What Do You Mean? (Justin Bieber)

Lorcan Scamander

 Albus me encarava do outro lado do quarto, parecendo exausto. Eu o encarava de volta, tentando entender como nós tínhamos começado aquela discussão.

— Albus, isso não faz sentido, está bem? Eu volto em poucos dias. Eu juro. Você não precisa pirar por causa disso. É só um congresso do jornal. E eu sei que nós estamos planejando o casamento, mas a viagem não vai atrapalhar em absolutamente nada. – Eu repeti meu argumento pelo que parecia ser a centésima vez.

What do you mean

When you nod your head yes

But you wanna say no

What do you mean?

When you don’t want me to move

But you tell me to go

What do you mean?

Said we’re running out of time

What do you mean?

Better make up your mind

What do you mean

 Quando eu contei a Al sobre a viagem ele simplesmente assentiu, mas eu tinha quase certeza que ele queria dizer não, o que era completamente estranho, já que ele sempre me apoiou na minha carreira.

— Só... Me deixe sozinho, está bem? – Ele pediu, me indignando.

— Não, Albus. É melhor você se decidir, ou nós conversamos como adultos ou eu não vou me mover. – Eu retruquei, cruzando os braços, me sentando na cama do quarto que nós dividíamos. – O que você quer dizer? – Perguntei, quase implorando pela resposta.

You’re so indecisive of what I’m saying

Trying to catch the beat make up your heart

Don't know if you're happy or complaining

Don’t want for us to end where do I start?

— Você é tão indeciso, Albus. Eu preciso ouvir o que está te incomodando no lugar de tentar adivinhar o que você quer dizer. Eu não sei se você está feliz ou reclamando. Tem sido assim desde que eu te contei do congresso. Você quer terminar comigo? Desistir do casamento? – Eu perguntei, tentando achar uma reposta para a mudança de humor repentina de Al, que arregalou os olhos com o que eu disse.

— Não. É claro que não. Eu não quero que a gente termine, mas... Por onde eu começo? – Al falou a última frase mais para si mesmo do que para mim, o que não melhorou a minha confusão.

— Eu não entendo você, não importa o quanto eu tente. Então, será que você pode me dizer de uma vez o que você está pensando? Eu já te disse mil vezes que o congresso dura três dias e que eu volto o mais rápido possível. Não é como se eu fosse esbarrar no Brad Pitt em alguma esquina e fugir com ele para LA! Não tem porquê você se preocupar tanto. – Eu disse, jogando as mãos pro alto enquanto encarava Al. Nós estávamos ambos de pé a essa altura e os olhos verdes de Albus pareciam se recusar a me encarar.

 Ele respirou fundo e olhou para mim, parecendo... Segurar uma risada? Eu estava começando a duvidar da sanidade de Albus quando ele disse em tom sarcástico:

— Exatamente como eu não deveria me preocupar com a sua última viagem? Quando você foi pesquisar os malditos dragões, acabou no hospital e quase foi morto? É isso que você quer dizer, Lorcan? - As palavras dele me atingiram como um soco. Toda a irritação de Albus começou a fazer sentido depois disso. Ele estava preocupado, e, considerando o último acidente que eu tive, eu não posso culpa-lo.

— Albus, eu entendo a sua preocupação. Mas essa viagem é diferente, está bem? Sem animais selvagens ou riscos. Só uma série interminável de palestras e seminários. Completamente seguro e entediante. - Eu falei, tentando acalmá-lo.

— Eu sei, Lorcan. Droga. Eu sei. Você acha que eu quero me sentir assim, agir desse jeito? Eu não consigo me impedir. Eu não consigo parar de pensar em como tudo isso pode dar errado. Como você pode ser atropelado em plena São Francisco. Ou ser atingido pelo feitiço de algum jornalista doido. Tudo isso é loucura, eu sei. Qualquer uma dessas coisas pode acontecer com qualquer um. Nós ignoramos isso e seguimos em frente, como todo mundo faz. Mas... Desde que você foi parar naquele hospital eu percebi como as nossas vidas são idiotamente frágeis. Em como em posso perder você a qualquer instante, e, agora que eu cheguei tão perto disso, eu não consigo pensar em outra coisa. - Albus disse tudo isso em um só fôlego, me deixando surpreso.

— Albus, eu sinto muito por não ter percebido como você se sentia antes. Eu devia ter pensado em como foi horrível para as pessoas ao meu redor. Mas a verdade é que nós não podemos parar de viver por medo do que pode acontecer. Não é justo. - Eu disse, levemente.

— Esse é o problema, Lorcan. Eu já tive medo de muitas coisas. De deixar que as pessoas soubessem quem eu sou de verdade. Eu já tive medo de desapontar as pessoas que eu amo, de não ser bom o suficiente para os meus sonhos. Mas nada, absolutamente nada, me assustou tanto quanto a ideia de perder você. Quando eu percebi que havia a mais remota chance de nunca mais pôr os meus olhos em você, foi o momento mais aterrorizante da minha vida. - Albus falou. A luz do entardecer entrava pela janela e fazia os olhos deles se tornarem ainda mais brilhantes. Ele se sentou em uma poltrona, passando as mãos pelo cabelo, tentando controlar a respiração.

 Eu me agachei lentamente na frente dele, pegando as suas mãos e as entrelaçando nas minhas.

— Olhe para mim. - Eu pedi, Albus levantou a cabeça e me encarou. - Eu não posso te prometer que não vou ser atropelado ou atingido por um feitiço. Eu não posso te prometer nada porque eu não faço a menor ideia do que vai acontecer. E sabe de uma coisa? Está tudo bem. Porque a única coisa que eu realmente preciso saber é que eu amo você. Então não importa se eu vou te atormentar por mais quarenta anos ou quarenta dias, Albus. Eu vou te amar exatamente do mesmo jeito. Porque você é a única certeza que eu tenho no meio desse mundo louco cheio de possibilidades e tragédias que nós vivemos. E, para ser sincero, eu não preciso de mais nada. - Eu me inclinei para frente e o beijei lentamente.

— Eu também te amo, Lorcan. E é melhor que você continue por aqui para me encher o saco por mais oitenta anos ou eu e você vamos ter sérios problemas. - Ele respondeu. – Eu não acredito que você achou que eu queria terminar com você. – Albus comentou, rindo.

— Você não estava fazendo nenhum sentido, o que mais eu ia pensar? – Respondi, rindo também.

— Você me tem desde o começo, idiota, eu não vou deixar isso acabar. Nunca. – Albus sussurrou, me beijando de novo.

You had me from the start won’t let this end