Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 20
Pedra do Dragão


Notas iniciais do capítulo

Eita que tem mais um capítulo por aqui! Antes de qualquer coisa, eu queria agradecer a todas as queridas e queridos que comentam em meus capítulos. Especialmente a Janelane que recomendou a minha amada Our destiny! Muito obrigada flor! To bem feliz pq não sou escritora e minha escrita não é 100%, mas ler as palavras de incentivo e as reações que vcs tem com a história me deixa extremamente feliz! Obrigada!



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Com um par de toalhas nas mãos, a jovem e bela Lavignia Firewood empurrou sem cerimônias a porta estreita a sua frente. – Com licença, milorde.

Deitado numa pequena e desconfortável cama de madeira, Jon Snow abriu os olhos e se deparou com a figura feminina diante de seu leito. Ardendo em febre, o rei do Norte sentia o corpo ferver debaixo das camadas de lã e algodão que vestia. Tinha perdido a noção de quanto tempo passara dentro de sua cabine, na modesta "Coração Solitário", a galé mercante que fora contratada para levá-lo à Pedra do Dragão. – Quanto tempo ainda?

— Não mais que dois dias, milorde. – Com seus grandes olhos esverdeados, a filha do capitão Wilbor Firewood o fitou de soslaio, enquanto se afastava para buscar do outro lado do cômodo uma bacia de água fria. Após molhar e torcer uma das toalhas, a garota de longos cabelos castanhos caminhou até seu rei e se sentou na beirada da cama. Com a ponta dos dedos, tocou sua testa úmida pelo suor. – Precisamos baixar sua temperatura, milorde. Tire essas roupas, ou irá ferver seus miolos. – O encarando seriamente, Lavignia esticou a toalha acima de suas têmporas e a ajeitou com cuidado. – De nada minhas compressas adiantarão, se o senhor permanecer com este monte de tecido quente sobre o corpo.

— Não. Eu não preciso tirá-las... eu só quero que... só preciso que me ajude a levantar... E então eu... eu poderei falar com Daenarys e ela vai nos ajudar com os caminhantes. Eles estão em Winterfell... e o bebê, o meu filho... Ele e Sansa precisam de mim. Sansa... Sans...minha esposa...

— Não pode se levantar milorde, não até que esteja recuperado. – Após vê-lo fechar seus olhos novamente, a garota correu levemente seus dedos sobre o rosto avermelhado do rapaz. – Está alucinando, meu rei. A rainha Sansa não está aqui.

— Sansa? – O rapaz pediu mais uma vez pela esposa.

— Acha que me pareço com lady Sansa, milorde? – A garota falou baixo. - Ou sou mais bonita que ela? – Suavemente, Lavignia tocou seus próprios lábios com a língua. Tinha os pensamentos envoltos em malícia. Observando o homem que dormia um sono confuso e febril a poucos centímetros de si, se deu conta de que estava encantada pelo Lobo Branco. – Eu poderia ser sua rainha... não, para você, não me importaria em ser apenas uma amante...

— Lavignia? – Os pensamentos da garota foram interrompidos assim que a voz áspera de seu pai chegou a seus ouvidos. Ao lado de lorde Davos, o capitão entrou no ambiente e olhou com ternura para a filha mais velha. – Como ele está?

— Melhor que ontem papai, mas sua febre ainda lhe queima muito forte. - Na noite anterior, após o jantar, Jon começou a sentir seu corpo tremer e a cabeça latejar. Quando se recolheu em sua cabine, sentia calafrios e dor em todas as articulações. Mesmo após trocar suas roupas molhadas e se aquecer sob as cobertas, não sentiu qualquer sinal de melhora. Passou a madrugada toda se revirando na cama e tendo alucinações com os caminhantes brancos e o rei da noite. Via-os derrubando a muralha e invadindo Winterfell. Somente quando Davos entrou em seu quarto para lhe avisar sobre o desvio no caminho que teriam de fazer para fugir da forte chuva que caia, é que o rapaz conseguiu ajuda. Lavignia foi chamada e ela cuidou para que sua febre não subisse a ponto de matá-lo.

— Foi a tempestade de ontem! Eu sabia que não deveríamos ter ficado tanto tempo do lado de fora da embarcação. – Davos falou e em seguida deu alguns passos até a garota. – Ele precisa comer. Peça que tragam uma sopa quente e uma bebida forte. Nosso rei tem uma missão e não será um resfriado que irá derrubá-lo.

— Ande querida, faça o que lorde Seaworth pediu. – O capitão a olhou enquanto a garota terminava de colocar uma nova compressa sobre a testa de Jon.

No entardecer do dia seguinte, o rei do Norte já se sentia bem melhor. Estava desperto e sua cabeça já não doía mais. – O que quer que tenha feito senhorita, parece ter funcionado. Obrigado. – Encostado sobre uma pilha de travesseiros, ele sorriu levemente para a garota que estava parada ao lado de Davos.

— Não há o que agradecer, milorde. Sinto-me feliz por ter sido útil para meu rei. – Lavignia tentou encará-lo, mas um sentimento de vergonha a cobriu por completo assim que os olhos escuros de Jon encontraram os seus. Ele a fitou como se estivesse analisando seus pensamentos mais íntimos. – Com licença, milorde. Vou buscar o seu jantar. – Com uma leve reverência e o rosto enrubescido, a garota deixou os dois homens sozinhos.

Quando voltou para a cabine de Jon, com um ensopado de carne disposto sobre uma bandeja, a menina o viu sentado na cama. – Milorde. – Ela se aproximou e colocou a comida sobre uma pequena mesa ovalada.

— Como se chama, senhorita? – Jon a inquiriu seriamente.

— Lavignia, senhor. Em homenagem a minha avó materna.

— É um belo nome. E você é uma bela jovem. Mas... respondendo à sua pergunta da noite passada, não tão bela quanto a rainha Sansa. – Jon a olhou divertido enquanto ela saía apressada do lugar, tropeçando nas barras de seu próprio vestido.   

Ao cair da noite, Jon já se sentia completamente recuperado e seu alívio foi ainda maior quando pôde se reunir com Davos e seus homens fora de seu quarto. O balanço da galé, sob efeito das ondas do mar e as paredes escuras do lugar estavam começando a lhe dar uma sensação claustrofóbica. Caminhando em direção à sala principal da embarcação, o rapaz criava em sua cabeça toda uma conversa imaginaria, detalhada e incisiva, com os diversos assuntos que gostaria de tratar com a rainha Dragão.

— Rei Snow, que bom vê-lo de pé e com saúde! – O capitão foi o primeiro a saudá-lo.

— Milorde. – Davos o olhou e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, sentiu um solavanco levando seu corpo para frente e de novo para trás. O homem precisou se segurar nas costas de uma cadeira para se manter de pé.

— Meus nobres senhores, fico feliz em lhes informar que chegamos a nosso destino. – Capitão Firewood sorriu com satisfação, pois seu trabalho ali estava feito. A missão de levar o rei do Norte à Pedra do Dragão fora concluída sem maiores obstáculos. Após a reunião daquela noite, Jon e seus homens se recolheram para dormir e se preparar para o desembarque na manhã seguinte.  Em seu sono, o Lobo Branco sonhou com Winterfell; se viu no quarto que dividia com a esposa, estava deitado na cama, com ela aninhada em seu peito. Jon se levantou quando ouviu o choro de uma criança, um menino de cabelos negros que saía pela porta a fora. O seguindo, ele chegou até as criptas da fortaleza dos Starks, lá, viu a estátua petrificada de sua mãe Lyanna se quebrar em centenas de pedaços após ser tocada pelas mãozinhas do garotinho, que assustado pelas pedras que caiam sobre si, voltou a chorar.

Quando de fato despertou, Jon notou que o choro que ouvira era na verdade o grasnar das gaivotas que revoavam sobre a embarcação em que estava. O dia já havia amanhecido e as aves estavam eufóricas em busca de alimento. Quando saiu de sua cabine, viu a imensa e majestosa parede rochosa que era Pedra do Dragão. No topo da montanha, viu o contorno do imponente castelo dos Targaryens. – E então... é aqui que vivem os dragões. – Jon pensou em Daenerys, em Aerys, o rei louco e em Rhaegar, seu próprio pai. Engolindo em seco, afastou aqueles pensamentos e desceu a frágil escada de cordas até o pequeno barco que o levaria até a praia.

Não demorou muito para que todos os homens do Norte desembarcassem em terra firme. Jon deixou uma parte de seus soldados na beira mar e partiu com Davos e os outros para os portões da fortaleza. Depois de serem recebidos por soldados, foram escoltados por um longo caminho entalhado sobre as rochas até chegarem à entrada principal do castelo. Depois de aguardar alguns minutos num amplo corredor, Jon foi recebido por uma jovem de pele morena e cabelos negros, muito cacheados na altura dos ombros.

— Olá rei do Norte, Jon Snow. Meu nome é Missandei de Asaath, venha comigo agora que eu o levarei à sala do trono.

Jon concordou e seguiu os passos da jovem de sotaque peculiar pelos corredores frios da fortaleza. Quando as portas do salão foram abertas, o rapaz pôde ver a figura de cabelos dourados sentada no trono incrustado em um rochedo cinza enegrecido.

Caminhando devagar, o rapaz foi o primeiro a falar. – Então, você é a mãe dos dragões...

— Ora, ora, se não é o próprio bastardo Jon Snow diante de meus olhos.

Após ouvir aquilo, Jon parou perante os degraus que elevavam o trono e arqueou as sobrancelhas. Com as mãos para trás, aguardou em silêncio.

— Soube que se casou, rei Snow. – Um sorriso desafiador atravessou a face que parecia se divertir com a expressão de seu convidado.

— Sim, com lady Sansa Stark.

— Lady Sansa? A minha bela e jovem esposa? – Num salto, Tyrion Lannister deixou o trono e caminhou na direção de Jon. – Muito cedo para piadas?

— Muito cedo. – Jon apenas concordou e lançou um singelo sorriso para o homem que conhecera a tempos atrás.


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Notas finais do capítulo

E aí... O que acharam da minha personagem avulsa? Lavignia se engraçando pra cima do rei do Norte... Mas vcs viram que Jon só pensa na ruivinha dele né. E o Tyrion como mãe dos dragões, já tinham pensado nisso antes? hehehe
Beijos queridos e até o próximo