Hearewa escrita por Tyke


Capítulo 2
Capítulo 2 - Segurança Pública.


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo vamos avançar um "pouquinho" no tempo. ( uns 30 anos mais ou menos) kkkk.
Espero que gostem.



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2029

Harry estava com a cabeça completamente perturbada. Sua mesa no ministério transbordava de papeis. O setor dos aurores estava um completo caos. O Ministério nunca esteve tão alarmado desde os anos noventa. E James S. Potter, seu filho mais velho, estava desaparecido a quase dois meses. Tentaram de tudo para encontra-lo, mas era como se o filho tivesse evaporado.

Nos últimos tempos, bruxos e mais bruxos eram encontrados assassinados. Os primeiros casos ocorreram em Kent. Cerca de dez pessoas que habitavam casinhas isoladas no meio das florestas, foram encontradas mortas a tiros no condado. Graças a Merlin! James não estava entre elas. O governo dos trouxas também se movimentou após cinco casos ocorrerem. "Tiros" é algo trouxa. Portanto, assustados com a possibilidade de alguma confusão com os bruxos. Eles tentaram encontrar o assassino tanto quanto os aurores, mas nem um dos lados obtiveram sorte.

Durante um mês não houve mortes após o último caso em Kent. Porém elas recomeçaram, exatamente iguais, em Surrey. Com a diferença que trouxas também estavam entre as vítimas. A partir disso o mundo trouxa se envolveu de cabeça nos casos. Para a população trouxa foi dito que era um assassino em série, que apesar de ocultar que as primeiras vítimas eram bruxas, não era mentira em primeira instância. Mas essa declaração foi para o ralo em duas semanas quando, ao invés de apenas baleadas, as vítimas foram encontradas estraçalhadas de forma animalescas, esfaqueadas, enforcadas e amaldiçoadas com Avadakedrava. Ninguém fazia ideia, nem bruxos tão pouco trouxas, do que estava acontecendo.

Harry suspirou pesadamente. Estava tentando ligar os casos, mas era impossível! Em nenhum deles foi encontrado ligações ou um misero suspeito plausível. Estava tudo uma bagunça. E para melhorar naquela tarde os principais chefes do departamento de aurores e do departamento de Relações com os Trouxas encontrariam o chefe da Segurança Pública do R.U para uma longa reunião sobre os casos.

A reunião começou entediante. O chefe da S.P trouxa iniciou com uma palestra expondo em um telão fotos, do departamento de polícia britânica, das pessoas encontradas mortas. Ao fim do cansativo slide o homem começou a falar:

— Por todas as famílias que sofrem a perda de um ente querido, nós pedimos encarecidamente que vocês tomem alguma atitude. - O homem se sentou junto aos seus secretários e encarou Harry e os outros representantes bruxos.

Harry ficou estupefato. Aquilo era uma diplomata acusação! Ele olhou para Rony ao seu lado, definitivamente ele  se segurava para não falar o que não deveria ou azarar o político trouxa. Olhou para o bruxo do departamento de R.T. O homem lhe devolveu um olhar igualmente indignado, mas que ao mesmo tempo pedia para Harry manter a calma. Eles deveriam ser o mais pacientes possíveis com os trouxas.

— Devo lembra-lo, Sr. Douglas, que as primeiras vítimas em Kent eram todas bruxas. E que muitas entre as atuais encontradas no país ainda são. - Harry respondeu calmamente.

— Sim, eu compreendo. - O homem sorriu e o sangue de Harry ferveu odiando aquela situação. - Mas entre as vítimas atuais, grande maioria normal, foram evidentemente mortas pelo seu povo, Sr. Potter.

Harry sabia que o homem se referia à maldição imperdoável que deu fim a muitas vidas nos últimos meses. Porém nenhum bruxo, nem mesmo os mais anti-trouxas, das trevas e ex-comensais, poderiam ser responsabilizados por elas. Umas vez que milhares de varinhas foram vistoriadas e nenhuma delas haviam executado a maldição.

— E as vitimas do nosso povo, que foram e ainda são baleadas, multiladas, espancadas, enforcadas e esfaqueadas, Sr. Douglas? Acho que sérias providencias também devem ser tomadas por vocês. - Rony não aquentou ficar calado.

O chefe do R.T prendeu a respiração. Harry sentiu-se muito feliz com cada palavra do cunhado. Pensou em James. Os piores pesadelos que tinha nos últimos tempos envolvia encontrar o filho entre as vítimas.

O homem do Estado quedou-se calado encarando Rony com arrogância. Olhou para seus companheiros que entenderam o sinal e um a um se levantaram. O homem se levantou e disse suas últimas palavras olhando intensamente para Harry.

— Seria muito agradável que tudo isso cessasse em muito breve. O primeiro-ministro pretende a reeleição. Essa situação mancha a imagem dele e do nosso partido. Entenda, se continuar teremos que tomar sérias providencias, Sr.Potter. - O homem fechou o notbook que estava sobre a mesa e o guardou em sua pasta. Os outros equipamentos, como o projetor e o telão, já haviam sidos retirados pelos secretário.

 - Uma das últimas vítimas era minha filha. Não duvide quando digo que sérias providencias serão tomadas. - O chefe da Segurança Pública do R.U declarou antes de se retirou da sala.

Harry pensou em mencionar o filho desaparecido, porém permaneceu calado. Escolhendo o fim definitivo da conversa. Dois seguranças permaneceram na porta, esperando, para certificar que os bruxos deixariam o prédio público.

Ronald chegou exausto em casa. Após o jantar, sentado-se à mesa analisando assuntos do trabalho. Gritou com o filho cerca de cindo vezes para que ele abaixasse o volume da televisão. Analisou também as poucas pistas que tinham do desaparecimento do sobrinho. Por fim, cansado, se dirigiu ao quarto. Mas antes deu um tapa na cabeça do filho quando passou pela parte de trás do sofá.

— Não aumenta o som dessa coisa de novo, estou muito cansado hoje. - Disse para Hugo deixando mais explicito como um pedido humilde do que uma ordem.

— Tudo bem, pai! - Ele abaixou o som para algo que não seria ouvido do andar de cima, nem se tentassem. E acariciou atrás das orelhas do enorme labrador amarelo que dormia com a cabeça em seu colo e o resto do corpo no sofá.

Ronald observou o filho uma última vez antes de subir as escadas. Hugo já era um homem. Não tinha mais traços infantis e a única coisa que ainda levava as pessoas a confundi-lo com um adolescente era a ausência da barba, que não crescia nem com magia negra.

— E quando for dormir coloca a Luma para fora. - Rony gritou do topo da escada.

— Ta bom! - Hugo respondeu e depois falou baixinho para a cachorra sem que o pai ouvisse - Até parece, né garota?

Chegando no quarto, o homem escutou o som do chuveiro ligado. Ronald parou na frente do espelho por alguns instantes. Os cabelos ruivos se misturavam com consideráveis fios brancos. Na lateral dos olhos azuis as rugas marcavam presença. Na testa e no contorno da bochechas marcas de expressões envelheciam o seu rosto. As sardas não ajudavam muito, com o passar dos anos as pequenas marcas passaram a fazê-lo parecer mais velho do que realmente era.

Ele desviou os olhos do espelho para uma foto sobre a penteadeira da esposa. Na foto, versões mais novas dele e de Hermione sentavam em um banco de madeira. Um filho em cada colo. Rose, linda e de cabelos cacheados, sentava em seu colo e sorria. Hugo sentava no da mãe, com os olhos vermelhos de tanto chorar pelo sorvete que caiu no chão alguns instantes antes. Rony não pode deixar de pensar em Rose vendo a foto. A filha mais velha não vivia mais com os pais. Agora ela morava na capital com o noivo.

Hermione saiu do banheiro envolta em uma toalha amarela. Rony a observou ir em direção ao guarda roupa. Ele se sentou na cama e continuou a observa-la.

— O que foi? - A mulher perguntou quando notou o olhar do marido.

— Você é tão linda. - Ela sorriu para ele.

Rony não estava errado. Hermione era mesmo linda para uma mulher da sua idade. O corpo não estava nada mal, considerando as duas gravidez. E o rosto dela era impecável apesar das rugas e das marcas de expressão. Os cabelos ainda muito cacheados eram completamente castanhos, os fios brancos que nasciam eram eliminados com transfiguração toda semana. Nada fora do normal, muitas bruxas mais velhas mantinham os cabelos longe dos fios brancos.

Rony se levantou e foi até a mulher. A puxou pela cintura para um beijo caloroso. Abraçados, ele a empurrou em direção a cama. Hermione não estava completamente vestida, ele não lhe deu tempo para isso. Ele a deitou e se jogou o corpo por cima dela, beijou-a fervorosamente enquanto suas mãos passeavam pela cintura, seios e quadril.

— Rony! - Ela o empurrou levemente quando ele começou tirar a própria camisa. - Hugo ainda esta acordado, não está?

— Mi, ele está lá embaixo intertido com aquela porcaria de Tv. E além do mais Hugo tem idade o suficiente não só para saber o que é sexo como também para fazer.

— Ronald! - Ela se sentou na cama indignada com o que ouvira. Sabia que era verdade. Mas não gostava de pensar em seu garotinho, ele sempre seria, fazendo aquilo.

Rony praticamente ignorou o protesto e olhava sedento os seios nus da esposa. Hermione sentiu-se tão desejada diante o olhar que simplesmente afastou todos os pensamentos racionais e o beijou com paixão. Em minutos estavam nus, pele com pele, suor com suor. Rony beijava o pescoço que mais amava no mundo e não aquentava mais esperar. Segurou o membro e guiou para a entrada de Hermione. Ambos gemeram quando ele estava todo dentro dela, as paredes molhadas o apertavam. Rony iniciou os conhecidos movimentos e Hermione gemeu um pouco alto. Ela se lembrou de Hugo novamente e tentou alcançar a varinha que estava sobre o criado para abafiar o quarto. Mas o marido intensificou os movimentos e ela simplesmente esqueceu o que pretendia fazer.

A cama rangia e os corpos se chocavam causando o som mais excitante que eles conheciam. Rony estava começando a cansar e sentia a conhecida e crescente sensação no baixo ventre. O casal já não tinha a mesma disposição que tiveram um dia na juventude. Faziam sexo regularmente, um pouco menos comparado ao início do casamento, e eles já viviam algumas das consequências de serem mais velhos. As vezes Rony não conseguia ter uma ereção ou Hermione não se lubrificava. E já acontecia de tudo acabar muito rápido, era frustrante principalmente para Hermione.

Mas nada desses empecilho tinham lugar naquela noite. Eles se amavam com um suave brilho juvenil. Hermione sentiu o prazer crescer a cada estocada do marido, agarrou-se aos lençóis quando o orgasmo a atingiu fazendo que soltasse um grito. Esse com certeza o filho escutou. Ela não pode deixar de se envergonhar quando a razão começava a voltar. Rony continuou, com mais alguns empurrões e ele atingiu o pico e derramou-se na esposa.

Deitados, abraçados e em silêncio. Rony aos poucos começou se lembrar dos problemas do trabalho. Principalmente a frase "Não duvide quando digo que sérias providencias serão tomadas." não saia de sua cabeça e estranhamente o preocupava. O mundo bruxo nunca se preocupou tanto com os trouxas. Afinal os bruxos dominavam a magia e os outros... armas? É fácil colocar um trouxa para dormir ou confundi-lo caso ele lhe a ponte uma. Mas então porque tantos bruxos e bruxas estavam sendo mortos de formas não mágicas? Rony não conseguia achar a resposta, ninguém conseguia.

— No que esta pensando? - Hermione observava o homem divagar.

— Nada de mais... problemas no trabalho. - Rony sorriu para ela e beijou lhe a ponta do nariz.

— Tiveram noticias de James?

— Ainda não - Rony a abraçou mais forte.

— Você me disse que hoje teria uma reunião com o secretário da Segurança Pública do Reino Unido, algo assim. - Ela se desvencilhou dos braços dele e apoiou-se  sobre um dos seus para olha-lo de cima. - Como foi?

— Bem! - Rony fingiu seu melhor sorriso. - Falamos sobre um monte de coisas chatas e em breve essas mortes irão acabar. Não há com o que se preocupar. - Ele a abraçou, puxando-a para seu peito novamente.

 Hermione se perturbava de verdade com os acontecimentos. Ligava para a filha todos os dias perguntando se estava tudo bem em Londres. Não pregava os olhos ou conseguia concentrar-se em nada até que Hugo chegasse em casa quando saía. E rezava todos os dias para encontrarem James vivo.

Na manhã seguinte Hugo provocou pai dizendo: "Então, você estava cansado?" Hermione corou, Rony ignorou o filho e o rapaz não comentou mais nada sobre.

Algumas semanas se passaram. Não ocorreu nenhum caso novo nesse período. O mundo parecia entrar em calmaria novamente, apesar de ainda não haver sinal do jovem Potter. Rony estava sentado no sofá ao lado dos dois filhos. Rose vinha vê-los regularmente nos finais de semana, com ou sem o noivo. Naquele dia Scorpius não a acompanhava, pois resolvia problemas pessoais.

Juntos assistiam Dr.Who no canal da BBC que reprisava episódios um pouco antigos da série. Os irmãos se divertiam relembrando os velhos tempos quando viam sagradamente aqueles episódios todos os dias. Rony por outro lado não dava a mínima para o aparelho ligado. Lia o Profeta Diário e o The Times ao mesmo tempo procurando por alguma morte inexplicável que se encaixa-se nos casos que reviravam o departamento dos aurores.

— Pai! - Rose lhe chamou em um sério tom de voz. O homem ia perguntar o que era, mas a moça apontou a televisão antecipada.

Rony olhou a tela. Os jornais caíram de suas mãos. A BBC havia interrompido a programação e mostravam imagens aéreas de uma cidade completamente destruída em Cornwall . A notícia parecia dizer algo sobre uma bomba inexplicável. Mas Rony não deu atenção. Se levantou em um pulo. Conhecia aquela cidade, era a mais próxima que existia do Chalé das Conchas onde um de seus irmãos morava. Gui e sua família frequentavam aquela cidade meio trouxa e meio bruxa regulamente.

— Avisem sua mãe que assim que tiver notícias estarei de volta. - Rony falou indo em direção a porta dos fundos.

— Pai! Espera, eu vou com você.

— Não, Hugo! - O homem se virou para o filho com mão na maçaneta da porta.

— Eu vou! Louis é meu melhor amigo. - Percebendo que não haveria como impedir o rapaz. Rony apenas assentiu e juntos desaparataram do quintal.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem até breve :)



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