Naruto, A Criança Hokage: escrita por Yori Sora


Capítulo 2
A Vida da Criança:




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— Ei, Hinata! Sem brincadeira, eu te surpreendi, né? – eu dizia, rindo. Estávamos em cima do Palácio Hokage, com ela em meu colo. – Eu queria te levar para as fontes termais, depois treinarmos um pouco e comermos um ramen no Ichiraku, mas quis passar por aqui.

 

Eu conseguia sentir o tipo de suor que Hinata exalava perto de mim, sabia que ela sentia algo de muito bom sobre a minha pessoa, mas a conhecendo na época, sabia que ela ia se petrificar de vergonha ao admitir ou apenas ser perguntada sobre.

 

Eu lembro daquela tarde, não estava mais tão fria e o céu estava alaranjado, o famoso crepúsculo de Konoha. Sorri e aproximei a pequena face de Hinata ao meu peito, a abraçando um pouco mais forte.

 

— Naruto-kun... – ela disse, com a voz frágil de sempre. – P-posso descer agora? – ela sempre gaguejava, a minha coradinha.

 

— O seu desejo é uma ordem! – eu exclamei, brincando. Lembro dela ter soltado uma linda risadinha. A desci e me sentei naquele edifício.

 

Ela sabia o que estava ocorrendo: eu sempre ficava “diferente” quando estava ali, frente a frente com as estátuas dos hokages.

 

— Sabe, Hinata – eu disse, com a voz menos animada dessa vez. E peguei na mão dela, ela entendeu que era para se abaixar e se sentar comigo, era um pedido meu.

 

— O quê, Naruto-kun? – ela perguntou, visivelmente preocupada.

 

— Eu quero me tornar muito, muito forte – eu falei. – Eu não entendo nada, não entendo por que me tratam como um monstro, por que sou tão rejeitado e como fui ficar tão forte. Mas eu quero me tornar mais forte, eu quero me tornar Hokage, para que todos reconheçam que eu não sou um monstro, que eu sou Uzumaki Naruto – terminei, olhando, curiosamente, para a estátua do meu pai, perto da do Sandaime, que atualmente governava a vila.

 

Hinata ouviu tudo, em silêncio. Foram longos instantes e eu sei que ela queria falar algo, mas quando abriu a boca, eu a interrompi.

 

— Mas eu conseguindo ou não, sempre vou ser forte para proteger você. Você foi a primeira pessoa que me aceitou, coradinha – me virei para ela. – E eu sei que vai ser uma líder Hyuuga incrível!

 

Hinata me olhava, estática, seus olhos pareciam buscar rapidamente qualquer tipo de informação, mas nada surgia. Eu mal conhecia a Hinata na época, então não sabia que ela apenas estava emocionada.

 

Ela fez uma breve curvatura.

 

— Obrigada por acreditar em mim, Naruto-kun! – ela dizia. Fiquei sem reação por alguns instantes.

 

— Calma, calma... eu não virei Hokage ainda e muito menos sou algum tipo de lorde – eu comentei, rindo. Ergui a sua face e aproximei a minha dela, ela estava tremendo.

 

Calma, eu não sou nenhum tipo de pervertido de cinco anos que beija suas amiguinhas. Pelo menos, aquela não era a hora. Eu apenas encostei a testa dela na minha, dizendo o que queria contar:

 

— Muito obrigado por tudo, Hinata! – proferi.

 

E essas palavras sempre ecoariam pela eternidade.

 

Alguns Anos Depois Nessa História do Kage de Tempo Livre:

 

 

Saltando por cada casa, por cima de cada telhado, eu estava estonteantemente feliz. Graças a ajuda do meu amigo anbu, eu havia dominado uma nova técnica! Ah, nossa, eu dava piruetas no ar em alta velocidade e depois pousava no chão, para correr um pouco.

 

Cheguei na porta da academia, ou melhor, de frente. Lá era onde treinávamos para nos tornarmos gennins depois de uns anos. Pela lógica normal, para mim demorariam dois anos, eu teria que me formar aos doze, sendo que eu tinha dez.

 

— Ué, Shikamaru, o que você tá fazendo aqui tão cedo? – eu comentei, risonho. – Você só conhece a Academia pra ficar dormindo e sempre chega atrasado.

 

Shikamaru bufou, impaciente.

 

— Vê se não enche, gênio-kun – ele zombou. – Você só vem aqui para falar com a Hyuuga.

 

Eu não tinha argumentos, de fato. Sorri, sem graça.

 

— É um desperdício, o Naruto é até bonitinho. Pena que eu gosto de outro – disse uma voz feminina, me olhando de cima a baixo. Olhei para ela, que era bem descarada, incrédulo.

 

Tudo bem que eu era (e sou ainda!) bonito e me vestia legal – minha pele bronzeada combinava com a minha jaqueta totalmente laranja e com luvas azuis. Ah, os meus olhos... também eram uma gracinha.

 

— Realmente, eu tenho olhos azuis como o céu, Ino – eu disse para ela –, mas você não deveria chegar nos caras assim.

 

Ela ficou um tanto corada.

 

— O Naruto tá se achando desde que começou a treinar com um anbu pervertido! – outro esbravejou, esbugalhando os meus ouvidos. Já tinha sentido aquele cheiro horrível de cachorro molhado, mas ele precisava gritar?

 

— Calma, Kiba – eu disse, tapando os ouvidos. – Quem sabe se você se empenhar e tudo mais, a gente briga e você me vence? Sei lá, talvez, mas vamos nessa, pessoal? – concluí.

 

Kiba xingou algum palavrão qualquer. Criança desbocada...

 

Eu tinha alguns amigos muito legais. Pensava nisso, enquanto caminhava com alguns deles.

 

Nara Shikamaru era a preguiça encarnada, mas eu sabia que ele venceria qualquer um ali em qualquer prova teórica sobre qualquer coisa – o QI desse cara é uma coisa bizarra. – Parecia sempre cansado, mas sempre foi um amigo leal, um dos meus amigos mais corajosos para defender o que era importante.

 

Mas preguiçoso pra cacete.

 

Yamanaka Ino era a popular girl, era realmente linda, mas tão meio atirada, que eu não dava ideia; mas eu sabia que comigo ela apenas brincava, ela gostava do Uchiha Sasuke (talvez eu dedique alguns capítulos para explicar sobre esse grande cara): o segundo melhor da Academia Shinobi.

 

Inuzuka Kiba era um cachorro mal educado. Tudo bem, tudo bem... sejamos justos, ele era meio chato e brigão, mas ele e seu parceiro, Akamaru, nunca deixaram um amigo sequer desamparado. O sonho de Kiba também era ser Hokage.

 

Também tinha o comilão do Akimichi Chouji, o caladão do Aburame Shino e, apesar de eu não falar muito com as fans grils do Sasuke, tirando a Ino, eu me dava até bem com a rival número um da mesma: Haruno Sakura, a testuda.

 

E, como me esquecer da minha primeira amiga, a Hinata? Ela estava delicadamente sentada no balanço de uma árvore da Academia, comendo um lanche, talvez o café da manhã – estranhei, pois o Clã Hyuuga era o mais rico de Konoha, não era para ela se alimentar em casa? Dei um sinal de “até logo” para os meus amigos e, num sunshin, apareci perto dela.

 

— Posso comer também? – brinquei, perto do ouvido dela. Ela deu um salto, quase derrubando o lanche, mas eu peguei tudo e ela no meu colo. – Posso acabar viciando em te pegar no colo, coradinha.

 

A pele de Hinata sempre foi muito clara, significando que ela corada deixava tudo muito evidente, ela ficava vermelha a níveis desconhecidos pela humanidade. Para que ela não desmaiasse com a proximidade, a coloquei no chão.

 

— Por que você não entra comigo e com o pessoal? Mais tarde, o que acha de treinarmos taijutsu e depois comermos ramen? – eu perguntei, gentilmente. Ela sorriu largamente (opa, isso é raro!).

 

— E-eu adoraria, Naruto-kun! – ela respondeu, feliz.

 

O resto do dia foi maravilhoso, na Academia. Soube que os pais de alguns dos meus amigos queriam que eu jantasse na casa deles, mas se eu aceitasse o convite de um clã, os outros ficariam ressentidos, então dei algumas desculpas bobas.

 

Olhava distraidamente para a classe, notando lá na frente Uchiha Sasuke, me olhando com aqueles olhos ônix, vi uma certa determinação ali. Sorri para ele, já que gostei do que vi, ele sorriu em retorno, mas desviou o rosto. Uchihas eram arrogantes. Senti, então, um cheiro estranho vindo da janela, concentrando chakra no nariz para sentir melhor. Hinata, que estava do meu lado, estranhou, me perguntando o que era.

 

— Nada demais, Hinata – eu disse –, mas... se importa se formos treinar e comer ramen amanhã? Eu sei que sempre fazemos isso, mas tenho tarefa extra pra casa.

 

Péssima desculpa, eu morava sozinho e era bom na Academia (o melhor aluno, seguido de Sasuke, aliás). Notei Hinata entristecida, ao meu lado, talvez pensando alguma bobagem, tipo que eu não a queria comigo; percebendo isso, aproximei a minha face da dela e lhe dei um beijo na bochecha.

 

— Você é a minha melhor amiga – eu sussurrei. – É só hoje.

 

Ela levantou a cabeça e sorriu de novo.

 

— Tudo bem, Naruto-kun! Se esforce no que for fazer, tá? – ela estava tão animada, que perdera a vergonha de sempre por alguns instantes.

 

Sorri de orelha a orelha para ela.

 

Aquele cheiro que senti era um cheiro de um ninja preparado, que passou por anos de treinamento, no mínimo um anbu. O que alguém assim fazia perto da Academia? Mais importante, ele não era o meu amigo, então quem era?

 

Horas se passaram e as aulas finalmente acabaram. Notei que o sujeito continuava por perto e que todos iam para suas casas, apenas eu e Sasuke estávamos ali, ele estava tão entretido praticando shuriken, que nem me notou sentado, o observando.

 

Então era alguém ligado a Sasuke, seria um Uchiha? Era o que eu pensava. E logo o ser desapareceu, percebendo que havia sido descoberto, demoradamente, ele devia ser alguém bem confiante. E de fato, era.

 

— Sasuke, vou te ajudar – eu disse, me levantando. Ele havia jogado trocentas shurikens num tronco de árvore com alvos, acertando alguns, errando outros. – Ou você vai chegar atrasado para o jantar.

 

— Naruto? – ele se virou para mim, surpreso. – O que faz aqui?

 

— Só estava descansando um pouco – eu disse. – Olha, existe um segredo sobre shurikens que ninguém do seu clã ou de qualquer outro sai contando, você que tem que descobrir; mas como você sabe, não conheço ninguém do meu clã vivo, então não tenho rabo preso com ninguém.

 

— Um segredo? – ele perguntou, surpreso.

 

Peguei uma única shuriken.

 

— Vou exagerar um pouco, apenas para você não treinar mais hoje, pois vai acabar se atrasando demais com a sua família. Mas vou te passar o segredo – eu assegurei-o. – O segredo – continuei – está em como você movimenta o seu braço. Shurikens e kunais foram feitas com um alinhamento proporcional e exato nas curvaturas e lâminas, então é diferente jogar essas armas do que seria, por exemplo, uma senbon. Uma shuriken, para ir diretamente ao alvo, deve ser lançada com a mão reta. Isso também funciona com senbons, mas há outros segredinhos mais chatos – dei uma pausa e continuei. – Noto que você joga tudo desesperadamente, não é assim que se faz. Observe bem o meu braço e mão.

 

E joguei a minha shuriken, banhando com chakra Fuuton, partindo o tronco em dois.

 

Sasuke me olhava, sem reação. Sorri.

 

— Agora você não treina mais hoje; e pode deixar que eu falo pro Velhote Sandaime arrumar outro tronco, até faço trabalho comunitário para pagar – prometi. – E nossa... – eu olhava para o céu, já escurecido. – Já passou tudo isso de tempo? Meu Deus!

 

— Verdade, a minha mãe vai me matar! – Sasuke exclamava, desesperado. Eu ri.

 

— Calma, eu vou contigo e inventamos uma desculpa, pode ser? Apesar da gente mal se falar – eu disse. Ele concordou, meio relutante.

 

Eu acompanharia Sasuke por causa daquele sujeito, algo me dizia que certa coisa ameaçadora iria acontecer. Disse simplesmente para Sasuke que ele poderia até chegar mais rápido e não teria que dar desculpas, então o peguei e o deixei deitado nas minhas costas, apoiado, e usei o meu sunshin mais rápido, que seria o de um jounin novato.

 

Em quinze minutos, chegamos perto do Clã Uchiha, com Sasuke zonzo.

 

Ali havia cheiro de sangue, fiquei extremamente preocupado. O que estava para acontecer? Ou melhor, eu não entendia... o que estava acontecendo?!

 

Comecei a correr, concentrando chakra nos pés para correr mais rápido, passando por cada casa e encontrei alguns grupos de pessoas lutando contra um único homem, que os nocauteava facilmente.

 

Mas eu o reconheci pelo cheiro, não sei como não percebi antes quem era, já que senti aquele odor algumas vezes.

 

— Você é... - eu balbuciava, sem entender. – Uchiha Itachi?!


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Notas finais do capítulo

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