Encontrar Emilia não foi fácil, não com aquelas pessoas toda. Eu ainda estava tonta, pela informação. Eu nunca tinha imaginado que o Max e a Emilia tivessem sido namorados. Nunca mesmo...

Depois de senti bolas formando nos meus pés eu consegui encontrar Emilia, ela estava em uma rodinha de meninas conversando. Eu me aproximei sentindo meu rosto vermelho. Vergonha, Eu que dizia amiga dela tinha feito uma grande e enorme merda.

—Emi.—Eu a chamei, ela se virou pra mim surpresa.—Podemos conversar?

—Claro. —Ela disse forçando um sorriso. Caminhamos em silencio até o lado de fora do clube só parando na beira da piscina. Eu detestava tensão. E pode crer isso estava bem tenso.

—Desculpa, eu não tinha idéia. —Eu despejei o que estava entalado na minha garganta rapidamente.

—Você não precisa pedir desculpa. —Ela disse tranqüila, aquilo só me fez sentir pior.

—Claro que sim Emi. —Eu estava me sentindo péssima.

—Eu e o Max não temos mais nada. Não precisa se sentir culpada. —Porque ela tinha que ser tão legal? Isso deixava as coisas piores.

—Mas você ainda gosta dele. —Eu precisava saber a verdade.

Emilia desviou o rosto, isso me deixou uma visão bem clara da verdade. Mas não foi isso que saiu da sua boca.

—Eu que terminei com ele. —Ela disse como se aquilo fosse uma vantagem.

—Isso não muda nada.

—Claro que muda Iza. —Ela sorriu, mas ela parecia estar se esforçando demais. —Tudo bem pra mim, sem problema. Eu quero que vocês sejam felizes.

—Não Emi, as coisas não são assim, você é minha amiga e eu não quero magoar você. —Eu disse com sinceridade.

—Eu sei disso. —Ela disse sorrindo. —E eu fico feliz com isso. Mas de verdade eu não me importo.—Pena que suas reações me diziam exatamente o contrario.

Será que eu podia acreditar nela?

—Se você tivesse me contado antes...

—Você não estaria com o Max e Ele é um ótimo namorado, não é justo. Vamos fazer assim. Não se preocupe comigo, você não esta me magoando.

Porque eu não conseguia acreditar nisso.

—E Eu estou feliz por você. Mas agora eu preciso voltar para festa. Afinal eu sou aniversariante. —Ela disse me abraçando. —Seja muito feliz. —Ela disse saindo.

Aquela conversa não havia resolvido nada. Eu ainda estava confusa. Só pra variar né?

—Então como estão as coisas?—O Michel perguntou nas minhas costas me assustando.

—Cara, você não pode atacar por trás isso é covardia. —Eu disse levando a mão no coração.

—Eu estava aqui primeiro. —Ele disse sorrindo.

—Estava?—Eu perguntei levantando a sobrancelha eu não me lembrava dele por ali. Não mesmo.

—Estava. — Ele confirmou. —O que Emilia te disse?

—Não muita coisa. —Eu disse dando de ombros. —Você podia ter me contando. —Eu disse acusadoramente. Afinal de contas todo mundo por ali sabia, menos a tonta aqui.

—Ah não me meta nessa historia. —Ele disse levantando as mãos.

—Tá. —Ele tinha razão, não era ele que tinha que ter me falado e sim o Max. Nesse momento começou a tocar uma musica romântica e o Michel sorriu. —O que foi?—Eu perguntei sem entender do que ele estava rindo. Afinal eu não via motivo algum para sorrir.

—Eu adoro essa musica. —Uau ele gostava de musica romântica. Um Ogro com coração. Que bonitinho. —Vamos dançar?—Ele disse me pegando pela cintura.

Tá bom eu nunca tinha pensado em que tipo de musica um Ogro gostava de escutar, mas seja qual for o cerebro dele não parecia funcionar quando ouvia uma musica.

—O que? Não. —Eu disse me recusando. Mas ele já estava me abraçando e se movendo lentamente. — Você não tem amor aos seus pés mesmo. —Eu o lembrei me recusando a me mover.

—É um sacrifício que eles vão ter que fazer. —ele disse olhando para os próprios pés.

—Ah não. —Eu praticamente implorei.

—Por favor?—Ele pediu colocando minhas mãos sobre seus ombros.

Naquele momento eu tive a certeza que eu não recusaria seu pedido. Mas que droga porque eu não conseguia me controlar.

—Só se você me responder por que o Max e a Emilia terminaram? —Eu senti as mãos deles em volta da minha cintura se afrouxar. Eu não sabia por que queria descobrir o motivo, quem sabe pra me sentir menos culpada.

—Isso é fácil. —Ele disse como se pensasse melhor. —Enquanto dançamos eu te respondo. —Ele disse sorrindo triunfante. Eu bufei pra deixar evidente o meu desagrado quando a sua proposta mais comecei a me mover.

—Por quê?

—O Max é um pouco ciumento, você deve ter percebido isso. —Ele disse distraidamente.

E como? Às vezes eu sentia vontade de socá-lo por isso.

—Na minha festa de aniversario ele exagerou um pouco. —Ele disse como se não fosse importante.

—Um pouco?—eu levantei a sobrancelha curiosa.

—Ele socou um rapaz que estava conversando com a Emilia. Ela já estava cansada dos ciúmes dele resolveu acabar tudo. Simples assim. —Ele disse sorrindo enquanto meu queixo caia no chão. Eu não conseguia dizer nada, eu não sabia se era pela informação ou porque o Michel estava tão próximo de mim.

Não dava para pensar direito enquanto eu senti o hálito quente do Michel no meu rosto. Mas se o Max tinha tanto ciúmes assim era evidente que ele gostava demais da Emilia.

Dançamos mais algum tempo em silencio enquanto eu me debatia internamente, tentando assimilar as coisas, meu processador era devagar então eu gastava mais tempo do que o normal.

Quando a musica acabou eu deixei minhas mãos caírem ao logo do meu corpo pronta para me separar dele, mas o Michel não se moveu.

—Você esta linda hoje. —Ele disse me mantendo presa ao seu corpo e se aproximando seu rosto do meu.

—Michel. —Eu queria pedir pra ele parar, mas minha voz saiu em um sussurro fraco.

—O que esta acontecendo aqui?—Eu ouvi o Max gritar furioso. Eu e o Michel nos afastamos surpresos.

—O que merda esta acontecendo aqui?—O Max gritou novamente.

Me diz como um sonho pode se transformar em um pesadelo tão rapido? Tudo estava perfeito e agora estava uma grande merda.

—A gente só estava dançando. —O Michel disse calmamente, como se realmente não tivesse sido nada.

—Você acha que eu sou IDIOTA Michel. —O Max parecia descontrolado. —Eu vi muito bem o que estava acontecendo.

—Max para com isso, não estava acontecendo nada. —Eu disse entrando na frente.

—Agora você esta defendendo ele. —O Max perguntou irritado comigo.

—Eu não estou defendendo ninguém. A gente só estava dançando. —Eu disse tentando me controlar, algumas pessoas já começaram a olhar na nossa direção.

—Eu sei muito bem o que tem por traz dessa dança Iza. —O Max estava irreconhecível.

—E o que é que tinha?—Eu perguntei mandando minha paciência para os ares.

—Você devia se dar ao respeito, você tem namorado.

—Olha como você fala comigo.—Eu disse enviando o meu dedo na cara dele.

—Pelo amor de Deus Iza. —O Max disse levantando as mãos para o céu. —O Michel não quer nada sério com você. Ele só quer te agarrar.

Meu Deus. O que havia acontecido com o Max? Eu mal conseguia acreditar que ele estava gritando aquilo pra festa inteira ouvir.

—Agora você foi longe demais.—O Michel disse fazendo o Max se virar para ele.

—E o que você vai fazer?—O Max perguntou prepotente.

—Fazer você engolir cada palavra que disse. —disse fechando a mão num punho pronto pra socar o Max.

—Como se nada disse fosse verdade. —O Max gritou na cara do Michel. —Você se finge de meu amigo, mas a única coisa que você quer é pegar a minha namorada cara.—E ele o acusou.

—CALA A SUA BOCA. —O Michel disse segurando o Max pelo colarinho.

Aquilo só podia ser um pesadelo. Cara eu tinha que matar alguém por ali.

—Para Michel.—Eu podia sentir que os dois iam acabar saindo na porrada.

—Eu vou te arrebentar. —O Michel o ameaçou.

—Então vem. —O Max o desafiou.

—Para com isso Michel. —Um garoto loiro se aproximou emburrando o Michel para longe. —O Max esta bêbado, não esta vendo.

—Isso não é desculpa pra ele falar o que quer. —O Michel balançou a cabeça furioso.

—SEU TRAIDOR. —O Max gritou inconformado.

—Vai embora Michel. —Eu pedi enquanto segurava o braço do Max.—Leva ele daqui.—Eu pedi para o garoto de olhos azuis que assentiu com a cabeça emburrando o Michel contra vontade para longe.

Quando o Michel se afastou, eu fechei meus olhos respirando fundo. Eu senti dois braços fortes me abraçarem. Um cheiro horrível de álcool no ar.

—ME SOLTA SEU IDIOTA. —Eu gritei com raiva. O Max não podia estar fazendo isso comigo.

Não. Eu não acreditava nisso. Minha vontade era sumir desaparecer.

—Desculpa Iza.—O Max sussurrou sentando num cadeira e colocando a cabeça entre as mãos.

—Você bebeu?—Eu não conseguia controlar minha raiva, eu podia sentir minhas mãos tremendo descontroladamente.

—Um pouco. —Ele admitiu.

—VOCÊ É UM GRANDE IDIOTA MAX. —Eu gritei colocando minha raiva para fora. —UM IDIOTA COMPLETO.

—Eu sei. —Ele parecendo arrependido, mais minha raiva era demais para que eu pudesse sentir pena.

—Eu quero que você fique longe de mim. —Eu disse preste a me virar para ir embora daquela festa que eu provavelmente nunca deveria ter ido.

—Não IZA. Por favor. —Ele pediu me segurando pelo braço.

—Me solta. —Eu pedi sem paciência.

—Escuta Iza. Eu pedir minha cabeça. Eu sei que eu sou um idiota. Mas deixa eu me explicar.

O MAx devia acha que eu era uma lesada, só podia ser isso.

—Com toda certeza você é um idiota. —A minha única vontade ali era socar o Max. —E o que você fez NÃO tem explicação.

—Se coloca no meu lugar por um instante. —Ele pediu. —Eu chego aqui e vejo minha namorada e meu melhor amigo quase beijando como você queria que eu reagisse...

—A gente não estava se beijando. —Eu neguei rapidamente.

—Não minta Iza, até um cego saberia o que iria acontecer aqui?

Eu respirei fundo tentando me controlar. Quem sabe o Max tivesse razão. Mas mesmo assim não justificava as palavras dele.

—Você não sabe o que diz. —eu disse me afastando. Cara aonde era a ponte mais proxima para me atirar nela.

—Iza, espera. —Ele pediu me seguindo.

—Fica longe de mim. —Eu pedi me misturando o no meio das pessoas. Tudo que eu queria naquele momento era desaparecer por completo sumir.

Eu nunca mais iria numa festa, nunca mesmo. Aquilo devia ser praga. Eu iria ficar o resto da minha vida trancada dentro de casa. Isso era a melhor coisa que eu poderia fazer. Estava decidido.