WSU's Soldado Fantasma - O Riso da Caveira. escrita por Nemo, Lex Luthor, WSU


Capítulo 5
Soldado & Temerário


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas por esse atraso, infelizmente fiquei sem meu not por mais de uma semana e como todos os meus arquivos estavam nele, acabei não podendo postar. Vou me prevenir da próxima vez.



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Cidade do Corsário, 01:03, Fábrica

 

 

— Não disparem. — ordenou o Intangível — Peguem eles.

— Mas chefe, não seria mais simples se atirássemos neles?

— Não seja idiota, O Soldado certamente desviaria os tiros para vocês.

Nisso o mesmo, sacou sua pistola e mirou neles.

— Se matá-los, ordenarei que façam o mesmo com... — BANG! Foi o barulho que se ouviu em seguida, com o Soldado, mirando no Intangível, mas este continuou de pé.

— Parece surpreso Soldado— apontou o Intangível.

— Não isso foi apenas um teste e você passou. — apontou o Soldado  – Seu verme, foi você quem matou aqueles guardas, foi você quem explodiu a droga do armazém e foi você quem matou os homens que estavam com Santana. Você botou a culpa em mim. Não vou te perdoar.

— O que é você? — perguntou Marcos.

— E estragar a surpresa? Isso é um segredo, mas vocês em breve vão descobrir quando… 

Subitamente o Soldado atirou nos restos de uma janela que ainda obstruía sua visão.

— Vandalismo? — indagou o Intangível intrigado — E eu é que sou o vilão? 

— Não. — respondeu o Soldado, enquanto agarrava o Temerário e gritava:

— Salte para frente! — Ambos o fizeram, enquanto o Intangível gritava:

— Atirem! Não deixe que os dois fujam!

Mas eles já estavam do lado de fora, acabando de cair em cima do prédio da frente, foi uma queda prematura, do qual nenhum dos dois teve uma aterrissagem macia. O Soldado, no entanto, estava inconsciente devido ao esforço de levar ambos a uma distância tão grande. Marcos estava consciente, mas levou um tempo considerável para que ele se levantasse e fosse examinar o Soldado:

— Acorde! — disse ele — Precisamos sair daqui, não é hora de dormir! Droga, vou ter que levá-lo para a minha base! — Nisso ouviu-se um barulho de explosão e o telhado da antiga fábrica veio abaixo, os explosivos do Soldado tinham se detonado, tudo para impedir futuros encontros no local.

Marcos colocou-o nas costas (o que na verdade foi um tremendo esforço para ele) e desceu a escada de incêndio do prédio.

— Então agora vocês são amigos? — indagou o Gato.

— Não, o inimigo do meu inimigo é meu aliado.

— Pensei que tudo iria acabar como Martha — disse o Gato.

 

 

 

Fábrica 

 

Em meio aos destroços, e a fumaça uma figura surge da terra. O Intangível sobreviveu sem qualquer arranhão ou dificuldade, mas estava tremendamente irritado, afinal seus inimigos mais cobiçados escaparam. Seus homens eliminados sem dó ou pena, afinal estavam presos nos destroços. Por outro lado sabiam demais e outros ocupariam suas fileiras.

 

 

 

Base de Operação do Temerário. Duas horas depois

 

O Soldado começara a despertar de sua exaustão, mas sua visão estava bloqueada por uma venda. Seu corpo parecia cansado e sem força, podia ouvir de longe a TV ligada. Marcos assistia um pouco das notícias, sobre a Antiga fábrica ter ido pelos ares e aparentemente um bando de criminosos ter sido morto. Crime atribuído ao Soldado Fantasma. Ao perceber que este despertara Marcos indagou:

 — Estou com muitas dúvidas aqui e você vai me responder, quem é você? Por que faz isso?

 — Não temos tempo para isso. — disse o Soldado tentando se desvencilhar ainda zonzo da cadeira em que fora amarrado — O que fez comigo? Preciso encontrar sua família, não posso deixar acontecer de novo…

Marcos deu um sorriso irônico e disse:

— Acalme-se, você está dopado. E eu não preciso da ajuda de um monstro.

Matheus observando a tela que mostrava as câmeras do lado de fora da base alerta:

— Parece que o seu aluno novo está batendo na porta da academia. — Matheus levantou-se. — Vou até lá ver o que é.

A base de operações ficava atrás da academia e logo Matheus aparecia nas imagens. Ligou o comunicador para falar com Marcos.

— Você precisa de mim, vamos achar a sua família, eu prometo.

— Eu não confio nem um pouco em você. E além do mais não pode sair nesse estado, me conte quem é você. — O Soldado ficou um tempo estático, como se tentasse lembrar de seu passado, em seguida disse:

— Ele está morto, cresci no interior paulista, fui criado pelos meus avós, eu me chamava Victor, era uma pessoa comum, mas... fui transformado em uma arma particular. Ele me aprimorou de todas as formas que pode, para fazer de mim... o ápice do ápice do ser humano, me forçou a matar pessoas inocentes para atingir seus objetivos...

Ele continuou um pouco triste:

— Me libertei e voltei para casa, mas eu sou um monstro, não podia simplesmente voltar e arriscar perder minha família, então os deixei para trás. Tentei levar uma vida normal, tentei ajudar as pessoas como voluntário em trabalhos sociais, já que não podia ser mais um professor...

Marcos ficou em silêncio enquanto ouvia o resto e à medida que ele continuava, sua voz se tornava mais racional, contudo mais triste e dolorida.

— Até que em uma tarde Santana e seus homens provocaram um tiroteio com uma gangue rival, uma garotinha foi pega no fogo cruzado... ela minha vizinha. Mesmo assim nos tirei de lá... Pedi ajuda as pessoas, mas cada um só quis seguir seu caminho e me abandonar lá… Ela me perguntava se iria ficar bem... Eu mentia... Dizia: Sim, vai ficar tudo bem... Prometo. Ela dizia que queria ver sua mãe, eu respondia: Você vai vê-la... Ela me contou tudo o que sonhava em ter e fazer, disse que amava histórias e queria ser escritora... Eu a incentivava e dizia que iria ajudá-la com isso... Mas no fim, perto do hospital, ela começou a esmaecer. Eu gritava e implorava para que ficasse comigo, mas ela se foi...

Marcos ficou em silêncio, tentando imaginar se aquela garotinha fosse Vanessa e ele estivesse no lugar do Soldado, lágrimas rolaram ao tentar compreender o que aquele homem passara, sozinho e com toda aquela carga de sofrimento e responsabilidade.

— Foi aí que eu percebi, que o maior pecado de um homem, é não fazer a diferença quando ele poderia, se eu estivesse atuando, aquela garotinha, não teria pagado o preço... Não vou tentar me justificar e dizer que o que faço é correto, matar Santana não foi correto, ele merecia viver tanto quanto eu ou você, compreendo isso e evitarei isso... Não estou pedindo sua aprovação, mas nenhum pai, mãe ou qualquer pessoa deve passar pelo que eu e aquela garotinha passamos…

— Tudo bem. — disse Marcos — Eu te entendo, não que concorde com tudo, mas te entendo, me desculpe por ter te atacado daquela forma...

— Nada disso... — disse o Soldado ao ser interrompido por som de tiros.

— O que foi isso? Marcos?

— Que merda. — disse Marcos ao olhar para o vídeo.

A imagem mostrava seu novo aluno baleado no chão e Matheus agachado por trás “d’A Besta”, o Opala 1971 preto de Marcos, protegendo-se dos tiros disparados por três motoqueiros.

Marcos tirou a venda dos olhos do Soldado Fantasma.

— Vê esse rosto? — disse apontando para si com o polegar direito. — É o de um homem. — Pegou uma seringa de adrenalina. — Espero que o que tenha dito seja verdade, estou confiando em você. — disse ao injetar a seringa no Soldado.

Matheus já estava desesperado, atirava para cima para mexer com o psicológico dos motoqueiros, pois sabia que arriscar um tiro poderia lhe custar a vida.

É então que uma cortina de fumaça chega. Matheus sorri.

— HAHAHA. — ria a voz sinistra.

Os tiros dos motoqueiros cessam e o fogo.

— É a caveira. Tenham cuidado — disse o motoqueiro ao vira-se e dar de cara com o Soldado. — Não é a caveira é o fantasma!

Sua Thompson disparou e no mesmo instante caiu. Seu corpo tinha mais buracos que um queijo suíço. O Temerário surgiu em meio à fumaça desarmando um dos homens que gritava automaticamente:

— É a caveira. — Logo uma adaga atingiu seu pescoço.

A fumaça já não diminuía tanto a visibilidade, quando o Soldado foi surpreendido com um cano de arma na nuca. Olhou para o Temerário bem à sua frente e acenou positivamente com a cabeça.

Num piscar de olhos ele desaparece por uma distorção indo para trás do homem, deixando-o com a frente limpa para que o Temerário desferisse um chute alto no queixo. O Soldado agarrou-o pelo pescoço e dois disparos são dados em seu peito.

— Bons sonhos. — disse Matheus ao disparar.

— Obrigado por matar a nossa última fonte de informação! — grita Marcos.

— Não há de quê. — sorriu. — O seu novo aluno era um informante do Intangível, mas ele descobriu que ia ser morto por... Saber sua identidade, estranho. Ele pôs um rastreador na Besta. Já dei um jeito.

— Filho da puta. Eu deveria ter percebido, agora minha mulher e filha estão nas mãos de um maluco.

— Você me faz um favor, vou precisar de uns óculos e um filtro de gás, quase não dá para enxergar com tudo isso. — O Soldado olhou em volta para os corpos que eliminou: Eu não queria isso.

— Então agora precisa da ajuda de monstros? — ironizou Matheus.

— Cala a boca. — retrucou Marcos.

— Não me disse quem é você. Gosto de saber com quem estou trabalhando.

— Eu sou só um antigo lutador de MMA, engenheiro e tenho certos problemas na cachola.

— Todos nós temos. — disse o Soldado.

— Então tudo vai ficar de boa?

— Por que ficaria ruim? — indagou o Soldado — Eu não guardo rancor de pessoas que estavam sendo manipuladas...

— Seremos "parceiros" então?

— Bom você conhece a cidade melhor que eu e eu não iria reclamar de ter companhia ou uma carona para variar.

— Vão acabar virando Batman & Robin. — disse o gato. — Ou quem sabe Capitão América e Bucky.

— Tem alguma ideia de como vamos deter aquele Intangível? — indagou o Soldado.

— O que acha que ele é? — indagou Marcos — Será que ele é como você?

O Soldado respondeu pensativo e sem qualquer orgulho na voz:

— Com exceção de outra pessoa, não existe ninguém como eu... acho. Corrompido, aprimorado ou alterado, não sei... o mundo está cheio de gente esquisita.

— Andei pensando — disse Marcos — E tive uma ideia, os pés dele, se ele ficarem intangíveis eles afundariam, não é?

— Pela lógica sim. — disse o Soldado, em seguida acrescentando — Outra coisa, todo o poder depende de concentração e foco, se tirarmos isso dele, já era.

— Como vamos encontrá-lo? — indagou Marcos.

— Fazendo uma batida é claro. — disse o Soldado enquanto colocava suas últimas armas em seus bolsos frontais.

 

 

 

 Mansão do Intangível, 10: 37

 

— Como estão, as mulheres da vida do Caveira? — indagou o Intangível em tom zombeteiro.

— Quando meu pai te achar, você tá fodido. — disse Vanessa.

— Garota insolente! — esbravejou o mafioso.

— Com quem você aprendeu isso? — disse Elisa irritada.

— Na academia. Lá é bodybuilder, porra!

— Só não vou quebrar cada dente do seu rosto, — disse o Intangível — Porque quero vocês vivas para torturar na frente dele!

 

12:00 

 

Um traficante vendia drogas tranquilamente em seu beco, o dia estava rendendo vários fregueses já que os pontos de drogas haviam diminuído consideravelmente por causa dos vigilantes. E ele aproveitara fazer seu trabalho durante o dia, já que os vigilantes atuavam a noite. Tudo corria bem até que um carro sem janelas parou em frente ao beco, revelando a Caveira que ia ao encontro do traficante trêmulo. Decidindo fugir, ele correu para outro lado, mas deu com outra figura nada amigável.

— Ah caralho, só pode ser sacanagem. — falou criminoso.

— Pode-se considerar sortudo. — disse o Caveira.

— Queremos informação — interrogou o Soldado. — Colabore e te dou uma chance de se entregar a polícia, resista e vai dizer do mesmo jeito.

— O que vocês querem?

— Você era avião do Santana e agora deve ser do Paulo, mais conhecido como o Intangível. — respondeu o Soldado — Nos diga tudo o que sabe.

— Ele é um assassino profissional. — disse o traficante. — Se eu falar ele vai me matar.

— O Soldado é um assassino e torturador profissional — falou o Caveira — Não deixaria ele te torturar e te matar, mas vou abrir uma exceção hoje.

— Merda! Tudo bem, Paulo possui uma mansão na zona rural, é bem grande com muros, segurança, mas não conheço nenhum maluco que... Deixa pra lá.

— Se entregue pra Polícia — ordenou o Soldado — Ou te mando pro hospital com diversas sequelas irreparáveis.

 

 

 

15:47, Sobrado do Soldado .

 

 — Onde conseguiu essas armas? — indagou Marcos se referindo a AK-47, uma Barret M82A1M, uma Colt M4A1, um Milkor MGL e por fim um Lançador de granadas M203.

— Algumas comprei no mercado negro, outras eu ganhei de alguns militares com quem cruzei o caminho e outros os donos não precisavam mais. — respondeu o Soldado.

— Se você tem dinheiro para comprar essas coisas, porque não aluga uma casa decente? — perguntou Marcos.

— Uma coisa é comprar armas para a causa, outra é lucrar no sofrimento de outros, não quero e não posso usufruir desse dinheiro sujo. — disse o Soldado. — Prefiro trabalhar e me sustentar mesmo.

— Marcos, não quero que suje suas mãos. — falou o Soldado — Eu cuidarei de tudo e você vai resgatar sua família.

— Eu não sei como posso te agradecer — disse Marcos — Eu te maltratei, você não deve nada para mim e ainda sim vai arriscar sua vida para salvar pessoas que nunca viu ou conhece...

— Vejo você Marcos, você fez o que achava certo, não tinha como saber, mas se sua esposa e filha, tendo um marido e pai assim não duvido que sejam boas pessoas. A essência é o que importa.

Em seguida Marcos viu um objeto curioso na mala, uma espada, mas não uma espada comum, como se vê em filmes, o estilo, o metal era diferente de tudo o que tinha visto, de onde era aquilo? Marcos levou a mão na espada, mas o Soldado o deteve:

— Se tocar nessa espada sem meu consentimento, ela vai te fritar.

— O que?

— Pode pegar agora. — Marcos a pegou e a retirou da mala, havia letras nela, letras que ele não reconhecia.

— O que significa? De onde é essa espada? — James ficou em silêncio em seguida recitando o que se lembrava

— "Pelo caminho vagueareis, mas não estarás só, pois estareis contigo em toda a sua caminhada, serei sua defesa dos seus amigos e o algoz dos inimigos, abandonar-te-ei apenas quando seu caminho chegar ao final, e mesmo além, me lembrarei de vós".

— Ela me foi dada em um momento de crise, o ex-dono acreditava que eu poderia trazer a paz as pessoas... que piada.

— Porque por um momento você começou a falar como um cavaleiro medieval? De que material essa ela é feita?

— Não importa, agora vamos retomar o trabalho. — Marcos devolveu a espada e deu uma xeretada na cozinha, abriu a geladeira e perguntou:

— Você não bebe?

— Não fico bêbado, metabolismo acelerado.

— Merda.

Em seguida Marcos foi até a cozinha e encontrou duas coisas que o paralisaram, a primeira era uma fotografia em cima da mesa, aparentemente era James ali, junto com uma criança, uma garotinha no colo, havia um sorriso em seu rosto. Ao virar para o outro lado encontrou algo escrito, uma frase: Vou te Vingar.

Merda, é ela, a história dele não é mentira. — Marcos a depositou com cuidado em cima da mesa e foi mexer em algo ainda mais curioso. Pelo design era moderna, uma bússola, ele a abriu e encontrou algo que ele não esperava, outra fotografia, mas dessa vez era de uma jovem, cabelos negros, olhos castanhos, sorriso amável, parecia que aquela foto tinha sido tirada especificamente para estar ali. Em seguida olhou para a porta e deu de cara com James.

— Desculpa, velho, eu não devia...

— Sem problemas, agora vamos salvar sua família...

— Quem é ela? É da sua família? Sua namorada?

— Fantasmas do passado. — disse ele com tristeza.

Eles se aprontaram, colocaram as armas no carro, entraram no mesmo, Marcos ajustou o piloto automático e ambos prepararam suas armas. O Soldado portava seu lança granadas e a espada embainhada, enquanto Marcos com a AK-47.

 

 

 

20:00 Mansão de Paulo. Zona rural.

 

 O Intangível efetuou uma ligação ao Temerário:

— Olá, Marcos. Eu gostaria de fazer um convite a você e ao seu novo amigo, caso ele esteja aí.

— Diga. — respondeu Marcos seriamente.

— Quero que vocês me encontrem em minha casa, acho que já sabe o que acontece se negar.

— E irei me entregar pacificamente, não é? — indagou Marcos, enquanto o Soldado abria a porta da esquerda com o lança granadas em mãos.

— Desejo uma luta é claro, por isso deixei que se recuperassem, afinal eu poderia ameaçá-los antes, seria covardia e fugiria dos meus objetivos. Quero quebrar vocês e humilhá-los ante toda a cidade.

— Ótimo, o que diz Soldado?

— Acho que vou decepcioná-lo. — Ele dispara um tiro certeiro no portão da mansão, derrubando-o. A Besta adentra, deslizando, e o Soldado salta com a Colt em mãos, já efetuando disparos e ‘’deitando’’ todos os capachos com precisão mortal, todos que entravam em seu campo de visão.

— Seu filho da puta, não seria assim! — gritou o Intangível — Agora vou matar sua querida família!

— Não, não vai! — disse o Soldado esbofeteando sua nuca, que estava tangível, fazendo-o cair no chão. Enquanto Marcos abria fogo contra cinco, comparsas restantes, de trinta e cinco.

O Intangível já se levantara e caminhava na direção do Soldado, as balas de seus comparsas o atravessavam e ricocheteavam no Soldado, ou atravessavam um portal e davam na testa do atirador.

— Então você estava se contendo com a Caveira, mas não importa, seus poderes não vão te salvar de mim.

— Não preciso deles! — disse o Soldado passando uma rasteira, mas nada aconteceu.

— Sua lógica é interessante, poderia dar certo quando eu era inexperiente. — disse socando o peito do Soldado, o fazendo voar para trás, assim que tocou o solo, deu um salto para trás com uma cambalhota ficou em pé. Nisso Marcos avançou e tentou desferir uma sequência de socos no intangível, mas tudo o que fez foi atravessá-lo.

— Eu esperava mais de vocês. — desferiu uma bordoada lateral, chutando a barriga de Marcos, depois o agarrou aplicando uma joelhada, jogando-o para frente, e por fim o chutou.

O Soldado agarrou sua perna e a jogou subitamente para cima, o Intangível deu uma cambalhota no ar e quando caiu no chão o James saltou sobre ele com uma faca em mãos. Mas assim que encontrou o solo, seu adversário já se encontrava imaterial e desferiu dois socos contra sua barriga, fazendo o Soldado se afastar e concedendo a ele a chance de se levantar.

Enquanto este o fazia, Marcos teve uma grande ideia, enquanto ele ficava tangível e o Soldado avançava para mais um round.

O lance dos pés não funcionou tão bem, mas talvez não seja essa a questão, para que ele fique intangível... é como se suas moléculas estivessem bastante segregadas. Espere, ele está gerando calor e aumentando a distância de suas moléculas... Sendo assim se for resfriado, suas moléculas vão estar agregadas e talvez ele fique tangível, mas como... O nitrogênio!

O Temerário correu em direção à Besta, seu carro. O Soldado instantaneamente percebeu que ele tinha uma ideia e fez o possível para manter o Intangível ali, mas este se dirigia em direção a Marcos dizendo:

— Eu não terminei com você, Marcos.

— E eu também não! — gritou o Soldado saltando por cima de seu inimigo, mas tudo o que conseguiu foi atravessá-lo.

— Será que não percebe? — indagou o Intangível rapidamente socando sua cara. — Não pode me deter.

— E apesar disso você não pode salvar o fracassado do seu irmão de mim! — disse o Soldado, enquanto se afastava com rapidez. — Matei muitos em minha vida, mas ele foi um dos poucos em que, senti prazer de eliminar, vê-lo implorar e ganir pela sua miserável vida, mas deixá-lo morrer aos poucos, aquilo foi o melhor de tudo. — James se corroía por dentro.

— Seu filho da... — disse o Intangível — Vou te matar seu desgraçado!

Enquanto o Soldado distraía o Intangível, se esquivando e atormentando com seu irmão, dando todos os detalhes de sua morte, insultando sua memória, Marcos havia retirado o cilindro de nitrogênio líquido que abastecia o carro, e foi ao encontro do Intangível, que por sua vez já tinha encurralado o Soldado contra um dos muros e se encontrava em estado colérico. Ele deu o golpe de misericórdia, mas o Soldado com a ajuda de seu poder o desviou.

Enquanto o Intangível tentava se recuperar do susto, Marcos espirrou com a mangueira do cilindro um pouco do fluido contra as costas do Intangível, fazendo ao mesmo tempo com que suas moléculas ficassem juntas num choque térmico que queimava a sua pele, desconcentrando-o.

— AHHHHHHHHH.

— 196 Graus negativos, canalha. — disse Marcos. — A boa e velha Física!

Enquanto ele gritava o Soldado, socou seu peito levamdo-o a uma queda, nesse mesmo milésimo de segundo viu o Temerário gesticulando com uma das mãos uma arma mirada na lata de nitrogênio e fazendo uma pequena menção de jogá-la. O Soldado entendendo a ideia, saltou por cima do Intangível caído e gritando e com a arma recém sacada viu a lata passar por ele. Quando ela se aproximou do Intangível, ele disparou e caiu em cima de Marcos.

E assim o Intangível se tornou tangível, apesar de sua dor, se levantou e sacou sua adaga, seu corpo podia doer e se desintegrar, mas seu desejo de vingança, sempre persistiria e enquanto pudesse ele tentaria matar seus inimigos.

O Soldado e o Temerário já estavam de pé e avançaram contra o Intangível, mas o que nenhum dos dois suspeitava é que ele tinha uma mutação secundária era força superior à de um humano convencional, ativada apenas em momentos de puro ódio. Até que encontrou a estabilidade térmica, tendo sua intangibilidade neutralizada e com toda a sua raiva ele não conseguia se concentrar.

Marcos foi quem avançou primeiro, desferindo uma sequência rápida de socos em seu peito e desviando dos dois próximos golpes, se afastou mantendo uma postura provocativa em seguida perguntou:

— Onde estão elas?

— Prestes a detonar. Hahaha! — riu o intangível — Você não vai tirar nada de mim.

O Soldado saltou e lhe desferiu um chute no meio do peito, se levantando rapidamente e socando seu rosto, ora com a direita ora com a esquerda, até que o Intangível deu uma joelhada na boca de seu estômago, e em seguida o chutou para longe. Marcos voltou a atacar do seu jeito provocativo, golpeando quando tinha oportunidade e com o máximo de força que possuía, desse modo exaurindo boa parte das energias de seu inimigo e o abatendo aos poucos, com ganchos de direita e de esquerda, o Soldado não interveio, sabia que Marcos merecia descer o sarrafo naquele safado. Até que o Intangível, extremamente cansado, ao notar no chão uma adaga, – que pertencia ao Soldado e o mesmo a deixara cair no combate, – a pegou para confrontar o Temerário. Sem muito esforço, Marcos retoma a posição ofensiva desarmando-o com uma chave americana empunhando a adaga em seu pescoço.

— Onde elas estão? É a sua última chance, canalha! — indagou o Temerário.

— Nunca vou contar. Você pode tentar me torturar, mas elas não vão ter tempo e meu poder certamente irá voltar. Vocês perderam rapazes hahahaha. Se não me matar agora eu farei com vocês.

Marcos levanta o punho armado para desferir o golpe de misericórdia no pescoço do Intangível e pouco antes de matá-lo, o Soldado segura sua mão.

— Não! Você não precisa fazer isso. Quando eu disse que admirava parte do seu trabalho... Era essa. É o que diferencia você de mim, ou desse verme, eu já conheci o abismo, ele já piscou para mim, sei como é seu olhar e posso conviver com isso... Da maneira que puder.

Marcos solta a adaga no chão, refletindo o que poderia fazer, enquanto o Soldado, saca sua espada, que olha para Marcos, este desvia o olhar, enquanto sangue se esvai de um corpo morto, que tomba no chão.

O Soldado e Marcos adentram na mansão de Paulo, percorreram todos os cômodos, mas nada encontraram.

— O que aquele maníaco fez com vocês?

— Vamos encontrá-las Marcos, tenha fé. — disse o Soldado, enquanto vasculhava mais um cômodo e as encontrou amarradas em cadeiras com uma bomba no chão.

Contando trinta segundos, apesar do susto das duas ante o Soldado, ele não hesitou, agarrou a bomba e saltou com ela pela janela, pela quantidade de TNT aquilo iria varrer uma área considerável, ele criou uma distorção a sua frente e outra nos céus, faltando dois segundos ele a jogou dentro da distorção e ela explodiu nos céus.

Nisso Marcos já havia desamarrado sua esposa e filha e as abraçava ternamente dizendo:

— Nunca mais vou deixar que nada acontece com vocês, nada!

— Temos que ir — disse o Soldado, que acabara voltando para a casa.

— Papai... Esse é o cara do filme? — disse Vanessa arrancando sorriso de Marcos e Elisa.

— O Soldado Fantasma — disse Marcos — Ele é meu...

— Amigo e parceiro. — disse o Soldado. — Agora vamos sair daqui antes que a polícia chegue.

Tanto Elisa quanto Vanessa saíram de olhos vendados da mansão, Marcos ligou para Matheus vir com um guincho para aquelas coordenadas para pegar a Besta, enquanto Elisa chamou um táxi para eles irem embora. O Soldado ia junto, pois toda essa falta de descanso em combates o debilitaram bastante, tanto que pegou o mesmo táxi que eles.

Assim ia o taxista mais apavorado da Cidade do Corsário, transportando na frente uma Caveira, atrás dela um Soldado e ao lado do mesmo uma mulher e uma garotinha. Enquanto tocava: Come and Get Your Love.

— Tira dessa música. — exigiu Elisa.

— Não. — disse Marcos.

— Papai tem bom gosto.

— Vamos falar desses gostos depois, mocinha. — disse Elisa.

— Afasta o banco pra frente. — disse o Soldado.

— Não. — respondeu Marcos.

— Eu te odeio.


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Notas finais do capítulo

Estamos quase no fim