A primeira Meio-Deusa escrita por Gabii Vidal


Capítulo 8
Capítulo 8




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—Não acha que foi um pouco de grosseria?...Elas arrumaram aquilo para nós. –Eu disse percebendo que podíamos ter magoado as ninfas.

—Não fizeram para  nós fizeram para você. —Ele respondeu apontando para mim.

—Não é verdade.

—É sim – Ele parou de andar e se voltou para mim –Desde que você chegou tudo é para você!

—Do que você está falando, Mark?

—De você, Alice...Todos só falam de você! No meu primeiro café da manhã com os meus irmãos eu mal pude falar de mim, pois eles só me faziam perguntas sobre você! costumava usar com meus amigos. –Acha mesmo que meu objetivo de vida é chamar a atenção?!

—Eu, não...-Ele começou e corar e ficou em silêncio por um tempo –Sinto muito, não é justo te atacar assim. Acho que é só inveja...

Eu segurei as duas mãos dele e abri o maior sorriso que eu conseguia.

—Pare de ser estranha... -Ele disse rindo e puxando as mãos de volta.

—Você recusou o meu afeto? Sofra a minha ira! –Eu comecei a dar leves tapas nos ombros dele, mas ele permanecia imóvel com uma expressão séria.

—Sou poderoso demais para ser derrotado por uma mera florzinha ruiva.

—Ah, é? –Peguei um impulso e pulei nele, derrubando-o no chão.

—Apelação,  Alice...Apelação! Se eu reagisse quebrava suas costelas! –Ele começou a rir e se sentou na grama batendo na blusa para tirar um pouco de terra.

—Você não é tudo isso,  faço muito mais! –Me aproximei dele e o encarei nos olhos.

—Seria isso um desafio? –Ele perguntou com ar brincalhão.

—Só se você não ficar com medo.

—Por favor, Alice. Você não assusta nem uma formiga.

—Só para te provar que faço tudo melhor que você eu te deixo escolher o desafio.

—Interessante...-Ele pensou por alguns segundos até que abriu um pequeno sorriso de lado. –Eu te desafio a fazer alguém se apaixonar por você.

—O que?! Isso não vale! –Disse sentindo minhas bochechas corarem, eu devia estar parecendo um tomate.

—Você disse que eu podia escolher. Ou você admite que é impossível alguém se interessar por você?

—Eu aceito seu desafio! Me dê um prazo.

Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu.

—Que ousada ...Você tem dois meses.

—E o que eu ganho se cumprir o desafio?

—Você não vai conseguir mesmo, então se você ganhar vai poder me pedir o que quiser. Mas se você não cumprir o desafio você vai fazer o que eu pedir.

Foi a minha vez de sorrir.

—Não devia ter feito isso, eu nunca perco.

—E eu também não.

Levantei-me e ajudei  Mark a fazer o mesmo. Agora que o acordo havia sido fechado minha consciência começava a pesar. Era errado fazer isso, não devia iludir uma pessoa por causa de uma aposta idiota.

—Esquece isso, Mark. Não vou aceitar esse desafio.

Ele fez uma cara de decepção e mexeu no cabelo sem graça.

—Você também se tocou que era besteira, né? Que bom que desistiu, fiquei incomodado só de ter proposto isso.

—Somos dois idiotas. –Eu disse e comecei a rir.

—Dois idiotas orgulhosos e imprudentes. –Ele completou fazendo o mesmo.

Chegamos na área dos chalés e Mark se despediu de mim.

—Até mais, Alice! –Ele disse e saiu em disparada até o chalé de Apolo, me deixando ali parada sem saber para onde ir.

Eu já estava me virando para voltar para a caverna quando a cobra saltou de um arbusto e se enroscou no meu pé.

—E a aí, cobrinha?

—Não me chame assim. –Ela sibilou irritada.

—Então como eu devo te chamar?

—Como você quiser, não tenho nome.

—O que acha de Zelina?

—Acho que faz sentido, afinal  eu zelo pelo seu bem.

—Sim, mas... Como eu sabia o significado?

—Vocês semideuses tem uma facilidade com o grego, é natural.

—Entendo... Para onde vamos?

—Para o chalé da sua mãe, ela está triste por que você ainda não foi lá?

—E meu pai?

—Não é como se ele exigisse ...Ele sabe que é melhor para você ficar no chalé de Tique.

—Ele já te disse isso?

—Para mim não, mas ele e Tique discutiram ontem sobre onde você ficaria e acabaram optando pelo chalé da sua mãe!  Achei uma ótima escolha.

—Você a serve,  é claro que achou.

—Não – Ela sibilou e subiu para o meu braço – Eu sirvo você! Agora vamos.

Eu comecei a andar em direção ao chalé mais acabei sendo derrubada por alguém que passava correndo.

—Caramba, Connor!

—Ah, oi Alice! –Ele disse sem olhar para mim, estava muito focado vendo se vinha alguém atrás dele.

—Claro, está tudo bem! Obrigada por perguntar.

—Foi mal, estou meio sem tempo agora...Você viu o Travis? –Eu fiz que não com a cabeça e ele soltou um palavrão.

—Ele desapareceu! Me deixou sozinho com ela!

—Quem é ela?

—Depende muito, “ela” é quem estiver nervosa comigo e com o meu irmão! E como são muitas pessoas, nós não conseguimos decorar o nome e chamamos de ela.

—Bem prático. –Concordei.

—Sim, sim. Somos gênios! Mas agora eu tenho que ir! –E saiu correndo tão rápido que poderia ter ganhado uma medalha olímpica.

—Ah, os filhos de Hermes...São uns amores! –Sibilou Zelina assim que ele deixou de ser visível.

—Sério? Você não gosta de ninguém, mas deles você gosta?

—É óbvio! Eles são filhos de Hermes, como eu já disse! E meus primos disseram que ele é um ótimo Deus!

—Seus primos? Está falando das cobras do caduceu?

—Sim!  São um orgulho para a família! Mas vamos parar de falar sobre minha família e focar em entrar no chalé antes que mais alguém te derrube.

Assenti e voltei a caminhar até o chalé. Ele era feito de vários tons de verde com detalhes dourado e prata . Nas janelas haviam vários olhos gregos pendurados e caça níqueis nas paredes laterais. Se parecia com um cassino verde, bem verde.

Abri a enorme porta de madeira e me deparei com ainda mais coisas bizarras: Havia uma pequena ponte de madeira bem na entrada, e abaixo dela passava uma pequena corrente de água com alguns peixes, e ao redor da água brotavam vários trevos, e só de bater o olho eu vi uns 5 de 4 folhas.

Quando a ponte terminava o chão se tornava de uma madeira escura, e no fundo do chalé haviam 6 beliches idênticos e uma única das camas estava desocupada. Me sentei nela e comecei a observar o resto do chalé.

No centro de tudo havia uma grande mesa redonda com vários tipos de baralho encima. E encostada em uma das paredes eu vi aquela traumática máquina de tentar pegar o bichinho de pelúcia, e tive certeza de que se eu fosse falir em algum lugar seria ali.

Deitei-me na cama e deixei que a cobra explorasse o lugar.

—Aquela semideusinha caprichou, adorei esse lugar!

Ignorei o comentário, e levada pelo conforto de uma cama realmente  confortável eu acabei dormindo.


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