Naruto, A Criança Hokage: escrita por Yori Sora


Capítulo 7
Declaração:




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— Isso é sério?! – eu ouvia ela gritar. – Esse chibi (pequeno) é o famoso Uzumaki Naruto?!

 

Eu havia acabado de entrar pela janela de um dos andares da Academia e já havia sido recebido com incredulidade – sorri, então, sem graça.

 

— A moça é rápida para adivinhar, né? – eu comentava, descendo da janela. Haviam muitas pessoas ali, me olhando de forma desconfiada, naquela sala de aula: todos deviam ter seus doze anos e haviam acabado de se graduar como gennins e eu, ali, com os meus dez e com um hitaiate amarrado em meu cinto.

 

A moça que demonstrou tamanha surpresa era uma garota com olhos cor-de-ônix e um longo cabelo preto. Fiquei curioso porque ela não usava o hitaiate de Konoha e isso me fez ficar pensativo; mas bem, decidi ignorar e fui para uma carteira vazia, começando a ler um livro de um novo gênero: Romance Shinobi. A verdade era que, no começo, eu não gostava muito de ler, mas como Hinata era viciada em livros, comecei a ler também, para entender melhor o mundo dela; e acabei gostando.

 

Ah, Hinata... e pensar que ela estava apenas alguns andares abaixo de mim, junto do pessoal! Fiquei pensativo, ignorando a leitura por hora, mas notei alguém se sentando ao meu lado.

 

— Oi! – ele disse, como se fosse um cara super maneiro. – Você é mesmo aquele garoto que bateu nos Uchiha, né?

 

— Sim... – respondi sem jeito. “Mas espere, a notícia de que eu matei o líder do clã não foi exposta?! Sim, ela foi, até porque, não tinha como esconder quando fui desmaiado para o hospital. Mas por que esse cara não tá falando do meu crime?”, eu pensava. – Quem é você, moço? – perguntei, depois de uns bons instantes.

 

Ele apontou o dedo polegar para si mesmo.

 

— Eu sou Hatake Sakumo, é um prazer ME conhecer! – ele dizia, extrovertidamente. “Que arrogante!”, pensei. Mas eu havia gostado dele.

 

— Vê se não liga pra ele, chibi-ninja – a moça de antes chegou, visivelmente entediada. – Já que você é Uzumaki Naruto, o nosso sensei logo vai chegar.

 

— É? Faço equipe com vocês? – eu perguntava, sorridente.

 

— Eu odeio pirralhos, mas sim – ela confessou. – A propósito, o meu nome é Uchiha Arika – ela me lançou um sorriso também arrogante, mas não vi nenhuma maldade ali, em sua linguagem corporal.

 

— É... – fiquei sem o que dizer. Ela seria um perigo? Afinal, eu ataquei o clã dela! Mas eu deveria exigir proteção da vida? Não.

 

— Não se preocupa, não. Não vou atacar nem você e nem ninguém, sei que foi o meu clã que ficou atrapalhando a vila, mas também, que se – e ela soltou um palavrão, se sentando na larga carteira, consequentemente empurrando a mim e a Sakumo.

 

— Liga não, garoto, ela sempre foi chatinha e grossa assim mesmo – disse Sakumo.

 

O Hokage não havia me falado daqueles dois. Eu havia passado no escritório dele mais cedo para saber sobre a minha nova carreira ninja e ele me disse sobre eu entrar para uma equipe de três, algo que eu já esperava. Como não me sentia pronto para ouvir dolorosas verdades sobre a minha vida, decidi somente voltar ali de tarde, quando o meu controle emocional estaria maior.

 

Aos poucos, as equipes iam conhecendo seus senseis e eu, ali, pensando em várias coisas, por exemplo: como eu teria uma vida nova, comecei a me vestir diferente. Me lembro de eu em frente ao espelho do meu quarto no apartamento, vislumbrando o meu kimono laranja com uma faixa preta; o hitaiate preso na faixa junto de uma katana que eu mesmo havia forjado e selado num pergaminho, prometendo a mim mesmo só a usar quando me tornasse ninja.

 

Sim, eu praticava luta com espadas, o Kenjutsu, só que com uma espada de bambu já gasta, que me dava uma ideia vaga do meu real poder como espadachim.

 

Notava o tipo de passo, cheiro do cabelo e das mãos de uma pessoa se aproximando, era um cheiro masculino, mas suave. Sorri. Quer dizer que ele seria o sensei de alguém? E, quando terminei de pensar isso, enquanto até me animava com uma conversa com Sakumo, que era bem legal – e lembrava ao Kakashi-ojii-san, pelo cabelo prateado e por ambos serem do mesmo clã –, eis que me aparece a figura, quando a sala estava quase vazia de equipes.

 

— Oi, Itachi! – eu acenei.

 

Era mesmo Itachi, dessa vez com um colete jounin, mas com sua aparência suave e gentil de sempre. Ele sorriu para mim.

 

— Time 3? – ele perguntou, ignorando os olhares acuados dos gennins que restaram. Olhares de quem conhecia o boato, o que aconteceu naquela noite. – Com licença – ele disse, entrando na sala.

 

Arika bateu na própria testa.

 

— Quer dizer que vamos ser treinados por... – ela dizia, brava, parecia transtornada.

 

— Você cresceu bastante, Arika-chan – Itachi dizia, se aproximando da nossa carteira, provavelmente para conversar melhor conosco. – Bem, eu sou o jounin responsável pelo Time 3.

 

— Um chibi-gennin, um idiota farejador e um sensei que gosta de bater na família? É isso mesmo?! – ela parecia um tanto... decepcionada, tentei acalmá-la.

 

— Calma, Arika-nee, vocês são uchihas, mas o Itachi é do bem – eu tentava melhorar a situação, mas recebi um olhar gélido de volta. Aquele olhar negro daquela moça era, de fato, a representação de toda uma melancolia guardada.

 

Mas também notei algo ali, bem no centro de seu olhar, algo como um brilho que se parecia com um ponto de lápis. Era como se esse brilho também mostrasse uma certa confusão sobre as coisas, sobre o mundo!

 

— Não sou sua irmã – ela disse, simplesmente, bufando em seguida. – Então, vamos? – ela perguntou, se levantando da carteira. Itachi, agora Itachi-sensei, apenas assentiu, começando a andar.

 

Seguimos ele.

 

Eu entendi perfeitamente o plano do Hokage, Itachi-sensei seria, de fato, o sensei mais adequado por vários motivos, por exemplo: eu tinha a força provável de um anbu, era provavelmente o gennin mais prodigioso da nova geração, segundo alguns, então Itachi-sensei deveria me treinar para eu ser um ninja incrível, talvez um anbu, como ele foi.

 

Ou mais ainda: ele tinha o Sharingan, podendo conter a minha Kyuubi e também havia uma Uchiha ali, ele poderia lidar melhor com ela, sendo ambos do mesmo clã.

 

Enquanto caminhávamos, conversava com Sakumo-nii – agora o chamarei assim.

 

— Você conhece o Kakashi-ojii-san? – perguntei para ele, que apenas sorriu, animadamente.

 

— Ele quase não fica no clã, então não! – ele respondeu, eu devo ter ficado com uma gota na cabeça: “Por que você sorriu então?”. – E essa katana no seu cinto, você luta com espadas? – ele perguntou.

 

— É... eu tento me aprimorar no Kenjutsu, mas ainda não encontrei o meu estilo – respondi, meio sem graça.

 

— Ora, então crie um! – ele respondeu, dava pra ver que ele era sempre falante assim.

 

— Boa ideia, vou anotar – eu respondi, provocativo. Ele riu.

 

— Guri engraçado – ele soltou, me abraçando de ombro.

 

Arika-nee continuava quieta. Ela era o oposto de sociável.

 

Quando notei, estávamos todos de frente ao Ichiraku Ramen, sendo eu louco por ramen e mais louco ainda pelo ramen dali. Itachi-sensei nos convidou a entrar na barraca e eu não pude conter o meu mais animado “oba!”. Entramos, sentamos e conversamos bastante, sem a aparente pressão de sermos gennins, mas eu me mantinha espero: Itachi-sensei era um espião, então eu sabia que ele tiraria algo dessa conversa.

 

E sim, conversamos, entre tigelas e ouras – descobri que Arika-nee não ia muito com a cara de Itachi-sensei e não queria falar muito, mas que de vez em quando, me olhava de canto de olho e eu notava que ela estava curiosa sobre o “chibi”; mas bem, ela comentou que odiava discriminação.

 

Sakumo-nii gostava de treinar, sair com os amigos, não gostava de músicas paradas e queria ser um ninja mais incrível que o sempre ausente Kakashi-ojii-san, que parecia ser um tipo de lenda no Clã Hatake.

 

Eu fiquei confuso para falar sobre mim, mas disse que gostava de treinar, comer ramen e relutei em falar sobre os meus amigos e definitivamente não falei de Hinata – afinal, queria me desapegar dela, pelo bem dela mesma.

 

Itachi-sensei amava a vila, a família e odiava guerras e comentou esperar que a nossa geração reparasse os erros das antigas. Quando terminamos todos de comer e de pagar, saímos e, enquanto andávamos, Itachi-sensei falava as palavras mais cruciais daquele dia:

 

— Amanhã, eu vou tentar matar vocês – ele disse. – Se vocês quiserem ser ninjas, deverão escapar da morte. Se não conseguirem, simplesmente serão lembrados num funeral – ele dizia, na nossa frente, e se virou para a gente. – Treinem e se preparem hoje e eu sinto muito, adorei conhecer melhor vocês – o seu olhar era entristecido. – Se vocês sobreviverem, seremos o Time 3.

 

E, antes que qualquer um protestasse, ele sumiu em um sunshin de fumaça.

 

— Mas o quê... – Sakumo-nii tentava dizer algo.

 

Arika-nee apenas bufou, arrogantemente.

 

— Uma vez assassino, sempre assassino – ela disse. – Que seja – e começou a andar na direção contrária, provavelmente até o Clã Uchiha.

 

— Sério que isso é um teste...? – eu perguntava baixinho, assustado. Não vi o olhar de Itachi-sensei tremular como no incidente dos Uchiha, nem ele recuar de forma alguma: ele estava mesmo pronto para nos matar.

 

Mas um teste suicida não era tudo, eu sabia. Tinha algo que teríamos que fazer e que estava sendo oculto, mas o quê? Precisava de atitude, eu fui descrente demais de mim mesmo naqueles últimos dias, mas se eu não fizesse nada, realmente iríamos para um teste suicida! Não podia ser frágil, então me despedi de Sakumo-nii e fui rapidamente até o Palácio do Fogo.

 

Aquele era o momento das explicações e de eu bolar um plano: Itachi-sensei não estava, definitivamente, brincando.


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Notas finais do capítulo

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