Innocent Sacrifice - One-Shot escrita por Solline


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único.
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708875/chapter/1

Um mundo completamente mergulhado na loucura humana. A doença que se espalha como se voasse junto aos ventos, a maldade:

— Karin. – A voz rouca cantarolava o nome. – Karin... Minha querida. – O adulto que se escondia nas sombras daquele recinto caminhou até a cama da pequena Karin, que dormia como um anjo. – Ah, minha doce Karin. Amanhã será lua cheia. Amanhã teremos a honra de conhecer o Lorde. – O adulto que ainda mantinha seu rosto oculto pela escuridão voltou para as sombras do mundo.

A pequena Karin abriu o olho lentamente. Todas as manhãs ela era forçada a ir para um lugar estranho, escuro e assustador onde passava por inúmeros testes, todos extremamente dolorosos. Lembrava-se que nos primeiros dias chorava muito durante e depois dos testes, mas com o passar dos dias se acostumou à dor. Sabia que ia fazer 3 meses que estava ali por causa da lua cheia.

Karin levantou-se da cama e buscou por Nagi, o seu coelho de pelúcia. O sono já lhe não visitava há alguns dias, mas seu corpo ficava fraco se não repousasse ao menos um pouco todos os dias. Como já tinha descansado o suficiente sentou-se no apoio da janela para observar o céu, assim como fazia todas as noites:

— Não há nuvens hoje. – A voz infantil e aveludada de Karin preencheu o silencio da noite. – Senhora Lua, amanhã será o dia em que estarás mais linda do que nunca, e por isso eu lhe prometo, como sua amiga, que assistirei o seu espetáculo. – Um inocente e doce sorriso se formou nos pequenos lábios de Karin.

— Karin, falando com a lua novamente? – Uma voz masculina, forte e imponente soou repentinamente, assustando levemente a pequena Karin. Ao notar quem era o ser que lhe pedia para cantar, Karin hesitou.

— Senhor. – Com um medo crescente em seu coração abaixou a cabeça em sinal de respeito.

— Vejo que ainda me temes. – O ser suspirou profundamente, como se estivesse magoado. Karin segurou mais fortemente a Nagi. Os olhos antes fechados se abriram revelando a estranha e magnifica bi coloração dos olhos do ser, um de cor negra e o outro num tom de vermelho vivido e sombrio. – Karin, chame-me por meu nome.

— Não posso. – Abraçou Nagi e repousou seu queixo na cabeça do coelho. – Se eu o fizer tu irás fazê-los dormir igualmente a ultima vez, não é? – Um sorriso que Karin não entendia o significado, se formou nos lábios do ser.

— Irei. – Um sorriso repleto de maldade, o qual Karin não entendia. – Bom, eu irei fazer isso de qualquer forma. – Karin olhou-o confusa. – Sabes, amanhã será lua cheia.

— Sei bem. – Karin olhou para a lua que brilhava livremente no céu.

— Amanhã é o dia em que poderei sair da tua cabeça minha pequena, e dessa vez será de verdade. Eu irei dominar sobre ti e não o contrário.

— Então, amanhã poderei ver a lua cheia? – A pergunta inocente e desconexa fez o ser sorrir tristemente.

— Sim Karin. Por ti, amanhã matarei todos os tolos e voarei para o céu e te mostrarei a lua da forma que tu nunca viste antes.

— Isso será maravilhoso Nagi. – Karin sorriu docemente para o homem que ela chamava de Nagi, este apenas rolou os olhos.

— Já lhe falei, eu sou Dantallion. – O ser deu alguns passos para perto de Karin, ficando assim iluminado pela lua, o que revelou uma asa negra, e desenhos que lhe tomavam metade do rosto.

— É a primeira vez que se mostra para mim! – Karin maravilhada saltou da janela em direção a Dantallion. – Onde está sua outra asa? – Questionou após rodeá-lo.

— Minha outra asa está presa por uma maldição.

— Onde? – Karin estava curiosa e Dantallion hesitava para responder. Não queria machucar aquele inocente ser. Era um demônio sem duvidas, porém ele nascera humano, então tinha sentimentos.

— Está guardado em seu coração, Karin. – A garota olhou confusa.

— Não cabe uma asa em meu coração Nagi. – Dessa vez Dantallion nem teve paciência para se estressar por causa do nome.

— Você não pode ver ou sentir a asa, mas ela está aí. – Karin sentou-se no apoio da janela, dessa vez virada para Dantallion que se mantinha em pé no mesmo lugar.

— Por que só eu posso te ver? – Era a primeira vez que ambos conversavam dessa maneira.

— É uma longa história.

— Conte-me. Temos esta noite e um dia inteiro para conversar. – O sorriso infantil fez Dantallion se arrepender de não ter matado todos aqueles humanos quando teve a chance.

— Bom, há muito tempo atrás, cerca de 300 anos, eu nasci como um humano. – Olhou para Karin em busca de alguma surpresa, a qual não veio. – Vivi até os 17 anos como um ser humano, mas ao completar 18 anos, em uma noite de lua cheia fui raptado por humanos que mexiam com o mundo infernal, eles queriam invocar um rei demônio e precisava de um humano que fazia aniversário naquela noite da lua cheia, no caso eu. Porém, o rei demônio não apareceu para eles, mas somente para mim. Ele pegou minha alma e levou até o inferno. – Fez uma pausa esperando perguntas, as quais não vieram. – No fim fizemos um contrato, eu seria seu servo tendo que fazer algumas coisas pra ele e em troca eu teria a vida eterna, como um demônio. Não tinha nada a perder, então aceitei. Quando minha alma retornou para meu corpo, eu me transformei em um demônio completo. Matei todos aqueles tolos. Vaguei durante 293 anos, até que um casal de sacerdotes me prendeu em um corpo humano, o corpo de um bebe recém nascido. Você. – Karin fez um “O” com a boca, em sinal de surpresa. – Mas eles conseguiram prender apenas metade do meu ser. E a outra metade se desfez.

— Mas se a outra metade se desfez, por que sua outra asa está em meu coração? – Karin, como qualquer outra criança é curiosa.

— Isso é simples. Quando der a lua cheia e um humano que está fazendo aniversário for sacrificado eu serei liberto. Porém, para que eu recupere minha outra metade, tem de ser um humano especifico. Tem que ser a criança na qual fui preso, e no seu aniversário de 7 anos. Entretanto, eu tenho um contrato com sua alma, e toda a vez que você me chamar, poderei sair por algumas horas de seu corpo, com uma falsa metade e estarei sob seu controle. E é por causa do contrato que somente você pode me ver.

— Ah! – Exclamou Karin surpresa. – Não entendi muita coisa. – Sorriu sem jeito. Dantallion abriu a boca surpreso, mas logo se recuperou e deu um leve sorriso. O primeiro sorriso sincero que deu em 300 anos.

Dantallion fez companhia a Karin durante o restante da noite e durante todo o dia seguinte.

A noite já se fazia presente, e a lua já estava prestes a alcançar o mais alto lugar no céu, quando começou a mudar de cor, do seu brilhante branco acinzentado para um vermelho vivido:

— A senhora lua está tão bonita hoje. – Karin comentava enquanto era levada por quatro homens encapuzados para o altar de sacrifícios.

Dantallion não podia fazer nada, apenas observar. Os homens encapuzados deitaram Karin no altar, e amarraram seus membros superiores e inferiores com cordas grossas de ferro. Com um punhal de diamante negro acertariam o coração de Karin, então Dantallion seria livre depois de 7 anos aprisionados no corpo de Karin.

Dantallion fechou os olhos por alguns segundos quando o punhal fora levantado, mas os abriu quando ouviu seu nome:

— DANTALLION! – O grito agudo e infantil que saíra da garganta de Karin teve efeito imediato. Dantallion se materializou ao lado de Karin, impedindo por pouco que o punhal acertasse seu pequeno coração.

Os homens que tentavam realizar o sacrifício se quer tiveram tempo para reagir. Em três segundos todos tinham sido eliminados:

— Se eu tivesse meu poder completo teria sido em um segundo. – Comentou enquanto cortava as cordas com suas garras.

— Danta... Danta... – Karin chorava e tentava dizer o nome de Dantallion em meio a soluços. – Me perdoe... Eu não deixei que tu voltasses a viver livre... Eu fiquei com tanto medo... Perdoe-me.

— Eu sou grato pelo que fizeste Karin. Caso o contrário eu teria me martirizado eternamente. – Com cuidado e carinho Dantallion a pegou no colo e com algum esforço conseguiu voar para longe daquele lugar. E quando estavam perto de uma cidade Dantallion pousou no chão. Quase imediatamente uma luz negra escureceu a visão dos dois.

— Dantallion. Tu salvaste a vida que deveria ter tirado. Tu não passaste no teste. Graças a isso quebraste o nosso contrato. A partir de hoje deixas de ser um demônio. – Um mensageiro demônio falou, logo que este partiu uma luz dourada se fez presente cegando ambos momentaneamente.

— Puta que pariu hein! – Dantallion reclamou ao ser surpreendido pela segunda vez.

— Dantallion, humano renegado e demônio caído, perdeste teu direito de viver como um humano e como demônio e agora iras desaparecer. – Karin agarrou firme o braço de Dantallion.

— Não podes! – Exclamou assustada, Karin. O anjo mensageiro olhou-a ternamente e sorriu.

— Dantallion, escolha entre ser um fantasma vagante ou um anjo caído?

— O que é um anjo caído? – Karin perguntou sem largar o braço de Dantallion.

— Um anjo que cometeu um pecado e é condenado a viver na Terra como humano e nunca poderá retornar ao paraíso. – Respondeu Dantallion rapidamente. – Anjo caído.

— Como quiseres.

Num piscar de olhos o anjo mensageiro desapareceu junto a Dantallion. Karin desesperou-se a se ver sozinha, pensando ter sido abandonada:

— Dantallion! Dantallion! – Desesperada gritou pelo nome dele, mas nada aconteceu. Sozinha, e confusa. Sentou no chão e olhou para lua. Um silêncio terrível dominou aquele lugar. Lágrimas grossas desciam dos olhos de Karin que se abraçava com frio.

— Karin. – A voz inconfundível fez Karin parar de chorar e levantar-se imediatamente para receber um abraço quente e carinhoso.

— Danta. – Karin afundou o rosto no corpo do agora humano, Dantallion.

       

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Innocent Sacrifice - One-Shot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.