A primeira Meio-Deusa escrita por Gabii Vidal


Capítulo 4
Capítulo 4




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Assim que os deuses sumiram os semideuses começaram a conversar e me encarar. Minha única vontade era fugir dali, mas eu não podia.

A mulher que estava na frente da fogueira também havia desaparecido, e agora que o fogo havia voltado ao normal a cobra saiu do meio das chamas.

Eu perdi o meu fôlego e ela começou a vir em minha direção. Os outros pareciam não notá-la, o que só me preocupou mais, se ninguém visse ninguém iria me salvar.

A cobra era grande, e conseguiu se enrolar na minha perna inteira. Eu sentia que era o  meu fim, mas a cobra olhou para mim e ao invés de me picar ela fez algo que me assustou ainda mais: Ela falou.

—Alice...-Ela sibilava, mas a voz que saia não era uma voz qualquer, era a voz de Tique –Está cobra é minha serva, e a partir de agora sua guardiã. Pode chamá-la como quiser, mas deve sempre tê-la com você! É a minha forma de me comunicar com você...-A cobra apertou um pouco mais a minha perna –E não se preocupe, ela não vai picar você e nem ninguém, a menos que você peça, é claro.

—Mãe...

—Tenho que ir...Se quiser falar comigo a cobra é a sua maneira.

E então o olhar da cobra perdeu o brilho e a voz parou. Agora a pele fria da cobra subia pelo meu braço e ela repousou no meu pescoço. E então de uma hora para a outra eu deixei de ter medo dela. Na verdade, eu me sentia conectada com ela, com se tivéssemos uma ligação.

Olhei envolta, os outros semideuses ainda discutiam e conversavam, mas Mark e Quíron tinham os olhos fixos em mim.

—Então...Onde eu passo a noite? –Perguntei para quebrar o gelo.

Quíron balançou a cabeça de um lado para o outro voltando a conciência.

—Teremos que ver isso com os deuses, nunca houve algo assim antes...Mas acho que hoje você pode passar a noite na caverna do nosso oráculo.

—E eu, senhor?

Quíron sorriu e colocou a mão na cabeça dele.

—Sem essas formalidades garoto! Você vai para o chalé com seus irmãos!

Mark assentiu e saiu atrás de um grupo de garotos e garotas que o abraçavam e davam soquinhos.

—Também queria conhecer meus irmãos...

—Você vai –Disse uma garotinha atrás de mim. Devia ter uns 7 anos e era bem baixinha. Tinha cabelos laranja batendo nos ombros, olhos azuis e várias sardinhas no rosto – Eu sou Meredite! Sou sua irmã!

—E eu sou Caio, seu irmão mais velho. –O outro garoto que se aproximou era totalmente diferente da pequena Meredite.Tinha 1,80 de altura, cabelos pretos encaracolados e bochechas rechunchudas: Parecia um panda. –Sou filho de Dionísio, e Meri é filha de Tique.

A garotinha começou a fazer carinho na cobra.

—Sabe Alice, você pode ir para o chalé da mamãe! Tem pessoas muito legais e vamos gostar de ter você lá!

—Mas também pode ir para o do papai, você é como nós. Será bem-vinda nos dois.

Eles sorriram e eu tive vontade de chorar. Eu tinha uma família ali! Podia não ser a mais convencional, mas era uma família!

—Obrigada, ficarei muito feliz em qualquer um dos dois!

Os dois se despediram e eu me virei para Quíron.

—Não precisa se sentir desconfortável, Alice. Somos todos uma família.

Eu assenti e ele me guiou até uma caverna próxima do bosque.

—Nosso óraculo não está no momento, mas evite tocar nas coisas.

—Vou tentar não quebrar nada -Eu sorri e entrei na caverna. 

O lugar era simples embora aconchegante. Havia uma cama e o lugar era iluminado por velas.

Haviam belas obras de arte, mas dormi tão rápido que não pude nem admirá-las.


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