By your side escrita por jooanak


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, espero que vocês gostem dessa minha ideia meio maluca de reescrever "stand by me", eu, particularmente, estou muito empolgada! Boa leitura :) ♥



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3 anos antes...

 Fixei meus olhos no espelho que estava pendurado em minha frente e comecei a repetir aquilo que eu vinha repetindo a mim mesma há semanas

— Meu nome é Clove. Eu vivo no Distrito 2. Eu sou uma guerreira. Uma lutadora. Uma Carreirista. Isso é o que eu nasci para fazer. É o que eu farei. Eu estou pronta.

Respirei profundamente e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo perfeito. Fechei os olhos e respirei mais uma vez.

O leve som da mão de minha mãe batendo em minha porta despertou-me de meu transe. Ela sorriu docemente e eu sabia que estava na hora. Eu sorri de volta. Peguei minhas coisas apressadas, desci as escadas correndo, dei um gole no meu café e fui correndo para a escola. Quanto antes eu chegasse, antes eu terminaria o que tinha para fazer e mais cedo eu chegaria na academia. Meus nervos estavam à flor da pele.

Todos os anos, a academia do Distrito selecionava um grupo de jovens para começar a treinar para os Jogos Vorazes. Eu havia sido selecionada e hoje, eu começaria o meu treinamento. Eu tinha todos os motivos do mundo para estar nervosa.

— Está ansiosa para hoje, Clove? – Emma era minha melhor amiga há anos. E também era a única; ela sempre me esperava há alguns quarteirões da escola para chegarmos juntas.

— Mal consegui tomar meu café. Minhas pernas estão tremendo feito bambus.

— Eu acho que você vai arrasar!

Dei um sorriso fraco. Emma ainda era meio criança, não que eu não fosse... Mas, depois da morte do meu pai há alguns meses, eu comecei a me sentir mais madura passei a enxergar o mundo com outros olhos; na verdade, depois que ele se foi, o mundo perdeu um pouco do brilho.

Diferentemente do que eu pensei, o dia passou devagar, quase parando. Quando finalmente o sinal revelando o fim das aulas tocou, saí em disparada sem sequer me despedir de Em.

Foi Brutus, o coordenador, quem me deu as boas-vindas; ele era um tanto quanto assustador, todos concordavam quanto à isso. O homem era um ser rabugento e de poucas palavras, fez algumas perguntas a fim de me conhecer melhor. Por fim, revelei que até o momento, eu não tinha descoberto nada em especial sobre mim... era apenas uma garota de meros doze anos que sonhava em ir para os Jogos Vorazes; ele me lançou um olhar repreensivo.

— Venha comigo, Clove. – caminhei atrás dele enquanto ele apresentava a academia. O lugar era imenso. Cheio de áreas especiais; lugares específicos para lutas corpo-a-corpo, lutas com espadas, tiros com arco, arvorismo, camuflagem, alvos espalhados por todos os cantos prontos para serem atingidos pelos objetos mais fatais do mundo moderno.

— Você está diante dos futuros ganhadores dos Jogos Vorazes, Clove. Eles são lutadores, arqueiros, espadachins... Todos tem suas habilidades e muitos deles ainda estão as descobrindo. É para isso que nós estamos aqui... para ajudar a descobrir o que te faz especial.

Chegamos até um canto onde havia um pequeno alvo. Do meu lado um recipiente com várias facas. Ele apontou sua mão em direção à elas e eu soube na hora o que tinha que fazer. Tomei a primeira faca na mão e olhei atentamente para o alvo. Respirei fundo. Limpei a mente. Contei até três e atirei.

A faca atingiu o alvo cerca de dois centímetros longe do seu centro. Virei a cabeça lentamente para Brutus e um pequeno sorriso estava estampado em seu rosto.

— Parece que já tivemos um ótimo começo. – ele falou e sumiu.

Um pouco mais longe, percebi três pares de olhares vindos em minha direção. Eram três garotos. Eu conhecia ao menos um deles.

Cato.

Cato era uns três anos mais velho que eu e era muito popular no nosso distrito; era um potencial competidor dos Jogos Vorazes e também era a paixão platônica de mais da metade das garotas do Distrito. Eu, particularmente, o achava um nojo. Respirei fundo e tentei ignorá-los.

Caminhei até aonde a faca havia se fixado e a retirei de lá, admirando secretamente sua lâmina. Era tão lisa e tão brilhante. Eu a olhava vidrada. Brutus estava certo, nós havíamos feito um bom começo.

 

Quando saí da academia, a escuridão já tomava conta do céu no Distrito 2; poucas estrelas iluminavam o céu e a lua estava pouco visível. Infelizmente, eu morava longe da academia e, para chegar até em casa, tinha que passar por uma floresta pouco tenebrosa. O inverno estava no seu auge e eu estava tremendo de frio.

Caminhei o mais rápido que eu pude até ouvir passos chegando em minha direção, engoli em seco e tentei ignorar, infelizmente, eu não pude. Uivos preencheram a noite vindo em minha direção; saí correndo o mais rápido que pude. O vento batia contra minha cara e me fazia congelar. Quanto mais eu corria, mais eu perdia a visão do que vinha pela frente. Foi tarde demais que percebi que um tronco estava aonde não devia estar, tropecei e cai de cara sobre o chão duro.

— Quem está ai? – uma voz ecoou não muito longe dali.

Os passos vieram em minha direção e poucos segundos depois os olhos azuis de Cato me encaravam.

— O que você tá fazendo aqui? – perguntei sentindo náuseas.

Ele riu. Sua risada era viciante.

— Eu caço na floresta geralmente durante essa hora.

Eu assentia tentando, sem sucesso, assimilar suas palavras. Minha cabeça latejava e meus olhos ainda não estavam totalmente acostumados com aquela escuridão.

— Eu acho... eu acho que preciso ir embora. – falei tentando me levantar, mas caí em seus braços.

— Seu tornozelo... – ele sussurrou.

— Quê?

— Você torceu seu tornozelo. – ele falou convicto – vem, eu te levo até sua casa. – Cato passou meus pequenos braços sobre seus ombros malhados e começamos a andar calmamente até minha casa, que, por sorte, não era muito longe dali.

— Você é boa com aquele faca... – ele cortou o silêncio constrangedor que havia sido construído entre nós.

Eu assenti agradecendo.

Caminhamos por cerca de um quilômetro sem falar nada, apenas ouvindo o som dos grilos e corujas que preenchiam o ar. Quando a lua finalmente brilhou no céu refletindo no lago a nossa frente, Cato parou e sussurrou.

— Você devia ser mais simpática.

Eu o olhei confusa.

— Quê? Porque?

— Se você fosse mais simpática, nós dois poderíamos ser aliados... eu sou um bom lutador e você consegue acertar uma faca no alvo há três metro de distância. Pense que dupla dinâmica.

Eu ri. Aquela ideia era estúpida.

— Qual a frequência que você tem de falar coisas imbecis?

Ele me lançou um olhar chateado.

— Bem, em seguida eu iria dizer que nós iríamos formar uma ótima dupla para os Jogos Vorazes, mas já que você me acha um imbecil...

Eu o encarei pensativa.

— Teríamos que nos matar no final das contas... mas se você estiver de acordo...

— Tudo bem, eu te mataria. Sem problemas. – ele falou sem hesitar.

Ele sorriu.

Finalmente havíamos chego. A luz da varanda estava acesa e eu pude reconhecer a silhueta de minha mãe em pé na cozinha. Olhei-o atentamente. Presa a cada pequeno detalhe e percebi que ele fazia o mesmo.

— Nos vemos amanhã então, na academia. – disse por fim.

— Certo. – eu concordei.

— Até breve, Clove.

Ele acenou a mão e deu um sorriso enquanto sumia para a floresta. Entrei em casa, tomei um banho enquanto minha mãe me ajudava a fazer um curativo; ao deitar em minha cama, me peguei pensando nele, em Cato. Por mais difícil que fosse admitir isso, ele não era tão ruim assim...

Por Deus, Emma me mataria quando eu contasse isso à ela. Eu tinha certeza que estava me tornando apenas mais uma garota de nosso Distrito que nutria uma paixão platônica por aquele garoto, exceto por uma coisa: no fim das contas, não seria apenas uma paixão platônica.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Se gostaram, peço que deixem seus comentários, favoritem, acompanhem e recomendem a história. Vocês são minha principal recomendação para escrever essa história. Logo eu posto mais. ♥



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