Teen Wolf Season 3- The Way I Like to Fall escrita por Apenas Lorena
Notas iniciais do capítulo
Chegay
Retomei consciência em um lugar desconhecido.
—Ela acordou.- Os olhos azuis que me encaravam eram gentis e preocupados.
—Isaac?- Minha voz saiu fraca, quase como um sussurro. Alguém prensou um pano quente em minha testa e então lembrei de como estava gelado.
—Vocês deveriam ter me chamado assim que aconteceu!- Uma voz conhecida gritava.
—Red?-
—Loren, vai ficar tudo bem.- Tentou me reconfortar.
—Mas o que diabos está acontecendo?- Falei baixo. -A professora de literatura é uma...-
—Vadia? É, a gente descobriu isso depois de ela ferrar com todo mundo.- Isaac falou cruzando os braços.
—E por que a única que parece ferrada aqui sou eu?-
—Ela...-
—Ela está te purificando.- Red disse, interrompendo qualquer coisa que Isaac fosse falar. Todos olharam pra ele surpresos, inclusive eu.
—O quê?-
—Eu disse que precisava conversar com você, sinto muito que pareça tarde, mas ainda não é.-
—Red, o que está acontecendo?-
—Loren, o que eu vou contar agora é só a ponta do Iceberg. Seus pais não me contaram muita coisa.-
Meus pais...
—Você não se lembra da sua mãe.-
—Não.- Confirmei.
—Ela morreu quando você era muito jovem. Os Koreshkov perderam a matriarca da família, os Lachaise perderam a sua melhor rastreadora bem antes disso.- Red tomou um gole de whiskey. -O mundo como você conhece, querida, não é nada perto do mundo que está prestes a conhecer. Bem antes de o seu pai conhecer a sua mãe, bem antes da América ser o que é hoje, na Europa de 1481 foi registrado a primeira ação dos Torquemada Rovere. Em decorrência de uma grande "Inquisição"...- Red fez duas aspas no ar. -Pessoas queimadas aos montes na rua e ninguém perguntava o motivo. Seguiam cegamente a fé. Foi assim que descobrimos a conspiração pela primeira vez. Antes eles eram bárbaros espalhados pelo mundo, até que alguém os deu um propósito. Então eles começaram a caçada. Não me pergunte quantas vezes, nem quantas mulheres, não tenho permissão para revelar, mas tudo mudou a dezesseis anos atrás. O que aconteceria se um Papilio e uma Rovere se apaixonassem?- Ele se recostou na cadeira e suspirou. -De início nenhum dos dois sabia quem o outro era. E quando sua mãe engravidou, ela não sabia que você nasceria marcada. Então ela contou quem era para o seu pai, porque ela não queria entrega-la. E ele contou quem ele era, é claro. Pra surpresa dos dois, sua mãe traiu o clã. Os Rovere se dedicam desde a inquisição espanhola a rastrear uma criatura que grita às margens de um rio e chora quando alguém morre. O nome é Banshee, uma mulher, um espírito que lamenta. Mas banshees são fáceis de encontrar, pelo menos uma a cada três cidades tem uma banshee. Mas a Banshee original, só existe uma.-
—Red, você está me deixando confusa.-
—O dever da sua mãe era rastrear a banshee original e entrega-la para a morte. O dever do seu pai era protege-la a qualquer custo. Nenhum dos dois sabia quem o outro era, muito menos que você seria Ela. Você é a primeira Banshee. A primeira lágrima. Os Papilio vem protegendo você há séculos, enquanto que a missão dos Rovere é eliminá-la.-
—Por quê?- Perguntei abalada. Meus pais não eram o que eu pensava.
—Porque você é a chave para o fim. Morta, você é inútil pra ela, mas se ela conseguir o que quer...-
—Jennifer...- Sussurrei.
—O Darach. Reza a lenda que há muito tempo atrás uma jovem druida decidiu que queria viver para sempre. Ela sempre quis desafiar as leis de Deus e a natureza, então invocou a magia mais sombria e triste conhecida pelos celtas. O sacrifício.- Eu encarava Red atenta enquanto tentava processar aquelas informações. -Ela decidiu que colheria os frutos mais belos da terra para tomar para si. As melhores flores, as melhores frutas e a melhor pessoa de sua tribo. Ela convenceu toda a tribo de druidas a embarcar em sua busca pela imortalidade. Um ato de traição e maldade. Juntos, eles ludibriaram uma garota da tribo, a mais bondosa e alegre. Enganaram-na, levando-a ao estado mais alto possível de felicidade, a cercando de flores, frutas, animais e carinho. Ela era pura, de todos os sentidos possíveis e não tinha muitas ambições. Até que em uma noite, luzes despertaram-na. Mas era tarde demais. Eram muitos e ela não tinha para onde correr...
—Briana?- A garota estava completamente assustada. Nada parecido havia acontecido antes. O que todos sabiam que ela não sabia? A ruiva não respondeu. Briana não sentia o mínimo interesse em perder seu tempo dando explicações a uma garota morta.
—Amarrem ela.-
—Briana? O que está acontecendo? Me solta, por favor.- Ela tentou se desvencilhar, mas era muito fraca. -Kendra? Adair? Irmãos?-
Nada adiantou. Nem violência, nem educação, os pedidos, o medo... O caminho longo até o local do sacrifício foi calmo, a cantoria leve dos irmãos traidores se sobressaía, deixando os protestos dela pra trás. E lá ela ordenou que os guerreiros mais fortes cortassem a grande árvore ancestral que os ligavam aos deuses da natureza. O que profanaria mais um local de oração que um sacrifício?
—Eu a ofereço ao infinito!- Briana levantou a adaga.
—Briana, irmã? Por favor. Eu te amo, por que faz isso comigo?- As flores ao redor dela eram malditas. Briana quebrou o pescoço de um coelho branco. Horrorizando a jovem traída pelo seu próprio povo. Ela jamais conhecera a guerra ou o mal, e quando conheceu, foi por seu próprio povo.
—A mais pura e bondosa...-
—Briana...- Implorou.
—Em troca da eternidade...-
—Aquela foi a primeira lágrima de uma banshee.- Red disse de cabeça baixa. -Na lenda ouve-se que a deusa Brigit não permitiu que o sacrifício seguisse com sucesso. Ele ocorreu, mas não por completo. Briana queria o controle do tempo e isso não é algo que se possa brincar. Ninguém poderia viver pra sempre. Então Brigit impediu o acordo com as trevas impondo uma clausula e complicando tudo. A pura e doce garota voltaria. E voltaria, e voltaria. Lamentando a devastação e a traição de seus irmãos. Ela agora seria uma força, e suas lágrimas seriam poder, mas se Briana conseguisse repetir o sacrifício, teria o dobro do poder. Brigit revelou a verdadeira forma de Briana. Uma alma suja, escura e feia. -
—É, espera aí, só um estante, eu me perdi. Jennifer é Briana, Loren é a Banshee?-
—Não. A Banshee é Loren. São as vidas. A Banshee é Loren hoje. Depois que ela morrer, vai ser outra pessoa.-
—Não entendi nada.-
—Isaac, quem precisa entender é ela.-
—Red...-Comecei rindo. -Você quer que eu acredite, que a uns não sei quantos anos atrás eu fui sacrifício de uma druida doida e que agora ela quer fazer de novo?-
—Sim.- Parei de rir.
—Briana sumiu e os irmãos da banshee morreram de maneira misteriosa. Uma outra tribo celta acolheu a banshee, mas ela não se ajustava mais. Então passou a viver sozinha. Até que um dia Briana voltou para completar seu sacrifício, mas um exército Huno que batalhava perto daquela terra incendiou acidentalmente a aldeia dos druidas. Matando todos e a Banshee também. Duas décadas depois no Egito, lá estava ela novamente. É um Loop.-
—Então ela nunca conseguiu completar o sacrifício.- Isaac comentou.
—Sempre que chegava perto, algo acontecia e a banshee morria novamente. Então no século 14 descobrimos os Rovere.-
—Olha, Red, parece que você fumou maconha pra me contar essa história.- Ri sem graça.
—Sinto muito, querida.- Red segurou minha mão. -Tentamos de tudo.-
—Eu sei.-
—Sua mão está muito gelada.- Comentou. -Deaton?-
—Vou aplicar soro quente para tentar manter a temperatura.-
—O que eu não entendo é...-
—Quando descobriram que sua melhor rastreadora estava escondendo a chave da imortalidade de um darach, eles mataram-na.-
—Então é isso?- Perguntei chorando. -Minha vida toda foi um desastre e eu só tenho duas opções?- Ri. -Nenhuma delas eu saio viva!-
—Loren, nós vamos conseguir.-
—Assim como conseguiram nos últimos anos?-
Deaton picou a agulha em uma veia aparente na minha mão e pude sentir o líquido morno invadir minha corrente sanguínea. A sensação era mais confortável, mas não conseguia ignorar o turbilhão de pensamentos e informações saltitando na minha cabeça.
—--
POV. Isaac
—Você sabia?- Perguntei para Peter.
—A mãe do Derek me contou.- Respondeu.
—Então era isso? Era isso o tempo todo!-
—Quando eu soube que a primeira banshee estava perto de mim, eu automaticamente a inseri nos meus planos. Minha irmã confiava em mim, e eu coloquei meus interesses na frente de tudo. Eu preparei a Loren pra isso. Ia absorver os poderes dela quando voltasse, mas vi que isso poderia estragar tudo. Sem falar que é difícil não se apegar a garota. Então eu usei a Lydia. Só que já era tarde demais. O babaca do tutor dela era contratado dos Rovere. Sei que a única coisa boa que fiz foi matar o cretino. Ouvi coisas sobre a Loren, pesquisei coisas sobre ela. Derek não sabe. Também, se ele soubesse, não sei o que faria. Ele consegue sentir o poder dela, claro. Todos nós sentimos. Loren é um imã para o sobrenatural. Por isso é tão difícil pra ele ignorá-la.-
—Quer dizer que o que Derek sente pela Loren é pura atração pelo poder dela?-
—De início, era sim. Agora ele está em um estágio que nenhum homem, criatura ou lobisomem pode ignorar.-
Ele a ama.
—Entendo.-
—Não me leve a mal, me sinto responsável por ela. Banshees podem viver anos adormecidas, mas eu despertei parte do poder dela quando comecei a me comunicar.-
—Você não se importa com ninguém.-
—Exatamente, nunca pense o contrário. Mas se Loren morrer nesse sacrifício, todos nós vamos sofrer as consequências.-
—Os Hale...-
—Tínhamos um acordo com os Papilio. Laura e os Koreshkov fizeram um acordo para proteger Loren. Isso antes do incêndio.- Disse Peter. -Os Argent são inimigos naturais da Loren. A família se juntou aos Revere alguns séculos atrás. Chris Argent não faz ideia, muito menos Allison. Mas sabe quem tinha conhecimento disso?-
—Você quer dizer que...Peter, diz que eu tô errado.-
—Você que chegou a essa conclusão, meu caro. Gerard e Kate.-
—Por isso eles causaram o incêndio na casa dos Hale.-
—Não só na nossa casa...-
—--
POV. Stiles
—1925.- Repeti mais uma vez.
—O que é que tem 1925?- Derek perguntou irritado. Cora ainda está morrendo. Scott se uniu ao Deucalion para derrotar Jennifer, que aliás, levou a Melissa.
—Eu não faço ideia! Foi algo que a Jennifer falou comigo.-
Isaac entrou na sala um tanto desconfiado.
—Isaac, a Loren já acordou?- Perguntei.
—Já.- Respondeu monossilábico.
—Derek, eu vou dar uma olhada nela.- Avisei. Quando estava passando por Isaac, fui parado.
—O que foi?- Perguntei.
—Stiles, acho melhor ir com calma. Tem muita coisa que você precisa saber.
—O que aconteceu?- Derek perguntou vindo até nós.
—A sua namorada do mal, foi isso que aconteceu.-
—--
1925
—Não vai me pagar um drink?- A garota perguntou. Sua voz era suave e seu olhar faiscante. Ela sorriu e deu uma gargalhada. -Você fica me olhando como um bobo.-
—Eu?- Ele era tímido. -Meus amigos me trouxeram aqui pra ficar bêbado. Acabei de entrar em Oxford. Bom, como pode ver, eu não estou bêbado.-
—E eu não pretendo ficar bêbada.- Respondeu com um sorriso brilhante.
—Mas você...-
—Eu não bebo, seu tolinho. Só queria falar com você. E como você está me encarando há horas sem me pagar um drink, eu tive que improvisar. Qual o seu nome?- Perguntou sorrindo.
—Clark, Anthony.-
—Prazer em conhece-lo, Anthony Clark. Sou Amelia. Amelia White.- Assim que ela apertou a mão dele, mesmo que por baixo das luvas de cetim, pode sentir sua pele formigar. E os dois sentiram, bem lá no fundo. Que algo estava acontecendo ali.
Eles só não sabiam o que, nem porquê e nem que alguém os observava na mesa ao lado.
—Boa noite Sra. Blake, o que deseja beber hoje?-
—O de sempre, por favor.-
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