Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 25
Gelo e Fogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. To de novo por aqui. Aproveitando os dias livres pra atualizar a história.
Quero muito agradecer aos que não abandonaram a história e aos novos leitores que estão acompanhando. Obrigada!! Um beijo e até mais!



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Cavalgando com a rainha Targaryen a sua direita e sir Davos a sua esquerda, Jon Snow tentava ao máximo não demostrar a frustração que sentia naquele momento. Se não fosse pelo grande número de cavaleiros Dotraki, soldados Imaculados e inúmeros carroceiros com carregamentos de obsidiana que os acompanhavam naquele percurso, com toda certeza, naquela altura do dia, ele já estaria em Winterfell, perdido entre os beijos e abraços da esposa. Pensando consigo mesmo, Jon se deu conta de que a rainha estava prestes a dar à luz a sua criança. Pelo que ele sabia sobre gestações, mais duas luas e ela o presentearia com o nascimento de seu herdeiro.

— Já estamos perto de Winterfell?

— Mais seis ou sete milhas, Alteza e nós entraremos na Vila de Inverno. – Jon saiu de seu transe ao escutar a voz de Davos, enquanto este conversava com Daenerys.

— Obrigada, sir Davos. – Daenerys havia feito a pergunta para o Lobo Branco, mas como o silêncio fora sua única resposta, Davos prontamente respondeu em seu lugar.

— Me desculpe Vossa Graça, eu estava distraído. – Jon se virou para a mulher que olhava fixamente para frente. Acho que até o início da noite estaremos em Winterfell.

— Oh sim, falta muito pouco então. – Daenerys respondeu e diminuiu o ritmo de seu cavalo para esperar por sir Jorah que vinha logo atrás. A mulher parecia tão impaciente quanto Jon, pois sobre sua comitiva de quase seiscentas pessoas, seus dragões revoavam e rugiam um para o outro de tempos em tempos. Ninguém sabia ao certo o motivo da agitação tão repentina dos animais. Daenarys acreditava que o frio cortante do Norte era o responsável pelo comportamento agressivo de seus filhos. A todo momento, ela os via partindo um de encontro ao outro, como se tentassem iniciar uma briga.

— Será que a rainha Sansa já foi avisada de nossa chegada? – Davos trazia um olhar cheio de preocupação. Ele não fazia a menor ideia de como a garota iria reagir ao ser surpreendida com a chegada de três bestas gigantes que cuspiam fogo.

— Acredito que sim.  Mandei dois cavaleiros na frente para avisá-la. Eles são os mais rápidos que temos. – Jon respondeu tentando imaginar a cara que a esposa faria assim que visse no céu as criaturas voadoras da rainha Dragão. Depois, respirou fundo e sentiu o ar gelado invadindo seus pulmões. Finalmente ele estava em casa e aquela sensação boa por estar de volta só fez com que ele se sentisse ainda mais confiante para enfrentar o Rei da Noite.

No meio do dia os portões da fortaleza foram abertos e dois cavaleiros carregando os estandartes da casa Stark foram recebidos pelos soldados que faziam a guarda no local. Assim que saltaram de suas montarias, os homens chamaram pela rainha. Foram recebidos por Brienne que naquele instante terminava de dar instruções aos soldados posicionados com lanças e balestras sobre as passarelas e torres do castelo.

— Senhores. – Brienne foi a primeira a falar.

— Trazemos uma mensagem do rei. Ele já está a caminho e pede para avisar a rainha de sua chegada. – Disse o mensageiro de aparência forte e imponente.

— E junto dele vem Daenerys Targaryen e sua comitiva. – Complementou o outro, que era dois palmos menor que o primeiro e tinha uma enorme fenda entre os dentes da frente.

— Daenerys Targaryen, sua comitiva e três dragões... – Brienne fez uma cara de desaprovação. – Nós os ouvimos há algumas horas... ou melhor, os vimos. Estavam voando ao longe.

— Sim, bestas terríveis e temperamentais. A todo momento, temi que algum deles jorrasse fogo sobre todos nós. – O homem baixo disse num tom assustado.

— Eu os admiro. São ferozes, mas acho que só atacam sob o comando da Targaryen. Durante toda minha vida eu jamais imaginaria que um dia eu veria essas criaturas magníficas. – Disse o outro, lançando um sorriso galanteador, em direção à Brienne.

— Espero mesmo que não nos ataquem, mas em todo caso, a rainha pediu que nossos homens ficassem em posição. E eu não os dispensarei sem o seu consentimento. – Assim que a cavaleira terminou sua conversa com os mensageiros, ela saiu em direção ao interior do castelo. Ela mesma daria para Sansa a notícia da chegada de seu marido.

— Vossa Graça, posso entrar? – Brienne bateu na porta e foi recebida por Gilly.

— Ela está dormindo agora. É algo urgente? – A garota falava baixo para não acordar a amiga.

— Não, bem... sim. O rei estará de volta dentro de poucas horas e eu vim avisá-la. Como ela se sente?

— Ela está bem. O meistre acaba de sair daqui. – Gilly caminhou com Brienne até a porta da saída, para que suas vozes não despertassem a rainha.

— E o bebê? Ainda não é tempo dele nascer. Que explicação o meistre deu para as dores que ela sentiu? – Além de preocupada, a loira estava intrigada pois de algum modo, ela percebera que as dores da rainha se iniciaram no mesmo instante em que todos ouviram o rugido dos dragões.

— Nenhuma, ele não soube dizer qual a causa daquilo, mas é certo que não há nada de errado com nenhum dos dois. Acho que Sansa vem se esforçando de mais. Desde que recebeu a última carta do rei, ela não parou por nenhum instante. Estava preocupada com a chegada da Targaryen e por isso ela quis que todo o castelo estivesse em perfeito estado para recebê-la. Mandou que preparassem um quarto para ela e que as cozinheiras fizessem um banquete. – Fechando a porta do quarto, Gilly concluiu. – Acho que lady Arya é quem será a responsável pela recepção de todos.

— Certo, eu a avisarei sobre isso. – Brienne falou e as duas deixaram a rainha para lidarem com seus próprios afazeres.

Sansa sentia frio, ela estava apenas de camisola, deitada sobre a cama. Ao olhar ao redor, viu janelas com as vidraças quebradas e flocos de neve sendo soprados para dentro do quaro. Ao notar que estava sozinha, a menina tentou se levantar. Já de pé, viu a barriga redonda se mover com alguns chutes de seu filho. – Meu amor... você está bem!  - Sem olhar para o chão, ela pisou em estilhaços de vidro espalhados por todo o lugar. Sem ligar para a dor que sentia, Sansa caminhou até uma das janelas. Do lado de fora, ela ouvia gritos e rugidos ferozes. O céu, era um misto de cinza e negro, com lampejos alaranjados. – Jon? – Ela chamou pelo marido e não obteve qualquer resposta. Ainda olhando para frente, ela sentiu os flocos de neve caindo sobre seu rosto e derretendo no mesmo instante em que tocavam sua pele quente. Sansa passou a mão pela face e percebeu que os pequenos flocos brancos que caíram sobre si se transformaram em puro carmim. – Sangue... Isto é Sangue! – Assustada, a rainha voltou para sua cama e tentou se acalmar. Quando colocou os pés sobre o colchão, sentiu uma dor agonizante na barriga e um liquido quente escorrer por suas pernas. – Deuses, meu filho, o meu bebê vai nascer agora! Eu preciso de ajuda! – Jon? Arya! Por favor, me ajudem...

— Deixe-o vir... – A garota ouviu uma voz masculina, mas foi incapaz de reconhecê-la.

— Quem está aí? Eu preciso de ajuda... – Ela falou antes de dar um grito de dor.

— Ele é a resposta. Deixe-o vir. Você precisa, você precisa entregá-lo! – Mais uma vez a voz ecoou pelo ambiente e Sansa girou os olhos em busca de sua origem.

— Jon! Sansa gritou o nome do marido quando passou a escutar o uivo de lobos do lado de fora do quarto. – Fantasma, vá chamar alguém, eu imploro...

— Ele é um dragão... deixe-o vir.

Sem aguentar mais toda aquela situação, a menina fechou seus olhos, na esperança de que tudo aquilo acabasse de uma vez. Assim que notou um silêncio absoluto, ela se sentiu segura e os abriu novamente. Assim que o fez, viu uma ave negra atravessar a janela quebrada e voar para fora.

— Vossa Graça? – Lenna chamou por sua rainha. – A senhora me pediu que eu a acordasse assim que anoitecesse. Já é noite, majestade.

Assustada, Sansa acordou de seu pesadelo e logo puxou as cobertas de cima de seu corpo. – Chame o meistre! – A ruiva se quer deu ouvidos para o que sua aia dizia, ainda atordoada pelo pesadelo que tivera, ela só queria ter certeza de que tudo ainda estava bem com seu bebê.

Depois de pouco tempo, o velho meistre chegou a seu quarto e a examinou. – Não há nada de errado, majestade. Sua criança está bem e pelo que vejo, a senhora também. Apenas seus batimentos estão um pouco acelerados. Nada além disso. Vou recomendar um chá de tília. Beba ainda quente e se sentirá bem novamente.

— Certo. Eu estou bem e meu filho também. Eu posso me levantar desta cama? – Sansa queria ter certeza de que nada do que fizesse iria prejudicar seu bebê.

— Sim, é claro! Mas tente não se exaltar. Qualquer coisa que sentir, eu estarei por perto. – Sorrindo amavelmente, o meistre tratou de acalmar a rainha.

Assim que ouviram o som de trombetas, todos os moradores do castelo se dirigiram para fora. O rei do Norte estava de volta. Sam, Brienne e Gilly foram os primeiros a se pôr em fila para recebê-lo. Arya veio logo atrás, acompanhada de Gendry.

Antes de entrar na fortaleza, Jon acomodou os guerreiros Dotraki numa planície destinada a acampamentos. Junto deles, permaneceu a maior parte do exército de imaculados, apenas alguns continuaram na companhia de Daenerys. Assim que o grupo real passou pela vila de Inverno, Jon pediu que seus homens orientassem os camponeses a não ficarem para fora de suas casas quando avistassem algum dos dragões, pois mesmo que os animais só atacassem sob o comando da rainha, ainda assim eles sairiam para caçar e matar sua fome e ele não queria que nenhuma morte acontecesse por esta causa.

— Esta é Winterfell, majestade. – Jon se virou para Daenerys que naquele momento, desmontava de seu cavalo.

— Não há muito que eu possa ver por aqui, não é mesmo? Está muito escuro, Jon Snow. Mas tenho certeza que amanhã poderei contemplar seu pequeno reino. – A mulher falou sem se importar com o tom cruel de suas palavras.

— É certo que sim. – Jon respondeu e logo liderou o pequeno grupo até a entrada do castelo. Mesmo doido para correr e abraçar a prima menor e os amigos que estavam diante de si, Jon se manteve sério e apresentou a herdeira dos Targaryens para todos. – A rainha Daenerys está aqui para nos ajudar. Ela fez a grande gentileza de nos acompanhar até o Norte e reforçar nosso exército contra os caminhantes. – Ainda falando com os demais, Jon passou a olhar ao redor em busca da esposa. Sabendo que a mulher conhecia todos os protocolos e sua etiqueta era impecável, ele não entendia o motivo de sua ausência. Um pouco ansioso, ele temeu que algo tivesse acontecido com ela.

— Nossa casa é sua casa, rainha Daenerys. Seja bem-vinda! – Arya tentava se lembrar de todos os ensinamentos que a Septã Mordane havia lhe ensinado com tanto custo. Se esforçando para parecer uma dama, a menina não queria envergonhar a irmã que não podia estar presente naquele momento. - Por favor, agora peço que entrem e se aqueçam. Há água quente para seu banho e em breve o jantar será servido.

— E lady Sansa, onde está? Achei que como esposa do protetor do Norte, caberia a ela o trabalho de nos receber em sua casa. – Não é assim que as coisas funcionam deste lado de Westeros? - Daenerys falou despretensiosamente.

— Me perdoe, Majestede, mas como meu primo já deve ter informado, minha irmã está grávida e hoje ela teve um pequeno mal-estar e infelizmente por isso, ela não se juntará à nós esta noite. – Arya respondeu tentado ser cordial. Tenho certeza que amanhã ela estará completamente recuperada e irá se redimir por este pequeno contratempo.

— Certo. Sinto muito por Lady Sansa, espero que ela fique bem. – Daenerys falou e se encaminhou com os demais até o Salão Principal.

— Arya? – Com o coração apertado, Jon chamou pela prima. – O que aconteceu? Sansa está bem?

— Sim, ela está. Foi apenas um mal-estar. – Arya tratou de acalmá-lo.

 - Preciso subir para vê-la. Não posso ficar aqui mais nenhum segundo. – Assim que o rapaz disse aquelas palavras, todo o grupo se virou em direção às escadas. No topo dos degraus, viram a rainha de Winterfell. Com um vestido azul brilhante e uma capa cinza escuro com peles sobre seus ombros, Sansa apareceu como uma visão. Seus cabelos estavam meio presos e sua beleza era acentuada pela iluminação dos candelabros.

Sem perceber, Jon moveu seu corpo para frente, com intenção de correr em sua direção, mas, Arya fora mais rápida e acabou lhe contendo pelo braço. – Não faça isso. – Sem muito sucesso ela logo viu o primo se desvencilhar de suas mãos e caminhar ansiosamente em direção da mulher.

— Sansa! – Jon tocou suavemente o rosto da esposa e em seguida  selou um beijo em sua testa.

Sorrindo, a menina precisou se esforçar para conter suas lágrimas. – Meu senhor!

De longe, Daenerys os observava. – A rainha do gelo tem fogo em seus cabelos... a rainha do fogo, tem gelo nos seus. -  Com os pensamentos perdidos naquela estranha ironia, a Targaryen não se deu conta de que o casal já estava perto o bastante de si.


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Notas finais do capítulo

E então... Finalmente o Jon tá de volta, o baby tá bem e a Sansa tá... ela tá... tá confusa, mas tmb tá bem.. rsrs. A Dragon Girl tá no Norte e é isso aí! Espero que tenham gostado do capítulo... enfim é isso, beijos e até logo!