Playlist of a Potter and a Scamander escrita por Cherry Pitch, Lily Lupin


Capítulo 7
Don't Let Me Down


Notas iniciais do capítulo

Oie, aqui é a Cherry, e essa song é da música "Don't Let Me Down", dos The Chainsmokers com a Daya!


Juro solenemente não fazer nada de bom!



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Don't Let Me Down (The Chainsmokers)

 

I call your name but you're not around 

I say your name but you're not around

I need you, I need you, I need you right now

Yeah, I need you right now

So don't let me, don't let me, don't let me down

I think I'm losing my mind now 

Albus Potter  

Encaro o relógio. Já era hora dele ter chegado do jornal. 

Eu tinha colocado os meninos para dormir, e ele já deveria ter chegado. 

Verifico o relógio no meu pulso novamente, e vejo o número final dos minutos mudar. 

Estava sempre assim naquele dia; a cada vez que eu olhava o relógio, nem mesmo um minuto havia passado. 

Suor escorria pela minha testa. 

Eu deveria ir a um psicólogo ver isso, penso. Penso na possibilidade. 

Qualquer coisa que aconteça, eu penso na possibilidade de perder Lorcan, e meu corpo começa a mandar sinais de nervoso, e eu começo a ter ataques, transtornos de nervosismo. 

Um atraso. 

Cinco minutos já estou encarando o relógio. Dez, já começo a suar. Quinze ou vinte, já ando de um lado para o outro na sala. Trinta eu pego o telefone e ligo. Se ele não atende, espero até os trinta e cinco enquanto intercalo andar de um lado para o outro e encarar o relógio em meu pulso. 

De cinquenta minutos e uma hora para cima, eu começo a ligar desesperadamente. Uma hora e quinze os meus ataques só ficam piores. 

O dia de hoje tinha sido meu recorde. Eu só tinha pego o telefone para ligar aos quarenta, e aos quarenta e cinco parei de ligar na décima vez. 

E agora, uma hora e vinte, eu estava tentando adiar meu ataque. 

Eu precisava me controlar, não podia acordar as crianças. 

Eu não poderia desesperá-las, elas não sabem como cuidar dos meus transtornos. 

Pego o telefone e disco um número conhecido também. Não tanto quanto o número de Lorcan, mas ainda assim é tão utilizado que já sei de cor. 

Meus dedos começam a tremer ao discar o número. O toque do telefone e o tique taque do relógio já soam como tortura para mim. 

— Alô?... - consigo ouvir a voz de Scorpious no telefone. 

— Scorp...? - sussurro, e sinto que a minha voz treme tanto quanto meus dedos. Consigo ouvir uma voz feminina do outro lado perguntar, com a voz sonolenta quem era. 

Rose. 

— Al? - ele pergunta, aumentando o tom de voz, como se para responder a pergunta de Rose ao mesmo tempo que fala comigo. - O que aconteceu? 

Respiro fundo e gaguejo, minha voz começando a ficar embargada. Mordo os lábios, tentando segurar o choro que meus ataques normalmente causam, para que os meus gemidos durante o choro não acordem as crianças. 

— Lorcan? - ele pergunta, e eu assinto. Era meu hábito fazer isso. Era frequente, porque eu normalmente ligava ou para Lorcan ou para Scorpious, que sabiam o que meu silêncio em certas situações como essa significava. - Olha, Al, respira fundo. Lorcan não chegou do trabalho, é isso? Ou aconteceu outra coisa com ele? 

— N-não. Ele não chegou. 

— Já tentou ligar? Ligar pra ele? 

— Já. - eu sempre ligava, e não havia praticamente nada que eu podia fazer mais, se não esperar. Não tinha nada que eu não tinha pensado ainda em fazer, eu já tinha pensado em tudo. 

Aliás, eu tinha tido uma hora e vinte e três minutos para pensar em tudo que eu tinha para pensar. 

— Uma hora e v-v-vinte e três agora. - consigo dizer com esforço. 

E é quando eu consigo ouvir o barulho familiar de chaves batendo do lado de fora. 

— Al, fica calmo... 

— Acho que ele chegou, Scorp. 

— Ótimo. - diz Scorpius. Consigo ouvi-lo dizer para Rose baixo, esperando que eu não ouvisse que o Lorcan iria ouvir muito hoje por causa desse atraso. 

— Diga para a Rose que a sua informação está correta, Scorp. - digo. - Lorcan vai ouvir muito hoje por causa desse atraso. Boa noite e sonhem com a DR que eu e Lorcan Lovegood Scamander teremos assim que ele colocar os pés em casa. 

Ouço Scorpious gargalhar e para mim esse é o sinal para apertar o botão de desligar o telefone. E, mesmo que não seja... Foda-se, agora eu tenho direto de ver o meu marido que acabou de me dar literalmente um dos meus ataques de nervoso. 

— Oi, amor... - interrompo a frase dele correndo e apertando os lábios dele contra os meus. Ficamos assim alguns cinco minutos quando me separo dele. 

— Isso é por estar aqui agora. 

Encaro o relógio - provavelmente - uma última vez naquela noite.

Uma hora e meia. 

Lorcan está com um sorriso bobo no rosto quando a minha mão vai na cara dele. 

— E isso é pela uma hora e meia de atraso e pelo ataque de nervoso que eu tive nesse tempo que você estava fora. Tive que ligar para Rose e Scorpious me acalmarem. Onde diabos você estava?! 

Lorcan massageia a parte da bochecha que eu estapeara. Agora estava vermelho. Eu sabia que poderia ter usado o estupefaça, mas além de eu não estar com a varinha naquele momento (eu estava com uma varinha, sim, naquele momento, mas como castigo não iria usá-la naquela noite), o método trouxa era bem mais... Terapêutico. 

— Calma, Al! Eu não pude aparatar porque estava sem magia no momento, e tive que vir até aqui andando do trabalho. Parei para comer um sanduíche quando vi que meu celular estava sem bateria para te avisar e... 

— Da próxima vez se vire do avesso e vire o mundo ao contrário ou me avise! Imagina se eu tivesse tido um dos ataques sérios aqui, desmaiasse e eu só estivesse aqui com as crianças? Como você acha que eles ficariam, sem poder fazer nada aqui?! Hein?!

Subo as escadas batendo os pés forte, descarregando a minha raiva. Sabia que aquilo era incrivelmente infantil, sair no meio da discussão batendo os pés, mas eu estava pouco me importando se eu estava sendo maduro ou não, acho que considerando que estava quase de madrugada e que eu tinha acabado de ter um ataque de nervoso, quase desmaiando. 

Eu definitivamente tinha que procurar um psicólogo. 

Abri a porta do quarto e me joguei na cama. 

— Lumus. - digo, depois de amaldiçoar a minha memória por sempre esquecer de acender a luz ao entrar no quarto. E é no momento em que falo "lumus" que Lorcan abre a porta. 

— Esqueceu de acender a luz de novo? - ele diz, e eu reviro os olhos e me viro para o lado da cama contrário ao dele. - Muito maduro da sua parte, Al. - ele diz, postando-se do outro lado do quarto, de modo que o reflexo dele se despindo aparecesse perfeitamente no espelho a minha frente. 

Amaldiçoei-o e apontei o dedo do meio para ele em minha mente. Minimalista, minimalista... 

A capa azul-marinho dele agora está perfeitamente pendurada no cabide e ele já está tirando a gravata da mesma cor da capa. Ele faz tudo do jeito tradicional, para me torturar mais, o desgraçado. 

Agora aquela blusa branca estava mais transparente que o normal... Eu conseguia ver os músculos dele se mexendo por debaixo dela, enquanto ele desenrolava a gravata, e ajeitava o cabelo ocasionalmente. 

Ele vai abrindo os botões da blusa um a um, e não consigo deixar de pensar que o que ele está fazendo se assemelha muito aos filmes de pornografia trouxas. 

Tento tirar esse pensamento da minha cabeça, mas ele volta imediatamente quando Lorcan acaba de abrir o último botão e tira de vez a camisa. 

E quando ele começa a tirar a calça, eu rolo até o outro lado da cama e o puxo pelo abdome. 

— Essa noite vou tirar seu... hum... castigo. E a partir de amanhã você vai tratar de ficar feio, nem que eu tenha que fazer um feitiço em você. - digo, enquanto Lorcan mantém um sorrisinho em seu rosto e ergue uma das sobrancelhas. - E... Trate de não me desapontar essa noite. 

Puxo Lorcan com o desespero que senti praticamente aquela noite inteira e o beijei. 

Quando nossos lábios se desvencilharam, porque estávamos sem ar, Lorcan sussurrou: 

— Não vou te desapontar. Não essa noite. - Depois de falar isso, Lorcan pega a varinha (não a varinha que faz parte da anatomia dele - ou da minha - é a varinha, varinha mesmo) e diz: 

— Nox.


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Notas finais do capítulo

Malfeito feito!



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