Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 32
Noite de lobos


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo pra matar a saudade.



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— Fantasma! – Arya chamou o lobo quando o viu abandonar o grupo e sair em direção à margem do riacho. Farejando o chão freneticamente, ele logo desapareceu atrás de uma moita.

— Um “falso-sene”, milady... – Sam acusou o nome da vegetação.

— Oh sim, a árvore das borboletas. – Arya se lembrou do apelido dado aos arbustos que se enchiam de flores amarelo vivo nos meses mais quentes do verão. Agora, apenas as folhas da vegetação teimavam em resistir ao frio cortante daquele inverno.

Sem dar muito ouvido para a conversa dos dois, Jon que vinha entre eles, decidiu deixá-los de lado e seguir o lobo. – Fantasma... – Ele o chamou ao contornar a pequena árvore rasteira. Do outro lado, viu algo que de imediato lhe fez lembrar o passado; estendido na beira do riacho, o corpo de um veado jazia entre as pedras. Não havia sangue, ou marcas de um ataque, provavelmente o animal havia morrido de frio. Seus olhos petrificados deixavam claro seu estado de congelamento.

— Jon, a caverna...

Antes de se afastar para voltar ao grupo, Jon viu seu lobo se abaixar sobre o corpo do animal e cravar suas presas em sua barriga inchada. – Bom almoço, amigo.

Quando o viu, Arya apontou para o grande amontoado de pedras que se escondia sob um manto branco de neve.

Caminhando entre árvores, o grupo logo chegou à abertura da pequena caverna incrustada no coração da mata. – Tenham cuidado, não sabemos em que estado a encontraremos. Ela pode nos atacar se a assustarmos. – Sam avisou.

— Precisamos de claridade. – Jon pediu e o aprendiz de meistre retirou de seu bolsão duas pedras de fazer fogo e as bateu sobre o archote que fora preso à maca que carregava.

Apesar dos protestos do rei, Arya foi a primeira a entrar, alegou que a loba a reconheceria e por isso, teria mais chance de se aproximar sem causar nenhum tipo de stress. Jon vinha atrás, segurando o único ponto de luz que dispunham. Sam e Gendry ficaram do lado de fora e só entrariam caso fossem chamados.

Jon sentiu um ar nostálgico invadir seu peito assim que seus pés tocaram a terra úmida da gruta. Na infância, ele e as crianças Stark costumavam frequentar o lugar para brincar e pregar peças uns nos outros. Sempre que lady Catlyn permitia, o primogênito levava os irmãos mais novos até ali. Vez ou outra, ele e Robb conspiravam para tentar assustar Bran, que mesmo muito pequeno, não dava a mínima para os “fantasmas” e “assombrações” que ali habitavam. Sansa era a única que morria de medo e não se atrevia a entrar, preferia ficar do lado de fora com a amiga Jayne, fazendo piqueniques e colhendo flores para enfeitar os cabelos. – Ela entrou... uma única vez. — Ele se lembrou; no dia em que a filha de Vayon Poole veio em disparada em sua direção e parou de súbito o encarando nos olhos. A ruiva, que vinha logo atrás, a puxou pelo braço. – “Você não pode beijá-lo! Uma dama deve esperar por seu prometido”. – Ele ouviu seu cochicho, antes de saírem de lá com seus risinhos e segredos de menina.

— Jon... - Arya o chamou e ele deixou suas lembranças de lado. – Ali, veja. – Ela apontou para um amontoado de pelos marrom e branco enfiado entre duas rochas. Devagar, a menina se aproximou em absoluto silêncio.

Enrolada em seu próprio corpo, a loba levantou a cabeça levemente quando notou a presença dos dois. De forma languida, fixou seu olhar na Stark.

— Nymerya, é você! – Arya falou baixo e deu um passo à frente. Aquela era sua loba, sua melhor amiga e mesmo estando muito magra e desnutrida, ainda mantinha a mesma aparência imponente que sempre tivera.

A segurando pelo ombro, Jon a parou no mesmo instante. - Cuidado.

Ignorando o alerta, a menina deu mais um passo e a loba rosnou de forma fraca. – Nymeria, sou eu. Você está machucada, nós viemos te ajudar...

Sem sair do lugar, a loba se virou e passou a lamber a parte de baixo de seu corpo. Depois, soltou um gemido de dor. Arya chegou o mais perto que pôde e sob seus pelos manchados de sangue, viu dois filhotes recém-nascidos encolhidos um no outro, choramingando e reclamando do frio e de fome.

— Jon, acho que tem mais um. Ela não consegue pari-lo. – A menina via o sofrimento nos olhos do animal. – Ela está muito fraca, precisamos ajudá-la.

— Sam saberá o que fazer. - Jon falou e saiu atrás do amigo. Pouco tempo depois, os dois já estavam de volta.

Muito nervoso, Samwell tirou de seu bolsão um frasco pequeno e transparente com um liquido viscoso, de cor âmbar. Vertendo o conteúdo sobre um pedaço de tecido, disse que aquilo ajudaria a loba a se acalmar. Depois, pediu a garota que pusesse o tecido sobre seu focinho. Bastou apenas um minuto para Nymeria entrar num estado letárgico. Quando a viu deitar a cabeça no chão, ele entendeu que poderia se aproximar. Jon trouxe a luz para perto e Sam pôde ver a pequena massa escura presa nas entranhas do animal. Com cuidado, puxou para fora o filhote castanho avermelhado coberto de sangue. – Pronto, acabou. – Sam colocou o lobinho bem ao lado da mãe, em seguida, tirou outro frasco da bolsa. Depois de pingar apenas uma gota num tecido limpo, pediu que a Stark o aproximasse da loba. Num segundo, ela despertou e imediatamente passou a lamber sua cria para limpá-la.

— Podemos tira-los daqui? – A menina se virou para o corvo.

— Ainda não...

Seguindo aquele, mais outros dois nasceram. Uma ninhada de cinco lobinhos choramingava aflita em busca de leite e calor. Quando Sam teve certeza que nenhum outro sairia dali ele deu outra dose de calmante para Nymeria e com a ajuda de Jon, a colocou na maca. Arya pegou os filhotinhos e os encaixou sob a pelagem grossa da loba.

Já era noite quando o grupo finalmente chegou à fortaleza. Durante todo o caminho, os quatro revezaram para levar a maca e os animais em segurança. Arya não poderia se sentir mais feliz com ideia de ter sua companheira de volta. E Jon só conseguia pensar em entrar em sua casa e correr para seu quarto. Ele estava cansado e com frio e a única coisa que o acalentava, era a ideia de se enfiar sob as cobertas junto com a mulher. Junto com sua própria loba e seu lobinho.

Assim que entrou, Jon perguntou pela rainha. Gilly o informou que Sansa havia passado a maior parte do dia em seu escritório terminando seus afazeres. Depois, ela pediu um caldo quente e se recolheu em seu aposento. Mesmo ansioso para vê-la, o rapaz decidiu que precisava de um banho e roupas limpas. Para uma criada, pediu que a água quente fosse levada até seu quarto de solteiro.

Dentro da água, Jon repassava mentalmente tudo o que vivera naquele dia. Perdido em lembranças, ouviu a voz de Theon ecoando em sua cabeça. -  “Um lobo para cada filho de Ned Stark” – Ele se lembrou de quando ele e seus irmãos adotaram os filhotes encontrados na floresta.  – Um lobo para cada filho de Jon Snow e Sansa Stark. – O rapaz sorriu com a ideia de fazer mais quatro crianças com sua rainha.

Assim que se vestiu, o rei saiu do aposento para ir se deitar com a mulher. Quando abriu a porta, Davos o surpreendeu. – A rainha quer falar com você.

— Sansa?

— Não, a Targaryen. Está na biblioteca. – O homem deu seu recado e partiu dali.

Quando Jon chegou, viu Daenerys sentada de frente para a lareira. – Boa noite majestade.

— Você demorou. Eu precisava tratar de assuntos urgentes. – A mulher se levantou no mesmo instante.

Jon apenas a olhou e se aproximou em silêncio para que ela continuasse a falar. Ele não iria se desculpar por sua demora.

— Eu precisava vê-lo.

— Estou aqui, o que houve?

Com o olhar aflito, Daenerys se aproximou. - É este lugar, o frio, o gelo, a falta de meus conselheiros, eu sinto que estou perdendo minhas forças...

— Há algo que eu possa fazer para ajudá-la, majestade? – Jon deu um passo para trás quando percebeu o quanto ela estava perto.

— Vamos acabar logo com isso, Jon Snow, vamos ir além da muralha e atacar esse maldito monstro de gelo. – Ela esticou o braço e buscou a mão do rei. – Vamos liquidá-lo e voltar para Porto Real.

Desconfortável naquela situação, Jon se desvencilhou de seu toque e pediu que ela se sentasse. – Majestade, nós já conversamos sobre isso. Precisamos estar em território conhecido. E depois, quando a batalha for ganha, eu a ajudarei em sua guerra. Eu cumprirei minha promessa.

A rainha se levantou e mais uma vez se aproximou do rapaz. – Eu contarei com isso, Jon Snow... eu contarei com o homem honrado e valente do Norte, com o filho do gelo e do fogo. Com o sangue do meu sangue.

Jon sentiu seu hálito embriago em vinho vir em sua direção. Ela estava perto demais - Majestade, já esta tarde. Me perdoe se a deixei esperando. Amanhã cedo nós conversaremos sobre tudo isso. Amanhã a senhora se sentirá muito melhor.

— Eu quero me sentir bem hoje, Jon Snow! Não amanhã... - Ela tocou em seus ombros e falou baixo, quase num sussurro. – O destino nos uniu para sermos grandes. Para conquistarmos o mundo. Eu e você, os últimos Targaryens... e o nosso herdeiro. – Um vislumbre passou por sua cabeça, mas ela não o disse em voz alta.

— Majestade... nada de proveitoso sairá dessa conversa. Amanhã, eu prometo.

— Amanhã... amanhã eu direi tudo e tudo será como deve ser. – Daenerys o olhou no fundo dos olhos. – Seremos invencíveis, eu prometo!

Depois de vê-la sair da biblioteca, Jon correu para a torre do rei.  Entrando devagar, teve medo de acordar a mulher. Mas sua cautela não se fez necessária. Sansa estava de pé, bebendo um copo de água.

— Marido. – Ela o acolheu com um beijo. – Eu tive um sonho, com lobos e crianças... crianças pequenas que corriam ao meu redor, elas me assustaram e eu acordei.

— Eram cinco? - Jon sorriu se lembrando do desejo que tivera um pouco mais cedo.

Sem entender, ela o olhou com curiosidade. - Eu não sei, não me lembro direito... – A garota deixou aquela conversa de lado e o apertou num abraço, depois uniu suas bocas num beijo cheio de esperança.

Jon segurou em sua cintura e a conduziu até a cama. Sentados, continuaram de onde haviam parado. Suas mãos explorando seu corpo, seus dedos tentando abrir os botões de sua camisola, buscando o acesso até seus seios cheios e convidativos.

— Doce marido... – Ela gemeu quando ele finalmente conseguiu desabotoar a parte de cima de sua roupa.

A olhando nos olhos, ele segurou seus orbes cheios e prontos para nutrir seu filho. – Eu posso? – Quando a viu assentir, Jon levou a boca até um deles e o provou como a tempos não fazia.  Devagar, para não feri-la, passou a língua por seu mamilo duro de excitação. A lambia e chupava enquanto massageava o outro. Ao ouvir seu próprio nome saltando dos lábios da mulher, o rei se excedeu. A chupou forte e sentiu algo quente e doce jorrar em sua boca. Seu membro pulsando entre as pernas fez com que ele se afastasse por um momento, apenas para retomar a respiração. Ele a beijou e tentou voltar para o que fazia.

Apesar de não querer tira-lo dali, Sansa o fez se levantar. Mandando apenas que ele retirasse as botas, ela mesma tratou de fazer o resto. Fio a fio, foi desamarrando os nós que prendiam sua calça de dormir. Depois, ficou de pé e o beijou enquanto o acariciava naquele lugar rijo e pedinte por ela.

— Não podemos, o meistre proibiu... mas, eu sempre posso...  beijá-lo. – Ela sussurrou em seu ouvido e voltou a se sentar. Primeiro, um beijo casto, depois, sua língua o convidando e então, toda sua boca o envolvendo. Naquela noite de lobos, foi a vez da rainha saciar os desejos de seu rei.


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Notas finais do capítulo

Eita que eles voltaram.