O Sol em meio à tempestade escrita por nsbenzo


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie.
Boa leitura.



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— Surpresa! – várias vozes disseram ao mesmo tempo, assim que acendi a luz da sala.

Continuei com a mão no interruptor, olhando as pessoas que sorriam pra mim.

Os dias passaram rapidamente, fazendo correr mais uma semana.

Dia sete de setembro havia chegado.

— Nem preciso deduzir de quem foi a ideia maravilhosa de fazer uma festa surpresa. – resmunguei, encarando Annie e Madge.

— Pelo menos isso não te surpreende. – Mad sorrio. – Parabéns! – ela me abraçou com força.

— Obrigada. – dei um pequeno sorriso.

A verdade era que eu odiava meu aniversário, e mais ainda o que o dia sete de setembro significava.

Fui abraçada por Gale, Annie, Finnick e por último meu pai, que tinha um sorriso cansado no rosto.

— Com apenas vinte e três anos, e já é uma professora. – ele disse ainda mantendo-me entre seus braços. – Estou orgulhoso de você.

Meus olhos lacrimejaram.

— Obrigada, papai. – recebi um beijo no alto da cabeça, antes dele me soltar.

— Vamos cantar parabéns, e comer bolo. Parabéns pra você... – Finnick começou, sendo acompanhado por Gale, que tinha um chapéu ridículo de aniversário na cabeça.

— Para, Finn. – Annie resmungou. – Ainda não estão todos aqui.

Franzi o cenho, olhando ao redor. Ao menos minha família, e os que eu considerava como parte dela, estavam ali. Não havia ninguém que eu mantivesse algum relacionamento além deles, que pudesse estar faltando.

A não ser que...

Duas batidas na porta, e Annabelle deu um sorriso largo, antes de caminhar até a entrada.

— Uau. – minha irmã falou baixo.

— Ela já chegou? – a pergunta foi feita em tom baixo, mas eu reconheceria aquela voz, mesmo se fosse um sussurro.

— Sim. Mas não tem problema. Entre. – Annie pediu.

Permaneci imóvel, sem ter vontade de olhar pra trás.

— Surpresa! – Peeta exclamou sozinho, ficando a minha frente. E eu realmente fui surpreendida por sua vestimenta. Peeta usava um paletó cinza, uma camisa branca social e uma gravata preta. Era óbvio que suas roupas o deixaria mais elegante, e até mesmo mais bonito, porém mesmo assim eu achava divertido a forma que ele, um professor de educação física, se vestia. – Desculpe o atraso. Eu estava apanhando do embrulho. – ele estendeu as mãos, fazendo-me notar que ele segurava algo quadrado, com papel de presente, e um laço torto no topo. – Feliz aniversário.

— Obrigada. – sorri sem graça, recebendo o presente.

Pela primeira vez Peeta me abraçou desde que nos conhecemos, e sem pensar, eu retribui, passando os braços ao seu redor, sentindo seu perfume invadir minhas narinas.

Não sei por quanto tempo ele me manteve em seus braços, mas nos soltamos quando meu pai pigarreou.

Senti as bochechas esquentarem, antes de virar para o senhor Jared, que sorria de maneira astuta pra mim.

— Pai. Esse é o Peeta. Meu colega. – me afastei, dando espaço para que Peeta passasse e apertasse a mão do meu pai.

— É um prazer conhece-lo, senhor Everdeen. – Peeta sorrio gentilmente, recebendo um sorriso de volta.

— Digo o mesmo, Peeta. Pode me chamar de Jared. – meu pai disse, soltando a mão dele.

— Tudo bem. – ele me olhou. – Qual de vocês é o cara que faz lasanha? – Peeta perguntou olhando entre Gale e Finnick.

— Eu. – Finn disse.

— Finnick, certo? – questionou, fazendo meu cunhado afirmar com a cabeça. – Tem meu respeito, cara.

Finnick sorrio, e disse algo como “gostei dele” para minha irmã, que me observava atentamente.

— Então você é o Gale. – Peeta o apontou com o dedo. – E você é a Madge. – fez o mesmo, apontando a loira.

— Parece que Katniss falou muito da gente. – Gale deu um meio sorriso.

— Sim. – Peeta sorrio. – Já me sinto em casa, de tanto que sei sobre vocês.

E eu realmente havia falado.

Peeta vivia curioso querendo saber sobre mim, e a única coisa que eu conseguia fazer sem entrar em muitos detalhes sobre minha vida, era falar das pessoas que eu tinha presente nela.

— Já podemos comer o bolo? – Finnick perguntou.

— Só se me arrumarem um desses chapéus maneiros de aniversário. – Peeta se manifestou, se referindo ao que Gale usava.

Acabei dando um riso baixo, vendo-o se afastar de mim, e se aproximar de Madge que estendia um chapeuzinho pra ele.

— De nada. – Annie disse baixo, fazendo-me virar o rosto para olha-la.

Ela estava parada ao meu lado, de braços cruzados, atenta ao que acontecia próximo a cozinha.

— É. Obrigada. – dei um pequeno sorriso, voltando minha atenção para Peeta, que ria sobre algo que Finnick havia dito.

— Ele me parece uma boa pessoa. – meu pai disse parando ao lado de Annie. – Apesar das roupas formais para uma festa caseira.

Pude ouvir minha irmã rir do comentário.

— Peeta é sim. – meu sorriso aumentou, ao notar seu olhar sobre mim. – Ele é uma ótima pessoa.

 

~||~

 

— Abra a boca. – Peeta pediu segurando o garfo de plástico cheio de bolo bem em frente ao meu rosto.

— Não. Você vai me sujar. – falei duvidosa.

Havia restado apenas nós dois em minha sala, sentados no tapete, com as costas apoiadas no sofá.

Finnick e Annie foram embora logo, pois ambos trabalhariam na manhã seguinte. Gale e Madge foram para o apartamento do lado. E meu pai decidiu dormir, assim que notou que restava apenas nós três.

— Por que eu faria isso? – questionou dando um sorriso torto.

— Não sei. – ergui uma sobrancelha. – Devo confiar em você?

— Até de olhos fechados. Abra a boca. – pediu novamente.

Mordi o lábio inferior antes de fazer o que ele havia pedido, recebendo o doce em minha boca.

— Certo. – falei depois de engolir. – Você não é tão ruim assim. – comentei.

— Eu não sou nem um pouco ruim. – ele sorrio. – Isso porque você não abriu o presente que eu trouxe. Ai sim você teria certeza de que sou uma ótima pessoa.

— Hum. – estiquei o braço alcançando o embrulho sobre a mesa de centro. – Vamos averiguar. – falei começando a abrir o presente.

Peeta me observava, enquanto comia o resto do bolo que tinha em seu prato.

— Nossa. Você é demais! – fingi animação. – Um despertador. – puxei o pequeno relógio cor de rosa de dentro da caixinha, encarando-o em seguida.

— Desde que te conheço, você mais atrasou do que chegou na hora. – Peeta deu de ombros sorrindo. – Nada mais perfeito do que um despertador pra você.

— Desnecessário, Peeta. – dei um pequeno sorriso. – Mas obrigada. – coloquei o relógio de volta na caixa.

— Prometo que depois te darei um presente legal. – ele colocou o prato de plástico sobre a mesa de centro. – Não tive tempo de escolher. Annie me avisou hoje cedo.

— Não precisa. – me ajeitei ao seu lado. – Então quer dizer que você anda de papo com minha irmã pelas minhas costas?

Peeta riu.

— Na verdade ela só veio atrás de mim para que eu estivesse aqui hoje. – ele alcançou minha mão, fazendo algo estranho se agitar em meu estomago. – Disse algo sobre você ficar radiante ao dizer meu nome, e que seria maravilhoso que eu estivesse presente.

— Mentiroso. – acusei, mas não fiz menção de interromper o toque de sua mão na minha. Seus dedos passaram a brincar com os meus. – Annie jamais diria algo assim. Bom. Não para outras pessoas.

— Tudo bem. Ela não disse isso, e agora sei que não é verdade, porque você não corou com meu comentário. – seu polegar acariciou o dorso da minha mão, enquanto seus olhos azuis olhavam os meus. – Mas um dia você vai parar o que estiver fazendo e pensará em como Peeta Mellark mudou sua vida. – ele sorrio, fazendo-me rir.

— Você não tem jeito. – neguei com a cabeça. – Mas você merece saber que eu sempre odiei essa data... E que hoje não está tão detestável. – dei um pequeno sorriso.

— É o efeito Peeta Mellark na sua vida, Katniss. Anote isso. – ele riu, e eu acabei rindo novamente. Depois de alguns segundos ele decidiu voltar a falar. – Ok. Falando sério agora. Por que não gosta do seu aniversário? – questionou.

Algumas lembranças vieram em minha cabeça, fazendo meu sorriso morrer. Virei o rosto pra frente, interrompendo o contato visual. Nesse mesmo instante, Peeta entrelaçou nossos dedos e apertou minha mão.

— Tudo bem. Não precisa falar. – ele disse baixo. – Desculpa.

— Não tem problema. – suspirei. – Eu só não quero falar disso agora. – voltei a olha-lo. – Quem sabe outro dia. – esbocei um sorriso.

— Claro. – Peeta sorrio, direcionando seu olhar para nossas mãos. – Sua mão é tão pequena. – comentou voltando a me olhar. – Você é toda pequena. – emendou.

— Ou você é grande demais. – me defendi.

— Não. Você tem cara de aluna do segundo ano, mas a altura é do primário. – debochou.

Fechei a cara pra ele, e me desvencilhei de sua mão.

— Ah, baixinha. Não fica brava.

Rolei os olhos, levantando-me.

— Não me chame assim. – ralhei com ele. – Hora de você ir embora, Peeta. – falei cruzando os braços.

— Você fica linda com essa cara de brava. – comentou ficando em pé. – Seus lábios ficam mais cheios por culpa desse bico. Dá vontade de te beijar.

Minhas bochechas esquentaram.

— Cala boca. – evitei sorrir. – Você, na verdade, não passa de um idiota.

— Que te fez rir em um dia ruim. – ele piscou, sentando-se em meu sofá.

Sua mão segurou meu braço, puxando-me com ele. Cai sentada ao seu lado, e foi impossível não rir.

— Isso não faz de você menos idiota. – virei o rosto para encara-lo.

— Sou um idiota do bem. – Peeta deu de ombros sorrindo. – E não te chamarei mais de baixinha. – ele pareceu pensar. – De agora em diante, será pequena. – seu sorriso se tornou torto.

Sorri de volta, levemente envergonhada com o apelido, observando como seus olhos eram bonitos.

— Nem acredito que você veio de terno até aqui. – falei em tom de deboche.

— Não existe pessoa que fique feia de terno. – Peeta ajeitou a lapela de seu paletó. – E você sabe como gosto de me vestir bem. – ele piscou com o olho direito.

Soltei uma risada baixa.

— Você fica bem assim. – mexi na ponta de sua gravata. – E combina com esse cabelo.

— Eu sei. Tenho bom gosto. – Peeta deu um sorriso torto.

Continuei a encarar seu sorriso, sentindo um frio tomar conta do meu estomago novamente. Peeta ainda sorria, e seus olhos pareciam tentar gravar cada traço do meu rosto, tamanha era a atenção que ele dava a cada parte dele. Mordi a parte interna do meu lábio inferior, notando que agora Peeta havia parado seus olhos na minha boca.

— Katniss. – a voz de meu pai soou estranha, o que me fez virar o rosto rapidamente, olhando para o corredor.

Ele havia apoiado na parede, e eu não demorei nada para pular do sofá, correndo em sua direção.

— Está tudo bem? – perguntei nervosa, passando o braço ao seu redor, repousando a mão na altura da sua costela.

— Eu esqueci de tomar meu remédio. – meu pai falou baixo. – Preciso ir para o hospital.

Meu coração batia com tanta força, que por alguns segundos eu achei que ele pararia.

— O senhor consegue ir até o carro? – foi a voz de Peeta que me fez notar que eu havia divagado demais, e que não eram mais as minhas mãos que seguravam meu pai.

Peeta havia me tirado do caminho, e seus braços fortes mantinham meu pai em pé.

— Consigo. Só precisamos ir logo. – meu pai respirava com dificuldade.

— Katniss. Pegue os documentos dele. Eu vou guia-lo até o meu carro. – Peeta disse já direcionando-o para a saída.

— Eu levo ele. Pode deixar. – finalmente consegui obrigar minha voz a sair.

— Não discuta agora, Katniss. Faça o que falei. – ele ordenou saindo do apartamento.


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Notas finais do capítulo

Beijos ♥



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