E se Fosse Verdade escrita por Gyane


Capítulo 3
Cap 3 - O outro dia




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—Tá atrasada. —Eu acordei com a minha mãe gritando no meu ouvido, uma forma bem carinhosa de começar o dia. Eu olhei para o relógio em cima da cabeceira da cama, droga, eu estava realmente atrasada, não era só exagero da minha mãe.

—Anda logo Luiza. —minha mãe gritou saindo pela porta, enquanto eu levantava tonta de sono, tomei um banho super rápido, me troque, amarrei meu cabelo no seu tradicional rabo de cavalo, peguei minha bolsa e desci as escadas correndo.

—Luiza. —Minha mãe era o único ser na vida que me chamava assim.

—O que foi?—Perguntei parada na porta, será que era difícil perceber que eu estava atrasada.

—Onde você foi ontem à noite?

Ugh.  Eu congelei,  aquilo não tinha sido um pesadelo.

—Estou esperando. —Minha mãe disse impaciente.

—Na casa da Nice. —Eu disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

—De vestido?—Ok agora ela tinha me pegado. 

—Mãe eu to atrasada. —Eu disse saindo rapidamente para porta sem esperar por sua resposta.

Eu não conseguia acreditar que aquilo não havia sido só um sonho ruim. Eu pensei em colocar um saco na minha cabeça para poder entrar na escola, acho que isso seria menos vergonhoso do que encarar todo mundo. Mas como eu não tinha um saco para enfiar minha cabeça eu tive que encarar o pessoal assim de cara limpa.

Estranho. Ninguém parecia notar a minha presença. Ninguém ligava se eu fosse a puta do ano...Eu comecei a senti alivio, realmente aquilo não tinha acontecido.

—Oi Nice. —Eu disse sentando no meu lugar de sempre. Ela provavelmente me contaria o que todo mundo estava dizendo nas minhas costas.

—Ola Nice.—Eu repeti.

—Oiiiiiiii, eu to aqui.—eu disse abanando minhas mãos na sua frente.

Ela continuou fingindo que não me via. Mas eu ia resolver isso.

Eu peguei o caderno dela  e joguei no chão.

—Porque você fez isso?—Ela perguntou furiosa.

—Só pra me certificar que eu não tinha virado o gasparzinho.—Eu disse sarcástica.

—Realmente você não pode ser o gasparzinho. Ele é o fantasminha camarada, ao contrario de você.

Ela disse se virando para frente. O que eu havia feito de errado?

—Qual é Nice?—Aquilo tava me irritando, eu só não fui me sentar em outro lugar porque eu precisava saber o que tinha acontecido.

—Qual é Nice.—Ela repetiu igual um papagaio.—Você me abandonou no quintos dos infernos e ainda vem perguntou qual é?

Caracas! Eu havia me esquecido completamente da Nice e do Jerry.

—Eu não consigo nem andar mais. —A Nice disse balançando os pés.— Eu estava de salto alto, tem noção...

Eu revirei meus olhos enquanto a Nice começava a reclamar e gesticular exageradamente, ela sempre fazia isso. Eu abri a boca umas duas vezes disfarçadamente.  Serio eu ia adorar se Nice visse com aquele botão mute.

—A cada passo que eu dava parecia que eu estava caminhando para o inferno... Isso tudo por que...

Como era mesmo aquela musica. Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam, incomoda muito mais, três Nice incomoda, incomoda, incomoda muito mais...

Opa  silencio.  A Nice havia acabado aleluia.

—Desculpa. —eu resmunguei.

—Desculpa é tudo que tem para me dizer. —Ela começou tudo de novo. Ótimo, tudo que eu tinha que fazer era não fechar os olhos enquanto a Nice reclamava.

Pelo menos isso tinha o lado bom, a Nice ainda não sabia que eu era a puta que tava com o Michel. Porque senão eu podia hibernar aqui que ela não ia perceber.

Então eu passei as minhas duas primeiras aulas escutando a Nice resmungar como eu havia sido uma péssima amiga, quando o sinal bateu eu tinha a sensação de que meus ouvidos iam explodir.

—Vamos.—A Nice perguntou parado de pé.

O quê? Eu ir da minha cara a tapa por ai, nem que a vaca cantassem sou loco por ti America..

—Não quero ir.

A Nice me olhou de um jeito estranho e depois voltou a sentar do meu lado, e por incrível que parecesse de boca fechada.

—Fala.

Eu arregalei os olhos e encarei a Nice o que tinha dado nela.

—Eu sei que você esta escondendo algo?—Ela disse dando de ombros.

—Eu não to escondendo nada.

Ah meu Deus será que a Nice estava esperando eu confessar. Isso nunca iria sair da minha boca.

—Não adianta mentir.

Será que eu estava tão mal assim na fita.

—Ta tudo bem. —Não ia adiantar eu mentir por muito tempo. —Não aconteceu nada de mais, eu juro que não é nada disso que você esta pensando, aquele idiota do Michel não...

—O quê?!—A Nice pulou da cadeira. —O que o Michel tem haver com isso?

PUTZ. Eu falei demais. Não ia adiantar tentar enganar a Nice mesmo, uma hora ela iria saber a verdade.

— Sabe a historia do Michel e a Thifani...

—Dele ter colocado um par de chifre nela bem na festa de aniversario, com uma vadia qualquer.

Ulgh. Que elogio.

—Era eu.

—Mentira.—A Nice gritou.

—Mas não aconteceu nada do que você esta pensando.—eu tentei explicar rapidinho.—Eu derrubei bolo nele.

—Mentira.—A Nice gritou de novo.

—Ele jogou em mim.

—Mentira.—Ela disse com os olhinhos brilhando.

Putz aquilo tava me dando no saco a Nice tava parecendo um papagaio.

—Ele me arrastou até o quarto dele para se limpar, então a loira anoréxica chegou bem na hora e entendeu tudo errado.

—Mentira.

—Da pra parar com isso.—eu pedi irritada, eu estava contando a maior tragédia que aconteceu na minha vida e ela só sabia dizer MENTIRA.

—Então você destruiu o namoro da Thifani com o Michel.—ela falou pasma.—O que ele te disse.

—Eu não sei. Ele saiu correndo atrás dela e eu fugi igual um grilo medroso pra casa.

—Ment...tá bom.—Ela disse percebendo meu olhar furioso.

—Será que eu já posso levar o Oscar Puta do ano.

—Vou verificar isso.—Ela disse saindo feliz da vida.

Ta pra acreditar, eu era considerada uma puta, o pior de tudo é que eu nem havia provado do doce, e minha melhor amiga, estava feliz. Era o fim mesmo...


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Notas finais do capítulo

Esse cap ta meio ruim, mas prometo que o outro vai ser melhor.