Playlist of a Potter and a Scamander escrita por Cherry Pitch, Lily Lupin


Capítulo 30
Quase sem querer


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui é a Lily Lupin! Essa one foi inspirada pela música Quase sem querer da Legião Urbana. Beijos!



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Quase sem querer (Legião Urbana)

Tenho andado distraído

Impaciente e indeciso

E ainda estou confuso

Só que agora é diferente

Estou tão tranquilo

E tão contente

 

Quantas chances desperdicei

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo o mundo

Que eu não precisava

Provar nada pra ninguém

Albus Potter

Teddy e eu estávamos no meu novo apartamento, que só possuía alguns móveis deixados pelo morador anterior, mas eu não conseguia prestar atenção nos cômodos enquanto milhares de perguntas rondavam a minha mente.

— Albus! Eu estou falando com você! – Teddy disse, estalando os dedos. O cabelo dele ficou vermelho, indicando uma mistura de impaciência e curiosidade.

— Desculpa. Eu tenho andado distraído. – Respondi, vagamente.

— Impaciente e indeciso. Mais do que o normal, eu quero dizer. – Teddy disse, rindo, seu cabelo retornando para o azul.

— Só que agora é diferente. Eu estou tão tranquilo... Tão feliz. – Respondi, sem encarar Teddy nos olhos.

— Então, qual é o problema? É sobre o apartamento? Você pode achar outro. – Teddy respondeu, cruzando os braços. Eu respirei fundo, colocando os meus pensamentos em ordem.

— Não. Na verdade, eu já me decidi. Eu vou ficar com esse apartamento. Mas o que está me incomodando é um outro assunto. Algo que eu preciso resolver antes de me mudar. – Eu respondi, Teddy me encarou, tentando entender o que eu disse.

— Certo. E esse assunto seria... – Teddy repetiu, curioso.

— Você sabe tão bem quanto eu quantas chances eu já desperdicei enquanto tentava provar para todo o mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém. E agora eu sinto que eu finalmente não sou mais essa pessoa, não desde que eu me formei, dois anos atrás. E a principal razão dessa mudança é...

— O Lorcan. – Teddy completou, assentindo. Eu pisquei, surpreso com a rapidez com que ele tinha entendido o que eu dizia. – Não precisa parecer tão surpreso, pirralho. Eu te conheço desde a barriga da tia Gina. Mas eu ainda não entendo qual é o problema.

— Eu estive pensando em... Pedir que o Lorcan se mude para cá comigo. – Eu disse, colocando as palavras para fora antes que eu perdesse a coragem.

— Oh. – Teddy falou. – Agora eu entendo. Eu sei como você se sente. Também fiquei nervoso quando queria pedir que a Vic fosse morar comigo, mas ela fez as coisas muito mais fáceis quando praticamente se convidou para morar no meu apartamento sem pensar duas vezes. – Ele riu, me fazendo sorrir. Teddy tinha a habilidade invejável de exalar tranquilidade e otimismo, independentemente da situação em que se encontrava.

— E o que você acha disso? Eu sei que é um pouco cedo. Lorcan e eu só assumimos o namoro há dois anos. Mas nós já nos conhecemos desde sempre. No entanto, e se isso estragar tudo? E se a gente acabar terminando porque tomamos uma decisão errada? E se eu acabar estragando tudo? – Eu disparei uma pergunta atrás da outra, me sentindo aliviado por colocar tudo aquilo para fora.

— Hey, se acalma, Al! Eu sei que isso é algo muito importante para se fazer e entendo que você esteja nervoso. Mas eu preciso que você preste muita atenção no que eu vou te dizer agora, está bem? – Teddy falou, segurando os meus ombros enquanto falava.

— Estou ouvindo.

— Certo. Por mais estranho que isso soe, você precisa parar de pensar tanto nas coisas. Pelo menos uma vez na sua vida. É difícil para um Corvinal, mas faça um esforço. – Ele disse, calmamente. – Eu não vou mentir e dizer que vai ser fácil. Porque não vai. Morar com alguém é completamente diferente de namorar essa pessoa. Mas o ponto é que você nunca vai saber se vai funcionar se não tentar. Você precisa arriscar. É o único jeito de descobrir.

— Eu entendo isso. Mesmo. Mas, como eu disse antes... E se a gente acabar terminando por causa disso? – Eu sussurrei, expressando o meu maior medo.

— Albus, Lorcan foi a única pessoa que assistiu todos os seus filmes favoritos com você, depois que eu e até mesmo os seus pais tínhamos enjoado deles. Ele nunca se importou com o jeito desafinado que você canta no carro ou a sua incapacidade de dançar. Ele ri das suas piadas sem graça e leu todos os livros que você gosta. Lorcan aturou até mesmo a sua fase gótica quando você tinha doze anos. Sem contar que é quase assustadora a maneira que vocês sempre sabem o que o outro está pensando. Sinceramente? Se ele conseguiu continuar te amando apesar de todas as suas bizarrices, eu não vejo por que vocês não conseguiriam fazer isso dar certo. – Teddy encerrou. – Então, por que você não pergunta para ele de uma vez e acaba com essa dúvida?

— Você está certo. – Eu disse, sorrindo para ele.

— Eu sempre estou certo, Albus. – Eu ri, balançando a cabeça. – Só uma pergunta: Por que você decidiu perguntar isso para mim? Além da minha mente brilhante e senso de humor incomparável, é claro. – Ele brincou, passando a mão no cabelo, claramente imitando o nosso irmão, James.

— Bem... Eu não podia falar com o Scorp, porque ele acabaria falando para Rose, que ia contar para Lily e as duas não me deixariam em paz. Nem preciso falar do Jay, certo? Eu o amo, mas você sabe que ele é incapaz de guardar um segredo por mais que meia hora. – Eu respondi, ainda rindo.

— Então quer dizer que eu sobrei? – Teddy falou, se fingindo de ofendido.

— Na verdade, tem mais um motivo pelo qual eu preferi falar com você.

— Por quê?

— Porque você é o meu irmão mais velho. – Eu respondi, sorrindo sinceramente. Teddy pareceu ser pego de surpresa e abriu um sorriso radiante para mim.

— Merda, Severus. Você vai me fazer chorar desse jeito. – O cabelo de Teddy ganhou um tom de rosa, que indicava felicidade. – Eu vou abraçar você agora. – Ele avisou, abrindo os braços.

— Eu não vejo alternativa. – Respondi enquanto Teddy me apertava em seus braços. – E, pelo amor de Merlin, pare de me chamar de Severus. Você sabe que eu odeio.

— É exatamente por isso que eu faço.

//-//

 Depois que Teddy foi embora, eu convidei o Lorcan para ir até o meu novo apartamento para conhecê-lo antes que os meus móveis fossem colocados. Pelo menos foi o que eu disse a ele. O motivo pelo qual eu queria falar com ele era justamente para perguntar se gostaria de morar comigo.

 As minhas mãos estavam suando e eu andava de um lado para outro, quase temendo abrir um buraco no chão. Quando a campainha finalmente tocou, eu mal podia saber se estava aliviado ou mais ansioso ainda.

— Oi! Tudo bem? Você parecia nervoso quando falou comigo pelo celular. – Lorcan falou depois de me beijar rapidamente.

— Na verdade, eu estou nervoso. Mas é por um bom motivo. – Eu respondi, pegando a mão de Lorcan e guiando-o para o sofá. – Eu preciso falar com você sobre algo importante. Talvez o que eu diga não faça muito sentido no começo, mas preciso que você continue me escutando, ok? – Eu pedi, ainda segurando a mão de Lorcan entre as minhas. Ele arqueou uma sobrancelha, curioso.

— Certo, eu vou ouvir. – Lorcan concordou. Eu respirei fundo e olhei nos olhos dele.

Me fiz em mil pedaços

Pra você juntar

E queria sempre achar

Explicação pro que eu sentia

 

Como um anjo caído

Fiz questão de esquecer

Que mentir pra si mesmo

É sempre a pior mentira

Mas não sou mais

Tão criança a ponto de saber tudo

— Eu já me senti como se estivesse quebrado. Como se houvesse algo errado comigo e isso me fizesse ser pior do que a maioria das pessoas. Eu me fiz em mil pedaços pra você juntar. Eu estava quebrado, mas você juntou cada pedacinho e me tornou inteiro de novo. Até mesmo na época em que eu queria achar explicação pro que eu sentia. Eu fiz questão de esquecer que mentir para si mesmo é a pior mentira. Mas não sou mais tão criança a ponto de achar que eu sei tudo. Porque eu não sei. – Como eu havia previsto, Lorcan me encarava como se não soubesse o que eu queria dizer, o que era muito raro.

Já não me preocupo

Se eu não sei por quê

Às vezes o que eu vejo

Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe

Quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você

— Eu sei que não estou fazendo muito sentido no momento, mas eu vou simplificar isso tudo. Eu... Eu preciso de você, Lorcan. Porque você é a única pessoa no mundo que me faz ter certeza de quem eu sou. É por sua causa que hoje eu já não me preocupo se eu não sei o porquê das coisas. Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Mas eu sei que você sabe, quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você. Eu realmente espero que você veja o que eu vejo agora, porque o motivo pelo qual eu estou falando tanto é... Que eu quero que você se mude para cá comigo. – Eu falei, finalmente perguntando o que eu passei o dia inteiro querendo saber. Lorcan piscou, abismado.

— Morar... Aqui... Com você? – Ele disse, parecendo incapaz de formular uma frase coerente. Eu senti meu coração acelerar, temendo ter falado demais.

— Sim. Quer dizer, se isso for o que você quer. Você pode pensar por quanto tempo precisar. Não é como se fosse uma decisão imediata. Ou nós podemos esquecer isso. Eu devia ter ficado quieto, não? Droga... – Eu falei rapidamente, sentindo o nervosismo aumentar.

— Albus! Dá pra você parar de falar por um instante... Para que eu possa dizer sim? – Lorcan falou, me interrompendo. Eu arregalei os olhos, sentindo-me igualmente eufórico e aliviado.

— Sério? Você tem certeza? Mesmo? – Eu perguntei, ainda atônico e rindo feito um idiota.

— Sim. Eu tenho certeza. – Lorcan respondeu, rindo junto comigo. – Essa é a hora em que você me beija.

— Mesmo? – Eu brinquei, me aproximando.

— Mesmo. É assim em todos os filmes. – Lorcan respondeu, entrelaçando suas mãos no meu pescoço.

— Nós somos bem melhores que os filmes. – Respondi, antes de encerrar a distância entre nós dois e empurrar Lorcan no sofá, me deitando em cima dele.

— Eu já adoro a minha nova casa. – Ele sussurrou, sorrindo para mim, com os olhos azuis brilhando.

— Nossa casa. – Sussurrei de volta, mal acreditando no que dizia.


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