WSU's Soldado Fantasma - O Riso da Caveira. escrita por Nemo, Lex Luthor, WSU


Capítulo 6
Epílogo




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Duas figuras observavam a cidade do alto de um prédio, uma era uma Caveira, outro um Fantasma.

— Tem certeza disso? — indagou Marcos. — Eu não me importaria de você atuar aqui.

— Eu chamei muita atenção — disse o Soldado — Se eu continuar aqui, as pessoas vão me caçar e podem te atingir no processo... e a última coisa quero, é que outra pessoa pague o preço por mim.

— Eu entendo. — disse Marcos.

— Além disso a cidade está bem sob sua guarda, os crimes se reduziram, as pessoas estão mais seguras, acho que agora só resta um monstro.

— Você não é um monstro, eu acho que tinha essa visão antes de te conhecer melhor, te julguei como um maníaco demente, acreditei no que a imprensa tinha me dito, em momento algum tentei ver o seu lado, que você estava fazendo aquilo por que pessoas inocentes iriam se machucar… Se tivesse levado Santana sob custódia, seu irmão iria libertá-lo e matar mais gente e o Intangível... você deu seu melhor para poupar os outros meliantes.

— Não sem um preço — disse o Soldado angustiado — As pessoas olham para você e ficam aliviadas, seus corações se enchem de esperança, mas quando sua filha olhou para mim, ela viu apenas horror. — Ele continuou:

— Você não tem ideia do que eu daria para ter a minha família de volta e poder ser um herói.

— Mas você ainda pode! Atue do lado da lei, seja um dos mocinhos.

— O mundo não é tão colorido, Marcos, as pessoas têm ideologias diferentes, se eu atuasse para a polícia, o que impediria eles de me mandarem para um lugar que não desejo ir? Ou me impedissem de ajudar quem precisa? E se me capturassem novamente e fizessem lavagem cerebral em mim, quantas vidas pagariam o preço para que eu possa ser feliz?

— Você sabe que o que faz, mesmo com as melhores intenções, ainda assim não é certo, não é? Você matou dois idiotas que por mais doentes que fossem mereciam ser reabilitados.

— E não se passa um dia, sem que eu não me lembre de cada um deles.

— Vai continuar matando? — indagou Marcos fitando a cidade.

— Nossa lei é como uma peneira, pega boa parte da sujeira, mas não toda, alguns ciscos escapam, matam e estupram, e a lei não pode fazer nada, não estou dizendo que é o certo ou o correto, mas nem sempre as circunstâncias estão ao seu favor. Às vezes a única alternativa para mim, é matar para impedir daqueles que não são merecedores dela... É por isso que...

— Às vezes para fazer o certo, é preciso desistir daquilo que mais desejamos, até mesmo dos nossos sonhos.

— Evitarei matar Marcos, em honra a você e as pessoas que conheci nessa cidade, mas não posso fazer promessas. Eu acredito, que um dia, vou encontrar outro jeito de fazer as coisas e quando esse dia chegar, você vai saber.

Marcos, ficou em silêncio, não concordava com a matança, mas entendia o ponto do amigo, bem como o sofrimento que o mesmo devia passar. E resolvendo quebrar o silêncio perguntou:

— Acha que existem outros como nós?

— Acho que o mundo não teria graça, se fôssemos só nós, ele está lotado de gente estranha, há aprimorados surgindo por tudo que é lado, acho que não duvido de mais nada, nem de gatos falantes.

— Gatos falantes existem com certeza.— logo depois indagou curioso — Pretende encontrá-los?

— Não, mas como testemunhamos aqui, é inevitável que eu não trombe com alguns, os mocinhos terão minha ajuda, já os caras maus, terão uma sova.

— E se eu não der conta de algo, e se aparecer um problema grande demais para mim?

— Nesse caso. — disse o Soldado pegando um cartão do bolso – Pode contar com minha ajuda. — Marcos o pegou e o colocou no bolso, em seguida agradecendo:

— Bacana, acho que vou fazer um pra mim. Temerário surras, obrigado Soldado.

— Disponha meu amigo, se me permite tenho que ir.  Vou pegar um ônibus, vai partir em algumas horas e eu gostaria de garantir o meu assento com vista para a cidade.

— Para onde vai?

— Com o meu trabalho finalizado por aqui, devo ir para Recife, de lá vou para São Paulo. Dizem que nesta última, fica a base de importações de uma grande facção, eles distribuem pelo menos 5% de toda a droga no país.

— Espero que consiga realizar o que almeja. — disse Marcos, colocando a mão sob seu ombro.

— Pode-se dizer que o sentimento é mútuo.

Dizendo isso, ele saltou do prédio, se agarrou a uma janela e balançando o corpo aterrissou sem dificuldades. Enquanto deixava para trás um Temerário, convicto de que a sua frente, ia não mais um inimigo, mas um amigo, com defeitos, qualidades e modos de pensar. Apesar dos pontos de vista diferentes, o que eles faziam não dava um distintivo a nenhum. Marcos era tão fora da lei quanto o Soldado.

Os boatos da existência de aprimorados... corrompidos... estavam comprovados na sua frente. Ele era apenas um homem, um homem comum. Pai de família, trabalhador, estava tentado fazer a diferença para manter sua cidade e família em segurança, mas agora era diferente. O humano no meio dos superpoderosos estava destinado a deixar de lado preconceitos e unir-se aos seus diferentes, a única exceção seriam aqueles que ameaçassem à vida e a integridade, humano ou não, a caveira riria.

O Soldado passou em sua casa, pegou suas duas malas já prontas, e foi até a cozinha, lá fitou a bússola e indagou a garota da fotografia:

— Será que estou fazendo o certo? Renata?

Em seguida, trancou a porta da casa, deixou a chave no lugar combinado, se dirigiu a rodoviária, lá comprou sua passagem e embarcou rumo a eterna jornada: Fazer o que considerava certo, mesmo que de outra perspectiva isso seja considerado errado.

 

 

 

Três semanas depois na residência de Marcos:

Marcos, descansava em família no sofá, enquanto abraçava a filha e a esposa, eles estavam assistindo Capitão América: o Primeiro Vingador, no intervalo, Marcos brincava com as duas. Até que a TV exibe algo que chama sua atenção:

Havia uma repórter parada em frente a uma casa, e paramédicos retirando dois corpos, enquanto a polícia vasculhava o lugar.

 

 

 

São Paulo - SP.

 

— Karen Maximus, a prodigiosa campeã brasileira de xadrez, se encontra desaparecida a três dias.

— Senhor Maximus, por que ela fugiria?

— Não sabemos, Karen sempre foi doce e obediente, nunca nos deu problemas, por favor encontre nossa filha.

— O paradeiro da filha ainda é desconhecido. Se virem essa moça, por favor, avisem a polícia.

A tomada corta para outro repórter, que se revela em uma parte próxima da cidade, atrás dele quarenta sujeitos estão sendo atendidos pelos médicos.

— Notícia urgente, um grupo numeroso de traficantes de drogas foram atacados. Aparentemente todos foram alvejados por uma arma de nível militar, tenente, alguma ideia de quem fez isso?

— Definitivamente não é um dos nossos, mas tem perícia, porém outro fator é que foi disparada uma granada de gás sonífero, alguns caíram de cara, os restantes foram alvejados por balas, estão embebidas por outro sonífero, que fez todos os atingidos caírem logo depois, uma característica interessante é que todos foram alvejados de forma não fatal.

— Quem fez isso sabia o que estava fazendo, tinha treinamento para tal.

— Algum deles foi morto?

— Não.

— Isso aí! — gritou Marcos.

— Então pode-se afirmar que ele é mais eficiente que o corpo policial?

— Não tenho mais nada a declarar.

 

 

 

Mais tarde.

 

— Acha que ele mudou? — indagou Elisa.

— Não, mas ele encontrou outros modos de realizar seus objetivos, ele não tinha esse gás ou sonífero nas balas antes, mas agora tem.

— Acha que ele vai matar novamente?

— Todos os bandidos presos ali, são peixes pequenos, nenhum grande estava no local, então eu não sei, só podemos esperar que sim...

— Antes eu olhava para as pessoas de um certo modo superficial, tirava conclusões precipitadas, mas depois do nosso encontro, descobri que nada é tão simples, há outras coisas por trás das pessoas, motivações, eventos que as transformaram nisso, mesmo ele não escapou disso.

 

 O Soldado Fantasma retornará em: Aracnídeo.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, gostaria de agradecer a vocês por terem me acompanhado até aqui, espero que tenham gostado, é a minha primeira história. Também gostaria de agradecer aos meus companheiros por terem me ajudado em diversos estágios da escrita e por terem acreditado que isso realmente valia a pena ser publicado. Sobre o Soldado? Só posso dizer que a continuação está passando por revisões, mas na base, ela já está pronta. Muito obrigado e até a próxima :)