E se Fosse Verdade escrita por Gyane


Capítulo 52
Cap 52 O Que fazer?




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Eu sou uma contradição

e foge da minha mão fazer

 com que tudo que eu

diga faça algum sentido.(Memorias)

Na verdade não havia muito que pensar. Eu tinha que largar a mão de ser boba e parar de gostar do Michel, mas como se faz isso?

Eu não sabia dizer como cheguei em casa tão depressa, eu subi as escadas voando para o quarto e me joguei na minha cama, engolindo as lágrimas, me recusando a chorar pelo Ogro Ambulante. Eu também não sabia quando tempo havia ficado ali imaginado as mil maneiras diferentes de matar o Michel. Mas meus deliciosos pensamentos foram interrompidos quando a porta do meu quarto foi aberta. Suspirei profundamente me preparando para o discurso de minha mãe.

—Posso entrar?

Eu arregalei os olhos, deste de quando a minha mãe perguntava se podia entrar? Ela simplesmente invadia o meu quarto e ponto final.

—Eu trouxe um copo de leite para você. —Ela disse passando o copo para mim e se sentando na cama.

Minha solitária roncou. Cara eu nem havia me dado conta de como estava com fome.

—O que foi que aconteceu? —Minha mãe estava sendo simpática demais, isso estava me dando medo.

—Nada. —Eu disse bebendo o leite tudo de uma vez.

—Ana Luiza.

Acho que ela não estava me dando opções, ou eu contava ou eu contava. Então eu tive que abrir a minha boca, eu só não esperava me arrepender por isso depois, mas era obvio que eu omiti alguns fatos.

—Luiza, eu acho que de certa forma o Michel tem razão.

Eu sabia... Sabia mesmo, minha mãe estava de complô com o Ogro.

—Nem vem mãe. —eu protestei na hora.

—Ana Luiza. —Lá ia ela me obrigar a ouvi-la.

—Ela não fez nada para ele, não havia motivos para ele brigar com ela. —ela disse como se tivesse dando um sermão. —E depois você não sabe se realmente foi ela que fez aquilo no seu armário.

—E quem mais poderia ser? Depois se ele gosta de realmente de mim, não havia porque ele me apoiar.  —Eu não ia concordar com aquilo, não mesmo.

—Sair socando as pessoas não é a forma correta de dar apoio a alguém. —Eu nem sei por que eu estava gastando tempo com minha mãe. —Depois para ouvir seus gritos deve gostar mesmo. —Ela disse dando uma risadinha, eu fiz uma careta para ela.

—Eu não sei se a Senhora prestou muita atenção, mas ele estava com ela ao mesmo tempo em que me pediu em namoro. —Eu disse bem devagar esperando que ela me entendesse e ao menos uma vez na vida ficasse do meu lado.

—Tudo bem pode ser que ele errou.

Pode ser não, ele errou.

— Mas você ouviu a explicação dele? —Ela retribuiu minha forma de falar. —Você parou para escutá-lo ao menos uma vez? Aposto que saiu apontando o dedo na cara dele e dizendo um monte de desaforos.

Eu cruzei meus braços e suspirei. Eu desistia da minha mãe.

—Luiza, algumas vezes precisamos escutar o que as pessoas tem para nos dizer, e o principal saber que as pessoas cometem erros, e perdoá-la. —Minha mãe disse calmamente. Deste de quando ela tinha virado psicóloga? —Não estou dizendo que ele não errou, só que ele tinha razão quando preferiu não escolher entre vocês duas, depois não me pareceu que ele teve tempo para escolher...

—Ele teve a chance de se redimir era só me escolher. —Eu continuava protestando, já dava para ver que aquela conversa não nos levaria a lugar algum.

—Quer saber o que eu acho de verdade?

E adiantava falar que não.

—Você é completamente apaixonada por ele, e morre de medo de levar um pé na bunda. —Ela disse rindo da minha cara, e dava para acreditar o mundo estava desabando na minha cabeça e minha mãe rindo. —Isso se chama insegurança, não temos como saber o que os outros sentem por nós, mas temos que mostrar o que sentimos pelos outros, mesmo correndo o risco de ser rejeitada. Agora me diga quantas vezes você falou para ele que gostava dele?

Ela me pegou. Mas ela ia sonhando que eu ia admitir que gostava dele.

—Vamos fazer o seguinte. —Minha mãe propôs. —Conversa com ele, diz como se sente e ouve o que ele tem para te dizer...

Rá. Nem morta mesmo, não, fora de cogitação.

—Andou pegando um baseado por ai.

—Ana Luiza. —Minha mãe fechou a cara na hora para mim.

—Foi mal. — Eu disse me levantando.

Por incrível que parece pela primeira vez, eu quis ir ao meu serviço por espontânea vontade. Isso sim parecia com o fim do mundo... NA verdade eu tinha um belo motivo para isso, eu não queria pensar no Ogro e manter a cabeça ocupada me pareceu à única maneira.

No final do dia eu estava exausta e ainda continuava pensando na minha briga com o Ogro Ambulante, nunca mais ia trabalhar para esquecer alguma coisa, isso não parecia servir para mim... mas o que mais me incomodava era as palavras de minha mãe. Será que eu nunca tinha dito que gostava dele? E se ela tivesse razão? Cara eu estava ferrada mesmo...

—Você não vai embora? —A Nice perguntou tirando o avental. — Ta querendo fazer telepatia com o telefone? —Ela perguntou olhando para o aparelho de telefone que eu segurava na mão. —Para funcionar precisa apertar os botões...

—Você acha que eu devia ligar para ele? —Eu perguntei ignorando a Nice.

—Se é isso que você quer. —A Cida disse respondendo pela Nice.

—Eu acho que você tem que esperar ele vir atrás de você. —A Nice disse enquanto a Cida fechava a cara.

1x1. Bela ajuda eu tinha recebido.

—Mas eu devia estar com muita raiva dele?

—Você é o coração mais mole que eu conheço. — A Nice disse sorrindo.

—É até consegui perdoar a minha amiga traíra. —Eu não perdia oportunidade de provocá-la.

—É melhor se arrepender por algo que você fez do que por algo que não fez. — A Cida disse apontando para o telefone.

Seja o que Deus quiser.

Eu disquei o numero dele e no primeiro toque desliguei.

—Tá desligado? — A Nice perguntou curiosa.

—Não.

—Então o que foi?— A Nice continuou perguntando.

—O que eu vou falar para ele? —Eu perguntei sem saber, ainda não tinha certeza de como agir ou de que fazer. Ou se eu realmente queria fazer aquilo?

As duas reviram os olhos, mas não disseram nada.

A Nice arrancou o telefone da minha mão e digitou o numero do Michel e colocou de volta.

Eu arregalei os olhos para Nice o que ela estava fazendo?

Tuuuuuuu

“Se ele atender eu vou marcar um encontro. Merda...”

Tuuuuuuu

“Não, melhor falar por telefone, sem ver a cara dele é melhor, da mais coragem”

Tuuuuuuu

“Mas que merda eu vou falar, tipo Michel você é um idiota, mas eu gosto de você”

Tuuuuuuu

“Ótimo ele não vai atender, desculpa perfeita. Eu tentei”

—Alô. —Ele atendeu. Meu Deus. O que eu faço? Ele atendeu... —Alô.

—Foi engano. —Eu disse colocando o telefone no ouvido da Nice, que arregalou os olhos sem entender o que eu estava fazendo.

—Michel. Aqui é a Nice. —Ela disse fazendo uma cara furiosa para mim. — Tá tudo bem sim, e com você?

Ela ficou em silencio gesticulando com as mãos desesperada.

—Queria sim, é que.... —Ela continuava esperando por uma resposta minha que não ia chegar com certeza. —Eu fiquei sabendo do que aconteceu hoje.

—Como que a Iza tá? —Ela olhou para mim e deu um sorrisinho. —Arrasada, chegou aqui com a cara inchada de tanto chorar.

Eu coloquei a minha mão na cintura e lancei meu olhar mortal para Nice, ela não ia viver depois que aquele telefonema acabasse. Não mesmo.

—Eu acho que vocês deviam conversar. —A Nice sugeriu.

—Ela pediu para você sumir da vida dela. —Ela repetiu acusadoramente para mim. — E você escuta o que ela diz?Aquilo foi da boca pra fora ,você sabe como ela é cabeça-dura, teimosa, orgulhosa. —Então ela ficou em silencio por um instante apenas escutando.

Eu ia acabar com a raça da Nice. Hoje mesmo.

—Sinceramente Michel. —Agora ela parecia completamente a vontade, como se estivesse conversando um assunto banal, eu não sabia se eu havia errado mais em não falar novamente com o Michel ou deixar a Nice falar com ele. —Se eu fosse ela também não queria te ver nem pintado de ouro, sacanagem a sua alguém precisa te dizer mais, você parece um gato em cima do muro, decide o lado que você vai pular...

Novamente silencio.

—Então porque não assume? —A Nice protestou irritada. —Que tal enforcar a loira anoréxica, acho que a Iza ia adorar.

Hã. Aquilo definitivamente não ia dar certo.

—Desculpa foi só uma brincadeira.

Aquilo estava indo longe demais, eu fiz um sinal para a Nice desligar, mas ela estava gostando mais do que o necessário.

— Você tem duvidas que a Iza realmente goste de você. —Ela repetiu as palavras deles olhando diretamente para mim.

Então se fez outra longa pausa. Eu ia morrer de curiosidade se a Nice não desligasse aquele telefone logo.

—De mim. —A Nice disse colocando a mão no próprio peito assustada. — Não sei não...

Então a partir daí a conversa continuou em monossílabas.

—Hã?

—Claro.

—Sim.

Eu olhei para a Cida já pronta para voar no pescoço da Nice. A Cida apenas balançou a cabeça de um lado para o outro, e sussurrou.

—Você que escolheu assim.

Depois de alguns minutos a Nice desligou o telefone e sorriu para mim.

—Eu estou doida para ir para casa.—A Nice não tinha dó do pescoço dela, né?

—Como se você pudesse. —Eu disse furiosa para ela. —Agora é hora de acertamos a nossa cantas.

—Qual a parte você não entendeu? —Ela perguntou com a maior cara de inocente.

—Tudo. —Eu disse sugestivamente.

—Ele disse que você escolheu assim, que você que terminou com ele, que você nunca o entende, que de verdade parece que você não gosta dele. Que ele não sabe mais o que faz.

—Tá. —Essa parte eu tinha deduzido sozinha. —E a parte do hã, claro, sim...

—Ah, isso é sem importância. —Ela disse colocando o telefone no balcão.

—Nice eu já estou indo embora. — O Jerry chamou da porta. —Você não vem tampinha...

—Jerry porque não vai ver se tem cabrito voando. —Eu disse voltando a olhar para Nice. — Eu quero saber tudo.

A Nice jogou a cabeça na direção do Jerry.

—Vai logo Jerry. —Eu pedi impaciente.

—Eu não, isso não é sua propriedade. —Ele me provocou.

—Uma ova que não é. —Eu disse irritada de verdade. —Isso é meu.

—A Lanchonete até pode ser sua. Mas a namorada é minha. —Abraçando a Nice e a levando para fora.

Casal mais perfeito que aquele dois não existiam.

Agora eu realmente estava confusa, se eu não fosse me deixar influenciar pelos outros, eu esqueceria o Michel, mas por influencia de certas pessoas eu deveria falar com ele.

E agora o que eu fazia?

Eu segui o conselho da Nice ou da minha mãe?

Quem de nós dois tinha razão nessa historia?


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Notas finais do capítulo

QUANTO MAIS REVIWES MAIS RAPIDO O PROX CAP
BJSSS