Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 9
Sapatinho Rosa - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Decidi dividir esse capítulo em duas partes, além dele estar grande vocês esperariam demais para a atualização. Como se eu já não demorasse né?
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708982/chapter/9

Como Kimberly previra, os amigos não a procuraram nos meses seguintes.Movida pela curiosidade ela ligou para Trini, mas a garota irritou-se ao ouvir o nome de Jason e desligou o telefone logo. O Pan Global passou e Susan ganhou a medalha de ouro do solo e bronze na barra. De Alameda dos Anjos mais nenhuma notícia.

Agora, aos nove meses de gravidez aguardava o último encontro com a Sra. Mason em sua casa. Já era impossível disfarçar a barriga e preferia e não ir para a rua. A diretora do orfanato chegou pouco depois do meio dia e foi recebia por uma Carol sorridente.

— Boa Tarde Miranda, muito obrigada por ter vindo.

— Boa Tarde Carol, Kimberly – aproximando-se da garota ela riu. – É ótimo fugir do escritório às vezes.

— Gostaria de tomar alguma coisa?

— Um copo de água, por favor!

Miranda sentou-se na poltrona de frente a Kimberly.

— Tudo bem querida?

— Cansada e dolorida, mas acho que era o esperado – a garota respondeu sorrindo.

— Sim, a qualquer momento agora não é?

Kimberly assentiu com a cabeça. Carol chegou e entregou o copo a Sra. Mason.

— Bom, vamos ao que interessa – murmurou bebericando a água. – Você optou por uma adoção fechada. Os pais adotivos da criança não saberão quem você é e nem você poderá conhecê-los.

— Encontrou uma família? – indagou Kimberly.

— Nós selecionamos três famílias. Mas acredito que encontrei a ideal, eles também preferem que a adoção seja fechada.

— Mas isso é definitivo ou a criança pode procurar os pais quando crescer? – perguntou Carol.

— Isso acontece com frequência. As crianças crescem e querem saber quem são seus pais biológicos, mas como é uma adoção fechada ela não terá acesso a nenhum documento.

Pensativa Kimberly perguntou:

— Será que eu poderia deixar algo para ela, se isso acontecer? Uma carta?

— Naturalmente, eu posso garantir que estará em segurança na Casa Verde. Pode deixar algum objeto também, algumas vezes as mães deixam bonecas – olhando para Kimberly. – Se em alguns anos você quiser alterar o tipo de adoção você pode. Não terá acesso ao nome da criança ou dos pais adotivos, mas pode deixar um endereço no caso de quererem procura-la.

Pela primeira vez em meses os olhos de Kimberly encheram-se de lágrimas e ela balançou a cabeça assentindo.

— Você pode mudar de ideia querida – murmurou Carol.

— A criança fica cinco dias no berçário da Casa Verde depois do nascimento – explicou Miranda ao ver a garota quieta. – Somente depois desse período você poderá assinar os papéis de adoção e daí não terá mais volta. Tanto você como os futuros pais adotivos poderão visitar a criança nesses dias.

— Eu não queria que ela ficasse nenhum dia no orfanato – Kimberly protestou.

— Eu entendo a sua preocupação, mas essa medida é feita para prevenir devoluções. Algumas crianças apresentam doenças congênitas que só são descobertas depois de alguns exames. Esse é o período em que deixamos a criança no orfanato.

— Tudo é muito organizado – murmurou Carol.

— A maioria das agências não tem essas preocupações, mas nós queremos fazer o melhor para as crianças.

— Só cinco dias? – perguntou Kimberly.

— A não ser que ela tenha algum problema de saúde. Nesse caso podem haver complicações, infelizmente, a maioria dos pais adotivos não querem crianças doentes.

— Eu serei avisada? – indagou preocupada. - Se alguma coisa estiver errada?

— Sim, antes de assinar os papéis você saberá de tudo que acontecer com o bebê.

— Ok... – murmurou a garota.

— Outra coisa, vocês compraram alguma coisa para a neném?

— Não! – respondeu Kimberly.

— Sim – disse Carol ao mesmo tempo. – Eu não consegui resistir e comprei um sapatinho.

— Mamãe! – exclamou Kimberly.

— Então, quando os pais biológicos têm condições financeiras nos pedimos a doação de algumas roupas, fraldas e alguns itens de higiene. Não é obrigatório, mas se for possível ajudaria muito.

— Claro, sem problemas – murmurou Carol.

— Ótimo, aqui esta uma lista – entregou a lista e já preparou-se para sair.  – Acho que agora nós vemos apenas no hospital Kimberly.

A garota balançou a cabeça assentindo.

— Boa sorte querida!

—------------------------------------//-------------------------//-----------------------------------------

Kimberly deitou-se cedo contrariada, a mãe fez questão de lhe mostrar todas as roupas que comprara. Sabia que ela fazia de propósito para fazê-la mudar de ideia, mas era impossível. Se ela pudesse ficar com a filha teria amado escolher cada peça de roupa, cada móvel e enfeite para o quarto. Agora era uma tortura olhar para as coisas da neném.

Desde pequena sonhava com o dia em que fosse mãe. Pensara em nomes, no quarto, nas roupinhas e nos brinquedos... Agora, isso jamais aconteceria! Ela teria uma filha, mas não iria cuidar dela ou vê-la crescer. Seus únicos momentos com a menina eram agora com ela em seu ventre, assim que ela nascesse a perderia. Nunca seria mãe.

Um soluço angustiado varreu seu corpo e ela abraçou o travesseiro e deixou as lágrimas caírem. Chorou até adormecer de exaustão e em seus sonhos a garça e o pterodáctilo gritavam.

—---------------------------------------//----------------------------//-----------------------------------

No Centro de Comando, Zordon estava sozinho observando a antiga ranger rosa dormindo. Sofria ao ver a angustia da garota, segundos depois a forma etérea de Dulcea apareceu a sua frente.

— Zordon!

— Fico feliz que possa ter vindo Dulcea!

— Era preciso, o canto da Garça esta tão alto que não consigo sentir os outros espíritos.

— Falta pouco agora.

— Essa criança é muito abençoada. Precisamos fazer tudo para mantê-la segura.

— Kimberly está sofrendo... não sei se ela ira se recuperar algum dia.

— Sua Ranger Rosa é uma mulher forte. Seu sacrifício irá manter a criança segura.

— O preço é muito alto e a culpa é minha. Não permitirei que isso aconteça novamente.

— O que pretende fazer Zordon?

— Deixarei a Terra em breve. Irei procurar novos rangers e poder para proteger meus pupilos.

Dulcea olhou-o e disse:

— A sua energia no espaço irá chamar atenção de entidades muito mais poderosas que o Império e Zed. O equilíbrio do universo é tênue quanto mais energia positiva acumular maior a energia negativa irá atrair.

— É esse o plano.

— Não entendo Zordon. Mas ajudarei no que for preciso.

— Cuide da criança quando eu estiver ausente.

Dulcea sorriu pela primeira vez:

— Claro, a Garça estará sempre com ela e eu sentirei sua essência de qualquer parte do universo.

— Ótimo. Consegui recuperar os poderes do pterodáctilo, depois que a criança nascer ele protegerá Kimberly.

—----------------------------------------//--------------------------------//------------------------------

Kimberly acordou assustada ao ouvir a Garça e o Pterodáctilo gritarem juntos. Instintivamente levou as mãos ao ventre para sentir o bebê. Sentiu uma energia pulsando em seu corpo e sentiu a primeira contração.

— Mãe! – colocou a mão no ventre e seu corpo contorceu-se de dor.

Carol entrou correndo no quarto e viu a filha tentando levantar-se da cama.

— Está na hora? – A garota balançou a cabeça afirmativamente, gotas de suor escorriam de seu rosto.

Em segundos, ela estava ao lado da filha ajudando-a a se levantar:

— Fique calma querida, nós vamos para o hospital agora!

A bolsa estourou no carro e a dor intensificou-se. Toda a força e sensatez dos últimos meses desapareceram e ela sentiu-se apavorada. As palavras de consolo da mãe misturavam-se com o canto da garça, silvo do pterodáctilo deixando-a confusa. Só tinha certeza da dor insuportável.

Logo, ela se viu na cama do hospital com o médico e a enfermeira tentando acalmá-la. As contrações eram fortes e próximas, seu corpo abrindo-se para deixar sair a nova vida. A energia da criança era forte e ela conseguia senti-la agora, forte e pura como uma estrela. Ela gritou novamente de medo que mais alguém a sentisse, abriu os olhos e pode ver o espírito protetor da garça sobrevoando o quarto.

Ao seu lado, a mãe e a médica não podiam ver nada em um soluço ela implorou:

— Por favor ajude! – a Garça brilhou.

O médico chamou a sua atenção dizendo:

— Está quase acabando, empurre só mais uma vez.

Kimberly gritou pela última vez e um choro de criança foi ouvido no quarto. Exausta, ela olhou para a filha nas mãos do médico. O canto da garça soou novamente e ela viu o pássaro envolver a criança em suas asas antes de adormecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou tentar entregar a segunda parte logo. Obrigada por não terem desistido ainda.
Estou a procura de beta-reader para essa fanfic, o que esta difícil porque nenhum dos betas assistiu Power Rangers. Se alguém tiver interesse me mande mensagem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sacrifício" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.