Let me know escrita por Loretha


Capítulo 26
Saída


Notas iniciais do capítulo

Eu nem acredito que atualizei. Será se estou sonhando? Vocês estão sonhando? Deu um bug no universo. Eu estou feliz de postar esse capítulo. Passei tanto tempo bloqueada com let me know, achei que ia desistir, mas então achei o fiozinho e o suporte de alguns leitores. MUITO OBRIGADA, de verdade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/709909/chapter/26

A transformação de Rena Rouge se desfez, revelando uma Alya fragilizada. A garota sentou-se no chão com a ajuda de Chloe, sentindo seu mundo ruir. Ela continuou olhando para os tanques, mas não parecia ver nada. Seus olhos não focavam, apenas derramavam lágrimas sem parar.

Chloe se preocupou com o tempo em que estavam ali. Ela não sabia se tinha câmeras, se estavam vendo as duas sem o miraculous ou se os alarmes ainda soavam, avisando que havia intrusos. Com as portas fechadas não conseguia ouvir nada do exterior daquela sala. Poderia muito bem já ter toda uma legião de pessoas malvadas esperando as duas saírem para poderem atacar.

— Vou só comer algo e você pode se transformar de novo, tudo bem? — Trixx disse, pegando um bolinho no bolso da blusa de Alya, que nem pareceu notar.

— Alya, temos que ir. Vamos voltar com ajuda, mas agora não podemos ficar aqui — Chamou Chloe, delicadamente.

Ela e Alya poderiam não ser amigas e Chloe, na maioria das vezes, poderia parecer que não tinha um coração que se apiedasse de qualquer coisa, mas era impossível não sentir nada, nem um nó na garganta, ao ver a garota, geralmente tão segura de si, chorando no chão em completo abandono. Deveria ser horrível ver seus amigos, seu namorado, reféns de alguma entidade maligna.

— Alya, por favor... Eu prometo voltar com o máximo de ajuda, mas agora não podemos fazer nada.

— Você acha... você acha que eles estão...? — Balbuciou Alya, voltando seus olhos chorosos para a loira.

Chloe olhou para os tanques. Devagar se aproximou da tela conectada ao primeiro, o que continha Nino. Haviam leituras que ela não entendia muito bem, mas sabia que só poderiam ser sinais vitais.

— Não, eles não estão mortos — Respondeu olhando os outros monitores — Isso é um bom sinal, mas não podemos fazer nada agora.

Alya assentiu, tentando secar lágrimas que continuavam molhando suas bochechas. Com dificuldade, ficou de pé e caminhou até o tanque de luz parca. Olhou para Nino e sua expressão se tornou dura, o rosto agora ameaçador sob a luz que emanava dali.

— Vou voltar, Nino. Vamos te tirar dessa, então eu vou pegar quem fez isso e vou fazer se arrepender de ter te feito mal.

Chloe se transformou primeiro, seu kwami estava mais descansado e havia dividido o bolinho com Trixx. Alya se demorou um pouco mais diante do namorado encubado, mas antes que Chloe a chamasse de novo, ela se voltou para a porta e chamou Trixx. Rena Rouge logo estava diante da saída, com Queen Bee ao seu lado.

— Tudo bem, vamos torcer para ter alguns caras maus atrás dessa porta — Rena Rouge disse, com o rosto inexpressivo por debaixo da máscara.

— Você quis dizer que está torcendo para não ter caras maus, certo? — Queen Bee corrigiu.

— Não, eu quero que tenha.

Pela expressão furiosa de Rena Rouge, a rainha abelha soube que elas sairiam dali só com os punhos da raposa. Com um chute ruidoso na porta, as duas começaram a refazer o caminho para a saída do labirinto dos ossos.

***

Dominic tentou parecer calmo enquanto bebia sua xícara de chá, oferecida pelos empregados daquela mulher. Ele até tentou, mas o tremor em suas mãos era visível. Normalmente ele era um cara controlado. As coisas mais assustadoras para os outros poderiam até acelerar um pouco seu coração, mas ele saberia manter isso escondido a maior parte do tempo. Exceto diante dela.

Desiré sorriu por detrás da sua própria xícara. Os óculos escuros escondiam os olhos, mas nem isso evitava o arrepio que subia pelas costas do garoto. Tudo piorava com o balanço do mar. O iate navegava devagar, mas as ondas estavam agitadas conforme batiam contra o casco.

— O chá logo fará você se sentir menos enjoado, Dominic — Disse ela, numa voz desdenhosa — Enjoar no mar é mais normal do que imagina. Até pessoas preparadas como você podem sentir isso.

— Não é o mar que está me deixando enjoado — Ele respondeu, mantendo a voz calma como não conseguia fazer com as mãos.

— Ah, não diga isso, querido. Sabe que eu me preocupo com você e sua irmã, não sabe?

— É mesmo, se preocupa tanto que a Freya está jogada naquele lugar horrível.

A mulher balançou a mão no ar e riu, como se Dominic tivesse contado uma piada e aquele fosse seu modo de dizer que havia sido uma piada ruim.

— Tudo bem que a despensa não é a melhor prisão, mas nós dois sabemos que aqueles dois vão fazer um escândalo quando acordarem. Não quero espantar meus hóspedes, certo?

Dominic fez uma carranca de desprezo. Nem mesmo o chá de gengibre pareceu diminuir o que sentia. Tinha certeza que não era o mar, nem mesmo o perfume doce. Só de estar perto de Desiré, a bile subia e parecia obstruir sua garganta, deixando um gosto amargo na boca e o enjoou no estômago.

— O que você quer comigo? — Perguntou arisco.

— Ah, meu querido, não seja rude com sua mãe! — Ela deixou a xícara vazia sobre a mesinha que ficava entre os dois e retirou os óculos, mostrando mágoa — Sabe que isso me deixa triste, Dominic.

— Você. Não. É. Minha. Mãe! — Dominic pontuou cada palavra, rangendo os dentes de raiva.

— Bobagem, é claro que eu sou. Cuido de vocês dois desde novinhos — Fez um sinal com a mão para um dos seguranças atrás de Dominic. — Pode verificar como estão aqueles anjos e se certificar que não farão bagunça quando acordarem, por favor?

O homem assentiu e se retirou. Dominic viu ele descer a escada e engoliu em seco, preocupado com a irmã e com Félix.

— Não precisa fazer essa cara, querido. Eu só quero cuidar de vocês de novo. — Voltou a colocar os óculos escuros e se recostar na cadeira confortável — Não gosto de falar isso, mas você é meu filho favorito, sabe disso, não é? Aprecio sua presença. E é tão fofo como tenta manter o controle.

O garoto terminou de beber o chá, mas continuou segurando a xícara nas mãos, pensando se poderia usar como arma em qualquer caso que precisasse. Mais uma vez, notou o sorriso se formar nos lábios pintados daquele vermelho sangue.

— Olha só, treinei você tão bem, agora mesmo está planejando uma forma de escapar, eu sei. Não tem como, Dominic. Estamos em alto mar e eu tenho todos aqui ao meu serviço.

Dominic comprimiu os lábios, ele sabia que seria difícil escapar. Uma vez nas mãos dela, as dificuldades da missão de levar Félix até seu destino seriam duplicadas. Ainda assim, tinha que tentar. E se Desiré o treinou tão bem como dizia, sempre haveria um jeito.

Com um sorriso, o garoto deixou a xícara na mesa. Tinha acabado o chá e no fundo da porcelana cara, a sigla francesa que ele havia visto em algumas pesquisas recentes sobre o país.  Se estivesse correto, estavam mesmo nos mares da França.

Agora o tremor estava quase sobre controle. Ele ainda tinha medo, mas trabalharia com ele, não contra. Ajeitou a postura e encarou a mulher que havia tirado a vida de sua verdadeira mãe tantos anos antes e se permitiu sentir a raiva e o medo o dominarem.

— O que você quer, Desiré?

— Quero a caixa dos miraculous.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês notaram que eu substitui "Volpina" por "Rena Rouge", não é? Eu troquei, para que se encaixasse um pouco mais com a série original. Essa nova temporada também me deu algumas ideias e também ler alguns livros de mistério. Gente, obrigada mesmo a quem ainda estiver aqui. Muito, muitoooo obrigada, de coração. ❤️



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Let me know" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.