Hearewa escrita por Tyke


Capítulo 8
Capítulo 8 - Londres




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Lily acordou com os primeiros raios de sol. Eles entravam por uma fresta da cortina e seguiam direto para os seus olhos. A moça se remexeu desconfortável tentando fugir da luz e aos poucos foi tomando consciência de onde estava. A coberta de lã roçou em sua pele e ela percebeu que estava nua. Piscou algumas vezes tampando a luz do sol com as mãos e olhou o quarto envolta.

As paredes eram amarelas, de frente para a cama ficava um armário branco, uma mesinha branca em um canto e a madeira da cama também era branca. Não tinha reparado no quarto na noite passada. Mais porque estava escuro e não só porque estava "esquecendo" os problemas com Hugo. Então ela se lembrou de cada detalhe da noite anterior, seu ventre pulsou e ela sorriu mordendo os lábios.

Lily se sentou na cama. Ele não estava ao seu lado. Igualmente as roupas dele não estavam no chão... E nem as suas. Demorou alguns segundos para ela reparar que o primo havia dobrado suas roupas e elas estavam sobre a mesinha branca. A moça afastou as cobertas e se arrastou para fora da cama. Sentiu o corpo e o núcleo entre as pernas doerem levemente.

O vestido azul com detalhes brancos estava dobrado e sobre ele suas peças íntimas. Ao lado deles havia uma calça jeans, uma blusa simples rosa e um casaco bege. Eram roupas antigas de sua tia Hermione. Lily pegou a calça tingida de azul claro, modelo antigo, e olhou a numeração. "Isso não entra em mim." pensou colando a calça na frente do corpo. Aquelas roupas provavelmente pertenceram a sua tia quando ainda era uma adolescente.

Mesmo imaginando que não serviria, Lily tentou vestir a calça e como previu a peça não subiu em suas coxas. Ficou um pouco chateada, mas procurou pensar que não se pode comparar o corpo de uma menina com o de uma mulher adulta. Vestiu seu vestido sujo de frente para o espelho que havia no quarto. E notou as manchas roxas no pescoço e no corpo, pensou em pegar a varinha para consertar e então lembrou que não tinha mais uma. Bufou.

Ela pegou o casaco bege de sua tia e saiu do quarto. Pelo menos o casado servia. Hugo estava na cozinha mexendo nos armários. Quando ela adentrou o cômodo o rosto dele ficou vermelho.

— Bom dia! - Lily olhou para baixo enquanto brincava com o zíper do casaco.

— Bom dia! - Hugo criou coragem para olha-la enquanto continuava pegando coisas do armário e colocando em uma mochila verde e preta. - Eu já ia te acordar. Melhor irmos. Talvez Alvo já esteja lá ou nos procurando por ai. Acho que devemos tentar ligar para ele, você sabe se ele estava com celular?

— Eu acho que sim... não tenho certeza. - O baque da realidade atingiu Lily. Com tristeza ela despertou do estanho momento "comédia romântica" das últimas horas para o "fim do mundo" das últimas semanas.

— Tente ligar para ele com o meu. - Hugo fechou os armários e a bolsa. Estendeu para ela o aparelho. Assim que ela o pegou saiu caminhando em direção a uma porta. - Está tudo trancado, então vamos aparatar dentro da garagem. Lá eu consigo destravar e abrir o portão do lado de dentro. Segura em mim.

Lily sentiu vontade de sorrir. Achava fofo quando ele explicava seus planos. Mas aquele não era o momento apropriado. Então guardou o sentimentalismo e segurou a mão que lhe era estendida.

Crack e estavam dentro da garagem.

Hugo foi até o portão e puxou alguns pinos. Foi até uma mesa e pegou um alicate. E voltou para perto dela.

— Eu vou ligar o carro. Você abre o portão quando eu der o sinal. É só empurra-lo que ele abre para cima.

Lily foi até o portão e ficou esperando. Observou de onde estava Hugo mexer na porta do carro, ela abriu e o alarme disparou. Ele sentou rapidamente no banco e mexeu em algo até o alarme parar. Em seguida continuou com a cabeça abaixada e de repente o carro ligou.

— Abre. - Hugo gritou para ela.

Lily empurrou o portão que cedeu sem muito esforço. O carro passou pelo portão. Ela passou para o lado de fora e com cuidado desceu o portão de ferro. Depois correu para tomar o banco do lado esquerdo do carro. Hugo acelerou devagar quando ela fechou a porta. Em frente a casa ao lado o vizinho estava no quintal encarando eles. Lily engoliu em seco e só conseguiu soltar a respiração quando estavam bem longe do bairro.

Hugo não dirigia nada mal para um bruxo. Diferente do pai. Lily tentou segurar o riso ao se lembrar das arrancadas que tio Rony dá com o carro. Quando ela e os primos eram crianças, gostavam de andar com o tio e diziam que era mais emocionante andar de carro com ele do que montar um hipogrifo.

— O que foi? - Hugo percebeu o riso contido dela pelo canto do olho.

— Só estou pensando no seu pai dirigindo. - Ele riu alto e ela desistiu de tentar conter o próprio riso. De repente o riso dela morreu e foi tomado por uma angustia. Ao se lembrar do tio, se lembrou da família espalhado por ai sem poder dar notícias. - Acha que estão todos vivos?

— Espero que sim. - Hugo respondeu grave e simplesmente.- Tenta ligar para o seu irmão.

— Ah claro. - Lily havia esquecido. Pegou o celular no bolso do casaco e discou os números. Caiu direto na caixa postal. E ela tentou novamente sem resultados. - Caixa.

— Que droga!

Lily olhou pela  janela do carro, não fazia ideia de onde estavam. Não conhecia Londres muito bem. Portanto confiava que o primo conhecesse. A moça observou as pessoas e os carros movimentarem-se normalmente pelas ruas. Nem parecia a mesma cidade da noite passada. Lily ia comentar com Hugo, mas ele já parecia ter notado.

— Eu sei. É esquisito. - Ele falou sem olhar para ela.

A moça reparou nele por alguns instantes. Ele também possuía marcas roxas saindo da gola da camisa. Ela corou ao lembrar que o irmão veria as marcas em ambos quando o encontrassem. Era horrível não ter uma varinha, em vários sentidos. Lily desceu os olhos envergonhada e reparou que não havia chave na ignição.

— Como você ligou o carro?

— Ligação direta. - Ele arriscou uma rápida olhadela na direção dela. Não pode evitar sorrir com a expressão de surpresa dela. - Meu avô me ensinou.

— Pensei que seu avô fosse dentista.

— E é. Mas também é agente secreto da M16.

— Ah! Então aquele aparelho que ele tentou forçar você usar quando criança era na verdade um rastreador? - Lily começou a rir se lembrando de como Hugo ficava esquisito com aqueles ferros na boca.

— Não. Isso foi porque meus avós são viciados em fazer todo mundo ter dentes politicamente corretos mesmo. - Hugo riu junto com ela.

— Eu te amo! - Ela falou de repente entre as risadas. Ele ficou sem jeito. Queria olhar para ela, mas não podia desviar o olhar do transito.

— Eu também te amo. - Ele respondeu mirando o vidro do carro.

Caíram em silêncio até chagarem no Green Park. Hugo esperava que houvessem policiais no local devido ao acontecido na noite passada. Mas não havia. Tudo parecia em perfeita e estranha ordem.

— Eu não sei se isso é bom ou ruim. - Murmurou para a prima enquanto dava a volta no quarteirão do parque.

— O que exatamente?

— O maluco que nos atacou ontem. - Pelo canto do olho viu Lily encolher o corpo.

— Ele não morreu, não é? Se não já teriam achado o corpo e aqui estaria cheio de policiais.

— Sim. - Hugo encostou no meio fio sem desligar o carro.

— Ele nos viu aparatar... - Os olhos da moça se arregalaram.

— E não é difícil fazer uma simples descrição de nós. Não deve haver muitos casais ruivos da nossa idade vagando por Londres.

— É não deve ter. - Lily falou baixinho virando o rosto para a janela. Só então Hugo percebeu como foi estranho ele ter utilizado a palavra "casal".

— Está arrependida? - Não era hora para conversarem sobre aquilo, mas ele não pode evitar.

— Não. - Lily virou rapidamente na direção dele. Os olhos azuis a analisava um pouco angustiados, mas se acalmaram com a resposta dela. - Você está?

— Nem um pouco. - Ele falou rouco e os olhos deles percorreram rapidamente as pernas dela, expostas pelo vestido. Lily sentiu um arrepio percorrer seu corpo com as ações dele. Eles mantiveram contato visual por alguns instantes até Hugo parecer desperta. - Hum... Tenta ligar para Alvo de novo. Acho melhor não ficarmos muito tempo por aqui.

Lily tentou, mas novamente caiu na caixa postal.

— Talvez ele está por aqui. Eu posso descer e ir lá...

— De jeito nenhum. É muito arriscado. - Hugo voltou a dirigir afastando do parque. - Podemos ir ao Ministério.

— Depois de Hogwarts, não acho uma boa ideia. - Ela disse firme e ele acatou não irem ao Ministério como uma ordem.

— Ok! Preciso passar em dois lugares, continue tentando ligar para Alvo.

Ela tentou sem sucesso, várias vezes. Enquanto Hugo virava uma rua aqui outra ali, parava em sinais e Lily não fazia ideia de onde estavam. Até que ela reconheceu uma rua. Era a rua do apartamento onde James vivia antes de desaparecer. Lily olhou para Hugo interrogativa e ele disse:

— O que eu preciso tratar com Lorcan tem haver com James. Acho que preciso levar alguma coisa pessoal dele. - O olhar interrogativo dela apenas aumentou.

— O que meu irmão tem haver com... Seja lá o que você tem fazer?

— Só confia em mim, Lily. - Ele suplicou e ela queria gritar e berrar até fazer ele contar tudo. Hugo estava escondendo algo muito sério e que envolvia James, ela pensava indignada.

— Só me responde uma coisa. - Lily não escondeu o estresse que estava sentindo no momento. - Você sabe onde ele está?

— Não. - Hugo não mentiu. Ele realmente não sabia, apesar de ter suposições.

Dessa vez ele teria que desligar o carro quando parassem no meio fio. Ele agradeceu pela rua ser deserta, o que facilitaria na hora de ligar novamente. Desceram do carro. Lily bateu a porta sem muito cuidado e quando  Hugo estendeu uma mão passou por sua cabeça não segura-la. Mas os seus dedos acabaram entrelaçando nos dele antes que a ideia criasse força em sua mente.

O porteiro do pequeno prédio estava atrás de um balcão com a cabeça apoiada em uma mão. Ele quase babava olhando para um monitor enquanto rolava a página de uma rede social.  O homem sentiu os dois jovens se aproximar, ajeitou a postura e se dirigiu a eles:

— Pois não.

— Precisamos entrar no apartamento de James Potter. - O homem olhou para o rapaz que falou por cima dos óculos depois olhou para a moça.

— E vocês são...?

— Irmã. Sou irmã dele. Meu pai pediu para virmos aqui pegar uma coisa no apartamento dele. - Lily falou segura e olhando firme para o porteiro.

— Hum, tudo bem. Vocês tem notícias dele?

— Não ainda. - Ela respondeu.

— Sinto muito. - O porteiro suspirou parecendo realmente se importar. - Sei que essa pergunta pode parecer indelicada, mas se James não aparecer vocês vão continuar mantendo o aluguel?

— Como é? - Lily juntou as sobrancelhas.

— Bom, é que um jovem veio aqui algumas semanas dizendo ser irmão de James e pagou o mês atual e todos os atrasados. Isso não procede? - Olhou do rapaz para a moça antes de agachar e pegar uma caixa embaixo do balcão.

— Não sei nada sobre isso. - Lily respondeu.

— Só um minuto.

O homem abaixou novamente e tirou uma pasta azul de baixo do balcão. Folheou os plásticos. Passou os dedos pelos escritos nos recibos de pagamento. Até que achou o que procurava.

— Aqui está. Ele assinou como Alvo Potter. - O porteiro virou a pasta para Lilian. Ela leu e reconheceu a assinatura do irmão.

— Que estranho. - Disse Hugo ao lado dela.

— Tem algo errado? - Perguntou o porteiro.

— Não. Ele é mesmo nosso irmão. Só é estranho que ele fez isso sem dizer a ninguém, eu acho. - A moça coçou atrás da orelha se perguntando porque Alvo fez aquilo. Perguntaria quando o encontrassem mais tarde.

— Entendo. - Tirou uma chave de dentro da caixa. - Eu terei que acompanha-los, mesmo sendo irmãos do inquilino. São regras do prédio.

— Tudo bem. - Hugo disse.

Andaram pelos corredores do prédio até o porteiro parar de frente a uma porta com o número sete. Ele destrancou a porta com a chave, permitiu que os jovens passassem e ficou parado do lado de fora aguardando.

O apartamento era bem comum e pequeno. Moveis básicos tornavam habitáveis os dois cômodos colados, sala e cozinha, que davam origem a um corredor levando a duas portas fechadas. Em um canto sobre a estante da televisão havia uma fotografia. Lily pegou a foto, com um aperto no coração, onde seu irmão estava abraçando uma moça de cabelos escuros e olhos claros.

— Coira... - Ela suspirou e depositou o quadrinho sobre a estante novamente. Tentou afastar a tristeza que aquele local lhe despertava

Lily olhou em volta procurando por Hugo. Ele estava dentro do quarto no fim do corredor. Lily foi até lá pulando as garrafas de bebidas espelhadas pelo chão. A cama de casal ocupava grande parte do quarto. Ela deu a volta na cama e foi na direção do primo que segurava um frasco manchado de vermelho.

— Isso é sangue? - Ela observou como o liquido estava seco dentro das laterais do acetato.

— É.

— De James? - Lily olhou preocupada para o primo.

— Duvido muito. - Ele respondeu com desdém antes de jogar o frasco sobre a estante sem o menor cuidado. Ela não entendeu porque ele agiu dessa forma, ficou sem reação e esperou que ele explicasse, mas Hugo não disse nada.

Ele vasculhou procurando por algum objeto pessoal que o primo amasse tanto quanto o pingente da Grifinória pendurado no pescoço de Alvo. Hugo pediu ajuda para a prima, não conhecia James tão bem assim. Sem questionar Lily pegou um pomo de ouro dentro de uma caixa dourada e aveludada por dentro sobre a estante.

— É o primeiro pomo que meu pai pegou em Hogwarts. - Ela explicou estendendo o objeto para ele

— Aquele com a boca? - Hugo pegou a bolinha dourada se lembrando das histórias que seu tio Harry entrou para o time da Grifinória no primeiro ano.

— Sim, James sempre adorou essa coisa. Quando ele decidiu seguir carreira no quadribol e entrou como apanhador nos Falcons meu pai lhe deu o pomo de presente.

— Hum. Vai ter que servir. - Hugo guardou a bolinha dentro do bolso e saiu andando em direção a sala sendo seguido por ela.

— Você vai me responder se eu perguntar; Servir para que?

— Não.

Hugo não resistiu a postura dela com os braços cruzados e o rosto contrariado. Deu um rápido selinho nos lábios rosados de Lily. Pega de surpresa ela desarmou a contrariedade e segurou a mão dele para saírem do apartamento. O porteiro estava de olhos arregalados. Olhava de um para o outro enquanto caminhavam até o saguão do prédio. Quando chegaram ele se acomodou atrás do balcão e antes que os jovens saíssem disse sem jeito:

— Eu posso fazer uma pergunta um pouco invasiva?

— Faça. - Lily soltou as mãos do primo aproximando do balcão.

— O pais de você aceitam?... Quero dizer... Bem, eu não sei. Isso é normal na família de vocês? - O homem olhou da moça para Hugo e apontou para eles sugestivo.

— Como?! - Ela exclamou sem entender.

— Não somos irmãos. - Hugo falou de onde estava perto da porta. O porteiro achou que ambos eram irmãos de James. Lily não tinha prestado atenção nisso, mas Hugo sim.

— Ah! - O homem sorriu sem graça para eles. - Meu Deus! Me perdoem... Quando você disse que era irmã do Potter eu acabei pensando que... Bem vocês dois se parecem bastante.

— Sem problemas. Vamos, Lily. - Hugo respondeu o porteiro e estendeu a mão para a moça.

Saíram rapidamente do prédio e entraram no carro. Hugo pelejou com alguns fios e o carro ligou. Por fim em alguns minutos estavam bem longe da rua.

— Não somos parecidos. - Lily falou de braços cruzados.

— Como quiser. - Hugo sorriu maneando a cabeça.

 Devia ser um pouco mais das três da tarde. As ruas estavam começando a ficarem vazias  e poucas pessoas circulavam pelas calçadas. Lily tentou ligar mais algumas vezes para Alvo, da última vez tocou, mas chamou até cair. Ela estava tentando ligar pela terceira vez, quando percebeu que o carro tinha parado e eles estavam de frente a uma casa branca.

— Acho que não tem ninguém. - Hugo murmurou analisando as janelas escuras e aparência vazia da casa. O semblante dele entristeceu e então voltou a colocar o carro em movimento. Lily olhou para trás observando a casa uma última vez antes de virar para o primo.

— Era a casa de Rose?

— Sim. - O som mal saiu da garganta dele e os olhos estavam brilhantes de umidade.

Lily não soube o que dizer e escolheu permanecer em silêncio. Hugo tinha esperança que a irmã talvez tivesse voltado para casa depois de Hogwarts. A casa estar vazia não significava que ela estava morta, mas também não dava a certeza de estar viva. O rapaz fechou os dedos com força envolta do volante. E o celular nas mãos de Lilian começou a tocar.

— Al? Onde você...- Ela atendeu após apenas uma chamada.

— ...

— Sim.

— ...

— Como assim?

— ...

— Está tudo bem? - Ela segurou o aparelho com força contra a orelha. - Alvo? Alvo!

Lily tirou o celular do rosto e viu que a chamada estava encerrada. Ela ficou estática.

— Lily. - Hugo a chamou.

— Ele disse para irmos embora agora. E que já deveríamos ter ido. - Ela ainda encarava  a tela de vidro nas mãos. - Ele parecia tão... assustado.

— Abre o GPS e digita: Bishop Monkton- North Yorkshire, por favor.

— Mas e ele? - Ela perguntou com sua estupidez grifinória.

— Daqui algumas horas vai anoitecer. E se tudo tende a ficar estranho como ontem. - Ele observou as ruas quase desertas em plena quatro horas da tarde. - É melhor sairmos logo daqui.

Ela respirou fundo e concordou. Digitou o nome da cidade no GPS e logo Hugo começou seguir a rota que o aparelho indicava. Eles passaram tensos por um carro de polícia, principalmente porque o policial apontava um equipamento verde na direção deles. Hugo ponderou se aquilo seria uma espécie de rastreador.

Quase uma hora depois já estavam na rodovia. Nem um carro passava por ali além deles. Hugo acelerou para chegarem o mais rápido que pudessem.

Mais uma hora passou e uma luz vermelha piscou no painel.

— Droga! - Hugo estapeou o volante.

— O que foi? - Lily se assustou.

— Não acredito que esqueci de ver isso! O combustível está acabando. - Ele passou as mãos pelos cabelos. - Inferno!

— Calma! - Ela pousou uma mão sobre a dele no volante. - Deve ter algum posto na cidade mais próxima.

— Eu não sei... O que esse babaca ta fazendo? - Hugo perguntou nervoso e Lily olhou para a estrada.

Um caminhão andava na contra mão. Vinha em direção a eles. Mesmo ainda estando bem longe Hugo sentiu que havia algo errado no ambiente. Os automóveis foram se aproximando, o rapaz deu sinal de luz piscando o farol, mas o caminhão não saiu do caminho. Hugo girou o volante e mudou o carro de faixa. No mesmo instante o caminhão também mudou de faixa ficando novamente de encontro a eles.

— Que porra é essa? - Hugo falou baixo, sentindo a espinha gelar. Lily prendia a respiração ao seu lado.

Ele mudou de faixa outra vez. E o caminhão também.

— Hugo! - A moça ofegou.

Os dois automóveis estavam cada vez mais próximos. Não poderiam mais mudar de faixa. Faltava instantes para o impacto quando Hugo girou todo o volante para esquerda. Foi tudo que pensou em fazer. E o carro invadiu o acostamento desviando do caminhão. Ele pisou no freio antes de invadirem o mato alto na beira da estrada e os corpos dos dois foram impulsionados para frente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem



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