Teen Wolf Season 3- The Way I Like to Fall escrita por Apenas Lorena


Capítulo 21
Doors


Notas iniciais do capítulo

GOSTARIA DE AGRADECER PELOS COMENTÁRIOS! SIM EU ESTOU ESCREVENDO TUDO EM MAIÚSCULO, POIS TAMANHA É A MINHA FELICIDADE.
AMO VOCÊS.



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Que cidadezinha adorável.

—E então, Brad? Por onde começamos? Você é o nosso guia.- Falou Peter e o garoto olhou a sua volta.

—Acho que devemos ir para a minha casa.-

—Ok.- Falei e o segui ao lado de Peter, que se aproximou de mim e falou discretamente.

—Loren, acho que devemos tomar cuidado.-

—Com o Brad? Ele é um babaca de ensino médio. As probabilidades de ele ser um psicopata são mínimas.-

—Não estou dizendo que o Brad é um psicopata, mas eu já estive no lugar dele. Mortos podem se magoar e se e se enfurecer. Digo, devemos ficar em alerta. Ele pode acabar descobrindo algo que não vai gostar.-

—Como que talvez ele tenha matado a namorada?- Falei o observando de longe. -É, ele disse que se excedeu com a bebida.-

—Exatamente.-

—Chegamos.- Ouvimos a voz de Brad.

Era uma casa amarela e de porte mediano. Deveriam viver umas quatro pessoas lá, no mínimo. Haviam algumas flores na entrada, guirlandas cheias de mensagens de lamento e cartazes de...ódio.

Brad observou a cena sem fôlego quando uma senhora saiu vagarosamente e começou a tirar os cartazes. Ela parecia ter a saúde debilitada e se esforçar muito para andar.

—É a minha avó.- Disse em um fio de voz. 

A idosa de aparência doce passou as mãos por uma das guirlandas de pêsames e olhou a foto do neto.

—Eu sei que não foi você.- Disse baixinho e observei a cena com um aperto no coração. Imediatamente entrei na casa procurando pelos outros moradores. Logo de cara haviam alguns sapatos espalhados, três quartos com as camas feitas e objetos pessoas por todos os lados. 

Claro que moravam mais três pessoas ali. Mas se Brad está aqui e a avó dele também, onde estão os pais do Brad.

—Eles não estão aqui.- Falou. -Talvez estejam na igreja.- Brad se virou e seguiu a rua, nos chamando. 

—Já vou!- Gritei. -Sigam sem mim, eu vou...Descansar um pouco.-

Brad desapareceu e Peter o acompanhou com um olhar duvidoso. Fiz sinal para que ele "enrolasse" o Brad e ele seguiu tagarelando.

Me agachei e olhei guirlanda por guirlanda, e como eu desconfiei, havia uma mensagem clara sobre o que havia acontecido.

Em memória de Giselle e David Gilbert.

Porra.

Segui correndo para os alcançar e me aproximei de Peter.

Pigarreei e olhei para Brad enquanto dobrávamos a esquina. 

—Brad, posso falar um instante com o Peter por favor? É pessoal.- Menti e Brad me olhou desconfiado, até que soltou um "ah tá" e olhou de mim para Peter como se tivéssemos algo.

Puxei Peter para um canto afastado enquanto Brad nos observava de longe.

—Peter aja normalmente.-

—Tudo bem.-

—Você tem razão. Temos um problema.-

—Eu sabia!-

—Me abraça.- Disse.

—O quê?- Perguntou confuso.

—Me abraça logo.- Disse e ele me abraçou como se fossemos "amigos". Enterrei meu rosto em seu pescoço e sussurrei. 

—Estão mortos. Suicídio.- Me afastei e dei um sorriso fraco. Peter também sorriu como estivesse tudo bem.

—Você tá ferrada.- Falou sorrindo forçadamente.

—Eu sei.- Sorri também.

Voltamos a caminhar e Brad passou a nos observar desconfiado. Chegamos então a uma casa. Era enorme, linda. Parecia uma daquelas casas de Barbie. 

Brad sorriu intensamente ao ver uma figura na janela. Era ela.

—Jane!- Falou. -É a Jane, a minha namorada!-

—Claro que é a Jane.- resmunguei tentando bolar algum plano para nos tirar dali. -Agora que você já viu que ela está bem, não era pra ter algum tipo de clarão... Sei lá. Quem sabe você encontrando a paz?- 

—O quê? Não brinca! Eu vou até lá!- Falou e Peter tomou frente.

—Acho melhor não. Quero dizer, ela nem vai poder ver você.- Falou.

—Mas eu vou poder vê-la de perto! Me despedir! Quem sabe até tocá-la.- Brad se virou para a janela. -Me esperem aqui.- Disse e quando me dei conta, ele já estava entrando na casa. 

—Brad, espera!- Gritei e já era tarde. -Mas que merda!!!- Praguejei. -O que é que a gente faz se ele conseguir falar com ela? Ou pior, se ele perceber que os pais se mataram!-

—A gente cai fora. Fácil.- Falou Peter.

—Ah, claro. Eu já tinha me esquecido de quem você é.- Falei.

—É. E não só parece ter esquecido de quem sou eu, como parece ter se esquecido de quem é. Você já foi mais esperta. Esse moleque é um problema.-

—Então por que me ajudou?- 

—É sempre bom ter favores a cobrar. Sem falar que sua companhia é adorável.- Disse e entramos na casa. 

Subimos as escadas correndo e encontramos um Brad paralisado de ódio.

—Parece que a fila andou rápido pra Jane.- Peter comentou e dei uma cotovelada que o fez soltar um gemido.

—Jane...- Brad balbuciava.

—Ah, qual é Jane. Você ainda tem a foto desse babaca na estante. Você quase morreu por causa dele!- Um rapaz falava enquanto acariciava intimamente a garota. 

Não só era um pornô, como era um pornô-dramático. Eu não acredito que voltei dos mortos pra isso.

—Pena.- Falou seca. -Ele era legalzinho. Trepava gostoso.- Disse soltando um gemido baixo e tive vontade de enfiar minha cabeça em um buraco. -Mas ele era... Como é a palavra? Bom pra passar o tempo.-

Que filha da puta!

—Bom pra passar o tempo e desequilibrado.-   O garoto falou. -Deve ser de família.- Riu. 

—Para com isso!- Jane o repreendeu. -Eles não mereciam aquilo!-

—Eles se mataram, Jane! Loucura é de família. Um alcoólatra morre em uma acidente de...-  

A voz impertinente do novo brinquedo de Jane estava ficando distante pra mim. Balancei a cabeça e tentei me focar na reação de Brad que pareceu durar minutos, lentamente acontecendo perante mim. Claro que o que veio em seguida aconteceu em segundos e que aquele filme lento e embaçado era só mais uma coisa acontecendo de errado comigo.

—Tsc, tsc, tsc... Não pode brincar aqui sem a supervisão de um adulto.- Ouvi a voz dele.

Sim, quando tudo parecia acontecer mais lentamente ao meu redor, aquela voz se pronunciara alta e clara.

"Não vou mentir pra você. Não vou embora. Não importa o quanto você implore. Não importa quanto medo sinta."

Aquilo era uma promessa, e lá estava ele. Uma promessa doentia, assustadora e real. Mas era uma promessa.

Peter me encarava em uma expressão que dizia: DEU MERDA.

Então lá estava Brad tentando matar o cara. ÓBVIO que não ia rolar. Advinha pra quem sobrou?

Era como uma tempestade ao nosso redor. Não atingia Jane ou o seu novo namorado insensível, mas ao nosso ver...

—Você não ouviu essa voz, ouviu Peter?-. Falei alto devido aos ventos fortes que naquele quarto adentrara, espalhando folhas de um outono próximo que invadiam toda a casa.

—Não, mas não deve ser nada bom.- Disse olhando ao redor e procurando uma saída para aquela situação. -Ouvir vozes nunca é um bom sinal!-

—Eu que o diga, né!- Me referi aos acontecimentos de meses atrás, quando Peter era o assombro e eu a assombrada.

—Principalmente aqui.- Gritou tentando chamar a minha atenção. -Se eu e você não estamos em corpo...- Gritou. -E o Brad também não...- Disse me puxando pela mão e me obrigando a descer as escadas aos tropeços. -O que acha que está falando com você? Estamos em uma camada profunda!- Disse abrindo a porta da casa e quase fomos empurrados de volta para dentro pelo vendaval. -O que pode ser mais profundo que isso?- Perguntou aos berros. Agora tudo parecia mais claro, porém, terrivelmente desorganizado na cidade. E o pior: Só nós dois estávamos percebendo isso. 

Foi uma pergunta retórica. Peter é esperto e já esteve morto por muito mais tempo que eu. Ele deve conhecer essa merda como a palma da própria mão.

—Como saímos daqui?-

—Você não vai gostar nada.-

—Por quê?- Gritei.

—Porque deveria ter uma porta aqui e não tem nenhuma!-

—Caralho, Peter!-

—Não é minha culpa se o seu amiguinho morto tá revoltado!-

—Insensível!- Respondi. -Eu só queria ajudar!- Falei desesperada e um sobrado ao meu lado começou a desabar. -Puta que pariu, Peter! A gente tá em “A Origem”.- Gritei.

—Droga!- Gritou -Eu já sei o que podemos fazer, mas você não vai gostar!-

—Ah, não me diga.- Ironizei. -Vindo de você...-

—Loren, querida. Somos dois. Você tem o poder e eu tenho o conhecimento. Eu vou te acessar.- 

TÁ, EU NÃO QUERO ISSO

Pensei. Óbvio que eu pensei. O que eu falei foi:

—Vai logo.-

Me virei de costas pra Peter e senti suas garras sendo cravadas em minha nuca. A dor irradiou pela minha coluna e logo me senti confusa. Era extremamente desconfortável ter outra pessoa dentro da minha cabeça, usando os meus poderes que eu nem sei usar e ouvindo os meus pensamentos. Mesmo que seja pra nos salvar. 

Por Deus, é o Peter! Não dá pra confiar nele.

E então BUM!

Um fogo que queimava dentro de mim se espalhou ao nosso redor. Era o tão esperado poder que todos falavam. 

É óbvio. Eu sou a porra da intermediária. A porteira do lugar. Eu só não sei abrir a porta. Peter sabe. Mas seria fácil de mais se fosse só isso.

Então quando acordamos em um sobressalto, fingi que não lembrava. Fiz a pomba lesa, olhei para um relógio imaginário em meu pulso e disse que estava atrasada. Peter riu, provavelmente porque eu fui cínica ao olhar as horas sem ter um relógio e fugir dele daquele jeito.

Passei pela soleira da porta a passos largos e me meti dentro da floresta, cruzando-a enquanto o sol se punha. Cheguei rapidamente ao meu apartamento e Isaac não estava lá. Senti falta de ter alguém comigo e novamente o sentimento de solidão de preencheu, mas agradeci mentalmente o fato de que não havia ninguém para perguntar: Onde você estava a essa hora?

Com Peter usando drogas de produção caseira duvidosa e tentando ajudar um morto. Ah, a propósito, eu nem consegui. Ele provavelmente ficou lá, preso num limbo pós-morte sabendo que os pais se suicidaram porque ele causou um acidente de carro. 

Cocei a cabeça, bufando em frustração enquanto caminhava até a geladeira. Eu não quero dormir nem tão cedo.

Abri um energético e bebi o líquido como se fosse água. Eu odiava o fato de estar em uma cidade pequena. Meu apartamento não tem varanda e não há absolutamente nada a se fazer em uma cidade como Beacon Hills.

Tomei um banho rápido e me joguei na cama em um pijama preto, curto e de seda. Meus cachos estavam rebeldes espalhados pela minha cabeça, ainda molhados.

Fui até a geladeira e peguei uma ameixa roxa. Não estava com muita fome. 

Voltei ao quarto, me jogando na cama e pegando um livro e abrindo.

Mordi a ameixa enquanto lia “Deuses americanos” de Neil Gaiman. 

Hoje eu tô só o Shadow Moon. Mais pó que o pó.

E como NADA bastasse, no bom do livro, a energia caiu.

—Puta que o pariu!- Resmunguei. 

Me levantei tropeçando e fui até a cozinha procurar algumas velas, até lembrar que: Eu não comprei velas.

Eu não comprei nem material de limpeza, quanto mais velas.

Liguei a lanterna do celular e forrei um edredom no chão da sala, que ao mínimo recebia uma iluminação considerável da luz lunar que vinha de fora do janelão.

Joguei os travesseiros no chão e me deitei. O silêncio preencheu o ambiente e eu percebi que a energia não voltaria nem tão cedo. 

Não sei quanto tempo passei olhando pro teto antes de apagar. 

Também não dormi muito, pois acordei pouco tempo depois, coberta de suor e com dúvidas latentes que insistiam em martelar a minha cabeça.

Pensei nele. Não em Brad, claro. Eu sabia que o que havia acontecido com ele havia sido minha culpa. Não culpa de Peter, ou das circunstancias, e sim minha. Eu o havia negligenciado por dias, mas a verdade é que isso não é pra mim.

Isso definitivamente não é pra mim.

E então eu pensei nele. No outro Stiles.

O que parecia vazio.

Senti um arrepio percorrer meu corpo e meu interior pareceu congelar quando senti sua presença. Era como se ele fosse meu amigo imaginário e também meu bicho papão pessoal.

—Então você veio.- Falei.

—Eu disse que não ia te deixar.-

—Você usa a aparência dele, mas não é ele.- Falei e ele deu de ombros.

—O que posso fazer? Um corpo não fica preservado por muito tempo. Você deve entender isso mais do que qualquer outra pessoa.-

—Porque eu estou morta.-

—Porque você já esteve morta. Várias e várias vezes, não seja dramática.-

—Parece o Peter falando.- Revirei os olhos.

—Peter Hale está longe de entender tudo o que está acontecendo. O medo dele o afasta do poder que ele tanto almeja.-

—Esse Blackout...-Falei olhando ao redor e o ser a minha frente sorriu.

—Não fui eu, se é o que está pensando.-

—Você sabe exatamente o que eu estou pensando.- Falei.

—Que eu sou uma aberração pronta pra destruir a cidade.-

—Acertou, Macaco louco.- Ironizei.

—Não faz ideia de quanto tempo esperei por nossa reunião.-

—Tem razão, não faço.- Falei me levantando e ficando de pé em sua frente. -E não sei se quero saber.-

—Não diga isso.-

—Eu vou dar um jeito de fazer você desaparecer. Não pode estar tão conectado comigo.-

—Deveria ser mais paciente. Não sabe o que está perdendo. Por tudo o que lutamos e o quanto lutamos por isso.-

—Você fala como se me conhecesse.- Virei para a janela. -Não pode invadir a minha quase-vida de merda e falar coisas sem sentido.-

—Ele está em Yomi. O Brad.-

—Não sabe nada sobre ele.-

Claro que sabe, Loren.

—Não pode salvá-lo. É uma alma perdida.- Sussurrou próximo ao meu ouvido. -E virão outros.-

—Então eu estou fadada a falhar miseravelmente em uma tarefa que eu não pedi, presumo.-

—É só algo que você precisa se livrar.- Senti seu hálito próximo ao meu pescoço, e se não tivesse tão intimidada, estaria magnetizada por sua presença. -E eu posso ajudar você. Só precisa confiar em mim.-

Eu vou me arrepender disso.

Me virei bruscamente o puxando violentamente para mim. O beijei com vontade e ele retribuiu, tomando a direção dos nossos movimentos e me encostando na parede atrás de mim.

Parece que no final eu não estava tão assustada.

Senti que ele tomava todo o meu fôlego em seus lábios gélidos e senti meu coração martelar contra meu peito. 

Minha mão começou a formigar e abri meus olhos prestando atenção as minhas veias, que estavam saltadas e escuras, como se houvesse algo de errado. Tirei minha mão de seu rosto e me afastei dando alguns passos para trás.

Então aquele sentimento voltou, e como se em uma queda, lá estava eu. Séculos atrás, na beira de um lago, aguardando ansiosamente a chegada de alguém. Dei mais um passo para trás e voltei ao meu apartamento. Ele não estava lá, óbvio.

Havia apenas um pedaço de papel no chão. Estava quase todo queimado e podia-se ler uma charada:

Quando uma porta não é uma porta?

Sem mais nada para fazer, deitei no chão novamente e dormi.

Acordei com o barulho da porta sendo aberta e abri os olhos me deparando com Isaac, que estava jogando sua mochila no chão e sentando NA MINHA POLTRONA.

—Cai fora, Lahey.- Respondi sonolenta.

—Já parou pra pensar que vivemos em uma cidade de bosta onde tudo o que é ruim acontece?- Disse irritado.

—Não me diga.- Respondi debochada. -A propósito, bom dia pra você também.-

—Onde você estava, heim?- Perguntou com uma careta estampada no rosto.

—Na casa de uma amiga, papai.-Resmunguei com a cara enfiada num travesseiro.

—Mentira. Você não tem amigas.- Muito obrigada, Lahey. -O que fazia com Peter Hale?- Perguntou.

—Usando drogas.- Falei sentando. -Aliás, se sabia com quem eu estava, por que todo esse teatro de me perguntar onde eu passei a tarde?-

—Queria ver até onde você iria.- Falou. -Você está mentindo.- 

—Ah é?-

—E muito.- Franziu as sobrancelhas. - E pra mim.-

—Eu mentiria até para o Papa.- Me levantei. -Sabe por que? Porque a porra da vida é minha.- Levantei os ombros. -Ou morte, sei lá...-

—Você deveria se arrumar pra escola.- 

—Eu não vou hoje.- Falei.

—Temos treino às 15h.-

—Eu não vou hoje.- Repeti como se aquilo fosse óbvio.

—O que tá acontecendo com você?-

—Por que você não me diz?- Esbravejei. -O que está acontecendo com todo mundo?-

—Loren, acho que você deveria conversar com Stiles.-

—Foda-se o Stiles! Não, Isaac! Eu não estou irritada por falta de sexo. É, Isaac. O Stiles deu em cima de mim e depois me trocou pela Miss Coyote. Sim, Isaac, eu posso dar PT em uma festa e dançar como uma vadia com qualquer um, sabe por que? Heim, Isaac? Porque eu estou completamente SOZINHA!- Gritei. -Agora saí da porra do meu apartamento!— Berrei e a janela da sala se espatifou contra nós, como se eu fosse uma daquelas cantoras de ópera Badass. Só que eu não era. Os cacos de vidro voando em minha direção eram inevitáveis e meu instinto natural foi proteger o rosto. Senti minha pele sendo arranhada e paralisei no lugar, pois estava descalça e sabia que ia pisar em mais cacos. Quando a chuva que vidro parou, só me restou encarar um Isaac preocupado que não parecia ter escutado qualquer palavra que eu tivesse falado anteriormente, já que agora eu estava chorando. 

Voltei a mim e comecei a me mexer. Tentei desviar dos cacos de vidro, o que foi impossível. Atravessei a sala em uma expressão de desespero e dor. Cada vez que eu pisava no chão sentia que a minha vida se tornava pior e pior. Por fim, não terminei meu caminho até o quarto e desabei nos braços de Isaac, que me levou até o quarto e se sentou na beirada da cama me encarando com pena.

—Não me encara como se eu fosse um Beagle prestes a ser experimentado com uma nova marca de Shampoo.- Falei. Estava mais calma e não estava mais chorando. Era ridículo chorar tanto na frente das pessoas.

—Acho que você deveria tirar um descanso.- Isaac falou me entregando um copo com água.

—A ultima festa não foi muito divertida.- Ri enquanto dava um gole no líquido.

—Não estou falando de festas ou de sair com gente que você odeia. Aquilo foi uma péssima ideia. Acho que você deveria fazer algo que te desse prazer. Algo que não faz há um bom tempo.- Disse piscando seus olhos azuis pra mim com a pureza de uma criança. -Eu sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas...Também sei que você sempre será uma incógnita pra todos nós, porque já te conhecemos assim...- Tomou fôlego. -Digo, Loren Koreshkov com certeza é mais do que uma família morta e vidas interrompidas.-

Sorri fraca para o rapaz a minha frente e lembrei sobre sua dura vida com o pai. Não importava quantas vezes eu zoasse com o Lahey, eu tinha de assumir: Ele era um guerreiro.

—Então, Loren? O que te faz feliz?-

 

Isaac tinha um sorriso otimista e tudo o que eu conseguia pensar era:

1° O que caralhas é Yomi?

2° Quando uma porta não é uma porta?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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