Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 24
Nossa é a Fúria


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim e que o ano de vocês tenha começado muito bem. To de volta depois de um tempão. Em novembro e dezembro não consegui escrever nada devido ao monte de trabalho acumulado. Agora que estou de férias, consegui voltar. Me desculpem pelo sumiço. Mas agora vou tentar ser mais regular nas postagens. Desculpas pelos erros, virgulas e pontuações fora do lugar. Um beijo e aproveitem!



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Ao ouvir seu nome, Sansa despertou de seu sono. Assim que abriu os olhos, a rainha do Norte se deparou com a figura da irmã parada diante de sua cama.

— Bom dia, Vossa Graça! – A pequena fez um gracejo despretensioso.

— Arya! – Sansa falou alto o nome da irmã e logo lançou um olhar severo em sua direção. – Pelos Deuses, você quase me mata ansiedade! Por onde andou durante todo esse tempo? – Sem quase dar tempo para a menina responder, a rainha se levantou da cama e logo a apertou contra o corpo num abraço cheio de alívio.

— Ei! Calma, assim você vai acabar esmagando o herdeiro do Norte. – A menina respondeu e sorriu para a mais velha, tentando aliviar a tensão daquele encontro.

— Me responda. Por que demorou tanto tempo para voltar? – Sansa se afastou da irmã e caminhou vagarosamente até uma poltrona para se sentar.

— Tive que parar no meio do caminho. Deixei seu hospede no Vale e quando estava voltando para Winterfell reencontrei um amigo. Bem... um não, dois amigos... – A menina sorriu com extrema satisfação.

— Posso saber que amigos são esses? – A ruiva perguntou enquanto se levantava para buscar um vestido no guarda-roupas.

— Nimerya! Você acredita que depois de todo esse tempo eu reencontrei minha loba perto de Winterfell? É incrível, não é mesmo?

Sansa estagnou por um momento e disse com certa melancolia. – Depois de todos esses anos, eu quase havia me esquecido da existência dela. – A lembrança de sua própria loba surgiu em sua mente. – Me diga, como isso aconteceu? – Ela falou, tentando disfarçar a saudade de sua Lady.

Percebendo o estado da irmã, Arya tentou falar o mais rápido possível. – Ela estava no meio da floresta. Gendry quase foi devorado por ela e...

— Gendry? – Sansa fez uma cara de completa interrogação. – Quem é Gendry?

— Ah sim... me esqueci completamente de falar sobre ele. Gendry é um bastardo do rei Robert Baretheon. Nos conhecemos ainda em Porto Real, ele fora vendido por seu mestre para servir na Patrulha da Noite. Ele estava na comitiva de Yoren, o mesmo patrulheiro que me encontrou e cortou meus cabelos para que eu me parecesse com um menino.

— Oh sim, você me falou sobre isso.

— Gendry e eu viajamos juntos por um tempo e nos tornamos amigos, mas sendo o idiota que ele é, ele decidiu se juntar à Irmandade sem bandeira. Depois disso, nunca mais o vi. Mas, há três dias atrás eu o encontrei na hospedaria do entroncamento e ele decidiu me acompanhar até aqui.

— Certo, agora que já sei sobre seu amigo, continue sua história; "Nimerya estava prestes a atacá-lo" e... – Sansa parou de falar para que a irmã continuasse.

— Gendry decidiu buscar um pouco de água na beira do rio e assim que ele se abaixou, um lobo gigante saiu de trás de um arbusto. Se eu demorasse mais um segundo para aparecer, ele estaria morto. Quando vi aquele animal, logo soube que era ela. Eu gritei seu nome e ela parou. Ficou estática, apenas rosnando para mim. Mesmo com um pouco de medo, eu me aproximei e ela me reconheceu. – Os olhos da menina brilhavam num misto de encantamento e tristeza.

— E... – Sansa interrompeu seu breve silêncio.

— E ela se foi... Depois de rosnar mais um pouco ela saiu correndo em direção à Mata dos Lobos.

— Arya, tem noção do perigo que você correu? Mesmo que aquele animal fosse realmente sua loba, faz tanto tempo que vocês não se viam. Vivendo sozinha, longe das pessoas ela se tornou selvagem novamente. Ela poderia tê-la matado. – Sansa caminhou na direção da irmã. – Eu não sei o que eu faria sem você, Arya. Graças aos Deuses ela se foi.

— Não, você não entende! – A menina levantou sua voz. – Nimerya me reconheceu, ela sabe quem eu sou. Ela sabe o quanto eu a amo e a quero de volta.

— Arya, você está sendo irracional, ela é um animal selvagem e perigoso. Eu sei o quanto você a ama, mas talvez tenha sido melhor desta forma. Pelo menos agora você já sabe que ela está viva. Deixe-a viver em paz.

Em silêncio, a menina concordou com a cabeça, mas dentro de si, trazia a certeza que aquele encontro com sua loba não seria o único, ela estava disposta a sair e reencontrar sua amiga e protetora.

— Ótimo! É bom saber que você ainda possui um pouco de juízo nessa sua cabecinha. – Sansa se afastou e caminhou até sua penteadeira para terminar de se vestir e arrumar os cabelos. Assim que ficou pronta, chamou pela irmã, que de tanto esperar, se esparramou pela cama e acabou cochilando. – Arya? Vamos.

— Finalmente! Achei que só terminaria de se arrumar no meio da tarde. –Arya riu em deboche e logo em seguida se fez séria. – Sansa?

— Sim?

— Gendry está lá em baixo nos esperando. Por favor, não seja rude com ele, ou o encha de perguntas, tudo bem?

— Tudo bem. Se você o conhece e confia nele, eu não farei nada que a envergonhe. Não se preocupe. Agora vamos que eu estou faminta. – Sansa puxou a irmã pela mão e juntas desceram até Salão Principal.

Antes de chegarem a seu destino, Sansa parou em frente ao antigo quarto dos irmãos mais novos e sorriu. Sem entender o que estava acontecendo, Arya a olhou intrigada e perguntou. – Quem está aí?

— É uma surpresa, uma boa surpresa! Venha, vamos descer, que logo logo você descobrirá quem é.

Já no penúltimo degrau da escadaria, Sansa pôde ver o bastardo Baratheon parado em frente à mesa do café. Com Samuwell e Brienne ao seu lado, o rapaz mais parecia um cervo encurralado, tentando se esquivar das inúmeras perguntas feitas pelos dois.

— Majestade! – O garoto fez uma reverência assim que pôs os olhos na mulher de cabelos vermelhos que caminhava ao lado de Arya Stark.

— Gendry, eu presumo. – Sansa o olhou e notou o azul brilhante de seus olhos, tão vivos quanto os seus próprios. Reparou em suas feições e na escuridão de seus cabelos. Todos aqueles traços físicos não deixavam nenhuma dúvida; com toda certeza aquele rapaz era um bastardo do antigo rei de Westeros.

— Sim, Vossa Graça. Sou Gendry, ferreiro e amigo da senhorita sua irmã. – O rapaz a olhou com admiração e curiosidade. Comparada à Arya, a rainha de Winterfell tinha uma beleza muito mais óbvia. Ela era uma verdadeira lady, se vestia e se portava como uma.  Sua fala era pausada e serena, enquanto a da irmã mais nova, era quase sempre dura e cheia de ímpeto.

— Bem, se é amigo de minha irmã, então é muito bem-vindo à nossa casa. Sente-se conosco para o café e me conte um pouco mais sobre o tempo em que passaram juntos. – Sansa disse amavelmente enquanto caminhava em direção a seu lugar na mesa.

Percebendo a ansiedade do rapaz, Arya tratou de acalmá-lo. - Sente-se, ninguém irá morde-lo. – Ela riu, se lembrando de seu encontro com Nimerya.

— Certo... tudo bem. - Gendry se sentou e passou a bater silenciosamente os dedos no assento de sua cadeira. – Me perdoe, Majestade, mas eu nunca me sentei com a realeza antes, não sei ao certo como me portar.

— Não se preocupe com isso. Você está entre amigos. Agora coma e me fale um pouco sobre você e sobre seu reencontro com minha irmã. – Sansa sorriu levemente enquanto cortava um pedaço do bolo de ameixas sobre seu prato.

Depois de contar a sua versão da história de como tudo aconteceu na hospedaria do entroncamento, Gendry e os demais olharam para a pequena loba para que ela também falasse alguma coisa sobre o assunto.

— Não há nada de extraordinário no que fiz. – Arya respondeu e logo pegou um pedaço de torta para comer.

— Você me salvou, isso é o bastante para mim. - Gendry respondeu de forma segura. Com aquilo, Sansa e Brienne se entreolharam e trataram de mudar o assunto.

Depois do café, Sam levou Gendry para dar uma volta pelo castelo e Arya e Brienne foram ao pátio para treinarem com os soldados. Assim que todos deixaram a mesa, Sansa se levantou e foi até o quarto do irmão.

— Bran, posso entrar? – A ruiva bateu levemente na porta.

— Sim, eu estava te esperando. O menino respondeu enquanto se ajeitava no cadeirão adaptado com rodas e freios, feito especialmente para ele.

— Como se sente? Sansa perguntou enquanto caminhava até uma das janelas do quarto.

— Eu estou bem. Melhor do que eu poderia imaginar. Voltar para casa me fez sentir coisas que eu acreditava que nunca mais sentiria.

— O quê, por exemplo?

— Calor, metaforicamente falando, é claro... sinto o calor da vida. Venho me sentindo mais vivo, meu corpo se sente presente neste lugar. Coisa que jamais senti desde que cheguei até aquela caverna do outro lado da Muralha. 

— Oh meu querido, fico muito feliz em saber disso. – Sansa se aproximou e tocou nas mãos do irmão. – Tenho uma surpresa para você! – Ela falou cheia de entusiasmo.

— Arya? Seria ela esta surpresa?

— Isso, nossa irmã era a surpresa... – Sansa continuou a falar com certo desânimo. – Por um momento me esqueci que você é o corvo que sabe de tudo. – Olhando para o irmão, notou que sua expressão séria e impassível foi se suavizando e ganhando um leve sorriso.

— Sansa, minhas visões não são tão precisas assim... Não sou um adivinho ou algum tipo de mago que descobre quem entra e sai deste castelo.

 - E como é que você sabe que foi nossa irmã quem chegou? – A menina parecia intrigada.

— Eu as ouvi enquanto passavam pelo corredor. Nossa irmã não perdeu o hábito de falar alto quando se sente feliz. – Ele sorriu novamente.

— Tem razão. – Sansa se alegrou com a animação tão repentina vinda do menino. – Venha, você precisa vê-la e conhecer seu amigo.

— Aquele que vi no entroncamento?

— Sim, seu nome é Gendry.

 Nossa é a Fúria... - Bran falou para si mesmo e logo voltou sua atenção para a irmã.

— Ele é um bastando do rei Robert. – Depois que Sansa contou brevemente sobre a chegada da irmã, os dois partiram em direção ao exterior do castelo para encontrar a menina em seu treinamento.

Quando viu o irmão, Arya parou imediatamente o que estava fazendo e correu em sua direção. Depois de abraçá-lo, ela olhou para a rainha e a culpou por não tê-la avisado antes sobre a presença do menino em Winterfell. Mesmo sem se sentir culpada por aquilo, Sansa se desculpou e passou a observar os dois irmãos conversando e matando as saudades um do outro.

Quando Sansa estava prestes a pedir licença para retornar ao castelo, ela sentiu uma pontada no canto direito de sua barriga e imediatamente levou as mãos àquele local. Instintivamente, fechou seus olhos, temendo que alguma coisa de ruim pudesse estar acontecendo com seu bebê. Assim que os abriu novamente sentiu outra pontada e em seguida um barulho ensurdecedor invadiu seus tímpanos. Era como um rugido estrondoso e amedrontador.

Olhando ao redor, ela percebeu que todas as outras pessoas que ali estavam também escutaram a mesma coisa. – Arya? – Ela chamou pela irmã que logo se aproximou para ajudá-la.

— Eu também escutei. – Assim que Arya terminou de falar, o som ao longe se repetiu e ela viu a irmã fazer uma careta de dor e levar as mãos novamente à barriga.

— O que está acontecendo? – Ofegante, Sansa olhou assustada para o céu, tentado descobrir de onde vinha aquele som. Em sua mente, ela começou a imaginar que seriam os caminhantes brancos, invadindo o Norte, prontos para atacar toda a vida de Winterfell. Mas, antes mesmo que a menina pudesse externar seus medos, o som que todos escutaram começou a tomar forma. Das nuvens cinza escuro, surgiram gigantescas criaturas voadoras.

— São Dragões... – Brienne foi a primeira a falar. – Dragões...

— Todos para dentro! - Assim que viu os animais pairarem ao longe, Sansa ordenou que todos se protegessem no interior do castelo. – Arya, peça que os arqueiros e soldados tomem posição de guarda. Brienne, leve meu irmão em segurança para casa. Eu preciso... eu também preciso entrar. – Quase balbuciando, Sansa só foi capaz de dizer aquela última frase e logo deu um grito de dor. Com a ajuda de Brienne e Podrick, a rainha foi levada para seu quarto.


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Notas finais do capítulo

Gente, a rainha ta sentindo umas coisas estranhas... será que esse dragãozinho ouviu o rugido dos irmãos voadores e quer nascer?? Hummm?
Sobre o título do capítulo, eu amo a casa Baratheon, é a minha preferida depois dos Starks. Adoro o símbolo e principalmente o lema dela: "Nossa é a Fúria"! Eu queria muito usar em alguma coisa na história e com a chegada do Gendry (lindo) em Wintefell, achei o momento ideal. Fora que ouvir o rugido furioso de três dragões também combina muito bem com o título né. Um beijo e até o próximo.