Alguém me interne no paraíso, Preciso urgente dar um tempo por lá! (I Wanna Be)

Tudo bem. Eu tinha que concordar, eu havia mais uma vez me metido em encrenca. E eu conseguia isso sozinha, não era inacreditável. Bagh eu era demais mesmo.

Podia não ser tão ruim assim. Na verdade eu devia estar exagerando um pouco. Eu tinha tendência para isso. Quem sabe era apenas ilusão minha, nada disso tinha acontecido, eu não havia aberto minha boca.

 Ta bom, quem eu estava querendo enganar? Eu estava alimentando o monstro da esperança dentro de mim. Claro tudo podia ter passado de ilusão. Mas como minha avó sempre dizia:

“A esperança é um urubu pintado de verde.”

 Resumindo: Por mais que você acreditasse, no final você sempre se ferraria.

O mundo estava mandando seu sinal para mim, primeiro quando eu tentei abrir a porta do meu armário, eu tive que quase socá-lo. Isso era bom, porque quando eu estava com raiva, eu imaginava alguém, isso sempre dava certo, apesar de que eu sempre levava o prejuízo. 

Segundo eu gastei quinze preciosos minutos procurando meu livro de historia, na organização do meu armário. Um dia eu ia mudar aquilo.

 Terceiro eu trombei numa pedra de mármore parado bem atrás de mim, e isso não era legal.

—Qual é? Esta treinando para virar a estátua da liberdade?—Eu perguntei me virando.

—É eu acho que eu atrairia mais turista do que ela. —O Michel disse sorrindo, eu revirei meus olhos.

—Conhece a palavra modéstia?

—Não. Ela é muito grande pro meu vocabulário.

Ótimo. Isso era a cara dele.

—Mas então cadê a loira anorexia?—Eu perguntei olhando pelos lados.

—Não fala isso dela. —Ele disse sério, era incrível com as pessoas não gostavam da verdade.

–Como quiser. —Eu disse dando de ombros. —Então cadê a loira platinada que não esta pendurada no seu pescoço?

—Luiza. —Ele lançou um olhar nada agradável para mim.

–Ta bom. —Eu disse erguendo as mãos. —Esquece.

—E cadê o seu namorado secreto?— Porque eu sabia que ele ia perguntar isso.

—Ele não chegou. —Eu disse sorrindo. Agora sim meus parabéns Luiza você poderia ter dito centenas milhares de coisa. Mas não resolveu atirar no próprio pé. É assim que se faz garota.

—Então ele gosta de chegar atrasado como você?—Ele perguntou debochadamente.

—Eu não gosto de chegar atrasada, isso apenas acontece. —Eu disse dando de ombros. —É inevitável.

—Quando será que eu vou conhecer o cara de sorte?

—Porque você não tenta cuidar da vida da loira anoréxica. —Eu perguntei irritada com tanta insistência. Porque merda ele não esquecia aquela historia? Será que se eu batesse a cabeça dele no armário ele teria uma amnésia? Eu fiquei tentada em testar. —Tipo a gente terminou, você não tem mais que ficar se preocupando comigo.

 —Amigos se preocupam um com os outros. —Ele disse dando de ombros.

Bom quem por ali eram amigos? Eu e ele provavelmente não.

Ficamos em silêncios por alguns instantes.

—Eu tenho que ir. —Ele disse olhando para os lados.

—Claro. —Eu concordei também sem encará-lo. —A gente se vê.

—Sim — Ele concordou mais não havia nenhuma animação por ali.

—O que você esta fazendo aqui?—A Loira anoréxica surgiu do nada parando na frente do Ogro que a fitou espantado. Ela parecia bem irritada.

E Eu podia pular de felicidade vendo a cara dela. TOMA LOIRA...

—Conversando?—ele disse dando de ombros.

Yahoo. Bem feito pra loira.

—Conversando?—A Thifany não pareceu satisfeita. —Com ela?—Eu podia ouvir a bufada dela. Vaca loira enfezada.

—Eu já disse que eu e a Luiza somos amigos e você vai ter que aceitar isso. — Aquilo soou mais como uma ordem. Ela respirou fundo

Enquanto ele puxava ela abrando-a  pela cintura. Aquilo foi meio indigesto.

—Claro. — Ela concordou entre os dentes, mas eu podia jurar que a qualquer momento eu ia perder o pescoço. —E o que vocês tanto conversam?

—A Luiza estava me contando sobre o seu novo namorado.

—Uau. —A Loira anoréxica disse dando aquele olhar “eu sou superior e vou esmagar você”. Que nojo. — Quem diria que você arrumaria um namorado assim tão rápido.

Agora foi minha vez de sentir o sangue ferver. Cara aquela garota me irritava só pelo fato de existir.

—Pena que ela não quer nos contar quem é?—O Michel disse me provocando.

—A quem sabe é o “Gasparzinho” e ela esta com vergonha de nos apresentar. —A Loira anoréxica disse com o seu genial sorriso e eu pude perceber quando o Michel sufocou uma risada.

—Não se preocupe com isso querida. Ele é de carne e osso. —Eu disse dando o meu melhor sorriso. —E que carne. —Eu suspirei.

A Loira anoréxica devolveu o sorriso. Até que a gente formava uma dubla boa, ela era falsa e eu devolvia do mesmo modo.

—Não queremos saber os detalhes. —O Michel disse de cara fechada.

—Então vai ou não vai dizer quem é ele?—A Thifany perguntou entediada encostando a cabeça no ombro do Michel.

—Não. — Qual é vaca platinada, vai cuidar da sua vida.

—Porque não?—O Michel perguntou curioso.

—Porque é claro que é mentira.—A Thifany disse sorrindo abertamente.—Você não esta vendo amor, ela só disse isso pra ver se você ficava com ciúmes dela.

Eu ia adorar ter uma metralhadora dentro do meu armário, seria muito útil para fazer uma peneira de Thifany. COMO ELA PODE DIZER ISSO????? Como? Eu desviei meus olhos para o chão, não tinha sinal algum que ele ia se abrir e me engolir.  Cobra venenosa, essa era a espécie que a Thifany era desentende.

—Isso é verdade Luiza?—O Michel perguntou me fitando de uma maneira esquisita.

Ok. Respira fundo. E pensa numa saída, mais pensa rápido Luiza.

—Claro que não. —Eu neguei. Isso era obvio, nem que o papai Noel ameaçasse não entregar os presentes no natal, eu ia continuar negando.

—Então quem é ele?—A Thifany perguntou me testando. CACHORRA.

Eu ergui minha cabeça desafiadoramente. Eu só tinha um pensamento. FUDEU.

Até que Nossa Senhora dos Mentirosos Desesperados Pegados em Fragrante acendeu uma vela na minha frente. Tá bom que era uma vela muito fraca. Mas era a única que eu tinha.

—Eu vou mostrar pra vocês. —eu disse sem confiança nenhuma. Mas era aquela historia. Já que eu estava na merda...

Eu forcei minhas pernas se moverem até onde a minha vela estava acessa, eu podia sentir os olhos da Thifany e do Michel na minha costa.

Cara se aquilo não desse certo, eu juro que eu ia me mudar para o pólo norte.

Eu parei de andar a uns três metros da onde eu estava conversando com o Michel. Havia quatro garotos na minha frente conversando entre si. Nenhum pareceu notar minha presença. Minhas mãos estavam mais geladíssimas que defunto em necrotério.

—Max. —Eu chamei, eu não tinha certeza se ele tinha me ouvido já que minha voz parecia ter desaparecido.

Ele se virou olhando surpreso para mim.

—Iza. —Ele disse automaticamente.

Faz o que se tem que ser feito garota. Eu ordenei para mim mesma. Agindo em seguida.

Eu não podia pensar muito, então eu colei os meus lábios no do Max eu um beijo completamente desajeitado.