O Sol em meio à tempestade escrita por nsbenzo


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi amores.
Boa leitura ♥



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Já era quase oito da noite do domingo. Eu simplesmente havia me trancado no quarto, sem vontade alguma de sair. Minha irmã havia passado o dia todo em casa, apenas para tentar arrancar de mim sobre a noite passada. Porém eu não queria falar sobre o assunto. Não, quando nem eu mesma sabia o que pensar.

Eu não tinha muita experiência nesse quesito, e Peeta era o terceiro cara que me beijava. Não me sentia envergonhada por isso, afinal a maior parte da minha vida foi voltada aos estudos, trabalhos de meio período durante toda minha adolescência, e os cuidados com meu pai de três anos pra cá. Eu não tinha tempo para encaixar romance em meu dia a dia. Minha vida já era complicada demais. Incluir coisas do coração apenas a faria mais difícil de lidar.

O visor do meu celular acendeu pela quinta vez no dia, e eu já me sentia mal por não responde-lo. Pelas mensagens que enviava, Peeta parecia mal com a situação. E eu não estava colaborando nem um pouco.

Eu sei que você está ai. Esqueceu de tirar a confirmação de leitura :D tudo bem. Eu compreendo. Sei que já te mandei quatro mensagens hoje, mas eu estou começando a ficar aflito. Você não pode me ignorar por ontem, pequena :( eu realmente sinto muito. Te prometi que não vai mais acontecer. Acredite em mim, por favor!”

Suspirei ao terminar de ler, colocando o celular sobre o colchão. Passei as mãos por meu rosto, tentando organizar meus pensamentos, mas era difícil. Mais ainda pelo fato de ter tão fresco em minha memória o beijo sabor maracujá de Peeta. Seus lábios finos que se encaixavam perfeitamente nos meus, e sua barba por fazer que havia me arranhado levemente.

Eu não podia estar pensando essas coisas. Era loucura. Eu devia apenas pensar em como consertaria aquilo, sem estragar nossa amizade.

Peguei meu celular e sentei, encostando na guarda da cama. Meus dedos começaram a digitar a resposta para Peeta, e assim que enviei, a mensagem confirmou a leitura, me dando a certeza de que ele havia passado o dia todo esperando que eu finalmente dissesse algo a respeito.

Pare de se desculpar. Você não beija tão mal assim, então não ache que foi uma tortura :D eu apenas não sou alguém simples de lidar, então prefiro esquecer isso, tudo bem? Eu realmente gosto de você, Peeta, e sou uma pessoa difícil de fazer amigos, por isso não posso me dar ao luxo de perder você. É egoísmo demais da minha parte?”

Fiquei encarando o aparelho, esperando sua resposta, mas ela não veio, mesmo que o aplicativo dissesse que Peeta estava online. Mordi o lábio inferior, apertando o celular entre meus dedos. E se ele gostasse de mim de outra forma, e eu estava dando um fora nele? Joguei a cabeça pra trás, sentindo que ela começaria a doer.

Meu celular vibrou, fazendo-me olha-lo com mais pressa do que deveria. Outro aplicativo havia aberto, anunciando que Peeta queria uma chamada de vídeo. Meu coração deu um salto no peito, e senti minhas mãos começarem a tremer.

Respirei fundo e devagar algumas vezes, antes de atende-lo.

Hey, pequena. — Peeta disse ao aparecer na tela do meu celular. – Não estou te vendo. Está escuro.

Mordi o lábio inferior e levantei-me.

— Vou acender a luz. – falei baixo, andando até o interruptor, clareando meu quarto em seguida.

Voltei a colocar o celular em frente ao rosto.

Você fica linda até com um coque nos cabelos. — comentou dando um sorriso torto, fazendo-me corar. Andei de volta para a cama, sentando em seguida. – Então você me desculpou?

— Eu disse que não precisa ficar pedindo desculpas. – coloquei as pernas pra cima, e me ajeitei, voltando a encostar na guarda da cama. – Só acho melhor deixarmos pra lá.

Claro. — Peeta passou a mão nos cabelos. – Eu acredito que seja o melhor a se fazer. Eu não saberia conviver com o fato de ter te afastado por isso.

— Eu não vou me afastar de você. – dei um pequeno sorriso tímido. – Apenas espero que não me ache egoísta.

De maneira alguma. — Peeta sorrio. ­– Na verdade, eu quem fui egoísta. Eu estava com vontade de te beijar há um bom tempo. — minhas bochechas esquentaram novamente, e senti vontade de simplesmente desligar a chamada, mas permaneci imóvel, encarando seu sorriso que estava presente enquanto ele falava. – Eu apenas cedi a vontade, sem me perguntar se isso a incomodaria.

— Não incomodou. – falei baixinho, apertando mais meu celular. – É apenas algo que... Pode estragar amizades. E eu não quero isso.

Peeta afirmou com a cabeça, e assim que abriu a boca pra responder, alguém pulou sobre ele, derrubando seu celular, fazendo-me enxergar algo que parecia o teto branco de algum lugar.

Já falei pra não fazer isso. — ele resmungou aparecendo em frente a câmera, o que me permitiu notar que Peeta estava sem camisa.

Engoli saliva, mantendo-me completamente parada, sentindo meu rosto ferver. Ele era realmente mais forte do que eu pensava, e sinceramente, isso deixava-o mais bonito.

Tio. Eu tô com fome. — uma voz infantil disse do outro lado, me trazendo de volta a realidade.

Peeta moveu o celular, deixando que um garotinho de cabelos loiros e olhos claros aparecesse em minha tela.

Fala oi pra Katniss. — ouvi Peeta dizer ao fundo.

Oi. — o garoto acenou dando um sorriso banguela.

— Olá. – sorri de volta. – Você é o Pietro? – perguntei.

Como a senhora sabe? — perguntou confuso fazendo uma careta.

Ouvi a risada de Peeta, e logo o celular se moveu, deixando com que Peeta aparecesse.

Sim. Ele é o Pietro. — ele respondeu.

— Tem a cara da Delly. – comentei.

É uma miniatura dela mesmo. — Peeta sorrio. – Eu preciso fazer algo pra ele comer. Estou de babá. — ele se mexeu, parecendo se levantar. – Se eu mandar mensagem mais tarde, você irá me responder? — questionou erguendo uma sobrancelha.

Mordi o canto do lábio inferior.

— Vou. – falei baixo.

Assim espero. Eu sei onde você mora. — disse em tom ameaçador.

Acabei soltando uma risada curta.

— Eu sei que sabe. – levantei da cama. – Até depois.

Peeta sorrio.

Até depois.

Desliguei a chamada, jogando o celular sobre a cama, e suspirando em seguida. Olhei ao redor, e encarei a janela, notando o céu que estava escuro, com poucas estrelas.

Bufei impaciente. Eu estava cansada de ter que me esconder de Annabelle.

Andei até minha porta e coloquei meu ouvido nela. O lado de fora do meu quarto estava silencioso. Abri um fresta para observar o corredor.

— Pai? – chamei.

Oi, filha.— ele respondeu ao longe.

— É seguro? – perguntei, abrindo mais a porta e colocando minha cabeça pra fora.

Ouvi sua risada baixa.

É sim. Pode vir aqui. Estou na sala.

Sai de maneira cautelosa, enxergando-o sentado no sofá. Meu pai sorrio pra mim, enquanto eu caminhava até ele. Sentei-me ao seu lado, alcançando uma almofada e a coloquei sobre suas pernas, deitando-me com a cabeça sobre seus joelhos, virando-me para enxergar a televisão.

Ficamos alguns minutos em silêncio, apenas prestando atenção no programa antigo de faroeste que meu pai sempre amou.

— O que há de errado, Katniss? – perguntou.

Continuei imóvel, olhando para a imagem em preto e branco do seriado.

— Como sabe que há algo de errado? – respondi com outra pergunta.

— Porque eu te criei, filha. Conheço você melhor do que ninguém. – respondeu.

Virei de barriga pra cima para olha-lo, soltando todo o ar pela boca.

— Peeta me beijou ontem. – falei baixo.

As sobrancelhas de meu pai se arquearam em surpresa. Ele era o único pra quem eu contava realmente tudo, sem medo algum de ser interrogada. Eu sempre tive meu pai, minha irmã e Gale, porém Annie tinha um grande defeito, que era se meter demais em minha vida, já Gale era objetivo demais, e não sabia me aconselhar, enquanto meu pai me ouvia atentamente, e me aconselhava quando necessário, por isso eu o enxergava como meu único e verdadeiro confidente.

— E o que isso significa? – perguntou.

— Que eu estou confusa, mas que não posso estar confusa. – murmurei.

— Você gosta dele?

— Sim. Mas acho que não da forma que se deve gostar de alguém pra sair beijando por ai. – torci o nariz. – Depois que o senhor me mandou falar com ele, eu pude perceber o quanto Peeta já entrou em minha vida. Mas ter um envolvimento romântico com ele, apenas me deixaria mais paranoica com medo de perde-lo. – expliquei. – E pelo o que eu entendi, Peeta só quis matar a vontade de me beijar. – senti minhas bochechas esquentarem.

— Ele disse isso? – meu pai perguntou franzindo as sobrancelhas.

— Bom... Não exatamente. – sentei, colocando os pés pra fora do sofá. – Peeta disse que estava com vontade de me beijar fazia algum tempo... – falei baixinho. – Mas ele pediu desculpas por ter feito aquilo sem procurar saber se eu me incomodaria.

Meu pai ficou em silêncio, me fazendo olha-lo. Ele me observava atentamente, parecendo pensar em alguma coisa.

— Quer um dos meus conselhos? – perguntou. Afirmei com a cabeça devagar. – Se seu coração bater rápido toda vez que ele estiver por perto, é porque você já está apaixonada, filha. E se estiver, é difícil reverter. – meu pai sorrio. – Era assim que eu me sentia... Quando conheci sua mãe.

Fiquei em silêncio ao ouvir minha mãe ser citada por ele. Esse sim era o único assunto do qual não falávamos nunca, por isso desviei o olhar, sentindo-me incomodada.

— E tem mais. – meu pai chamou minha atenção, enquanto se colocava de pé. – Eu acho que só falta você descobrir, porque pela forma que fala dele, você já está apaixonada. – ele sorrio.

— Eu não estou... Apaixonada pelo Peeta. – falei baixo.

Meu pai riu baixo, negando com a cabeça.

— Eu te disse uma vez que eu saberia quando acontecesse com você. – ele lembrou-me de uma de nossas conversas de anos atrás. – Aconteceu, filha. – meu pai sorrio. – Apenas me conte quando você mesma tiver a certeza. – ele se curvou, beijando minha testa. – O jantar está na geladeira. Eu vou pra cama.

— Tudo bem. – olhei em direção a televisão. – Pai. – o chamei, voltando a olhar em sua direção.

Ele parou no meio do corredor para me olhar.

— Obrigada. – dei um pequeno sorriso.

— Estou aqui pra isso. – ele sorrio de volta, voltando a caminhar.

Desmanchei o coque em meus cabelos, e me joguei no sofá, deitando-me de barriga pra cima.

Eu não estava apaixonada, certo? Eu nunca havia estado de verdade, agora não seria a primeira vez. Eu estava apenas confusa por ter um homem além de Gale como amigo. Isso. Eu só estava confusa. Confusão logo passa, com o tempo.

Coloquei as mãos no alto da cabeça, enquanto meus olhos observavam o teto.

Eu só precisava parar de ficar lembrando daquele maldito sorriso torto que pareceu tão mais bonito, quando ele me pediu para manter a calma logo depois de me beijar.

Fechei os olhos, abaixando as mãos.

Não seria fácil fingir que nada aconteceu, mas eu precisava tentar.


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Notas finais do capítulo

Nova shortfic que acabei de publicar *-*
Deem uma passada lá, lindos.
https://fanfiction.com.br/historia/712882/I_Cant_Live_Without_Your_Love/
Beijos ♥



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