Playlist of a Potter and a Scamander escrita por Cherry Pitch, Lily Lupin


Capítulo 29
Fairy Tale


Notas iniciais do capítulo

Hey, aqui é a Cherry, e esse capítulo foi inspirado na música "Fairy Tale", do College Eleven.



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Fairy Tale (College Eleven)

 

Is it a crime to want to be alone all the time?

You don't mind 

When I think I can't do it alone

You take my hand and show my way back home 

By my side

With a smile

Albus Potter 

 

Estou, de novo, encarando todos ao meu redor, sempre achando que alguém irá me julgar, se eu contar a verdade. Sempre achando que eles apontarão um dedo para mim. Um Potter amigo de um Malfoy, que não ficou na Grifinória e, ainda homossexual? Ele seria uma desonra para sua família. 

Eu sabia que era isso que diriam se soubessem. E era por isso que eu não deixava que eles soubessem. 

Olho para o chão e limpo rapidamente uma lágrima que teimara em cair. Eu podia fazer aquilo sozinho, eu dizia para mim mesmo. 

Mas eu sabia que não podia. Pelo menos, não naquele momento. 

Como o horário das aulas já tinha acabado, resolvo mandar uma coruja para Lorcan. Sento na minha cama do dormitório, depois de verificar se ele não estava lá, e escrevo para que ele me encontre na Sala Precisa. 

Respiro fundo, depois da coruja sair voando para entregar a mensagem, e torço para que isso aconteça logo. 

Quando o ponto negro que era minha coruja desaparece da minha visão, eu começo a caminhar em direção a Sala Precisa, para que não houvesse o risco de Lorcan já estar lá quando eu chegasse. 

Quando me sento no chão do lugar aconchegante que era a sala, não consigo impedir as lágrimas de caírem. A Sala Precisa era um lugar onde eu era sempre bem-vindo, onde eu me sentia protegido, onde apenas quem me aceitava poderia entrar. Apenas quem eu queria. 

Ali era o mundo que eu queria viver, uma pequena - bem pequena mesmo - parte dele. 

Tudo o que eu queria era um lugar onde eu fosse aceito por quem eu era, e não por quem eu deveria ser. 

Eu queria ser aceito por ser um bruxo brilhante da Corvinal, e não por aquele que deveria ser da Grifinória como os pais. Eu queria ser aceito por ter conseguido entrar no Clube do Slugue por mim mesmo, e não pela influência dos meus pais. Eu queria ser aceito por sempre ter desejado estar no Clube do Slugue, mas do que jogar quadribol - eu, inclusive, não jogava. 

Eu queria ser aceito, e queria que aqueles que eu amava fossem também. Queria que Scorpious fosse aceito por quem ele era, e não como "o filho do Comensal da Morte". Inclusive, Draco Malfoy era uma das pessoas mais legais que eu já conheci, da parte dos adultos, mas ninguém vê. Porque todos estão preocupados em julgá-lo por, um dia, ter sucumbido ao mal da sociedade de ser quem esperam que nós sejamos. 

Ele apenas teve mais influência de quem ele deveria ser, de quem queriam que ele fosse do que de quem ele realmente era. 

E é quando Lorcan abre a porta da Sala Precisa. 

E eu realmente não tinha dúvidas de que o queria ali. 

 

❤️

 

— Al? - ele pergunta. Todos me perguntavam se eu preferia ser chamado de Al ou de Albus, e eu sempre respondia que eu gostava de Albus, e não de Al. Mas, na verdade, eu adorava ser chamado de Al. 

Mas Al era de Lorcan.

Só dele. 

— Lorcan... - sussurro. 

— Ah, Al... - ele diz. - De novo? 

Eu assinto com a cabeça, e Lorcan segura a minha mão. 

— Você sabe que não precisa passar por isso sozinho, não é? - ele pergunta, e eu não respondo. Nós dois ficamos em silêncio. - Eu estou aqui. Para o que você precisar. Se quiser falar o que você  quiser, se você quiser fazer alguma coisa, se quiser apenas... Ficar aqui... Tudo o que você quiser. 

Fecho os olhos. 

— Tudo mesmo? Qualquer coisa? - pergunto, ainda com algumas poucas lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu não sabia porquê, mas sempre que Lorcan chegava eu ficava melhor, pelo menos um pouco.

— Sim. - ele responde. - Qualquer coisa. 

Eu não sei se foi por causa dos cílios dele agora molhados, ou por causa dos seus lábios murmurando aquelas palavras, ou por causa das suas mãos nas minhas, mas eu quis beijá-lo. 

Eu precisava desesperadamente beijá-lo. 

E eu beijei. 

 

❤️

 

Lorcan Scamander

 

Albus Severus Potter estava me beijando. Eu fiquei sem ação. Eu só... Estava permitindo que ele me beijasse até cansar. Ou até precisar de ar, o que viesse primeiro. 

Eu piscava várias vezes. Eu fechava os olhos para sentir o beijo melhor, mas abria-os novamente para ter certeza de que era real, para manter a imagem de Albus com os olhos fechados beijando meus lábios. 

Eu tinha que admitir que era uma visão maravilhosa. 

Paramos de nos beijar tão rápida e abruptamente quanto começamos. 

Mas, mesmo quando ele se recostou na parede, com a respiração acelerada, ele não soltou a minha mão. 

E eu, internamente, não conseguia parar de sorrir por isso. 

— Lorcan... - ele sussurra. 

— O quê? 

Albus fecha os olhos de novo e respira fundo. 

— Eu tenho certeza agora. - ele diz. - Eu tenho certeza, depois de... de tudo. Depois de te beijar e perceber que é tão bom quanto eu imaginava. E... Sempre que eu percebo que não consigo fazer isso sozinho, você segura a minha mão e fica do meu lado, dizendo que eu não preciso fazer isso. Que eu não preciso passar por isso sozinho. E... E é por isso que... - depois de falar tudo isso sem me olhar, ele encara os meus olhos. - Lorcan Lovegood Scamander, você quer ser meu namorado? 

 

You make me believe 

Everything is okay

And right here with you

Is where I'm gonna stay

When I seem to lose my light

You give me back my faith

And everything is alright 

You're my fairy tale 

 

A minha boca se abre e eu fico encarando Albus. Eu podia imaginar que ele falaria qualquer coisa, exceto aquilo. Acho que, na minha mente, ainda não era real. 

Acho que, na minha mente, eu não era apaixonado por Albus, que não tínhamos algo, e que tudo que fizemos e tínhamos era coisa de amigos. Talvez amigos quase irmãos, mas não... Amantes. 

Mas era. 

Eu amava Albus Severus Potter e eu tinha certeza disso naquela hora. 

— Sim. Eu aceito. Eu aceito, porque você me faz acreditar que tudo está bem. Porque quando eu estou com você, eu sei que ao seu lado é exatamente onde eu quero estar. A minha resposta é sim, porque, Albus Severus Potter, você é meu conto de fadas. 

E, depois disso, eu só lembro de sentir os lábios de Albus nos meus, até nós dois cansarmos. 


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