Our destiny escrita por Tisbe


Capítulo 19
Entre segredos


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não abandoei a história. Infelizmente, muita coisa me impediu de continuar escrevendo. Mas aqui vai mais um capítulo. Espero que ainda tenham um tempinho para ler "Our destiny".



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Gilly sentia náuseas, o cheiro ocre que começava a impregnar o ar quente e úmido do quarto quase a fez devolver o café da manhã por cima do corpo estendido sobre o tapete de peles. Se esforçando para controlar a respiração e tentando ignorar a presença do cadáver próximo à cama, ela fixou o olhar sobre sua senhora. – Lady Sansa, precisamos tirá-lo daqui. Tenho certeza que entenderão como tudo ocorreu. Jamais duvidarão de sua palavra.

— Os nossos acreditarão, mas e quanto aos soldados do Vale que vieram com Mindinho? E quanto àqueles das famílias nortenhas que ainda não confiam plenamente em mim? Não percebe Gilly... mesmo morto, Baelish ainda irá me destruir. Serei acusada de traição. Serei comparada aos Frays, que assassinaram minha família enquanto eram hospedes em seu castelo. – Deitada em sua cama, Sansa tinha um olhar frio e compenetrado. Ainda suja com o sangue que começava a secar sobre as mangas de sua camisola tentava pensar numa forma de se livrar do maldito que tentou tirar sua vida. – Brienne já está vindo?

— Sim milady, pedi que a chamassem. Logo ela estará aqui, mas agora venha, precisamos limpá-la. – Dando a volta pela cama, Gilly estendeu os braços e ajudou a ruiva a se levantar. A passos lentos, a garota a levou à sala de banho e com a ajuda de uma toalha úmida, tirou todas as manchas vermelhas que cobriam o torso e rosto de Sansa, depois, a ajudou a trocar de roupa.  - Pronto, está bem melhor agora. Não acha?

— Obrigada Gilly, agora por favor, você poderia me... – Antes que pudesse terminar sua frase, Sansa ouviu a voz de Brienne ecoando pelas paredes de seu quarto.

— Milady, o que houve aqui? – Com sua espada em punho, a loira olhava atônita para o corpo estendido no chão. Logo atrás dela, Arya que decidiu acompanhar a cavaleira até o quarto da irmã, também parecia chocada com aquela imagem.

— Sansa, está ferida? – A pequena Stark correu até onde a mais velha estava e a olhou dos pés à cabeça.

— Não, estou bem... agora está tudo bem. – Depois de se apoiar nos braços da irmã, Sansa caminhou até uma poltrona e se sentou. – Brienne tranque a porta, por favor. Vocês são as únicas pessoas que confio neste momento. E eu não quero que ninguém saiba o que aconteceu neste lugar. – De pé, ao lado da rainha de Winterfell, Brienne e Arya escutaram toda a história de como Mindinho tentou matá-la após ser rejeitado.

— Desgraçado! Eu sabia que não poderia tê-la deixado sozinha. Me perdoe, minha rainha. Isso nunca mais vai acontecer. A partir de hoje serei sua sombra. – Em seu olhar, Brienne mostrava toda a culpa pelo incidente.

— Por mais que tente Brienne, ninguém pode me proteger, não de verdade. Sempre haverá alguém que tentará me fazer mal. Mas agora isso não importa. Eu a chamei aqui porque precisamos nos livrar do Mindinho. Não posso contar a verdade para os cavaleiros do Vale. Apesar de não valer nada, ele tinha muita influência sobre meu primo e com certeza, lorde Royce e os demais cobrarão explicações sobre as circunstancias de sua morte em meu quarto.

— Podemos jogá-lo da torre mais alta do castelo. – A loira sugeriu.

Enquanto as três mulheres conversavam tentando encontrar a melhor forma de simular um acidente, Arya permanecia calada. Estava encostada em uma parede, olhando fixamente para o corpo estático.

— Arya? – Sansa a chamou e ela saiu de seu transe. Mas sem responder à irmã, a menina caminhou até o cadáver e encarou seus olhos petrificados. – Bem, lorde Balish, já que não pôde ver meu treino com as espadas, agora poderá participar de meu trabalho com as facas e poções. – A garota se aproximou de Mindinho e fechou seus olhos com as mãos, depois foi na direção da irmã e pediu que todas a escutassem sem questionamento. Após a afirmativa, a menina começou.

— Eu tenho a solução para nos livrarmos deste verme. Mas eu quero que prometam que não vão me perguntar como e nem quando vou fazê-lo. Brienne e Gilly... aconteça o que acontecer, quero que façam exatamente o que eu pedir. E Sansa, por favor, confie em mim. – Depois que as três concordaram, Arya se sentou e começou a explicar seu plano. - Sansa, você se lembra de quando voltei para casa e entrei escondida em seu quarto?

— Claro que me lembro. Jon e os outros estavam do lado de fora à procura do menino que socou a cara do Tormund e você simplesmente apareceu aqui.

— Exatamente. E você se lembra o que te disse sobre aquele menino?

Forçando a memória, Sansa respondeu - Você disse ser ele.

— E eu era...

— Arya, o que quer dizer com isso? Naquela época não dei tanta importância para o que falou, achei que você estava delirando pelo frio, fome, ou sei lá o que.

— Na verdade irmãzinha, eu falava a verdade. Aprendi algumas habilidades que vão muito além de manejar uma espada. Não posso dizer exatamente como aprendi tudo isso, mas o que importa é que eu consigo me disfarçar muito bem e fingir ser outra pessoa.

— Arya... Não entendo. O que irá fazer?

— Não posso contar, mas fique tranquila, porque este maldito sairá de Winterfell amanhã pela manhã. – Arya se levantou e tirou o lençol da cama. – Brienne, me ajude a enrolá-lo. Temos de levá-lo de volta para seu quarto de hospedes.

— Tem certeza que pode fazer isso Arya? – Sansa a olhou enquanto a pequena ajudava Brienne a levantar o corpo de Mindinho e a embrulhá-lo no lençol.

— Tenho. Agora escutem; vou sair na frente e dispensar as criadas e guardas que encontrar pelo caminho. Brienne, venha logo atrás de mim com nosso convidado e Gilly, tente limpar o máximo que puder dessa sujeira no chão. Jogue na lareira tudo o que estiver manchado de sangue. Sansa, depois que eu voltar, nós a levaremos para o antigo quarto de Jon, tudo bem?

— Sim, tudo bem. – A ruiva não fazia ideia de como sua irmã iria se livrar daquela situação, mas estava tão farta daquele pesadelo que se deixou levar por toda a certeza que partia da pequena. Ela só queria descansar e esquecer daquilo tudo. Ainda sentada na poltrona, fechou seus olhos e pôde sentir uma leve pressão do lado direito de sua barriga. Com as mãos ela tocou aquele lugar de seu corpo e mais uma vez sentiu os primeiros movimentos de seu bebê. Respirando fundo, ela não pôde conter um sorriso em meio a lágrimas. – Tudo ficará bem, meu amor...

 Na manhã seguinte Sansa acordou no antigo quarto de seu marido e assim que abriu seus olhos viu a figura de Lena muito próxima de seu rosto.

— Bom dia Milady, sua irmã me pediu que eu a acordasse.

— Arya? Onde ela está?

— Ela saiu de Winterfell senhora, antes do dia raiar subiu em seu cavalo e disse que iria procurar sua loba Nimerya. Antes de ir, me pediu que eu a avisasse.

— O quê? Como assim? – Ainda sonolenta, Sansa não fazia a menor ideia do que sua aia estava falando. – Lena, por que ela mesma não veio falar comigo?

 - Não sei dizer, minha senhora, mas sua irmã me pareceu muito entristecida. Disse que lamentava muito por ter arruinado seu quarto ontem a noite.

— Arya estava triste?

— Sim, disse que estava muito chateada por ter se cortado com uma adaga bem em cima de sua cama. Falou que foi por isso que a senhora se mudou de quarto no meio da noite. Hoje pela manhã, vi o tanto de sangue que estava sobre seu colchão... graças aos deuses um corte tão profundo como aquele não atingiu nenhuma de suas veias, pois com certeza poderia tê-la matado, senhora. Me ofereci para chamar o Meistre, mas ela recusou.

— Oh sim, o corte... a adaga. Entendo... e ela se foi... – Sansa se sentia atordoada e toda aquela conversa sem sentido só fazia com que ela ficasse ainda mais confusa. – E quanto à Brienne, onde ela está?

— Lady Brienne está tomando seu desjejum na companhia do senhor Tarly e Lorde Balish.

— O quê? – Sansa arregalou os olhos e puxou as cobertas de cima de seu corpo. Com quem lady Brienne está tomando seu café?

— Samwell Tarly, senhora.

— E...

— E lorde Balish, é claro.

— Mas... – As palavras ficaram presas em sua garganta. Por um instante Sansa passou a acreditar que tudo aquilo que vivenciou poderia realmente ter sido um pesadelo, mas ao tocar sua garganta, a sentiu dolorida. – O pesadelo é real...

— O que disse, senhora?

— Nada, eu não disse nada. Lena, por favor peça para Brienne vir até aqui. Obrigada. - Pouco tempo depois, Gilly e Brienne apareceram no novo aposento da rainha.

— Lady Sansa, como está se sentindo? – Gilly foi a primeira a perguntar.

— Comigo, acho que está tudo bem, mas agora quero saber o que está acontecendo fora deste quarto. Brienne, Lena acaba de sair daqui dizendo que Petyr tomou o desjejum junto com você e Sam. A última vez que eu o vi ele estava estendido sobre meu tapete. Que diabos minha irmã aprontou?

— Sim, milady, é verdade. Assim que desci para o salão vi Petyr sentado ao lado de Samwell. Estavam conversando. Quando me aproximei ele me cumprimentou e disse que estava partindo para o Vale.

— Como assim, ele estava vivo?

— Sim. Parecia muito bem, estava apenas com um arranhão no rosto. Bem no lugar onde a senhora lhe cortou com a tesoura.

— Pelos deuses, o que minha irmã fez... onde ele está agora?

— Ele acaba de partir milady. – Gilly respondeu. - Ele e todos seus soldados.

— Antes de ir, ele me disse que tudo ficaria bem e que jamais o veríamos novamente. – Brienne falou se aproximando ainda mais da cama. – Não era realmente ele, lady Sansa. Foi sua irmã... somente os deuses sabem como ela o fez, mas foi ela.

— Preciso falar com minha irmã, por favor Brienne, vá atrás dela...

— Ela também se foi milady, partiu antes do morto-vivo aparecer... era tudo parte de seu plano. – Gilly se sentou na beirada da cama e tratou de acalmar a amiga. – Tudo ficará bem, minha querida. Não sei como sua irmã fez aquilo, mas ela ressuscitou um cadáver e o fez ir embora. Logo ela estará de volta e tudo será como antes.

— Tudo bem... acho que tem razão. Agora vocês já podem ir. Quero descansar um pouco.

Assim que alcançou a porta para sair, Brienne deu de cara com uma criada que estava prestes a bater na porta. – Um corvo para lady Sansa.

— Deixe que eu mesma entrego. – A loira pegou a pequena mensagem e logo entregou nas mãos da rainha.

Assim que quebrou o lacre e desenrolou o pergaminho, Sansa viu a letra do marido e o pequeno lobo dos Starks marcado no canto direito do papel. Em voz alta, ela leu seus dizeres:

Querida esposa, nossa chegada à Porto Branco foi rápida e tranquila. Assim que aportar em meu destino final, te mandarei outra mensagem. Espero que em Winterfell todos estejam bem.

Para você e nosso filho, todo meu amor.                                                    Jon Snow”. 

 

Que os deuses o tragam logo para casa. – Sansa guardou a mensagem sob seu travesseiro e se enrolou em suas cobertas. – Brienne...

— Sim, milady?

— Assim que minha irmã retornar, peça para vir falar comigo.

— Certamente eu o farei. Agora, com licença. – Brienne saiu do quarto, mas decidiu que ficaria na porta fazendo a guarda. Afinal, da última vez que viu Petyr Balish, ele parecia bastante vivo.


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Notas finais do capítulo

Com a sétima temporada se desenrolando, só espero que a Sansa e o Jon da série tenham um bom destino. Eu fiquei muito feliz com a interação dos dois no 1º episódio. E vocês, o que acharam? Será que o romance entre eles só vai rolar nas nossas fics? Beijos pra vocês!