O Sol em meio à tempestade escrita por nsbenzo


Capítulo 32
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/709821/chapter/32

— E como estão as coisas no colégio? – Madge perguntou olhando em minha direção.

Havíamos acabado de assistir ao filme que eu e Peeta havíamos deixado que ela escolhesse. Antes que Mad fizesse menção de ir embora, decidi perguntar sobre sua faculdade, prendendo-a em uma conversa para distraí-la, o que a levou a questionar sobre meu trabalho.

— Complicadas. – dei um pequeno sorriso, suspirando em seguida. – Peeta até tentou dar um jeito nos alunos do segundo ano, mas... – encolhi os ombros, deixando a frase no ar.

— O que você fez? – Madge perguntou a ele, que estava sentado sozinho na poltrona.

— Detenção. – Peeta respondeu. – Mas só serviu para deixá-los piores. – ele disse sem graça.

Peeta vinha se culpando por isso, e eu não conseguia convencê-lo do contrário, mesmo que eu tivesse dito que já começava a aceitar o fato de ser uma péssima professora. Minha declaração só serviu para fazê-lo se sentir mais culpado, então acabei desistindo de tocar no assunto.

— Eles ao menos respeitam você? – questionou, olhando pra mim.

— Não. – ri sem graça. – Acho que todos eles ainda me veem como uma adolescente. É frustrante.

Madge me analisou minuciosamente, antes de voltar a falar.

— Você ainda tem dado aulas pra ela? – perguntou ao Peeta, que estava atento a nós duas.

— Não diria aulas. Eu tenho a aconselhado. – respondeu, curvando seu corpo levemente pra frente. – Katniss já mudou muito em algumas áreas, mesmo não sendo relacionadas a profissão. – Peeta disse, e eu acabei corando, pelo simples fato de estarem falando de mim. – Acho que ela precisa de algo que a encoraje a direcionar essa mudança para a sala de aula.

— Eu notei a mudança de comportamento. – Madge voltou a me olhar, dando um sorrisinho. – Tiveram alguma ideia?

— Nenhuma. – ele quem voltou a responder.

— Eu sou uma negação, Mad. – falei com desanimo. – Talvez não seja realmente minha vocação. – comentei sem encarar meu namorado.

Ela negou com a cabeça.

— Você nasceu pra ensinar. – disse com convicção. – As circunstancias que te pressionaram a ser tão tímida e fechada. – Madge franziu o cenho, como se pensasse em algo. – Está aberta a sugestões sobre o assunto?

— Sou toda ouvidos. – respondi, ficando mais atenta a ela.

— Eu cheguei a propor a ideia no seu primeiro dia de aula. Não sei se você lembra. – Mad comentou.

Franzi as sobrancelhas, tentando me lembrar.

— Não faço ideia. – disse segundos depois. – O que é? – questionei curiosa.

Madge olhou para Peeta, e voltou a me olhar.

— Nada contra suas roupas. Acho até que são fofas. – falou com certa apreensão. – Mas elas te fazem parecer uma garotinha, Katniss. – Madge explicou. – Infelizmente a aparência pode mudar muito o conceito dos outros sobre a gente. Enquanto você usar essas roupas que apenas demonstram sua inocência e timidez, será difícil ter o respeito desses adolescentes.

Estreitei os olhos.

— Você está louca pra fazer compras, não é? – indaguei, vendo seu sorriso aparecer.

— Sim. – confessou. – Mas também quero te ajudar. Talvez usar algo mais sério, ajude, não apenas a mudar a impressão que seus alunos tem de você, mas pode ser que te dê mais confiança.

Olhei para Peeta, que tinha o cenho franzido.

— O que acha, professor? – questionei com um meio sorriso.

— Não sei. – ele entrelaçou os dedos da mão direita com os da esquerda, em frente ao seu abdômen. – Eu gosto das suas roupas. – Peeta pareceu me analisar, me fazendo corar. – Mas eu sou suspeito para falar. – completou a frase, esboçando um sorriso.

— Por quê? – Madge perguntou, franzindo a testa, mas deu um sorrisinho que parecia esperto.

— Porque... – Peeta deu um sorriso torto. – Apenas sou suspeito. – ele deu de ombros, voltando a apoiar as costas no encosto da poltrona.

Ela deixou de encara-lo, para olhar em minha direção.

— Você não tem nada a perder, Kat. – Mad argumentou. – Por que não tenta?

Mordi o lábio inferior, e suspirei. Olhei para Peeta, que me observava com atenção. Sua feição era neutra, o que tornava difícil saber sua real opinião sobre o assunto.

— Tudo bem. – disse por fim. – Podemos tentar.

— Ótimo. – ela sorrio, e me analisou dos pés à cabeça. – Acho que mudaremos o corte de cabelo também.

— De jeito nenhum. – neguei cruzando os braços. – Ninguém vai mexer nos meus cabelos.

— Para com isso, Katniss. Vai ficar lindo, se você diminuir o comprimento. – Madge falou, e olhou para Peeta. – Imagine um cabelo mais curto nela. Não acha que faria uma grande diferença? – questionou. – Talvez até deixe de parecer uma adolescente. – provocou.

Peeta me analisou.

— Vai ficar bom. – concordou com Madge, segundos depois.

Meu rosto se transformou de imediato, e acabei fechando a cara para ele.

— Só corto se você cortar. – desafiei.

Desde que nos conhecemos era notável o amor que Peeta tinha por seus cabelos. O fato de perceber que ele não o cortava casualmente, me fez usar como desculpa para deixar os meus em paz.

Ele sorrio pra mim, e passou a mão direita em seus fios escuros.

— Tudo bem. Eu corto. – concordou, deixando-me surpresa.

Semicerrei os olhos.

— Você não gosta dos meus cabelos assim? – questionei.

— Você ficaria linda até careca, Katniss. – ele deu um sorriso torto. – Mas acho que a Madge tem razão.

— “Ficaria linda até careca.” – tentei imitar sua voz. – Não me venha com essa. – falei mal humorada.

— E ficaria mesmo. – afirmou. – Quando vamos começar essas mudanças ai? – ele desviou o olhar para Madge, mudando de assunto. – Vou com vocês.

Quando abri a boca para responder, Madge foi mais rápida do que eu.

— Agora mesmo. – ela se colocou de pé. – Volto em alguns minutos.

Madge não esperou por resposta. Apenas saiu com passos largos do apartamento, talvez sabendo que eu retrucaria.

Antes que eu voltasse a encarar Peeta, meu corpo foi empurrado, até que eu estivesse deitada no sofá. Seu corpo forte veio sobre o meu, porém seu peso passou a ser sustentado por seus braços, que estavam um de cada lado da minha cabeça.

— Que mau humor é esse? – questionou, olhando-me nos olhos.

— Você, super apoiando o corte de cabelo. – cruzei os braços entre nós dois. – Você vive dizendo que estou linda, e quer que eu mude?

— Você não vai mudar de verdade, Katniss. – Peeta sorrio. – Mudar suas roupas e seu corte de cabelo, não mudará a essência que tem dentro de você. Você continuará sendo a minha pequena, de sorriso tímido, bochechas coradas e de coração enorme. – ele flexionou os braços, e por puro reflexo, descruzei os meus, para segurar as laterais de sua camisa, na altura de suas costelas. – E cortar os cabelos não vai te deixar menos linda. Isso é algo impossível. – seus lábios roçaram nos meus. – Em todo caso, se não gostar, é só deixar crescer.

Apesar do fato de ouvi-lo dizer tudo aquilo, ter me deixado completamente boba internamente, eu ainda não estava feliz com a ideia de mexer em meus cabelos.

Eu usava o mesmo corte desde meus onze anos, e talvez, não me sentisse preparada para muda-lo.

— Não me convenceu.

Peeta sorrio abertamente.

— Esse bico de irritação...

Ele suspirou tão profundamente, que meu estomago se agitou ansioso, obrigando-me a manter minha feição séria mesmo com vontade de sorrir.

Peeta me analisou, e sem dizer nada, curvou sua cabeça em direção ao meu pescoço.

— Talvez eu deva testar seus pontos sensíveis. – sussurrou contra minha pele, causando-me arrepios. – Assim você desfaz essa cara.

— Não faça isso. – fechei os olhos, quando seus lábios encostaram alguns centímetros abaixo de meu maxilar. – Peeta... – murmurei, sentindo meu rosto esquentar.

— Hum? – resmungou de volta, começando a distribuir beijos lentos e molhados por meu pescoço.

Minhas pernas amoleceram, e acabei apertando com força exagerada sua camisa entre meus dedos.

Era a primeira vez que eu sentia o carinho de seus lábios naquela área. Na verdade, era a primeira vez que alguém me beijava ali, por isso, só naquele exato momento que eu soube que meu pescoço era um dos pontos sensíveis que Peeta havia mencionado, o que explicava o motivo de meu corpo ter amolecido, e acabou se tornando trêmulo.

— Seu perfume é tão bom. – sussurrou em meu ouvido, fazendo-me estremecer.

Abri os olhos quando senti Peeta passar a ponta do nariz por meu maxilar, até seu rosto estar de frente para o meu.

— Eu preciso trocar de roupa para sairmos. – argumentei em tom baixo, quando seu corpo pesou levemente sobre o meu. – Não faz isso comigo. – murmurei, tentando manter minha respiração uniforme.

— Eu não fiz nada. – Peeta deu um sorriso torto antes de levantar apressadamente. – Vá se arrumar. Eu vou... Sentar aqui. – ele se jogou na poltrona.

Sentei devagar para encara-lo.

— Anda. – insistiu. – Estarei te esperando.

— Tudo bem. – soltei um longo suspiro, e levantei em seguida, indo em direção ao corredor. – Só me responda uma coisa... – parei de andar, e me virei para olha-lo. – Por que esse fogo todo?

Peeta deixou o canto direito de sua boca se erguer em um meio sorriso, e seus olhos desceram por meu corpo, parecendo me queimar de dentro pra fora.

Com certeza eu havia corado.

— Acho que foi o short curto. – respondeu, voltando a olhar para o meu rosto. – Hoje é a primeira vez que eu te vejo com um. – seu sorriso se alargou. – A propósito, belas pernas. – elogiou.

Fechei os olhos com força, sentindo meu rosto ferver. Um sorriso apareceu em meus lábios, enquanto eu balançava a cabeça.

— Me lembre de não fazer mais perguntas. – falei, lhe dando as costas novamente e abri os olhos. – Suas respostas sempre são diretas demais, e eu não me acostumei com algumas delas. – voltei a andar pelo corredor.

Ouvi sua risada antes que eu entrasse em meu quarto.

 

~||~

 

— Você é o primeiro cara que se dispõe tão facilmente a fazer compras. – Madge comentou, enquanto Peeta segurava algumas peças de roupas que ela havia escolhido para que eu experimentasse.

— Gays gostam de fazer compras. – provoquei, mexendo em alguns cabides, fingindo olhar as blusas brancas a minha frente.

Estávamos nessas provocações desde que saímos do apartamento, tudo por conta de sua insistência em me fazer cortar os cabelos.

— Não me faça responder, Katniss. – Peeta disse em tom ameaçador, o que me fez dar uma risada sem som, antes de virar para olha-lo. – Você disse que minhas respostas sempre são diretas demais. – me lembrou.

Mad olhou de mim pra ele com o cenho franzido.

— Desde quando você aprendeu a provocar as pessoas, Kat? – ela perguntou, segurando uma blusa de botões em frente ao meu corpo. – Acho que serve. – Madge jogou nos braços de Peeta.

— Desde que Peeta passou a me ensinar. – elevei a sobrancelha esquerda.

— Eu não ensinei isso a você. – se defendeu. – Mas bom trabalho. – ele sorrio e piscou com o olho direito pra mim.

Neguei com a cabeça, rindo baixo. Ela nos analisou atentamente, antes de voltar a falar.

— Venha experimentar as roupas. – Madge saiu à nossa frente.

— Então vai ser assim? – Peeta questionou em tom baixo, seguindo-me.

— O quê? – me fiz de desentendida, virando o rosto para olha-lo.

— Esqueci o quanto você é inocente. – murmurou com sarcasmo, e precisei conter o riso com sua cara de frustrado. – Depois te mostro quem é gay. – Peeta ameaçou, me deixando pra trás, e apertou os passos até alcançar Mad que nos esperava mais à frente.

Dei um meio sorriso, alcançando-os rapidamente.

— Segure o resto. – Madge disse depois de pegar três peças dos braços de Peeta, e me puxou pela mão, até estarmos trancadas no provador. – Essa blusa, com a calça. – ela me estendeu ambas as peças, e sentou no puff que havia no canto, depois que eu as segurei.

Mad alcançou o celular em sua bolsa, e passou a se distrair com ele, enquanto eu me trocava.

— Você e Peeta estão juntos. – ela disse quando eu já abotoava a calça jeans de lavagem clara.

— Isso não parece uma pergunta. – puxei a barra da blusa preta, deixando-a cair sobre a calça, e me encarei no espelho.

— Realmente não é. – Madge tirou os olhos do celular para me olhar. – Está bem claro pra mim. – ela deu um pequeno sorriso, e se levantou, para analisar o look que ela mesmo havia montado. – Gostei. Precisaremos ver alguns sapatos depois.

Afirmei com a cabeça, voltando a me olhar no espelho.

— Desde quando? – questionou com os olhos curiosos em meu reflexo.

— Desde a ilha. – respondi, virando-me para olha-la. – Guardamos segredo porque eu não queria mais piadinhas vindas de vocês. – falei sinceramente.

Madge riu e negou com a cabeça.

— Sinto muito, mas acho que não deu muito certo. Continuamos a fazer piadas de qualquer maneira. – ela me estendeu outra blusa. – Sem contar que você parou de reclamar quando chamamos vocês de casal. Então vocês não são bons em guardar segredo. – pontuou.

— Eu parei? – resmunguei, pegando a peça de sua mão. – Acho que não sei ser discreta quando se trata do Peeta.

— Isso foi algo que eu achei incrível. Você sempre foi reservada, mas não consegue esconder quando olha pra ele. – comentou, enquanto eu tirava a blusa preta para substitui-la pela branca. – Apesar de não agirem como um casal de verdade, eu consegui notar a diferença. Mesmo que você continue a corar quando Peeta faz algum comentário, você parece mais à vontade com ele.

Passei a fechar os botões da blusa, depois que Madge alcançou a outra que eu ainda segurava.

Ela não estava enganada. Eu também havia notado essa mudança, mas até então, eu acreditava que era algo que outras pessoas não iriam reparar.

— Mas seu segredo está a salvo comigo. – ela voltou a falar assim que eu voltei a me olhar no espelho. – Estou feliz por vocês.

Dei um pequeno sorriso, enquanto eu encarava seu reflexo.

— Obrigada, Mad. – passei a mão direita na pequena ruga que se formara na calça. – Eu só preciso de um tempinho pra me acostumar com essa situação. – virei para olha-la. – E pra aproveitar essa coisa gostosa que Peeta me causa, toda vez que me rouba um beijo escondido. – acabei dando um sorriso tímido.

Madge deu um sorriso largo.

— Gale vai adorar quando souber desse segredo. – comentou.

Eu a analisei, e mordi o canto da boca.

— Digo o mesmo sobre o seu. – ela congelou no lugar e abriu a boca para falar, mas eu balancei a cabeça, impedindo-a. – Eu o conheço. Quando Gale souber sobre... Sua situação atual, ele vai adorar. – Mad fez uma cara de dúvida, por isso decidi insistir. – Você sabe o quanto ele te ama, Madge.

— Eu sei. – ela suspirou. – Bom... Eu acho que sei. – Mad murmurou. – Eu só acho que preciso de um tempinho também, sabe? Para me acostumar.

Dei um meio sorriso.

— Tudo bem. – lhe dei as costas, voltando a me olhar no espelho. – Podemos ir embora? – comecei a desabotoar a blusa.

Ela mudou a expressão, parecendo voltar a ficar agitada.

— Nem pensar. – encarei seu reflexo com o cenho franzido. – Vou buscar mais roupas com o Peeta. Temos a tarde toda.

Rolei os olhos, enquanto sentava no puff apenas de lingerie, vendo-a dobrar as peças, e sair do provador.

O dia seria longo.

 

~||~

 

— Você não me deixou ver o que comprou pra você. – falei, bebendo um pouco do meu milk-shake em seguida.

— Isso faz parte do meu novo visual. – Peeta respondeu, ajeitando as sacolas em suas mãos.

— Mas a mudança era para a Katniss, não pra você. – Madge disse, mordendo um pedaço da fatia de pizza que ela havia comprado.

— O corte que vou fazer precisará de roupas novas. – ele respondeu, caminhando distraidamente.

Encarei Mad que já me olhava com a testa franzida.

— Isso tudo é pra me encorajar? – questionei, seguindo-o.

— Claro. Se é de apoio que você precisa, apoio você terá. – respondeu, finalmente parando pra sentar em uma das mesas da praça de alimentação.

Sentei ao seu lado, e Madge sentou à nossa frente.

— Por que tanto apoio? – ela quem acabou perguntando.

Peeta colocou as sacolas no chão, antes de erguer a cabeça para olha-la.

— Porque estou contando que sua ideia ajudará Katniss de alguma forma, se não, acabarei agredindo um aluno, perderei meu emprego, serei preso, e nunca mais poderei dar aula. – explicou tranquilamente.

Arregalei levemente os olhos.

— Você realmente se arriscaria dessa maneira por causa da Katniss? – Madge questionou.

Ele me olhou, apoiando os braços cruzados sobre a mesa.

— Eu evitaria, mas se fosse necessário... – Peeta deu de ombros, voltando a olhar nossa amiga, que parecia curiosa. – Só se a desrespeitassem de maneira física, talvez. Não sei. – ele balançou a cabeça devagar. – Eu faria tanta coisa por ela, que ela nem faz ideia. – ele deu um pequeno sorriso. – Na verdade, acho que nem eu faço ideia do que eu seria capaz de fazer por sua causa. – Peeta disse olhando em minha direção. – Espero que isso não te assuste. – falou em tom divertido.

— Assustou um pouco. – dei um meio sorriso, sentindo as bochechas quentes. – Pelo menos na parte que falou que bateria em alguém.

Ele riu baixo.

— Foi um talvez. – Peeta descruzou os braços e pegou o copo de milk-shake da minha mão, sugando o conteúdo pelo canudinho.

— Sobre isso que eu estava falando. – Madge se manifestou. – Muito na cara.

Soltei uma risada baixa, antes de tomar o copo das mãos de Peeta.

— O quê? – ele questionou curioso.

— Vocês são um casal, e não tem como negar. – ela colocou o resto da pizza na boca.

— Nós não...

— Ela já sabe. – o interrompi, mexendo no canudo.

— Como? – Peeta questionou, unindo suas sobrancelhas.

— Elementar, caro senhor Mellark. – Madge respondeu depois de terminar de mastigar, me fazendo rir baixo. – Se querem manter segredo, é melhor voltarem a agir como um “quase casal”. – fez piada.

— O problema é que eu não sei como agir diferente do que eu estou agindo agora. – confessei. – Eu... – curvei levemente na mesa, em direção a Madge. – Eu sinto vontade de beija-lo o tempo todo. – segredei a ela, que gargalhou, enquanto eu corava, mas ria do meu próprio comentário.

— Você disse algo sobre me beijar o tempo todo? – Peeta havia curvado também, porém moveu a cabeça, deixando-a aparecer a minha frente. – Fique à vontade. – sussurrou.

— Eu realmente não queria ser a única a saber. Vou ter que aguentar isso agora. – Madge reclamou, parando de rir.

Meus olhos moviam-se, analisando desde os olhos azuis de Peeta, até seus lábios finos e convidativos, que tinham um sorriso torto neles, causando aceleração em meus batimentos, e fazendo-me ignorar o comentário de Mad.

— Droga. Para com isso. – balbuciei, empurrando sua cabeça pra longe com a mão esquerda, antes de voltar a olhar para Madge.

— O que eu fiz? – perguntou inocentemente.

— Fica me provocando. – suspirei, deixando o copo já vazio sobre a mesa. – Podemos acabar com isso logo?

— Como assim? – ele questionou.

— A história de cortar os cabelos. Vamos. – coloquei-me de pé. – Antes que eu desista.

— Sério? – Madge perguntou animada.

Afirmei com a cabeça devagar, lançando um pequeno sorriso para meu namorado, que me olhava curioso.

— Posso escolher o corte? – ela levantou, assim como Peeta, que juntava as sacolas em suas mãos.

Respirei fundo, e soltei o ar pela boca.

— Faça o que quiser, Mad. Apenas vamos. – saí antes dos dois, ouvindo palminhas vindas de uma Madge mais do que animada.

Eu sabia o que havia mudado minha decisão. Com certeza foi ouvir Peeta dizer que nem ele sabia o que era capaz de fazer por mim. Então cheguei à conclusão de que cortar meus cabelos, não era nada, comparado a maior mudança em minha vida, que começou a acontecer, assim que conheci Peeta naquele corredor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Sol em meio à tempestade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.