Let me know escrita por Loretha


Capítulo 25
Sombras


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ;)



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Luzes. Dor. Vermelho. Calor. Félix não sabia se estava lembrando, ou se o que sentia era real. Tudo era confuso novamente. Ele beirava a inconsciência e sabia que não podia confiar na própria mente. Tinha certeza de que estava deitado e também que sentia um enjoo desconfortável na boca do estômago.

Virou-se de lado, tentando melhorar o enjoou e sentiu outro corpo ao seu lado. Tentou lembrar de onde estava e porque estava ali, mas não conseguia se concentrar. Ele só tinha certeza que estava escuro e que a pessoa ao seu lado estava quente e suada. Então se lembrou.

— Freya! — Tentou sentar-se, mas bateu a cabeça no teto com força.

Seus olhos reviraram na órbita e ele se encolheu de dor. Mesmo no escuro, ele via pontos dançando diante dos seus olhos. O enjoou pareceu piorar com a pancada na cabeça, mas ele se concentrou no lugar aonde estava.

— Dominic? Freya? — Chamou, esperando que respondessem.

Tateou o teto e sentiu a madeira sob seus dedos dormentes. Sua respiração se acelerou. Odiava lugares fechados. Odiava o escuro. E ele estava preso em uma caixa escura.

Deixou os braços caírem ao seu lado e focou em sua respiração acelerada. Se peito começava a doer e seus pulmões a queimarem com a falta de ar. Não tinha o suficiente ali.

— Freya, acorda. — Mexeu com a garota ao seu lado. — Por favor, temos que sair daqui...

Sufocado pelo terror de estar preso naquele lugar, Félix apagou.

“— Não, Emilie, não podemos fazer isso. — A voz de seu pai soava pesarosa, mas de onde estava, Félix não conseguia ver seu rosto.

Estava escutando atrás da porta e ele sabia que era errado, mas tinham falado seu nome e foi praticamente irresistível não parar para ouvir.

— ‘Nós’ não podemos, mas eu sim. — Sua mãe parecia confiante, mas ele ainda percebeu o medo em sua voz. — Você tem que continuar com seu trabalho. — Uma pausa. — O que sairia nos jornais se o incrível Gabriel Agreste desaparecesse, saísse em uma missão? O mundo estaria de olho no que você estará fazendo.

— E o que vão dizer quando você sumir? — Perguntou Gabriel.

— Nada tão absurdo. Eu não sou tão influente quanto você. Podemos inventar alguma coisa.

— E quanto ao Félix?

— Só nossos amigos conhecem ele, Gabriel. A mídia não sabe da existência dos nossos filhos.

Félix se aproximou um pouco mais da porta. Espiou pelo vão e viu seus pais se olhando intensamente, com raiva, ressentimento e medo expostos em seus rostos.

— Você precisa confiar em mim. É pelo bem das crianças. — Sua mãe se aproximou de Gabriel e tocou em seu braço com delicadeza, sempre olhando em seus olhos. — O miraculous do Pavão estava sob nossa responsabilidade e agora é nosso dever recuperá-lo.

— Mas o Félix...

— Ele é o próximo portador, precisa estar por perto quando eu encontrar.

— Emilie... E se acontecer alguma coisa? Algo realmente ruim?

— Não vai acontecer.

Félix se afastou da porta devagar. Não sabia sobre o que seus pais estavam falando, mas entendeu que ele teria que se afastar de casa com sua mãe, por causa de alguma coisa perdida. Uma coisa que seria dele.

Distraído, o garoto bateu o quadril no pedestal. O vaso que estava sobre ele caiu e se espatifou no chão. A terra se espalhou pelo mármore preto e branco do corredor.

— O que foi isso? — Ouviu seu pai perguntar.

A porta do quarto do seu irmão se abriu. O garotinho estava com os olhos vermelhos das lágrimas e nas mãos trazia o corpinho do seu hamster.

— O D’Artagnan morreu.”

***

As duas garotas lutaram lado a lado, em perfeita união, como se tivessem feito aquilo a vida toda. As pessoas que elas conseguiam derrubar, estavam no chão, gemendo de dor e também haviam as que estavam totalmente desacordadas

— Está ouvindo isso? — Queen Bee perguntou, logo em seguida deu um soco numa mulher com cara de má e vingativa.

— Não, estou concentrada em acertar essa galera e fugir!

— Uma sirene. Eles acionaram as sirenes. — Uma pausa para abater um inimigo e quase levar uma rasteira de outro. — Acho que ou perceberam que alguém do grupo desapareceu ou são reforços!

Rena Rouge parou para ouvir. O homem à sua frente aproveitou e tentou desferir um soco na direção de seu rosto, mas a garota segurou o golpe e torceu o braço. O homem caiu choramingando.

— Seja qual for o motivo das sirenes, é melhor a gente correr.

Juntas, as duas derrubaram as duas últimas pessoas em pé e correram, antes que os que estavam no chão se recuperassem o suficiente para impedir.

Uma bifurcação no final do túnel as fez parar.

— Pra onde? — Queen bee perguntou.

— Eu não sei, ué!

— Como assim não sabe? Você tinha que saber!

Rena Rouge fechou os olhos e bateu a mão na cabeça.

— É, eu deveria, mas eu perdi minha mochila lá atrás e não tenho mais o mapa. Não sei em qual desses túneis leva ao centro do labirinto.

Queen Bee bufou com raiva.

— Você não quer que eu adivinhe, não é! — Perguntou com raiva, olhando para trás, atenta a qualquer barulho.

— Eu sei que um deles não tem saída e o outro se divide em mais dois. Só precisamos escolher um e torcer para ser o certo...?

Queen Bee bateu o pé no chão e balançou a cabeça.

— Ah, já sei.

A garota fechou os olhos e abriu os braços, concentrada. Um zumbido preencheu a sala, logo em seguida, uma quantidade curiosa de abelhas saiu dos laços em seu cabelo.

As abelhas ficaram flutuando na frente de Queen Bee, esperando ordens.

Rena Rouge se manteve quieta e estática, olhando para o exame obediente.

— Não se preocupe, são amigas. — Queen Bee disse balançando a mão e rindo.

— Rápido! Não temos tempo pra baboseira! — Rena Rouge fez uma careta. — Você tinha isso o tempo todo?

— Sim, por quê?

— Você poderia ter acabado com a luta em dois tempos.

Queen Bee deu de ombros.

— Que seja. Se dividam em três grupos: um volta por aquele túnel e pega quem sobrou, outros dois entrem nesses e descubram qual é o certo. Voltem o mais rápido que puderem!

O zumbido aumentou quando as abelhas seguiram as ordens.

Queen Bee e Rena Rouge ficaram a sós, ambas em silêncio, ainda alertas pela adrenalina da luta recente.

— Então... — Rena Rouge colocou as mãos na cintura.

— É, pois é... — Queen Bee cruzou os braços.

— Como você sabe quem eu sou... Sem a máscara?

— Eu vi você se transformar e também estranhei quando você sumiu no grupo.

— Você estava no grupo? — Rena Rouge arregalou os olhos, curiosa.

— Sim, eu estava com você!

Rena Rouge franziu o cenho e começou a girar o bastão nas mãos, pensativa, logo parou.

— Chloe?

— Achei que soubesse. Estou surpresa, você é tão inteligente.

Rena Rouge revirou os olhos, mas sorriu.

— Obrigada por me seguir. Salvou minha vida e minha identidade.

O zumbido das abelhas retornou antes delas e quando a sala se encheu novamente dos bichinhos, as duas já seguiam na direção do túnel certo.

A corrida agora era mais cuidadosa. Ali podiam ter armadilhas e elas não queriam cair nelas.

— Você só tem alguns minutos. Seu miraculous está piscando. — Alya desacelerou o passo. As duas caminhavam a passos rápidos, mais tranquilas por terem se afastado dos seus inimigos.

Queen Bee levou a mão ao adorno em seu cabelo.

— É verdade, talvez eu possa dar um tempo aqui, antes que nos encontrem novamente.

A loira se destransformou. Alya fez uma careta, mesmo depois de achar que estaria preparada ao saber que era Chloe a garota por trás da Queen Bee.

— Você parece surpresa.

— Estou. Sério, você não faz ideia!

Chloe sorriu. Antes que pudesse responder, o corredor terminou em uma porta grande de metal.

Rena Rouge olhou para Chloe, receosa. Com cuidado e alerta, empurrou a porta.

Uma enorme instalação de pesquisa sob o chão de Paris e ninguém na cidade suspeitava de nada! As duas garotas analisaram o lugar. O chão era de pedra cinzenta, as paredes eram brancas e as lâmpadas eram embutidas no teto. Máquinas e computadores estavam dispostos pelo espaço de toda a sala e no final dela, câmaras grandes cheias de líquido, brilhavam numa fraca luz estranha.

— Que cheiro é esse? — Chloe fez uma careta e cruzou os braços, enojada. — É pior que o cheiro daqueles corredores lá fora.

Rena Rouge sentiu o ar. O cheiro era cítrico e fazia o nariz arder e os olhos coçarem.

— Não sei, parece vir dos tanques. — Apontou para as câmaras.

Seu coração estava acelerado e sentia uma vibração no fundo da mente, como se algo tentasse enviar uma mensagem.

Deu um passo para frente. Sentiu Chloe pousar a mão em seu ombro e olhou para a amiga.

— Acho melhor não. — Disse a loira, com o rosto sério. — Podemos voltar com ajuda. Chat Noir, Ladybug...

— Não! Chegamos aqui, não tem ninguém pra impedir e eu sinto que o Nino está perto.

Chloe assentiu, mas algo em seu rosto parecia preocupado.

— O que está errado? — Alya perguntou irritada, desistindo do passo que tinha dado e voltando a se virar.

— Alya, eu sinto... — Ela desviou os olhos dos de Alya por um segundo para olhar por cima do ombro da menina.

— Sente o quê? Do que você tá com medo? — Alya virou. Os tanques.

Ela viu sombras mergulhadas na água escura. Se aproximou devagar.

Levou a mão à boca assustada.

— Não, não! — Se afastou, tropeçando nos próprios pés.

Não fosse Chloe para segurá-la, teria caído.

As sombras nos tanques eram seus amigos.


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