Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 5
Deveres reais


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, consegui concluir mais um capítulo. Ele é o ponto de partida para novos acontecimentos. Espero que gostem. Caso haja sugestões, ficarei feliz em recebê-las.
Boa leitura.



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Sansa decidiu se recolher em seu aposento assim que viu os irmãos saírem da mesa e irem para o exterior do castelo. Sabia que os dois tinham muito a conversar e não queria ser uma intrusa entre eles. Resolveu usar o restante da noite para fazer um presente para a irmã. Abriu o baú retangular de madeira que ficava sob os pés da cama e retirou um grosso tecido de malha de algodão. Pegou sua tesoura, agulhas e linhas, para cortar e costurar uma camisa de magas compridas para a menina. Quando deitou o tecido sobre a cama para recortá-lo, ouviu fortes batidas em sua porta.

— Sansa? Posso entrar. – A ruiva ouviu a voz dura e incisiva da irmã.

— Arya, entre. - Seus olhos mostraram preocupação ao verem a expressão de fúria, estampada no rosto da irmã menor.

— Jon acaba de me dizer que não é nosso irmão. Disse que você contou a ele. Que tipo de brincadeira perversa é essa?

— Arya, fale baixo, ninguém nesse castelo pode sequer desconfiar disso. – Sansa agarrou o braço da irmã e a puxou até sua cama. Por um momento, sentiu raiva de Jon, por ter revelado a verdade para a menina sem antes consultá-la. Sabia que a pequena teria aquela reação e queria estar preparada para lidar com a situação.

— Me diga a verdade! Você mentiu para ele, não queria dividir Winterfell com um bastardo. Você nunca gostou de Jon. Sempre o desprezou! – Arya falava baixo, se esforçando para não gritar com a irmã.

— Esta é a verdade. Ele não é nosso irmão. Nosso pai trouxe para Winterfell um menino que não era seu filho. Ouvi isso da própria boca de Ned Stark. Sei que eu era muito pequena naquela época, mas tenho certeza absoluta do que meus ouvidos escutaram. Papai queria proteger a identidade dos verdadeiros pais de Jon. Lamento não poder saber quem eles eram e nem o motivo por trás de sua atitude. – Encarando os olhos da irmã, Sansa pegou em suas mãos. - Sinto muito que você pense que quero prejudicar Jon. Mas não o quero. Hoje, mais do que nunca, sei que ele pertence à nossa família. Ele salvou minha vida e quase foi morto por isso. Eu serei eternamente grata a todos os Deuses pela presença de Jon Snow em minha vida. Seja lá qual for sua origem. – Sansa terminou de falar e viu a irmã baixar sua cabeça, parecia reflexiva.

— Mas, por que agora? – Arya levantou seus olhos e encarou a irmã.

— Porque foi necessário. Jon merecia saber a verdade. E eu devia isso a ele. – Sansa achou que aquela resposta seria suficiente para acalmar a menina. – Ele sempre será seu irmão Arya... Sempre será filho de Eddard. – A ruiva então se aproximou e abraçou a irmã. – Nós te amamos e estamos felizes com o seu retorno. Não se preocupe mais com isso.

— Você está realmente mudada Sansa, eu jamais imaginei que você se importasse tanto com Jon. – A menina sorriu timidamente.

Você não faz ideia do quanto ele é importante para mim. — Sansa manteve seus pensamentos guardados para si e apenas sorriu de volta para a pequena Stark a sua frente. – Venha, quero aproveitar que você está aqui para medir o seu tamanho. – A garota puxou uma fita e mediu o cumprimento do tronco e dos braços da irmã. – Farei uma bela camisa para você. Mas, agora já está tarde e você precisa descansar. Se quiser, pode dormir aqui hoje. Dormiremos juntas, como nos velhos tempos. Você se lembra?

— Não é preciso. Quero ficar sozinha. Nosso antigo quarto foi arrumado para mim. Obrigada mesmo assim... e obrigada pela camisa também. Tenho certeza que você a fará de forma impecável. Boa noite. – Arya falava de forma triste, ainda estava em choque pelo que acabara de descobrir sobre seu querido irmão.

Já faziam algumas semanas desde que a pequena Stark retornara para seu lar e para seus irmãos. E aos poucos, a menina foi se acostumando com a ideia de que Jon não era seu irmão de sangue.  Na verdade, percebeu que aquele fato não tinha a menor importância. Nada em suas relações havia mudado, ela continuava o amando da mesma forma. E sentia que o sentimento dele também era recíproco.

Assim que a irmã mais velha lhe conseguiu roupas novas, pôde começar seu treinamento junto a ele. Ela sempre o acompanhava nas lutas e exercícios com os soldados e cavaleiros. Queria aprender tudo o que o irmão tinha a ensinar.

Naquela manhã, Sansa estava sozinha em seu quarto, preparava sua mala de viagem. Os Starks tinham sido convidados para celebrar o nascimento do mais novo herdeiro da casa Glover. Mesmo não tendo muito interesse em participar dos festejos para o menino, a garota sabia que aquelas conexões com as outras casas eram importantes. Era sua obrigação firmar a frágil relação entre os vassalos nortenhos.

Enquanto dobrava suas combinações feitas de seda, a garota se lembrava de sua última visita aos Glovers e a recusa que fizeram, quando chamados para a retomada do Norte.

— Sansa? - A porta estava aberta. E quando a garota se virou, viu Jon recostado sobre o batente. Seus braços estavam cruzados sobre o peito e sua perna direita flexionada. A usava como apoio contra o filete de  madeira.

— A quanto tempo está aí? Falou sorrindo, ao perceber sua presença.

— Tempo suficiente para vê-la dobrar dois vestidos e três combinações. A propósito, mal posso esperar para tirá-las de você, quando as tiver usando. – Jon nunca confessou para a esposa, mas ele adorava a sensação de tocar a seda sobre o corpo da mulher. Porém, desde a chegada da irmã menor, seus encontros clandestinos foram suspensos e ele nunca mais teve chance de tocá-la novamente.

— O que faz aqui parado em minha porta logo tão cedo? – Sansa se sentou na cama e pegou um par de meias para enrolá-las.

— Vim te avisar sobre Arya. Usei todos meus argumentos, mas ela não irá conosco nesta viagem. Ela é mais teimosa do que eu me lembrava.

— Não acho seguro deixá-la sozinha. Não me perdoarei se qualquer coisa lhe acontecer. Onde ela está agora? Tentarei convencê-la a ir. – Sansa parecia aflita com a recusa da irmã. Temia que a garota fosse desaparecer novamente, ou que alguém a machucasse.

— Tente o quanto quiser, mas não acho que ela vá aceitar. Além disso, se teme que alguém a machuque, saiba que ontem, ela derrubou três dos meus melhores cavaleiros durante nosso treino. Aquela menina é uma verdadeira guerreira. Temo apenas pela vida daquele que se atrever a cruzar seu caminho.  – Jon sorria, enquanto se afastava da porta para chegar mais perto da mulher. – Eddard Stark estaria orgulhoso se as visse hoje. O homem teve duas filhas fortes e corajosas. – Jon se aproximou e se sentou ao lado da esposa, tomou suas mãos para si e as beijou. - Fique tranquila, Brienne e Davos ficarão com ela. Além disso, nossa viagem será curta, não mais que uma semana.

— Tem razão. Arya conseguiu se cuidar durante todo esse tempo longe de casa. Deu fim na vida de Walder Fray e os filhos. Sabe-se lá quantos outros não ficaram entre ela e sua espada e tiveram a mesma sorte. Acho que nossa irmã ficará bem sozinha.

— Mas é claro. E como diz a tradição, é necessário que sempre haja um Stark em Winterfell. – Jon sorriu e tocou levemente o rosto da mulher. – Senti sua falta durante esses dias.

— Também senti a sua. Pensarei numa maneira de falar para Arya sobre nosso casamento e nossa relação. Acho que assim, me sentirei mais segura quando estivermos juntos.

— Receio que ela vá abominar a ideia de nos ver como um casal.

— Também acho, por isso, peço que deixe que eu conte para ela essa parte de nossa história. Quase morri de susto quando ela apareceu aqui aos gritos, quando descobriu que você não era nosso irmão.

— Tem razão, eu me precipitei. Achei que era uma boa oportunidade para falar sobre aquilo. Mas, mesmo assim, confesso que me sinto aliviado em ter contado.

— Você está certo, mas por enquanto, não vamos pensar mais nisso. Você já arrumou suas coisas? Logo teremos de partir. A neve parou de cair e não sabemos por quanto tempo ela nos dará trégua.

— Tudo está pronto. Só estamos a sua espera, minha senhora. – Quando Jon se aproximou para beijá-la nos lábios, a garota colocou suas mãos sobre seu peito e o impediu.

— A porta está aberta, meu senhor. Alguém pode nos ver. Agora peço saia, pois logo teremos a estrada para o Bosque Profundo e uma carruagem escura a nosso favor. Prometo que lá, eu o cobrirei de beijos e quem sabe, algo a mais. – A menina sorriu maliciosamente para o marido.

— Mal posso esperar, minha rainha. – Jon se retirou e foi até o pátio para dar algumas instruções para os cavaleiros que os acompanhariam naquela viagem.

Sansa estava ansiosa por deixar Winterfell, sentia que estava abandonando sua casa. Mas apesar disso, sabia que a viagem, além de favorecer questões políticas, também serviria de motivo para permanecer ao lado do marido. No jantar da noite anterior, tentou convencer a irmã a acompanhá-la. Fez um apelo para a menina, dizendo que temia ficar sozinha na carruagem durante a noite. Como resposta, Arya sugeriu que o irmão, ao invés de ir montado em seu cavalo, poderia fazer companhia a garota. Naquele momento, o casal se entreolhou surpreso com a ideia. Jon gostou da sugestão, mas decidiu fazer um falso protesto. Não gosto de carruagens, prefiro cavalgar. Mas se lady Sansa achar necessário. Ficarei feliz em acompanhá-la. A oportunidade não poderia ser melhor.

Sansa surgiu no pátio e se deparou com os novos moradores de Winterfell perfilados, esperando para se despedirem do casal. - Arya, tem certeza de que não quer ir? – A ruiva perguntou uma última vez, ainda com esperanças de que a menina mudasse de ideia.

— Ficarei aqui e tomarei conta de nossa casa. Farei de tudo para que ela ainda esteja de pé quando retornarem. – A garota sorriu de forma divertida para a irmã.

— Nem brinque com isso sua tola. – Sansa a abraçou e disse baixo em seu ouvido. – Amo você irmã... logo estaremos de volta. – Após soltá-la, foi a vez de falar com Brienne. – Cuide bem dela lady Brienne, assim como tem feito comigo. - Sorriu e a abraçou. - Até breve.

— Até breve, lady Sansa!

 Na frente da comitiva que partia de Witerfell, estavam dois porta estandartes, carregando as bandeiras da casa Stark e quatro cavaleiros, escolhidos para proteger as duas carruagens do grupo. A menor, levava Sansa e Jon e a outra, duas aias e os presentes para o bebê recém-nascido e sua mãe. Outros seis cavaleiros cobriam a retaguarda do grupo.

— Fez bem em escolher a carruagem menor. Aqui não há espaço para mais de duas pessoas. – Jon olhava para a esposa sentada diante de si.

— Achei perfeito quando Arya disse que você poderia ser meu acompanhante. Nada seria mais apropriado a nossa causa. Não queria que nos incomodassem, então, disse as aias que cuidassem dos presentes para o recém-nascido. – A garota sorriu e pegou nas mãos do marido. – Sente-se comigo.

Jon obedeceu e se moveu para o outro lado da carruagem. Com o clima frio, puderam deixar as janelas fechadas, impedindo que os olhares dos demais chegassem até eles. Enquanto o beijava, Sansa desfez o nó de suas calças e o tocou com as mãos. Em seguida, levantou suas saias e se sentou no colo do marido. De frente para ele, usou o balanço natural da carruagem como seu aliado. O terreno acidentado da estrada, fazia com que o seu corpo se movimentasse para cima e para baixo com maior facilidade. Durante seu ato, foram extremamente silenciosos. E apesar de estar entregue nas mãos da ruiva, o homem de cabelos negros, mantinha a audição atenta a qualquer ruído estranho vindo do lado de fora. A sensação de estarem sendo vigiados, os deixava ainda mais excitados e entorpecidos. Assim permaneceram, até que Jon levou sua mão direita até a intimidade da esposa e passou a movimentar seus dedos por sua carne quente e úmida. A garota o segurou pelos cabelos presos e afundou sua cabeça em seu pescoço. Queria gritar, em resposta ao que sentia naquele momento. Mas se calou por completo. Foi apenas quando soltou a respiração presa em seus pulmões, que deixou escapar um gemido longo e baixo, próximo de seu ouvido. Jon sorriu satisfeito com aquilo. Já com o corpo enfraquecido pela onda de prazer que acabara de sentir, Sansa quis que o marido também experimentasse o mesmo que ela.  Continuou a se movimentar de forma lenta e compassada. E quando notou que o homem estava prestes a explodir dentro de si. Tapou sua boca com um beijo e o levou até seu ápice.

O grupo parou uma única vez durante toda sua excursão, pois os cavalos estavam exaustos e precisavam ser alimentados. Como não havia qualquer estalagem naquele trecho do caminho, foram obrigados a montar algumas tendas para passarem a noite. Sansa dormiu na mesma barraca que suas aias. Não queria que desconfiassem de absolutamente nada. Antes do Sol nascer, já estavam prontos para retomar a viagem e seguir caminho até a sede da modesta casa Glover.

— Como passou a noite? - Jon perguntou para a esposa assim que ela se ajeitou no banco da carruagem.

— Foi estranho. Tive sonhos confusos durante toda a noite. Neles, eu ouvia o choro de uma criança, misturado ao uivo de lobos.  

— Acho que está ansiosa porque conhecerá o novo bebê da família Glover.

— Tem razão, deve ser apenas isto. – Sansa não pareceu se importar tanto com o sonho.

— A propósito, já sabe qual será o nome do menino?

— Ah sim, no corvo, fui informada de que a criança irá se chamar Galbert, em homenagem ao tio, que é o senhor daquela casa.

— Que nome feio para uma criança pequena. – Jon sorriu para a esposa, enquanto ajeitava a bainha de sua espada.

Sansa apenas lhe sorriu de volta, concordando com o que o marido havia dito. Pensando consigo mesma, decidiu que seus futuros filhos teriam belos nomes. Quando tivesse uma filha, gostaria de chamá-la de Margaery, para homenagear sua amiga Tyrel. Mas, refletindo um pouco mais, resolveu que daria este nome para a segunda, caso a tivesse, pois, a primeira, levaria o nome de sua mãe. Sorriu para si mesma ao imaginar uma pequena Catelyn com os cabelos negros e encaracolados, como os do marido.

Quando Jon ia perguntar o motivo daquele sorriso, o cocheiro parou abruptamente o veículo e bateu levemente no canto da janela esquerda. – Chegamos ao nosso destino lorde Snow.

— Bem, minha doce esposa... O dever nos chama. – Jon abriu a porta e saltou da carruagem. Logo em seguida, estendeu sua mão direita para ajudá-la a descer.  

Os nobres deveres reais...— Pisando na terra fofa e úmida da propriedade dos Glovers, Sansa pensou em todas as cerimônias e protocolos que teria que se submeter assim que entrasse na morada de seus anfitriões. Buscando o braço do marido como apoio, caminhou em direção a suas obrigações.


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Notas finais do capítulo

Quero dedicar o próximo capitulo apenas a Arya e a Winterfell. Enquanto isso, imaginem nosso casal fofo dando umas escapadas para se pegar no castelo do vizinho. Beijos pra vocês!