Miss Independence escrita por Pan Alban


Capítulo 6
6º Encontro


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEEEI, AGORA PRA FICAR! lalalaaaaaa

Oi gentes!!! Eu to de voltaaaaa!!! Pra quem não sabe, eu estava participando de um desafio de escrita no mês de novembro, onde eu teria que escrever 50k em um mês. E adivinhem? Eu consegui TT
Então estamos de volta o/

Boa leitura!



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6º Encontro

O som dos saltos de Mikoto chegando em casa já haviam se extinguido há mais de uma hora, e ele só conseguia olhar para o teto deitado em sua cama. Não havia se mexido e nem falado nada desde que a mãe gritara um “Boa noite, meu amor”.

As meias e a barra da calça ainda estavam molhadas por conta da neve que pegou mais cedo, a blusa e a jaqueta ainda estavam no corpo apesar do aquecimento no quarto. A franja caía pelos olhos e sua boca já seca aberta para o nada.

E seu coração continuava batendo forte por conta do beijo que roubou naquela noite.

Quando acordou naquela manhã, achava que o dia ia ser do cão. Itachi estava voltando para casa, isso queria dizer que o pai estaria de volta. Viu a reação da mãe a mesa, mesmo que tentasse muito fingir que estava tudo bem, o sorriso nervoso e o jeito que mexia no café denunciavam o seu estado agitado de espiríto. Ele estava incomodado com o clima.

No jornal passou que nevaria muito naquele dia, mas a tempestade passaria longe da cidade. Ele gostou disso, poderia ficar em casa e com motivo, a neve estaria alta e o frio seria convidativo para permanecer em casa e jogar um bom videogame. Pensou em ligar para Naruto, mas ele estava chato demais falando da prima do Neji o tempo todo. Tentou falar com Shikamaru, mas por algum motivo o rapaz estava sumido desde a noite do festival. Gaara era outro fora de cogitação, ele estava chateado com os amigos depois de perguntar no carro onde a irmã estava e ela responder naturalmente: “Beijando o Shikamaru, quer mais detalhes?”.

Shikamaru estava certo em fugir daquelas coisas problemáticas, decerto estava deixando a poeira abaixar com o Gaara pra poder dar as caras novamente.

E seu dia foi assim, jogando videogame e comendo porcariada. Estaria mentindo ao dizer que não pensou em outra pessoa, na Sakura. Tinha nevado demais nos últimos dias, ninguém se atrevia a sair de casa. Depois da última vez, ele começou a pensar nela com mais afinco, e até imaginava coisas sem querer lembrando do que ela disse sobre ele. Mais de uma vez se viu sorrindo para o espelho depois de escovar os dentes para ver se tinha mesmo um sorriso bonito. Depois disso, se sentia estúpido e fingia que nada tinha acontecido.

Mas, fora isso, ele se sentia preocupado. Nem ao menos o número dela ele pegou.

Era quase hora do jantar e sua mãe havia quebrado dois copos por desatenção. Ele estava ficando nervoso só com o estado dela.

— Ai que desastrada que eu sou — ela riu limpando a mão molhada, Sasuke só a acompanhou com os olhos ir até a janela e voltar — Deve ser por conta do frio, os dedos ficam sem sensibilidade, não é?

E então começou a tagarelar sem rumo sobre o dia que teve até que o telefone a interrompeu. Era Itachi avisando que chegariam na manhã seguinte para não pegarem a tempestade no meio da noite.

— É melhor mesmo eles viajarem de dia. Tudo muito perigoso. — Mikoto parecia avulsa demais e Sasuke já se preparava para falar algo quando um sorriso brotou no rosto dela de repente. — Vou tomar um vinho na Kushina. Quer ir?

—Não, valeu.

— Hm, vai sair?

Sasuke levantou da mesa. Na verdade não iria, mas o tempo parecia ter melhorado e talvez pudesse…

— É. Acho que sim.

— Juízo, menino. — a piscadinha de Mikoto fez Sasuke sorrir.

Ele sabia o que ela estava sentindo, porque dentro de si também ia se aliviando. Mais um dia sem encarar o pai depois da separação. Ele e a mãe eram muito parecidos, eles se entendiam com pouco, e sentiam o mesmo. E assim que o carro dela partiu, ele se embrulhou num cachecol e numa jaqueta por cima da blusa.  

Sasuke andava de cabeça baixa, indeciso dentro de suas próprias decisões. Ele queria vê-la, quem sabe não conseguia um beijo dela e parava de ficar pensando naquilo como um pré-adolescente apaixonado pela coleguinha de escola. Só estava curioso.

Estava quase chegando no bosque, só precisava atravessar a rua, mas ao levantar a cabeça viu os irreconhecíveis cabelos cor-de-rosa saindo da rua onde dissera morar e ir em direção ao bosque. Ela não o viu, parecia agitada e levava um pacote em mãos.

Sasuke apertou o passo mas, ao contrário do que ele esperava, ela seguiu reto, passou pela lateral do bosque e entrou em outra rua adjacente. Sasuke se manteve distante, vez ou outra ela olhava para os lados para cruzar uma rua, mas não o via lhe seguindo. Sasuke a achou imprudente, e se alguém estivesse seguindo ela pra fazer mal?

Sakura parou em frente à uma casa bonita ao lado de uma floricultura, Sasuke se escondeu na esquina e viu quando ela tocou a campainha e aguardou balançando o corpo para frente e para trás.  Logo a iluminação do cômodo atingiu Sakura quando a porta abriu, o sorriso dela o fez sorrir de viés. A amiga loira saiu e abraçou Sakura, as duas falaram algumas coisas e então Sakura estendeu o pacote recebendo outro abraço feliz quando a loira rasgou e viu do que se tratava. De onde Sasuke estava, não conseguiu ver, mas parecia ser algo que a loira queria muito.

Sakura então abanou a cabeça enquanto a amiga tentava puxar ela pra dentro, mais um abraço e Sakura se virava para a direção de volta. Sasuke se escondeu, não sabia o que falar se ela descobrisse que ele estava seguindo ela. Aquilo era coisa que o Shikamaru faria, não ele!

Ela passou assobiando perto dele, parecia distraída demais. Sasuke respirou fundo, saindo das sombras e pensando em como chamar a atenção dela quando chegassem perto do bosque, não iria deixar ela saber que ele a seguira.

Não pensou muito, porém, pois um cara apareceu do nada e puxou Sakura pelo pulso. Não teve pensamento rápido o suficiente para deter o seu corpo.

— Kabuto, seu desgraçado. Me deixa em paz! — Sakura quem gritou.

Kabuto.

— Você me paga pelo que fez na escola, sua esquisita. Os caras ficaram rindo de mim depois.

— Me larga, Kabuto. — A voz dela saía pelos dentes cerrados.

Sasuke via tudo vermelho na sua frente.  Os olhos de Sakura se arregalaram quando o viu atrás de Kabuto.

— Você é um homem exemplar, não é Kabuto?  — A voz de Sasuke era baixa e perigosa. A mão foi até o ombro de Kabuto — Não vai precisar levar um soco na cara pra soltar ela.

— Ah, ele precisa sim.

Sakura puxou a própria mão e socou um Kabuto ainda estático pela nova presença. Até Sasuke se surpreendeu e acabou soltando o rapaz que caiu estatelado no chão, com os óculo pra um lado e a cabeça e o nariz sangrando pro outro.

— Sua vadia! Você me paga! —Kabuto apontou pegando os óculos e correndo sem olhar para trás.

— Corre mesmo, seu covarde. Tá pensando que eu sou igual você que precisa dos amiguinhos pra proteger, seu parasita!

Sasuke não sabia o que fazer, a garota estava de costas para si erguendo o punho para cima enquanto gritava, e o agredido corria desenfreado. Sasuke colocou as mãos na cabeça e começou a rir.  Gargalhar.

Sakura virou-se assustada, olhando-o sem entender e isso o fez rir ainda mais.

— O que foi? — Ela não segurava mais o sorriso enquanto ele se acalmava. — Sasuke!

— Foi um belo soco. Caramba!

Sakura riu e começou a andar com as mãos dentro do bolso da jaqueta jeans, Sasuke a acompanhou lado a lado.

— Valeu. Aquele idiota vem me enchendo o saco já faz um tempo, tava merecendo um bom soco. Você não precisava bancar o heroi.

— Não precisava? — Sasuke ergueu uma sobrancelha sorrindo de propósito para ver a reação dela. Gostou do que viu. — Você não parecia estar com a situação sob controle.

— Só uma mão minha estava presa, ainda tinha a outra pra dar um safanão na orelha dele e meu joelho pra dar um chute certeiro. — O soco que deu no ar o fez rir um pouco mais. — Aliás, o que estava fazendo por esses lados?

Ele olhou para frente com medo que ela detectasse a mentira.

— Indo tomar um chocolate. Tá afim?

— Não, valeu. — Ela guardou as mãos no bolso de novo e deixou um sopro denso sair da boca.

— Eu ia tomar sozinho, de qualquer forma.

— Pode comprar pra você, te faço companhia. — Ela virou uma rua em direção ao café. —  E além de salvar mocinhas indefesas e tomar um chocolate quente, o que mais planeja essa noite?

— Talvez sentar nas raízes de uma árvore e escutar música com um fone de ouvido só. A noite está agradável pra isso, não acha?

Sakura riu e levantou a gola alta da blusa cobrindo sua própria boca do frio.

— Está agradabilíssima, senhor. — ela gracejou e pareceu que a cena anterior de violência contra o representante nunca tivesse acontecido.

Sasuke entrou sozinho na loja, o ambiente era quente e aconchegante. Se sentia um pouco ansioso, iria ficar sozinho com ela e isso foi o principal para não insistir em ficarem lá dentro tomando algo. Pediu um chocolate dos caprichados e um cappuccino mais amargo para ele. Antes de pagar, pensou bem e pegou um punhado de balas de menta. A ideia de dar um beijo nela estava o deixando meio tonto.

— Eu disse que não queria! — Sakura protestou.

Sasuke tomou um gole do seu cappuccino e empurrou o chocolate pra ela, Sakura pegou o copo no susto e teve que aceitar bebendo de bom grado o líquido quente.

— Você é sempre mandão desse jeito?

Os dois caminhavam para dentro do bosque juntos. A rua estava deserta por senão alguns carros que passavam.

— É só um chocolate, não me sentiria bem tomando sozinho.

— Obrigada. O próximo é pela minha conta. — Ela sorriu e Sasuke se fixou nos lábios sendo umedecidos pela língua.

Os dois chegaram até as raízes que ficaram da última vez. Sakura disse para ele ter cuidado porque ali costumava ficar escorregadio naquela época, então se sentaram. Observador, percebeu que ela estava nervosa, mas sabia como esconder bem com palavras e sorrisos fáceis. Ele não podia negar que algo em seu estômago estava estranho, as mãos estavam suando apesar do frio.

— O que o Kabuto fez pra você? — ele puxou o assunto com receio do silêncio ficar constrangedor.

— Um idiota. Ficava me enchendo o saco na escola com os amiguinhos. Me chamando de coisas chatas de repetir.

Sakura estalou a língua e tomou um gole demorado do seu chocolate. Sasuke reparou ainda mais nos traços dela. Tinha duas pintas abaixo da mandíbula e cílio longos, a pele era muito branca e os olhos imensamente verdes com a luz parca da noite. Sua boca secou e seu estômago revirou-se mais uma vez quando ela se virou e o pegou olhando para ela.

— O que foi? — a voz dela saiu tão baixa.

— Achei que tava sujo, aqui — ele apontou no próprio rosto desviando os olhos em seguida e dando um bom gole na sua bebida amarga.

— Hm — ela limpou o rosto mesmo assim. Ela ouviu o barulho de sucção dele acabando a bebida e amassando o copo térmico nas duas mãos.

Sasuke estava se sentindo estranho demais. Como não havia se sentindo perto dela antes, até mais forte que a última vez que a viu. Lembrou-se do Shikamaru, mas balançou a cabeça para esquecer aquela besteira.

— Hey, o que acontece nessa cabeça?

Ah, ele não queria falar o que exatamente estava acontecendo ali, até porque nem ele entendia, mas ela esperava uma resposta, então ele não pensou muito antes de falar.

— Tava um clima ruim em casa. E você? Aconteceu algo? — Preferiu fingir que não sabia onde ela estava. Ja seria estranho demais.

— Minha mãe levou um namorado novo pra casa.

— Não gostou dele? — Perguntou observando as sobrancelhas claras dela se unirem.

— Tsc. Ele é uns dois anos mais velho que eu.

Sasuke ergueu as sobrancelhas surpreso. Sakura começou a cutucar o chão com um pedaço de galho até acabar toda sua bebida. Parecia imensamente contrariada.

— Meu pai está voltando pra cá. Minha mãe tá meio agitada, eu não sei o que fazer… — Sasuke suspirou. Decidiu falar um pouco pra quebrar a densidade da pressão sobre ela. Deu certo.

— Meus pais se separaram quando eu era pequena. Mas me dou bem com meu pai. Não lembro como foi no ínicio, mas tenho certeza que isso logo passa. Você vai ver.

Sasuke agradeceu. Tinha receio de falar sobre aquilo com outra pessoa, não queria ser coitado e receber palavras rasas de conforto, mas ela tinha passado por aquilo, e, ele não sabia porquê, mas as palavras saíam de sua boca com muita facilidade.

Sakura sorria discreta olhando para ele. Era reconfortante ter ela ali, por um momento até esqueceu das motivações que estava tendo nos últimos dias em vê-la. Olhou para o lado, apenas para ver o sorriso dela tremer e ela desviar os olhos. Algo em si se agitou.

Sasuke umedeceu os lábios, aquilo era estranho. Tentou se lembrar de quando estava a fim da Shion e queria ela, mas não era daquele jeito. Quando que contaria de sua vida para Shion? Capaz da garota nem ao menos saber o nome de sua mãe. Odiava escutar Shion falando, não tinha papo em comum, não tinha a mínima vontade de saber a opinião dela pra alguma coisa. Ela era uma estranha.

Olhou mais uma vez para o lado, Sakura balançava o copo térmico com o pensamento longe. Não queria ter que compará-la à ninguém, mas foi inevitável, apenas para ter certeza de que ela era diferente.

— Sabe — Sakura o pegou desprevinido erguendo aqueles olhos verdes e grandes para ele. Sasuke se segurou e não desviou. A ponta do nariz dela estava vermelha e as bochechas foram ficando um pouco mais depois do flagra. — Er… Obrigada por mais cedo.

— Você não precisava de mim. — disse se lembrando de Shikamaru, ele havia feito o mesmo com Temari.

— Não mesmo. — ela riu concordando.

— Você é do tipo que não precisa de um homem pra te defender? — ele zombou um pouco achando que iria tirar uma risada dela, mas conseguiu apenas um sorriso um tanto malicioso.

— Eu sou do tipo que não precisa de ninguém, Sasuke.

Sasuke sorriu de canto. Ouvir aquilo era bom, ele admirava pessoas fortes como ela, pessoas que não se seguravam nas outras para se levantar. Ela era uma garota excepcional, diferente. Não poderia beijá-la só pelo prazer em beijar, ela não era dessas. Ele não queria que ela se afastasse por tão pouco. O que ela iria pensar dele se demonstrasse ter uma intenção tão superficial?

— Acho que já está ficando tarde. — ela se levantou deixando seu suspiro subir como fumaça na noite gelada.

Sasuke também se levantou, limpando a neve parca dos ombros e chutando um monte de gelo no chão. O ato o fez se desequilibrar e quase caiu, o susto o fez rir e logo percebeu que uma mão apertava forte seu braço e dois olhos arregalados se tranquilizavam.

— Sua risada é muito boa, Sasuke. — Ela o soltou e fechou a mão dentro a barra da manga protegendo do frio.

Foi impossível não sorrir, e ela sorriu junto. O dela sim era um sorriso lindo.

Sasuke sentiu o peito esquentar. O seu estômago se agitou insanamente e boca chegou a secar. O sorriso dela estava esmaecendo, vidrada no rosto dele. A distância era pequena demais, ele só precisa abaixar um pouco a cabeça, rodear a cintura dela com as suas mão e sentir o calor do corpo dela aquecer o frio. Ele só precisava senti-la estremecer em seus braços e tocar aqueles lábios macio e semi abertos de surpresa.

Sasuke Uchiha era conhecido por seu repúdio à coisas doces. Mas o gosto de chocolate quente da boca dela foi o melhor sabor que ele provou na vida.

 

betado por MillaSenpai


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Notas finais do capítulo

SAIU O BEIJO!!
Sei que não foi detalhado e foi rapidinho, mas no próximo vamos melhorar isso hihihhihihihhi Eu estava enferrujada, então se não gostaram de algo, me avise ;)

Vou passar respondendo vcs com calma!!! Muito obrigada por me esperarem ♥

Até o próximo ;*



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