!

—Eu não fiz nada. Ela fez isso com ela mesma, vocês dois passaram todos esses anos sendo uns cretinos mesquinhos e arrogantes e fazendo tudo pra me ferrar, vocês nunca nem se importaram comigo ou com o que eu queria. Tudo o que importava era a Melissa e seus prêmios e condecorações. Agora ela vai ganhar o título de vadia do ano e você vai pra cadeia por estelionato e desvio de dinheiro. Parece que até mesmo uma perdedora pode vencer.

—Porque eu iria pra cadeia por estelionato?

—Porque quando você foi á aquele coquetel importante, eu entrei no seu escritório vasculhei aquele lugar inteiro, escaneei documentos muito comprometedores e mandei anexado direto pro servidor da polícia. De nada.

—Você o que?!

Nem deu tempo do meu pai dizer nada, viaturas começaram a cercar a casa.

—Peter Hastings! Saia com as mãos na cabeça.

—Como você pôde?!

—A pergunta é como você pôde? Deviam ter me tratado melhor, me dado o valor que eu merecia, mas agora vocês dois terão exatamente o que merecem.

—Você tem ideia do quanto você nos machucou? Porque fez isso?

—E porque não? Me machucaram a vida toda, me deixaram de lado a vida toda, me fizeram de bola de pingue pong, mas eu to cansada de ser jogada de um lado pro outro por vocês dois. Vocês nunca mais vão esquecer de mim.

A polícia invadiu a casa e levou meu pai preso.

—Precisamos que vocês venham conosco também meninas. Para interrogatório.

—Tudo bem.

Quando a polícia me interrogou eu contei a verdade.

P.O.V. Delegado Sanches.

Estamos tentando pegar o Hastings desde sempre e do nada aparecem no arquivo da polícia documentos comprometedores que provam que ele praticava estelionato á anos?

Invadimos a casa, prendemos o Hastings e levamos as filhas para interrogatório. A mais velha foi interrogada primeiro e ela delatou a irmã. Disse que foi ela que mandou os documentos para nós.

E quando a mais nova confirmou a história convoquei uma coletiva de imprensa.

—Senhoras e senhores é com muita satisfação que digo que conseguimos prender o bandido estelionatário, o senhor Peter Hastings graças á ajuda da sua filha mais nova Spencer Hastings. Vem cá querida.

Ela subiu no palanque com um sorriso vitorioso.

—Spencer, porque entregou seu pai?

—Porque ele mereceu. Ele tinha que pagar pelos crimes hediondos que cometeu. Eu nunca iria imaginar que o meu pai poderia ser mesmo culpado, quer dizer ele jamais vai ganhar o troféu de pai do ano e é um belo dum cretino com todo mundo em volta dele menos a filhinha preferida Melissa, mas estelionato? Achei que era mentira, mas precisava de uma confirmação então passei a noite em claro vasculhando os documentos no escritório dele e fiz o que tinha que fazer. Lugar de criminoso é na cadeia, fim de papo.

—Não sente remorso por trair sua família?

—Eles nunca foram minha família. A única que me entendia era minha mãe, mas ela não aguentou viver no inferno e se matou.

—Pensei que ela tinha morrido num acidente de carro.

—Eu também senhora, mas eu descobri que quando a encontraram ela já estava morta, cortou seus pulsos e sangrou até a morte. E eu dei pra polícia a verdadeira autópsia do corpo da minha mãe que eu achei escondida numa gaveta com fundo falso no escritório do meu pai. Ele pagou pro legista falsificar a autópsia. Quando a família é perfeita quer dizer que por trás dos muros tem alguma coisa muito errada acontecendo. Vai por mim.

—Porque decidiu entregar o seu pai?

—Uma amiga muito especial me disse ontem, nunca deixe o medo de errar impedir que você jogue. Sem mais perguntas.

P.O.V. Spencer.

Eu to tão aliviada. Acabou, o inferno acabou. Eu to livre.

—Oi Spencer, tem alguém que quer falar com você. Por favor, me acompanhe.

—O que tá acontecendo Artemísia?

—Sei que sabe sobre nós. Sobre minha família, sei que é pedir muito mas por favor não conte a ninguém. 

—Eu vou guardar seu segredo. É só isso?

—Não. Segura minhas mãos e fecha os olhos.

A tranca da porta passou sozinha.