TWD - Segunda Temporada escrita por Gabs


Capítulo 1
Um


Notas iniciais do capítulo

Hai!

Sempre me perguntei o caminho que eles fizeram até a estrada, onde encontraram o primeiro bando de caminhantes.

Bom, agora sabemos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/709394/chapter/1

Um dia depois do CCD.

Depois do fiasco que foi conseguir suprimentos, Rick nos avisou pelo rádio que iriamos para o último lugar seguro que tínhamos em Atlanta.

A casa de repouso para idosos.

Durante o percurso, me recuperei psicologicamente da última enrascada que Shane, Daryl e eu nos metemos para procurar suprimentos. Acontece que o lugar era uma furada desde o começo, mas fomos muito cabeças duras para aceitar e insistimos. Acabou que tivemos que correr para os carros através de vários caminhantes e por pouco não nos ferramos.

Quando os carros pararam perto do da casa de repouso, eu desci com a arma empunhada, não que Guillermo poderia nos receber a tiros, mas era sempre bom estar preparada para qualquer coisa, sendo que poderia ter caminhantes por perto.

— Eles mal estão aguentando sozinhos, o que faz você pensar que ajudariam estranhos? – Andrea perguntou, olhando para Rick enquanto andávamos

— As armas que demos para eles é a resposta para essa pergunta. – Daryl respondeu, enquanto passava por mim e seguia ao lado de Rick, na frente

Glenn foi o primeiro a pular a janela quebrada e todos nós o seguimos.

— Cuidado com as laterais. – Os avisei, enquanto mirava com a minha pistola para os lados

Cuidado nunca é pouco. 

Nós atravessamos o pátio e quando chegamos ao portão que entramos da última vez na casa de repouso, tivemos uma surpresa e não era das agradáveis. Havia um caminhante se alimentando de uma pessoa morta, logo atrás de um gerador velho.

— Filho da puta. – Shane resmungou baixo

O caminhante não estava sozinho, haviam mais deles, se alimentando de rostos conhecidos, alguns mexicanos. Nenhum dos caminhantes pareceu nos notar, já que estavam ocupados de mais comendo.

Lori e Carol protegeram seus filhos, enquanto ao mesmo tempo não os deixavam ver o que estava acontecendo ali. Mas tenho certeza de que eles tinham uma ideia.

Os gritinhos abafados das crianças chamaram atenção dos caminhantes e eles nos olharam, se levantaram e começaram a grunhir cada vez mais alto. Eu contei dez deles, mas talvez tenha mais. Dei uma olhada em Rick, para ver se podia começar a atirar e quando ele deu o primeiro tiro, nós o seguimos, descarregando nossos pentes nos caminhantes que estavam se aproximando e os que chegavam atraídos pelo barulho.

— Vamos. – Rick nos chamou, quando o último deles caiu e grunhidos nos avisou que mais estavam a caminho – Vamos entrar!

Nós entramos na garagem e cobrimos as costas uns dos outros, estava escuro e o máximo que eu conseguia enxergar era uns quatro palmos de distância, graças à luz do sol que entrava pelas brechas das janelas. Nós refizemos o caminho que a Abuela de Felipe nos levou dias atrás e finalmente entramos na casa de repouso dos idosos. Ao checarmos os primeiros quartos a primeira sensação que tive foi raiva, os cuidadores e os idosos estavam mortos, caídos no chão. As coisas estavam reviradas e bagunçadas, foram invadidos.

Escutei um choro agudo e olhei para trás, crispando os meus lábios em desaprovação. Sophia estava chorando, alto e Carol não estava tendo muito sucesso em acalmar sua filha.

— Cala a boca dela! – Daryl se virou bruscamente para elas e rosnou alto

— Deixa ela em paz! – Carol sussurrou, enquanto abraçava a filha

— Cala a boca dela ou eu calo! – Ele retrucou no mesmo tom de voz

— Vá para o inferno! – Lori sussurrou, enquanto apontava o dedo para Daryl e depois se virou para Rick – Temos que ir para outro lugar.  

— Nós não temos gasolina. – Rick comentou balançando a cabeça negativamente

— Vamos verificar o resto do lugar e ver o que conseguimos pegar. – Shane nos disse, olhando de Rick para Lori

— Mantenham essas portas fechadas, - Rick lhes pediu, apontando para a porta de entrada – Gabriela, Daryl, venham com a gente.

Nós os seguimos pelo corredor e a cada quarto que passávamos, eu via a mesma cena, idosos e cuidadores mortos no chão. Quando chegamos no salão principal, onde da última vez que estivemos aqui o senhor Gilbert estava tendo o seu ataque de asma, vimos mais mortos amontoados e uma bagunça sem fim. Atravessamos o salão e subimos a escada do segundo andar, evitando fazer barulho. Nós checamos os primeiros quartos e cada um foi para um lado, pensei ter escutado um comentário maldoso quando passei por Daryl e o quarto da reza e meditação, mas não dei muita bola.

Depois de checar todo o andar de cima, nós nos reunimos no salão principal, para conversar sobre as nossas chances e os próximos passos.

— Certo, - Rick nos disse – lá em cima é a nossa melhor aposta. Limparemos alguns quartos e faremos barreiras se precisar. Vamos ficar bem.

— Está mentindo como antes? – Carol lhe perguntou, enquanto segurava sua filha no colo

— Isso não é justo, - Lori lhe disse – e não ajuda em nada.

— Como aconteceu? – Glenn perguntou, olhando para os corpos mortos no canto do salão

— O que você acha? – Adrian perguntou presunçosamente para ele – Os caminhantes invadiram. – Perto de mim, Daryl riu pelo nariz, descrente e isso fez com que Adrian se virasse para ele – Tem algo a dizer?

— Sim, - Daryl respondeu no mesmo tom – que tal observante?

— Observante? – Adrian repetiu de um jeito arrogante, balançando a cabeça negativamente – Palavra difícil para um cara como você falar. Quatro silabas inteiras.

— Não foram caminhantes que fizeram isso. – Daryl o ignorou e comentou, enquanto apontava ao redor – Não pularam pela janela e passaram por aqui. Alguém atacou esse lugar, matou esse pessoal e levou tudo que queriam. Executaram com um tiro na cabeça, para não voltarem como caminhantes. Estou bem mais preocupado com o povo que veio e fez tudo isso. – E então ele se virou para Adrian e ajeitou a besta nas costas – Arrume um dicionário. Procura lá, observante.

Quando Daryl saiu, tive uma súbita vontade de rir de Adrian, porque querendo ou não ele levou uma bela resposta do caipira arrogante. Daryl podia não ser a minha pessoa favorita no grupo, mas eu gostava das suas respostas ariscas.

Principalmente quando elas eram dirigidas a Andrea e Adrian. Me lembro que os dois brigaram quando nos reunimos todos juntos em uma casa abandonada para passar a noite ontem, logo depois do CCD e precisou juntar T-Dog, Shane e Rick para separar os dois e tudo foi por causa de um comentário feito por Adrian, dizendo que teria sido melhor se Daryl não tivesse morrido no CCD, pois o mundo não perderia muita coisa.

Aquele foi um dia bom, considerando a merda que tinha acontecido.

Enquanto Rick e Shane iam procurar por comida, Glenn e eu limpamos um dos quartos e reunimos as pessoas lá, para esperar por eles. Eu me sentei na cadeira e tirei o pente da minha pistola para recarrega-lo, já que tinha gastado boas balas com os caminhantes lá de fora. Quando terminei, ajeitei a pistola no coldre e fechei os olhos, descansando por alguns segundos antes de abri-los novamente, pois tinha escutado passos, antes de ver Shane e Rick entrando pela porta.

— Vasculhamos a cozinha e achamos uma lata. – Rick nos avisou, enquanto Shane jogava a lata para as mãos de Daryl quando passaram pelo caipira – A dispensa estava vazia, só conseguimos um pacotinho de biscoitos.

— De volta para as pastilhas para a tosse e... – Daryl virou a latinha para ler o que era - Grão de bico.

Glenn me entregou um prato de plástico e distribuiu para outras pessoas próximas. O jantar ia ser maravilhoso, não tenho dúvidas.

Grão de bico e pastilhas para a tosse são melhores do que não comer nada, igual ontem. 

— Tem água? – Sophia perguntou

— Aqui. – Shane tirou uma garrafa de água da mochila e entregou para a garota – Beba pequenos goles, tem que durar para todo mundo. Essa é a última. Okay?

— Precisa de ajuda para abrir a latinha ou... – Deixei a pergunta no ar, enquanto cutucava a perna de Daryl com o meu pé

Ele resmungou em resposta e abriu a latinha, com um pouco de dificuldade pois o abridor estava cego. Nós não éramos os melhores amigos do mundo, mas me pareceu que depois que acidentalmente dormimos juntos, depois de ficar bêbados e dividir o carro nos deixou mais maleáveis para brincadeiras um com o outro. Mas mesmo assim ainda existia os xingos e resmungos e sem dúvidas essa era a melhor parte.

— O que mais tem? – Lori perguntou, olhando de Rick para Shane

— Batatas. – Shane respondeu, balançando o pacotinho nas mãos e depois jogou o pacote para Glenn – Peguei no CCD, é pra depois do jantar. – Ele tirou uma garrafa de vinho - E tem isso também.

Eu recebi o meu pacote de batatas e me segurei para não abrir na hora. Estava faminta mas sabia que comer aquilo só iria atiçar meu estomago para uma comida de verdade. Glenn me serviu um pouco de grão de bico e com a mão de talher eu peguei um dos grãos em enfiei na boca, aproveitando cada mastigada.

— Vai dividir? – Daryl lhe perguntou, interessado no vinho

— Vai em frente e se divirta. – Shane comentou, entregando o vinho para Daryl – Não quero isso tão cedo.

— Pega leve com isso. – Lori disse para Daryl – Para não esquecer de onde você está.

— Sim, senhora. – Ele comentou enquanto abria a garrafa de vinho, deu um gole e depois me estendeu a garrafa – O que? Vai reclamar da baba de novo?

Ontem, quando estávamos no carro, eu senti sede e pedi a garrafa de água dele emprestada. Comentei mais para provocar que ele tinha babado toda a garrafa e eu não sabia o que estava bebendo, se era água ou se era baba.

— Depois de ontem não. – Comentei com ele, balançando a cabeça negativamente e peguei a garrafa da sua mão para beber apenas um pouco do vinho e logo  lhe entreguei novamente

— O que faremos depois? – Lori perguntou à Rick – Precisamos decidir.

Rick olhou para cada um de nós e pausou seu olhar no melhor amigo.

— Por mim, - Shane comentou, encolhendo os ombros - Benning.

— Fort Benning. – Lori concordou, balançando a cabeça positivamente

— Se eu tivesse escutado você, Shane, - Rick comentou, fechando os olhos por alguns segundos - a Jacqui ainda estaria viva.

— Foi uma escolha cara, - Shane lhe disse – não foi tão ruim assim.

— Não foi sua culpa. – Lori falou ao marido – Foi a decisão dela, não sua.

— O que fizeram aqui... - Glenn comentou balançando a cabeça negativamente – as pessoas apenas vieram aqui e assassinaram todo mundo. Sabe, de todas as pessoas que eu encontrei... O quão doente são essas?

— Não é hora para discutir isso. – Lori o repreendeu, notando o estado das crianças, pois elas estavam prestando atenção

— Melhor ir dormir. – Rick comentou, respirando fundo enquanto passava a mão no cabelo do filho

Quando terminei de jantar, fui chamada para uma conversa do lado de fora do quarto, junto com Daryl, Rick, Shane e Glenn. Enquanto esperei Daryl passar pela porta e fecha-la, enfiei uma batata na boca e mastiguei, já que isso era a minha sobremesa. 

— Ok. – Shane murmurou, olhando para o coreano – Precisava falar aquilo na frente das crianças?

— Eu sinto muito, gente. - Glenn disse respirando fundo

— Todos nós estamos exaustos e não estamos pensando claramente. – Rick comentou, olhando para nós – Mas nós temos que começar, porque a vida deles depende de nós.

— Você está certo. – Shane concordou, passando a mão no rosto – Vamos, é melhor começarmos a vigia.

Nós o seguimos pelo corredor até a escada para o térreo, onde Dale e T-Dog estavam nos esperando.

— E como vai ser? – Perguntei, me escorando a parede perto da escada, atrás de Daryl – Fort Benning mesmo?

— É o que parece. – Rick respondeu – Mas para isso nós vamos ter que nos livrar de alguns carros, estamos perdendo gasolina. Vamos ter que nos apertar no trailer, temos que diminuir o máximo possível de gastos.

Concordei com a cabeça e os outros seguiram meu movimento. Peguei a garrafa de vinho da mão de Daryl e dei outro gole, antes de me afastar e ir dormir no quarto.

Teríamos muito pela frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pra quem não assistiu, isso realmente aconteceu, mas essa cena foi cortada da série e colocada em um dos dvds. Traduzi os diálogos melhor que consegui e os reescrevi.

Espero que tenham gostado.

Até!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "TWD - Segunda Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.